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domingo, 20 de julho de 2014

Foto 370: Esmerilho

A impressionante imagem da capotagem de Felipe Massa após a largada do GP da Alemanha.
Acabou rendendo uma bela foto, apesar do tremendo susto.
*A foto foi retirada do twitter oficial de Massa.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Foto 365: E quase seis anos depois...

Lembro o quanto que a galera falou merda naquele final de GP do Brasil de 2008 onde a maioria acreditava que Timo Glock, com o seu Toyota, mal conseguia se sustentar na pista já molhada naquela última volta de corrida quando ocupava a quarta colocação. O seu erro em não trocar para pneus intermediários, acreditando que a pista não molharia tanto naquele final, acabou lhe custando o quarto posto e foi ultrapassado por Vettel (4º) e Hamilton (5º). O quinto lugar deu o título ao inglês e automaticamente tirou das mãos de Massa o campeonato, que sido garantido segundos antes.
E agora é a vez dele, Timo Glock, tirar um sarro dos brasileiros com número 17 que ele leva em seu BMW no DTM, ao colocar a bandeira brasileira na frente do #1 e da Alemanha logo após o #7, fazendo uma alusão ao placar histórico entre as duas seleções nesta Copa do Mundo.  

terça-feira, 19 de novembro de 2013

GP do Brasil 2008: Estávamos lá - Parte Final



(Foto: Retrovisor OnLine)


Rubem Ferresi Jr.
Cinco anos. E parece que foi ontem este GP.

A princípio seria um GP diferente, pois seria o meu primeiro após ter mudado para Belo Horizonte... e o por isso o último (depois de algumas “voltas na vida”, descobrimos que não foi). A decisão do título era o comentário do momento, tanto em SP quanto BH. Mas eu nao estava torcendo para o piloto brasileiro... sou torcedor do automobilismo, e da McLaren.  E na pista descobri que tinha outros partidários da minha posição.

Estava novamente no posto 21, pouco antes da entrada de box. Já tinha trabalhado nele 2 vezes antes, em 2000 e 2002. Ambas vitórias do Schumacher. Mas neste ano ele não estava... sinal de que seria vitória da Ferrari?

A sexta-feira começou com chuva. Fraca, mas intensa. Desde que chegamos no ponto de encontro do pessoal da pista, a chuva esteve presente... Mas um fato chamou a atenção logo pela manhã: a ausência dos grandes amigos veteranos. Marangon, Artur, Schultz, Ramon... estes não estavam lá. Muito estranho!

Chegamos no autódromo ainda sem amanhecer, e com chuva.... ficamos no container aguardando a liberação para a pista. Aí veio uma das surpresas do final de semana: ir para a pista... só de ônibus! Então voltamos para o ônibus, pois com a chuva que estava, ir andando pela pista não ia dar...

A sexta-feira de um GP costuma ser o dia mais tranquilo. Praticamente sem ocorrências na pista. Assim, o que chama a atenção é a arquibancada. E logo atrás do posto um grupo bem animado com um megafone não parava de falar. E ao olhar mais detalhadamente, o “chefe” dos caras era aquele gordinho-careca que vende Polishop na TV (panela sem fritura, mega compressor... essas coisas).

E neste ano deixamos uma tradição de lado: sem pizza na sexta-feira. Sem os veteranos, achamos melhor não cometermos essa ofensa.

O sábado começou tão tranquilo quanto a sexta-feira. Nos preocupamos mais com a arquibancada que a pista... E um dos caras do megafone desceu até a grade para conversar  conosco... Lembro que falamos para ele que o câmera da FOM que estava ao lado do posto chamava-se Brian. Assim que o câmera chegou, eles começaram a zoar o cara... chamando de careca, bicha, etc... E zoaram em inglês! O câmera entendia, e dava muitas risadas. O câmera do outro lado da pista foi apelidado de He-Man, e todas as vezes que gritavam “He-Man”, ele imitava o personagem... Bem, para isto chamar a atenção mostra como foram os treinos. Apesar da pole do piloto brasileiro da Ferrari, nenhuma ocorrência que chamou atenção na pista.

O domingo começou tranquilamente na pista. Para mim, um clima de despedida... afinal era o meu último GP Brasil. Procurei ao máximo aproveitar o dia. Fotos pela pista, com os amigos...

As corridas preliminares foram monótonas. E isso me preocupava! Meu último GP, e com essa monotonia? Felizmente os Porsches deram um jeito de movimentar um pouquinho... 
Após as preliminares, desfile de Porsches, desfile dos pilotos.... intervalo... E arquibancada lotada, zoando todo mundo (fomos muito zoados)... sol forte. Mostrava para a arquibancada que tinha agua gelada, e que eles não... Eles mostravam copo de cerveja, querendo me provocar... Mas a minha credencial falava mais alto, e no fim eles ficavam quietos.
Lembro que quando começamos a nos preparar para a abertura de Box, o tempo começou a ficar nublado. Box aberto, carros alinhando.... Box fechado...  faltando 10 minutos para a largada aviso o nosso Chefe de Pista Toninho pelo rádio “Central, começou a chover no 21”. Parecia um balé a arquibancada colocando as capas de chuva.

