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quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Os 25 anos do Tri – A consagração de Ayrton Senna - Final

(Continuação)




Grande Prêmio da Alemanha –
Parecia uma repetição que havia acontecido em Silverstone, semanas antes: Mansell dominara amplamente todos os treinos, mas na classificação uma pequena vantagem de quase dois décimos para Senna, o segundo. A corrida foi um passeio do Leão, com uma largada precisa e dura sobre Ayrton que perdera a segunda posição para Berger que pulou de terceiro. Nigel foi embora, deixando para os que estavam atrás, se digladiarem pela segunda posição. Melhor sorte para Patrese que, apesar de ter feito uma largada péssima – mais uma – conseguiu recuperar-se para terminar em segundo e oferecer a Williams mais uma dobradinha. Senna e Prost duelaram pela terceira posição em certo estágio da corrida, com a melhor ficando para o brasileiro que jogou pesado com o seu velho rival na freada para a primeira chicane, tanto que Prost acabou escapando pela área de escape e indo pra fora. Gerou umas boas reclamações de Alain... Alesi foi outro que se deu bem, ao apostar em pneus mais duros e optar por não parar o que lhe rendeu o terceiro lugar. Para Senna o desaire aconteceu perto fim, ao ficar –outra vez – sem combustível. O dia não era da McLaren, já que Berger parecia ter o terceiro lugar garantido, mas também ficou combustível. Um dia péssimo para a equipe de Ron Dennis, que ainda viu a liderança de Construtores ir para as mãos da Williams (70x71). Mansell venceu, seguido por Patrese, Alesi, Berger, De Cesaris e Gachot (outra boa jornada da equipe Jordan). Campeonato: Senna 51; Mansell 43; Patrese 28; Prost 21; Berger 19. 




Grande Prêmio da Hungria –
Era de se esperar uma reação da McLaren. Não podia a equipe de Ron Dennis esperar de braços cruzados uma queda de rendimento da Williams, porque esta seria bem mais difícil. Portanto, arregaçaram as mangas – tanto eles quanto Honda e Shell – e trabalharam fortemente em Silverstone para conseguir bons resultados que foram levados para a etapa de Hungaroring. Com esse trabalho pesado, o que se viu na pista húngara foi um renovado MP4/6 com um Ayrton Senna a explorar todas as vantagens que aquele renovado carro lhe proporcionara. Há de convir que a Williams não se achou naquele circuito e isso facilitou um pouco, mas não tiramos o mérito do trabalho feito pela McLaren que, convenhamos, tinha passado da hora de acontecer. Ayrton cravou a pole e fez a sua corrida defendendo-se como podia dos ataques de Patrese, que agora havia feito uma boa largada partindo da segunda colocação. Mas os problemas nos freios o fizeram tirar o pé e dar passagem para que Mansell fizesse o ataque a Senna. Do mesmo modo que o italiano, Nigel tentou e não conseguiu, esbarrando nas defesas de Ayrton e do mesmo modo que seu companheiro, o Leão acabou enfrentando problemas nos freios e desistindo de continuar a pressionar o piloto brasileiro. Senna venceu o GP (após cinco provas sem ter esta oportunidade), com Mansell em segundo, Patrese terceiro, Berger em quarto, Alesi em quinto e Capelli (marcando o primeiro e único ponto que a Leyton House teve no mundial) em sexto. E a McLaren recuperava, por dois pontos (83x81), a liderança do mundial de construtores. Campeonato: Senna 61; Mansell 49; Patrese 32; Berger 22 Prost 21. 



