A vitória do AJR #5 da MC Tubarão na abertura do Endurance Brasil em Interlagos (Foto: Endurance Brasil) |
A retomada de corridas no autódromo de Interlagos não podia
ter sido melhor: a abertura do Endurance Brasil nos reservou uma grande prova
nesta que foi a primeira da categoria em 2020.
Uma das coisas que precisamos falar é sobre o poder do AJR:
o carro desenvolvido pela família Moro e que é usado por seis equipes mostrou
que está em franca ascensão no cenário do endurance brasileiro e neste final de
semana, em Interlagos, nos deu um pouco do que esperar para este certame do
campeonato. Os tempos de volta alcançados desde os treinos livres foram os mais
velozes, principalmente o tempo marcado pelo AJR #11 de Emilio Padron/ Vitor
Genz que chegaram marcar 1’26’’869 no quarto treino livre. Mas por ser um
treino extra-oficial, a marca não foi considerada como recorde oficial. Porém,
na qualificação, Vitor Genz cravou a marca de 1’27’’140 que lhe rendeu, enfim,
o recorde oficial. Para a pole, no combinado dos tempos, ficou para o AJR #113
de Pedro Queirolo/ David Muffato. O tempo de volta dos AJR levaram muitos a
comparar com as marcas alcançadas pelos LMP2, quando estes passaram por aqui em
2014 quando aconteceu as 6 Horas de São Paulo: naquela ocasião, o tempo da pole
foi feito pelo Ligier JS P2 da G-Drive com a marca de 1’24’’463 foi 2’’406 melhor
que o tempo não oficial alcançado pelo AJR #11 no quarto treino livre. Uma incrível
marca que mostra muito bem a evolução deste protótipo.
Sobre a corrida, esta se manteve bem normal até o inicio da
última hora de prova: o AJR #113 de Pedro Queirolo/ David Muffato pareciam
absolutos, tamanho o domínio que conseguiram nas horas anteriores ao manter-se
na liderança com alguma folga sobre os AJR#175 (Henrique Assunção/ Anderson
Toso/ Carlos Kray) e AJR #5 (Tiel Andrade/ Julio Martini/ Nelson Ângelo Piquet).
Mas na abertura da última hora, as coisas mudaram de figura: Muffato assumiu o
comando do #113 e Nelson Piquet – que substituiu Paulo Sousa, que teve
problemas musculares na sexta – pegou o AJR #5 e passou a caçar David Muffato. Por
mais de quarenta minutos Muffato e Piquet duelaram pela liderança, mas nunca
sem se esquecer de dobrar os retardatários com cuidado. E foi em duas dessas
situações onde houve trocas de posições entre eles, quando Muffato ficou
encaixotado num protótipo MRX e Piquet conseguiu assumir a liderança indo para
o Laranjinha e algumas voltas depois foi a vez de Piquet ficar preso no tráfego
da reta dos boxes e ser ultrapassado por Muffato. Uma disputa insana onde David
conseguia se defender usando a asa móvel nas retas e Piquet encostava no miolo
do circuito, mas sem ter tempo para conseguir armar o bote para assumir a
liderança. Faltando em torno de quinze minutos para o fim da corrida, quando
iam dobrar o Mercedes AMG GT4 #15 de Leonardo Sanches/ Átila Abreu, Muffato
seguiu por fora e Piquet por dentro, mantendo o Mercedes de Átila no meio.
Quando chegaram na freada do final da reta oposta, Nelsinho conseguiu se impor
e levar a liderança. Daí pra frente foi um passeio de Piquet, que passou a
fazer voltas bem mais velozes que David Muffato para garantir sua primeira
vitória no Endurance Brasil e também a primeira da MC Tubarão em dois anos.
Na GT3, a disputa parecia estar reservada ao Mercedes AMG
GT3 #9 da família Negrão, mas problemas de saúde com Xandy Negrão fez com que
chamassem para seu lugar André Negrão que fez dupla com Xandinho. Desse modo
surgiu um pequeno problema, dificultaria bastante o andamento da dupla: como são
pilotos de categoria ouro, seria adicionado a cada parada de box 1 minuto, o
que deixaria os primos Xandinho/ André com chance reduzidas nesta classe. Mesmo
assim, ainda conseguiram fazer um bom papel ao liderarem por três horas esta
classe, mas por conta das punições ficaram em segundo. A vitória da classe
ficou para o Porsche 911 GT3 R #55 de Marcel Visconde/ Ricardo Mauricio, logo
na estreia do carro da Stuttgart Motorsport. Na GT3 Light a vitória ficou para
o Ferrari 458 #155 de Ricardo Mendes/ Tom Filho e a segunda colocação para o
Aston Martin Vantage de Sergio Ribas/ Guilherme Ribas
Na P2 foi mais uma questão de sobrevivência do que qualquer
coisa. A vitória ficou para o MRX #44 pilotado por Ruben Ghisleni/ Hardy Kohl/
Lucas que teve problemas algumas voltas após a largada. Foram levados ao box,
perderam algumas voltas e retornaram para a corrida, onde não apresentaram mais
problemas. Seu grande rival certamente era o Sigma P2 #12 de Jindra Kraucher/
Ney Faustini, que também tiveram problemas e logo na volta de apresentação quando
ficaram parados no grid e a exemplo do #44 também voltou à pista e acabou
fechando em segundo na classe.
Na P3 a vitória ficou para o MRX #7 de Aldoir Sette/ Marcelo
Campagnolo que fizeram boa parte da corrida com a asa traseira quebrada. A
segunda posição ficou para o MRX #75 de Henrique Assunção/ Emilio Padron/
Fernando Ohashi/Fernando Fortes e a terceira para o Spyder #73 Jose Vilella/
Leonardo Yoshi.
Na GT4 os Mercedes AMG GT4 dominaram as ações ocupando as
três primeiras posições da classe, com a vitória ficando para Alexandre Auler/
Guilherme Salas, a segunda posição ficando para Leonardo Sanches/ Átila Abreu e
a terceira para Andre Moraes Jr/ Ricardo
Rodrigues/ Cassio Homem de Mello/ Kreis Jr. O Mclaren 570S GT4, pilotada por
Flavio Abrunhoza/ Leandro Ferrari, terminou na quarta colocação nessa que foi a
corrida de estreia do carro nas provas aqui no Brasil. Para os Ginetta GT4 não
foi uma grande jornada: o melhor deles, o #57 de Felipe Tozzo/ Renan Guerra,
terminou com 15 voltas de desvantagem na quinta posição. Na GT4 Light, vitória
de Junior Victorette/ Marcelo Karam com Audi RS.
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