Era o que eu esperava para deixar o GP emocionante: chuva logo no início! Logo veio a informação que a largada foi atrasada. As equipes começaram a se preparar no grid para a pista molhada.

Apesar de cogitarem de largar com Safety Car, ela foi feita normalmente. Mas não adiantou muito, pois logo na segunda curva o Safety Car foi acionado... Batida entre o Coulthard (que se despedia da F1) e o Piquet Jr. O resgate foi um pouco demorado, mas liberaram a pista. 

O meio da corrida foi muito tranquilo. Mas nós não estávamos recebendo pelo rádio as informações de posições dos pilotos. Recordo que liguei para o Marangon na casa dele para saber as posições.

E a emoção começou a rondar o autódromo... e decide voltar! O tempo começou a fechar novamente, e faltando 7 voltas para o final, chamei o Toninho pelo rádio “Central, começou a chover no 21”. A resposta dele foi interessante: “Não acredito! Tínhamos que ter essa emoção no final!”.

Os carros começaram a ir para os boxes, e perdi toda a referência de posições... até que consegui ouvir pela narração para as arquibancadas as posições na pista. Quando o Vettel passou o Hamilton, a arquibancada veio abaixo... tinham pessoas se abraçando comemorando, chorando. Eu já estava chorando, mas de raiva! Mas fazer o que... sou esportista. Mas como dizem, corridas só acabam após a bandeirada!

Quando entrou na ultima volta, o Toninho acompanhou o Massa em todos os postos. Após a bandeirada, ele disse: “Massa campeão do mundo”. Aí ele corrigiu.. “Não... Hamilton campeão... Hamilton em quinto”. Eu desci do posto comemorando, e a arquibancada comemorava o “título” do Massa... e eu gritando para eles “não ganhou! Não ganhou!”... até que a narração do autódromo corrigiu.... o autódromo se calou... parecia velório.

Fizemos o show de bandeiras, comemoramos.... e a chuva chegou forte depois. Não dava para sair do posto. Assim que a chuva diminuiu, fui para os boxes fazer “algumas trocas” e fui embora... as 19:00 já estava fora do autódromo... as 21:00 estava em Cumbica, e parecia que estava no autódromo! Só gente de vermelho... E no aeroporto começava a “conspiração”. Vários falando que a McLaren pagou para a Toyota abrir, para o Hamilton ser campeão. Outros falavam em conspiração da Ferrari! Tive que provar para algumas pessoas que as Toyota’s estavam com pneus Slick’s, enquanto os demais carros com pneus de chuvas... dessa forma não há que segure um F1 na Junção!

Bem... após várias discussões, conversas, entrei no avião, e apaguei. E assim terminou o que seria meu 11º e último GP Brasil de F1!

Alexandre Galvão

“2008 foi minha segunda e última participação. Engraçado que eu não me lembre da corrida e seus dias em si, mas isso foi, com certeza, resultado de um nervoso que dá pela responsabilidade de cuidar de um trecho de pista para uma corrida tão importante como é a Fórmula 1. Ainda mais uma decisão de título. Como foi a surpreendente de 2007. "Saiba que, se você errar alguma coisa na corrida, o mundo todo verá.", disse alguém. Nas duas vezes me colocaram como chefe de posto. Nunca entendi como isso pôde acontecer... Pois é.
Na sexta-feira de treinos livres cheguei atrasado. Os cartões de entrada, acessórios de proteção e comunicação, cargo etc, seriam entregues nesse dia e não havia forma de convencer o pessoal da entrada de me liberar, claro. O celular sem crédito e eu nervoso pedindo para que alguém fizesse contato com a equipe. Até que, do céu - "do céu" é força de expressão -, aparece um carro que conheço e, dentro, Denise. Nunca mais vou esquecer a cara de perplexidade que ela fez. Contei o que aconteceu, pedi milhões de desculpas e ela entrou em contato com o pessoal. "Espera aqui que estão trazendo seu uniforme e credencial", disse ela antes de entrar no autódromo. Passou um tempinho quem veio trazer meu material era o Geraldo (sempre ele. Saudades desse cara). Coloquei a vestimenta e o cartão de entrada para passar a catraca. Reconheceu, apareceu minha foto e o mesmo cara que se negava a me deixar entrar, disse: "Preciso de seu RG para confirmação." Assim que entrei o Geraldo falou que era para eu ir direto para o posto, que faltava pouco para o início dos primeiros tempos do dia. Só que, da entrada que eu estava, que fica na antiga Curva 3 até meu posto, que ficava na saída dos boxes, no início da Reta Oposta, era de uma senhora distância. Lá chegando e falando tudo o que aconteceu o pessoal disse que um dos caras do meu posto foi para o banheiro químico e este caiu num barranco. Nada aconteceu com ele. Deu sorte, mas virou lenda. Início dos treinos. Tudo ia tranquilo até que reparei que alguns pilotos, como é de costume, saem dos boxes, param o carro e disparam na reta oposta. Há uma linha demarcando até onde o carro pode parar mas não era exatamente todos que a respeitavam. Avisei ao meu pessoal de posto que desse bandeira azul para quem não respeitasse a faixa caso se no início da Curva do Sol um carro aparecesse. Não deixava de ser um aviso para o piloto de quem alguém vem chegando em alta velocidade. No fim do primeiro treino a central me avisa: "Olha, o Rubinho falou para não dar mais bandeira azul porque atrapalha na saída dos boxes." Cara, fiquei possesso! Contei a central o que ocorreu, contei do avanço das faixas, do motivo da bandeira e, depois de um silêncio, falaram: "Bem, vamos avisar o piloto. Mantenha o que está fazendo." "Na hierarquia das corridas, o posto de Comissário de Pista é maior que o de piloto", alguém me disse. Fim de serviço e no reencontro todos me zoaram. Tirei o macação, coloquei na mochila, fui embora e em casa me dei conta de que esqueci de entregar o comunicador.