Grande Prêmio da Bélgica –
A prova belga acabou por ser de grande sorte para Senna. Numa pista que tão bem conhece e que já havia vencido em outras quatro oportunidades – três dela de forma consecutiva –, o piloto brasileiro marcou a pole com mais de um segundo de vantagem sobre... Prost que aparecia numa bela segunda colocação. As Williams não tinham tido boa jornada: Mansell marcara o terceiro melhor tempo, mas Patrese tinha conseguido a segunda melhor marca. Uma vistoria técnica, que constatou o não funcionamento da marcha ré acabou anulando a sua melhor volta e o deixando apenas com a sua segunda melhor marca... que lhe dava o 17º tempo. Esta prova marcaria a estréia de Michael Schumacher, que substituía Bertrand Gachot. A corrida acabou quase que sendo uma roleta russa para o piloto da McLaren: apesar de uma liderança quase que confortável Senna passa a ter problemas sérios com o câmbio de sua McLaren a ponto de perder, em uma só volta, dez segundos para Alesi. Ayrton passou a evitar a 1ª e 2ª onde as trocas encavalavam e dificultava demais a troca. Para a sua sorte, Jean Alesi, que liderava, tem problemas no motor e abandona. Parecia que as coisas seriam tranqüilas para Ayrton, mas aí surgia... a Jordan de De Cesaris, que estava em grande forma naquele momento e apenas três segundos de Senna. Mais uma vez a sorte sorria para o piloto da McLaren: o motor Ford do Jordan pifou faltando três voltas para o final. Foi um refresco e tanto para o brasileiro que passou para vencer o GP belga, com Berger em segundo, Piquet em terceiro, Moreno em quarto, Patrese (que estava em terceiro, mas sofreu alguns problemas no câmbio que logo o fez tirar o pé e perder posições para Piquet e Moreno) quinto e Blundell (conseguindo os primeiros pontos da Brabham no campeonato)em sexto. Campeonato: Senna 71; Mansell 49; Patrese 34; Berger 28; Piquet 22. 




Grande Prêmio da Itália –
O GP italiano apresentava uma novidade numa das equipes de ponta: o talento apresentado por Schumacher foi logo observado pela raposa Flávio Briatore, que logo correu para garantir um contrato com ele e desalojar Moreno do segundo carro para que o alemão ingressasse na Benetton. Isso gerou algumas dores de cabeça para Roberto que logo entrou com ação judicial. Bernie precisou intervir e resolver o assunto. Com isso a nova estrela pôde fazer sua estréia pela Benetton e segunda corrida na categoria, enquanto que Moreno conseguiu uma vaga na Jordan. Ayrton marcara mais uma pole, um décimo a frente de Mansell. A marca de Senna passou bem perto do recorde de Keke Rosberg, estabelecido na qualificação para o GP da Grã-Bretanha de 1985 quando o finlandês fez 256,629 Km/h para marcar a pole. Ayrton ficara a 0,078km/h do recorde... Na corrida, apesar de seu esforço, Ayrton não foi páreo para as Williams, especialmente a de Mansell com quem batalhou por algumas voltas. Mas antes disso, tinha duelado contra Patrese que chegou assumir o comando, mas abandonaria com o... câmbio quebrado na freada para a Ascari. Um azar do piloto italiano. Mansell foi quem partiu para o ataque e conseguiu passar o brasileiro, que ainda iria para os boxes para trocar os pneus e conseguir recuperar-se para garantir o segundo lugar a sete voltas do fim após ultrapassar Prost. Mansell garantiu a vitória, brecando a reação de Senna que durava já duas corridas; Ayrton foi o segundo, Prost terceiro, Berger quarto, Schumacher (a nova estrela do mundial, que fizera bom treino ao colocar-se à frente de Piquet e conseguindo bom ritmo em toda a prova) em quinto e Piquet (que completara nesta etapa seu GP de número 200) fechando em sexto. Campeonato: Senna 77; Mansell 59; Patrese 34; Berger 31; Prost 25. 