No sábado mais zoação comigo por causa do rádio, mas dessa vez cheguei no horário. Adiantado até. Foi mais tranquilo esse dia. Dia morno, mas importante. A cada aparição de Massa, a arquibancada explodia. Dava pra saber onde ele estava com a intenção de gritos em cada ponto do autódromo. O mesmo se pode dizer de urros quando aparecia o prateado do Hamilton. Eu vi a mensagem "Bate nele, Rubinho" num dos pontos da pista. Sacanagem. Domingo, de madrugada, num ponto de encontro para a saída do ônibus que nos levaria até o autódromo, enquanto os novatos recebiam as boas vindas dos veteranos, o tempo tinha mudado. Dei as instruções para o pessoal no posto de forma que pudéssemos fazer o trabalho de um jeito rápido e seguro. Geralmente deixo um com a bandeira azul e outro com a amarela, mas a gente vai variando pra todo mundo ajudar. O carro de segurança oficial passa dando e recebendo um gesto de "aqui tudo certo". Cada posto dá seu último ok de equipamentos, agradecemos e damos boa sorte para todos. Logo, caiu o toró! Pista parada. Nervoso. Quando você trabalha em posto, você não acompanha a corrida. Claro, uns trazem radinhos, tv's pequenas, mas o que você sabe realmente é sobre seu trecho. No andamento da corrida, a central também vai falando as posições de cada piloto. Com chuva tudo pode acontecer. Bandeiras amarelas, vermelha, branca e verde estão em mãos. O barulho dos carros passando em volta de apresentação é de arrepiar, cara. A corrida vai começar. Ia. Acidente no S. Tudo de novo. Sempre lembro do nervoso. Tenho que passar as informações pro posto, principalmente no uso da bandeira azul. Geralmente eu e o pessoal marcamos um ponto onde posso avisar com rapidez eles. Nunca tive problemas. Mas o pessoal perguntava sempre em qual posição estava Hamilton. Faziam contas. Pista seca, pista molhada. Super indefinição assim como aconteceu com Hamilton/Alonso/Kimi ano antes. Última volta. Os três do posto torcendo, mas prestando atenção na pista. "Massa está na Junção... subindo... Reta dos Boxes... Bandeirada!... Desce pessoal pra show de bandeiras!" Enquanto desciam eu ficava atento no Hamilton. Ele ainda não tinha cruzado a bandeirada. Nisso vejo do posto que um dos meus camaradas acabou se exaltando e quase foi para o meio da pista. Digo que ele quase foi atropelado pelo Massa e, no mesmo instante, o recado: "Hamilton campeão! Hamilton campeão!" Desci fui informar o pessoal e o mais exaltado não me ouvia. Peguei ele pelo braço e lancei seco: "Massa não é campeão". Num instante o rosto dele se modificou. Aquela exaltação deu lugar a uma profunda tristeza. Se agachou e começou a chorar baixinho. Emocionante. Aos poucos a arquibancada da nossa frente vai se esvaziando. Estamos recolhendo todo o material sem falar nada. Silêncio sepulcro. O mesmo acontece no caminho para o ponto de encontro. Uns riam, outros mais comedidos apenas ficavam em silêncio. Desses vi alguns olhos inchados. Estava triste também, mas achei uma ótima corrida. Fomos nos despedindo, acho que peguei uma carona até mas no final veio uma frase, "foi só mais uma corrida e assim ela é", alguém me disse e essa foi uma daquelas coisas marcantes, para se levar para o resto da vida e ela continua para todos nós. Eu, o cara que foi ladeira abaixo dentro de um banheiro químico, o exaltado e Felipe Massa.

Saudades pra caralho desses dias.”


Paulo Abreu
"Quando terminou a decisão de 2007, aquela onde Kimi Raikkonen saiu de um certo terceiro lugar no mundial para conquistar o título daquela temporada em Interlagos, eu me perguntava “Será que veremos algo igual, ou melhor, em termos de decisões na F1?” Certamente eu me auto-respondia “Sem dúvida que não!”. De certa forma seria difícil acontecer isso novamente. A última vez que algo assim havia acontecido remontava à 1986, naquela decisão que envolveu Prost, Mansell e Piquet na disputa pelo mundial na corrida final em Adelaide. Mas o azarado “Red Five” teve um pneu estourado em pleno retão abandonando o GP australiano e por precaução, a Goodyear recomendou que Nelson fossem aos boxes fazer a sua troca para que não acontecesse o mesmo. E nisso o caminho ficara aberto para Alain vencer o seu segundo mundial consecutivo.

Mas passado exatamente 1 ano estávamos novamente em Interlagos para vivenciar outra disputa, e dessa vez envolvendo dois caras que ainda buscavam o seu primeiro título: Lewis Hamilton, que por muito pouco não vencera em 2007, e Felipe Massa, que havia ganho a confiança da Ferrari e que agora era o cara que poderia dar a “Rossa” um título que fecharia de forma esplendorosa aquela época para os vermelhos.

Se a sexta e sábado foram dias “mornos”, por conta dos treinos, o domingo foi de cortar a respiração. Cerca de meia hora antes de começar a corrida, uma nuvem se formou ao redor do autódromo e quando já nos preparávamos para o início um forte trovão anunciou a chegada da chuva... e não demorou muito para que ela viesse e forma intensa. Só me lembro de ter pensado “Poxa, São Pedro, pra quê tanta pressa? Não poderia deixar ao menos os caras largarem?”. Apesar de ser complicado trabalhar nestas condições, é sempre divertido ver o quebra cabeça se formar logo no início das corridas...

Eles atrasaram a largada e logo depois que ela aconteceu teve o acidente no S que forçou a entrada do Safety Car... Mas quando a corrida pôde transcorrer normalmente, Felipe Massa pilotou de forma imaculada, como fizera nos anos anteriores, sem ter o incômodo de ninguém e nem mesmo a chuva fraca, que foi aumentando gradativamente nas últimas três voltas, não tiraram dele a concentração – coisa que me surpreendi totalmente. Quando Felipe passou pela linha de chegada e seu campeonato parecia garantido fui para a pista, mas o Toninho (chefe da sinalização do GP do Brasil na época) acabou nos informando que Hamilton havia ultrapassado o Glock entre o Mergulho e a entrada da Junção. Timo havia apostado que a chuva não viria, ou até mesmo que ela não seria forte, e preferiu continuar com os sulcados enquanto que a maioria optou pelos intermediários. Para o alemão da Toyota a aposta havia surtido efeito nas duas voltas anteriores, mas na última era possível ver que ele tentava como podia se equilibrar naqueles pneus. Quando passou pelo meu posto, Vettel e Hamilton tinham acabado de descer a curva do Lago, mas mesmo assim não levava fé que alcançassem Glock. O problema é que exatamente no Mergulho – que coisa, não? – era onde estava mais molhado e o Toyota não conseguiu tracionar o suficiente. Aquela quinta posição era suficiente para ele sagrar-se campeão mundial. É claro que assim que o locutor anunciou a manobra decisiva de Lewis, o autódromo passou da euforia incontrolável para um sonoro “AHHHH...”. Se em alguns setores as pessoas ficaram mudas, ao menos no local onde trabalhei com o Arnaldo e o Kaue – posto 11, na subida do Laranjinha – as que estavam na pequena arquibancada aplaudiram os dois personagens principais daquela decisão. Assim como nos outros anos, também fui para a beira da pista aplaudir aqueles caras, não somente os dois principais daquele final de semana, mas os outros que haviam feito um trabalho excepcional.

Como os demais, recolhemos o material e fomos para o depósito. Risos, indignação, tristeza... Tudo misturado no mesmo ambiente. É claro que a chance de um piloto daqui vencer um mundial justamente em Interlagos podia ter sido histórico, mas aquela decisão por si só foi magistral. Um título mudar de mãos num intervalo de 30 segundos foi algo extraordinário e que dificilmente acontecerá novamente. Com tudo resolvido por ali, fomos para os boxes. Fotos, autógrafos, uma breve conversa com ainda novato Sebastian Vettel que arriscou algumas palavras em português, fez ganhar crédito com o pessoal ao mostrar toda simpatia. Barrichello que vivia a sua possível aposentadoria na ocasião, também estava sorridente assim como o já aposentado David Coulthard. Até mesmo o Fernando Alonso estava alegre pela sua segunda posição naquele GP... de certo foram horas alegres naquele dia 2 de novembro de 2008 e mais tarde, quase que um ano depois tornar-se-iam ainda mais saudosos quando uma boa parte daqueles que haviam trabalhado naquele GP do Brasil  ficaram de fora da edição de 2009. Foi uma pena.

Mas ainda carrego aqueles dias, não somente aqueles, mas os de outros anos também, com todo carinho na mente. Não me importava se teria que acordar as três da madrugada para chegar as 4:30, ou até mesmo dormir na frente do autódromo – como aconteceu em 2003 – para não correr o risco de chegar atrasado, mas queria estar lá dentro. Tive essa oportunidade por seis anos seguidos e aprendi bastante com todos que trabalharam comigo naquelas edições. Foi divertido pra caramba.

E pra você que vai ao GP do Brasil pela primeira vez, não importa se seja para assistir ou trabalhar, mas que goste mesmo do automobilismo aproveite. A atmosfera daquele templo em dias de F1 é única. E apesar da categoria não ser mais aquela belezura de outrora, ainda dá para você sentir a essência do automobilismo nos trabalhos dos boxes, na pilotagem dos pilotos... Coisas que as câmeras não flagram.

Me diverti bastante, não somente no GP de 2008, mas nos outro cinco anteriores, e o que resta hoje são apenas as ótimas lembranças daqueles dias."