Grande Prêmio de Portugal –
A prova de Estoril acabou sendo vital para o desfecho que o campeonato teria em poucas semanas. O tremendo azar que Mansell teve na hora em que entrou para os boxes para realizar seu pit-stop, era digna de pastelão com os mecânicos da Williams correndo com o pneu traseiro na mão para tentar devolver Nigel à pista. O trabalho mal feito pelos mecânicos naquela altura, deixando que Mansell partisse para a pista com a roda ainda solta, custou uma vitória para o Leão e piorou ainda mais quando ele tomou uma bandeira preta por causa da colocação do pneu em plena pista de rolagem do pitlane. Foi um desaire total... Ayrton Senna, sem dúvida alguma, saiu no lucro, uma vez que a posição que conquistaria naquele momento seria o do terceiro lugar. Não tinha nenhuma condição de discutir vitória com as Williams e a sua preocupação era apenas para tentar salvar o máximo de pontos possível. Com a segunda posição conquistada, a diferença para Nigel subiu para 24. E naquela altura faltavam apenas três GPs para o final... Patrese foi o grande nome daquele GP. Além de uma pole convincente, conseguiu domar Mansell por algum momento da corrida, mas precisou entregar a posição para ele por conta do jogo de equipe. Mas quando aconteceu o abandono de Nigel, ele voltou a carga total conseguindo uma vitória maiúscula naquele GP. Uma bela apresentação do italiano. Outro grande nome foi o de Pierluigi Martini, que brigara com Alesi pela terceira colocação da corrida. Aliás, Martini sempre conseguiu bons resultados naquela pista portuguesa estando a serviço da Minardi. Quem não se lembra dele liderando uma das voltas em 1989? Patrese venceu, mas Ayrton também pôde considerar-se vitorioso visto o que conseguira com aquela segunda posição. Alesi foi o terceiro, Martini o quarto, Piquet (conseguindo domar o novato Schumacher) em quinto e Schumacher em sexto. Campeonato: Senna 83; Mansell 59; Patrese 44; Berger 31; Piquet 25. 




Grande Prêmio da Espanha –
O novo circuito da Catalunha, que abrigou o GP espanhol naquele ano, presenciou a garra de Mansell para tentar reverter o prejuízo que tivera semanas antes em Estoril. Apesar da primeira fila da McLaren – com a pole ficando para Berger – Nigel não se intimidou com a estratégia traçada por Ayrton. Para o brasileiro, era importante aquela colocação de Gerhard, uma vez que ele poderia abrir grande vantagem equanto Senna atrasava Mansell e caso fosse ultrapassado, o Leão teria que trabalhar pesado para alcançar Berger. Apesar de Schumacher ter assumido a terceira colocação ainda no inicio da prova, uma rodada do mesmo facilitou a vida de Nigel que começou a alcançar Senna. Os dois acabariam por protagonizar uma das cenas icônicas da F1 e dos anos 90 ao descerem a enorme reta dos boxes da pista espanhola lado a lado, para Senna perder o segundo posto na freada. Um momento tenso, mas belo protagonizado pelos dois grandes pilotos. A escolha errada de pneus por Ayrton (que optara por pneus mais duros do lado esquerdo) causava pouca aderência e numa pista com a garoa a cair, tornava-se um sabão. Tanto que a rodada acabou inevitável na entrada da reta dos boxes na 13ª passagem. Senna terminaria em quinto, num fim de semana desastroso para ele. Mansell conseguira alcançar Berger e assumir o comando da corrida. O austríaco abandonaria mais tarde com problemas na parte elétrica. No final, Mansell vence seguido por Prost, Patrese, Alesi, Senna e Schumacher. Campeonato: Senna 85; Mansell 69; Patrese 48; Prost e Berger 31. 