*Quero agradecer ao André Peragine, Edison Fernandes, Bruno Lima, Marcio Silveira, Cristiano Carreira, Rubem Ferresi Jr. e Alexandre Galvão por ter reservado uma pequena parte do seus respectivos tempos para relembrarem um pouco do que foi aquele GP do Brasil de 2008. Aqui fica o meu muito obrigado, camaradas! 


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

GP do Brasil 2008: Estávamos lá - Parte 1

Um pouco da turma de 2008. Em pé, da esquerda para a direita: Arnaldo Florêncio, Roberto Chagas, Bruno Lima, Fábio Vieira, José Augusto Oliveira, Rubem Ferresi Jr., Rodrigo Fernandes, Marcelo Sanches e Paulo Abreu.
Agachados, da esquerda para a direita: Fabio Aguiar, Marco Camargo, Edison Fernandes, Felipe Antonio e Kaue Souza.
A foto é do Cristiano Carreira, que também fez parte da sinalização daquele GP do Brasil
O Grande Prêmio do Brasil de 2008 foi um daqueles momentos que ficará marcado para sempre no esporte a motor, como o dia em que o título de pilotos mudou de mãos em cerca de 30 segundos. Dois contendores que buscavam pela primeira vez o título mundial e cada um defendendo as suas trincheiras pelas duas equipes mais tradicionais - e rivais - da Fórmula-1: Lewis Hamilton e Felipe Massa foram protagonistas de uma mais belas temporadas da categoria e o GP final, no majestoso Interlagos, foi o palco para a decisão mais eletrizante da história.
No último dia 2 de novembro completou cinco anos daquela prova magistral e pedi para alguns dos meus camaradas de bandeiragem que estavam naqueles três dias em Interlagos, para contarem um pouco do que foi presenciar aquela corrida que tornou-se um dos clássicos do automobilismo mundial.
Os depoimentos estão divididos em duas partes.



André Peragine
"Aquela era a primeira corrida de Fórmula 1 em que eu trabalhava. E puxa, logo de cara uma decisão de título envolvendo Ferrari e McLaren! Pela diferença de pontos, poucos acreditavam que o Felipe Massa pudesse ser campeão, mesmo assim nós ferraristas estávamos torcendo por um milagre. A tensão começou antes da largada, quando começou a chover. E com poucas voltas, a chuva parou. O foco era no trabalho, e isso aumentava nossa apreensão. Lewis oscilava entre o quarto e o sétimo lugares, mas sabíamos que ele tinha carro para terminar entre os 5 primeiros, o que não nos animava muito. Até que a chuva veio novamente, e ele foi ultrapassado por Sebastian Vettel. Para aumentar a emoção, Timo Glock havia ficado na pista, e recebemos a informação de que Lewis era o sexto. Mas com o foco no trabalho, era impossível naquele momento liberar alguma emoção. E isso aconteceu logo após a bandeira quadriculada, quando começamos a comemorar o título. Naquele momento invadi a pista para agitar as bandeiras cumprimentando Felipe Massa e fiz sinal de positivo, ele levantou a viseira com os olhos marejados e sacudiu a cabeça em gesto negativo. Nesse momento, meu companheiro de posto me avisou que Hamilton havia passado Glock. Em uma mistura de emoções, comecei a chorar, liberando tudo o que havia ficado preso durante a corrida. Pode parecer algo bobo, mas são sensações que só quem ama o esporte a motor consegue entender." 

Edison Fernandes
"2008, Interlagos, GP Brasil de Formula 1, Posto 21, Final da volta de apresentação, começa a chover somente na pista, nas arquibancadas atrás do posto não chovia. O rádio estava com o Rubens e através dele veio a informação do adiamento da largada. Começava aí umas das provas que eu mais vibrei. Durante a corrida teve vários momentos de emoção, mas foi na ultima volta que chegou ao ponto máximo. Massa cruzou em primeiro, as almofadas usadas pela torcida nas arquibancadas eram arremessadas como se fossem confetes no carnaval, O Rubens não conseguia ouvir nada no rádio, ele me perguntava sobre a posição do Hamilton (Eu estava com um radio FM), eu também não conseguia ouvir. O Felipe e eu estávamos eufóricos, por que Massa era campeão.... Mas o Rubens começou a gritar... "não... não o Hamilton passou o Glock"... e vimos o campeonato fugir das mãos do Massa... tudo isso em questão de segundos...."

Bruno Lima
"GP do Brasil de 2008, realmente foi incrível eu estava trabalhando pela 1º vez na F-1 pela Speed-Fever, e fiquei na equipe do Resgate no famoso Muro do Berger ( inicio da reta oposta), lembro como se fosse hoje exatamente o que vivi naquele dia, tudo que fiz ... e é claro a corrida, naquele dia eu posso dizer que foi o mais emocionante na minha vida dentro do Autódromo de Interlagos e um dos mais marcantes da minha vida. Eu já havia assistido a F-1 nas arquibancadas Setor G, mas foi a primeira vez que fiz parte da equipe e estava do lado de dentro e uma das coisas de várias coisas que me emocionou aquele dia, foi inicio da corrida quando foi tocado o Hino Nacional. Você olha para todos os lados e vê aquela multidão em silêncio e logo em seguida cantando o hino e no final todos gritando...  esse momento realmente foi show! Lembro-me que o Massa na época tinha chance de ganhar o campeonato e estava disputando com o Hamilton, me lembro também que voltas antes da corrida chegar ao fim, fechou o tempo no autódromo e começou a chover e a galera nem tava se importando com a chuva e sim com a corrida que estava show, e me lembro que quando o Felipe passou na linha de chegada ele era campeão tanto que todos que estavam lá comemoraram, gritaram se emocionaram... maaaas, infelizmente, o Hamilton conseguiu fazer a ultrapassagem ( não lembro em cima de quem) e passou na linha de chegada na posição que ele precisava para ser campeão. Foi umas da últimas corridas que tive alguma emoção. Foi um dos últimos anos que você tinha vontade de acorda cedo ou ficar acordado na madrugada para assistir uma corrida..."

Marcio Silveira
"Foi histórico a minha segunda experiência de trabalhar na F1. Bom, tenho várias memórias pessoais, engraçadas, de amizade e companheirismo, mas dariam várias linhas. Revi as fotos daquele fim de semana e revivi toda aquela áurea, todo aquele ambiente diferente de tudo aquilo que presenciamos o ano inteiro. Estava num posto bem próximo da pista e me impressionava como os bólidos descendo a reta oposta, com a luz de chuva piscando. Mas a corrida foi fantástica. As arquibancadas estavam lotadas. A chuva que ia e voltada não desanimava ninguém. O Massa precisava vencer e torcer para que o Hamilton chegasse depois do quinto lugar. Eu estava convivendo com o barulho ensurdecedor dos carros a metros do posto e do MP3 no último volume para ouvir a narração da corrida. O brasileiro liderou toda a corrida, mas sempre com aquele gosto que “nada mais que a vitória” viria naquela tarde. No entanto, no fim da corrida, o Vettel passou o Hamilton na disputa pela quinta posição. Parecia mentira, mas o Massa poderia ser campeão!!!! Eu fui o único do posto a vibrar com a ultrapassagem do Vettel, tanto que na transmissão da TV aparece meu braço fora do posto vibrando na passagem do alemão. Os meus companheiros de posto não entenderam nada, mas não estava nem um pouco a fim de explicar. As voltas passavam e o fim da corrida brindaria um momento inesquecível. O Felipe Massa recebeu a bandeirada. O Hamilton em sexto. Era o título com vitória no Brasil!!! A Ferrari desceu o S do Senna e a arquibancada histérica, encobrindo o barulho dos carros , agora, em baixa rotação. Eu estava com o joelho operado, não podia pular o guard rail, mas meus companheiros de posto invadiram a pista, pularam e gritaram como se contagiassem com o rebuliço das arquibancadas. E o Massa era campeão quando passou no posto 1, no posto 2, 3, 4 e, quando se aproximava do posto que estava, veio pelo MP3 que o Timo Glock tinha perdido a posição na última curva e o inglês conseguiu o quinto lugar que precisava. Foi um gelo que me deixou anestesiado por alguns minutos. Depois de guardar o material disse “É por isso que gosto de corridas!!!!” enquanto o hino da Itália do pódio era acompanhado pelo meu parceiro de posto, ainda em êxtase pelo que tínhamos acabado de vivenciar. O gelo que senti antes de comemorar o título do Massa desabou em chuva enquanto descia a reta a pé, e descobri essa tão impressionante mesmo sem a torcida e sem os carros a toda."

Cristiano Carreira
"Lembro dos momentos eletrizantes daquela etapa como se fosse hoje. Estava no posto 1 e pouco se via da corrida, portanto a emoção era ouvir o que o Toninho dizia pelo rádio. Mas eu era um simples Blue Flag Marshall, portanto, nada de rádio. Só que era tanta bandeira azul no final da reta (inclusive para Barrichello e Button que ainda sofriam na fase pré-Brawn) que o responsável pelo posto me passou o rádio. Com isso, pude acompanhar um pouco da narração do terço final da corrida. Nas últimas voltas, Hamilton perdeu a posição para a Toro Rosso do Vettel e a vibração foi incrível no rádio e na arquibancada. Arquibancada essa que vibrava a cada volta percorrida pelo Felipe. Ouvi o entusiasmo com que o Toninho disse que naquelas posições (de HAM e MAS), o brasileiro seria campeão (para a minha tristeza que estava torcendo pela Mclaren). Quando Felipe cruzou a linha em 1º lugar, parecia que a torcida (e o rádio) entendeu que aquilo era um autorama onde, ao final do tempo, as posições e diferenças se mantinham. Vi chover almofadas da arquibancada localizada na entrada do S do Senna e ouvi palavras muito alegres no Rádio. Palavras e almofadas que duraram menos de um minuto. Já na volta da vitória, recebemos a comunicação do feito do Hamilton na junção (ou do 'não feito' do Glock), uma ultrapassagem que lhe dava o ponto necessário para o título, 500m adiante. Fiquei feliz pelo ocorrido, mas também impressionado como a torcida foi alterando seu comportamento conforme a notícia ia sendo passada de torcedor para torcedor. Hoje, 5 anos depois, vemos como aquele momento foi cruel para Massa, estava ali marcado o ponto alto de sua carreira. Também naquele instante, um jovem britânico finalmente garantia a entrada dele no hall dos campeões, feito esse que por muito pouco não veio merecidamente no ano de sua estréia." 

terça-feira, 20 de agosto de 2013

F1 Battles: As ultrapassagens na Eau Rouge

Ontem eu postei quatro Gifs que mostram as ultrapassagens de Webber sobre Alonso (2011) e de Raikkonen sobre Schumacher (2012), logo na entrada para a subida da Eau Rouge. Foram belas, mas não as únicas, claro. E aqui fica alguns vídeos do pessoal a executar essas manobras que são de cortar o fôlego naquele local.

Alonso vs Hamilton, em 2007: Deixou Ron Dennis sem mais alguns fios de cabelo naquela ocasião. Sem contar o gelo que deu na espinha.
Kimi vs Michael Schumacher, 2004: Detalhe dessa corrida é que a Globo não passou ao vivo, deixando para transmitir um VT completo logo após a final do Vôlei Masculino nas Olímpiadas de Atenas. Foi uma das melhores corridas daquela década. Foi a única vitória da Raikkonen naquele ano e última vez que teve quatro pilotos brasileiros na pista - Barrichello (Ferrari); Massa (Sauber); Zonta (Toyota) e Pizzonia (Williams). Ralf Schumacher vs Jenson Button, 2000: Jenson ainda era um novato naqueles tempos, mas não intimidou-se em colocar a Williams na terceira posição do grid do GP belga de 2000. Mas Ralf Schumacher não quis saber e pôs o jovem inglês no seu devido lugar. Felipe Massa vs Juan Pablo Montoya, 2004: Felipe Massa, nos seus tempos áureos, onde tirava o que podia da sua Sauber - passando um pouco do limite, às vezes -, aproveitou a saída de boxa de Montoya para lhe aplicar uma bela ultrapassagem na subida da "Água Vermelha". O colombiano teve que tirar o pé. Jacques Villeneuve, 2005: Ok não é uma ultrapassagem, mas só a correção de Jacques Villeneuve no meio da Eau Rouge já é digno de aplausos. E vale lembrar que o seu BAR, em 1999, escapou exatamente naquele ponto indo estampar na barreira de pneus do outro lado, já no topo da curva. Mais tarde Ricardo Zonta resolveu imitá-lo.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Foto 240: Auto Avio

Devido a questões legais com o pessoal da Alfa Romeo, com quem Enzo Ferrari teve uma parceria por vários anos no esporte a motor italiano como equipe semi-oficial, o "Commendatore" não pôde usar o seu nome e nenhum carro até depois da Segunda Guerra Mundial, mas isso não o impediu de construir carros. E esse foi o caso do Auto Avio Construzione 815 que foi produzido em 1940, que foi feito na fábrica que levava o mesmo nome e onde eram feitas peças de aeronaves para o governo italiano.
Este carro teve estréia no Grande Prêmio de Brescia de 1940, que substituia a famosa Mille Miglia. Dois carros foram destinados para Lotario Ringoni/ Nardi com o #020 e Alberto Ascari/ Giuseppe Minozzi com o #021, todos na classe até 1.500cc. Apesar dos problemas enfrentados por Ascari que o alijaram da liderança, Ringoni estava absoluto na liderança e com uma folga de mais de meia hora para o segundo colocado até que o motor pifou.
Após a Guerra, e livre da impossibilidade de usar o seu nome em seus carros, Enzo construiu e pôs em pista o Ferrari 125 S em 1947 tendo a estréia no mesmo ano na pista de Piacenza, onde não completou com Franco Cortese ao volante. Mas não demorou muito para que o carro vencesse a sua primeira corrida com o próprio Cortese, no Grande Prêmio de Roma catorze dias depois da sua estréia. Este carro ainda venceria outras cinco provas naquele ano.
Fernando Alonso (com a Auto Avio) e Felipe Massa (com a Ferrari 125S) pilotaram essas duas máquinas tempos atrás.



quarta-feira, 31 de julho de 2013

Apenas uma jogada


(Foto: Divulgação)

O cair da bandeira quadriculada em Hungaroring encerrou a primeira parte do mundial de Fórmula-1 e iniciou uma frenética bateria de especulações em torno de três nomes: Ferrari, Alonso e Red Bull. A visita do agente do piloto espanhol ao motorhome da equipe rubro-taurina que, segundo Abad e Horner, era para tratar sobre Carlos Saiz Jr., que faz parte do programa de jovens pilotos da Red Bull, ascendeu a luz amarela em todos os meios de comunicações que começaram a caçar todas as informações e depoimentos de todos os lados, uma vez que presença do empresário de Alonso estaria negociando uma possível ida do seu agenciado para o time dos energéticos a partir de 2014. Os elogios de Christian Horner para o piloto espanhol só aumentaram o frisson da imprensa e as reclamações de Fernando com o baixo desempenho da Ferrari na corrida húngara serviram para deixar ainda ouriçada toda a comunidade da categoria.
Apesar de que exista a velha a máxima de que “contratos podem ser rasgados”, acho difícil Alonso sair da Ferrari antes do término do seu contrato que espira em 2016. Ao contrário do que foi com a McLaren em 2007, o ambiente da “Rossa” é muito menos hostil do que existia no time de Woking. A não ser que ele faça como Prost em 1991 que chamou o carro da Ferrari de caminhão e foi “convidado” a se retirar da equipe ao final daquele ano, tanto que nem disputou o GP da Austrália. Mas nem isso, no meu ver, faria com que Fernando saísse de lá. Outra: Horner fez o certo. Foi diplomático em elogiar Alonso, mas talvez se lembre bem de quando foi procurar o espanhol na metade da década passada para integrar a então novata Red Bull e ouviu um não. Ironicamente, o “Patinho Feio” que Fernando deu de ombros há quase dez anos, virou um belo “Cisne” e o tem deixado constantemente para trás. Se arrependimento matasse... . Por outro lado Vettel também já expressou a sua opinião, dizendo que prefere Kimi do que Fernando por lá, uma vez que o seu relacionamento com o finlandês é muito melhor dentro e fora das pistas do que é com Alonso. E Sebastian sabe muito bem disso, afinal ele era um garoto que estava dando os primeiros passos na categoria quando assistiu de camarote o embate Alonso vs McLaren & Hamilton em 2007 e viu o inferno que pode se transformar a Red Bull com a presença de Fernando por lá.
A impressão que passa é que todo este cenário formado por Fernando Alonso, com relação as suas constantes reclamações, é unicamente para pressionar a Ferrari a procurar melhorar o carro que tem caído pelas tabelas. Na Hungria pôde ser visto que a equipe italiana esteve um passo atrás de Red Bull, Mercedes e Lotus e isso tem incomodado o piloto espanhol, que chegou a dizer que a quando a equipe entrega à ele e Massa um carro competitivo, ambos conseguem boas performances e o exemplo usado por ele foi exatamente a corrida da Espanha quando venceu e Felipe foi terceiro, nessa que foi a melhor apresentação da equipe na temporada. De certa forma Alonso tem razão, mas isso não vem de hoje e muito menos de 2010. Em 2009, quando as regras foram mudadas, era normal você ler e ouvir declarações de Massa e Raikkonen de como era complicado pilotar a F60 e isso ficou mais claro quando Luca Badoer e Giancarlo Fisichella puseram as mãos neste carro e passaram a frequentar as últimas posições nas corridas em que substituíram o acidentado Massa. Se não fosse a vitória de Kimi em Spa naquele ano, a Ferrari teria passado em branco. Portanto as dificuldade da equipe em desenvolver os carros vem desde 2009 e Fernando Alonso, pensando que pudesse pegar uma época de grande fase da equipe igual à década passada, acabou se dando mal. A proibição dos testes nos períodos entres as provas foram proibidos e nenhuma equipe sentiu tanto essa decisão do que a Ferrari, que estava acostumada a terminar as corridas e na segunda-feira seguinte já correr para Fiorano ou Mugello para testar novas peças ou solucionar problemas. O uso do túnel de vento da Toyota, em Colonia, não é confiável. A equipe japonesa, na sua estadia na categoria, sempre reclamava que nem sempre os resultados obtidos naquele túnel eram traduzidos na pista, sendo que durante os treinos e corridas era um verdadeiro fiasco.
Por outro lado, Alonso também não foi capaz de construir em torno de si uma equipe forte, como fizera Michael Schumacher na segunda metade dos anos 90, que mais tarde culminou num período de domínio brutal do piloto alemão que se estendeu de 2000 até 2004. Mas antes de obter todo esse sucesso, Michael trabalhou forte junto de Todt, Brawn, Byrne e outros caras da parte técnica que conseguiram ganhar quilometragem para que pudessem desempenhar cada um o seu papel, de forma a dar para a Ferrari todo o sucesso que veio em seguida. Talvez eles esperassem isso de Fernando, como também o próprio esperasse uma equipe mais bem organizada como era nos tempos de... Schumacher. Por isso que não foi à toa o puxão de orelha de Luca Di Montezemolo, dizendo que o espanhol devia "evitar polêmicas e dar com humildade e determinação sua própria contribuição, estando perto, na pista e fora, à equipe e aos seus homens". 
A Ferrari já contra-atacou e contratou James Alisson, que trabalhou na equipe entre 2002 e 2004 e esteve no comando dos projetos dos Renaults que foram campeões com o próprio Fernando Alonso no biênio 2005/06. Era uma contratação que já vinha sendo ventilada na imprensa há algum tempo, mas ele poderá trabalhar na equipe somente a partir de setembro quando estará livre do seu contrato com a Lotus. Interessante isso, pois ele entrará na equipe exatamente quando o mundial estiver com oito provas restantes e pode, quem sabe, dar um fôlego para a equipe nessa reta final. O possível regresso de Rory Byrne a equipe em 2014, deixaria mais forte a equipe técnica da Ferrari.
Com a pressão exercida por Alonso e as casa de Maranello a se mexer para tentar sair dessa crise, pode render uma boa fase para o time nos próximos anos. E se eu fosse o Alonso, não sairia de lá agora.  

Foto 1039 - Bernd Rosemeyer, Roosevelt Raceway 1937

  (Foto: Adam Gawliczek)  Um momento de descontração antes do embate dos europeus vs americanos pela 13ª edição da Vanderbilt Cup, realizada...