Grande Prêmio do Japão –
Pela terceira a F1 viveria a possibilidade de ver o campeonato ser decidido em Suzuka. Para a Honda, seria um desfecho e tanto garantir o seu quinto título mundial como fornecedora de motores naquele local pelo quinto ano consecutivo. Para Ayrton, era a oportunidade de tentar fazer a mesma jogada que dera errado em Barcelona. Nisso, o empenho de Honda e Shell para produzirem motores e combustíveis especiais para aquela ocasião, não foram medidos: enquanto a petrolífera ofereceu óleos e combustível de primeira linha, a fábrica japonesa trabalhou em novas especificações de motores entregando dois tipos para a McLaren: uma para classificação e outro para a corrida. Uma época em que podiam se dar este luxo e quando a categoria não pegava no pé em relação aos altos custos. Bons tempos... Este esforço hercúleo foi bem vindo quando a classificação terminou: Berger assinalava mais uma vez a pole, com Senna em segundo para depois aparecer Mansell. Um cenário bem parecido com aquele que todos presenciaram semanas atrás na Catalunha. Mas será que desta vez daria certo? Do mesmo modo que em Barcelona, Berger largou bem e junto de Ayrton formaram o bloqueio para que Mansell não conseguisse ultrapassá-los. Gerhard conseguiu abrir boa vantagem e Senna, repetindo o que fizera nas primeiras voltas na Espanha, segurava Mansell que aos poucos iniciava uma pressão sobre o brasileiro. A tática em segurar Nigel e deixar que Berger abrisse grande vantagem, estava funcionando de forma perfeita: na nona volta o piloto austríaco já estava com dez segundos sobre Ayrton. Porém, Mansell resolveu encerrar o assunto: colado no câmbio do McLaren, ele acabou perdendo a dianteira do Williams e foi direto para a caixa de brita. Fim de prova e fim de disputa. Senna se sagrara tricampeão com aquele resultado, mas ainda tinha uma corrida para ser disputada. Ayrton conseguiu alcançar Berger, que sofria com problemas no carro, e o ultrapassou. As coisas se manteram inalteradas até a última volta, quando Senna diminuiu o ritmo e deixou Gerhard ultrapassá-lo na última curva para vencer a corrida. Depois soube que aquela atitude tinha sido fruto de um acordo entre Ayrton e Ron Dennis e que fora discutida entre os dois nas últimas voltas via rádio. Berger acreditara que Senna também tinha problemas naquele momento em que esteve lento, porém descobriria mais tarde que era um acordo e isso não agradou muito o austríaco... Berger venceu, com Ayrton, agora tricampeão, em segundo (e soltando o verbo na coletiva de imprensa sobre os acontecimentos dos últimos dois anos), Patrese em terceiro, Prost em quarto, Brundle em quinto (numa boa jornada da Brabham) e Modena em sexto. Menção para Piquet, que teve problemas na suspensão antes da largada e tudo foi solucionado em tempo recorde no grid para conseguir largar em último – ele largaria originalmente na décima posição. Nelson acabou em sétimo. Campeonato: Senna 91; Mansell 69; Patrese 52; Berger 41; Prost 34. 




Grande Prêmio da Austrália –
Adelaide, nos últimos anos, tornara-se um local mais para festas de fim de temporada. Um ambiente mais leve e menos sisudo, afinal os campeonatos sempre se decidiram em Suzuka desde 1987. E o de 1990 não foi diferente, se bem que a chuva, torrencial, também quis participar da prova. Mas exagerou na mão: assim como em 1989, a chuva foi forte e fez com que os pilotos se virassem como podiam naquelas condições adversas. Escapadas e batidas deram o tom naquela derradeira etapa. Senna marcara a pole, com Berger ao seu lado e já na largada o austríaco perdera a segunda posição para Mansell, que passa a perseguir Ayrton. Atrás, escondidos sob o forte spray d’água, o caos desenrolou-se com vários pilotos rodando e batendo no muro, como foram os casos de Martini, Gugelmin, Mansell... Senna ainda liderava a corrida quando acenou para o diretor de provas, Roland Bruynsereade, para interroper a prova na passagem da 16ª volta. Ambos tinham combinado isso caso as condições piorassem. Trato é trato e a prova acabou sendo encerrada em bandeira vermelha, tornando-se, assim, a menor da história com apenas 14 voltas completadas (52.82 km). Senna venceu, com Mansell em segundo, Berger em terceiro, Piquet em quarto, Patrese em quinto e Gianni Morbidelli (que substituiu o demitido Alain Prost) em sexto.

Resultado final dos Mundiais de Pilotos e Construtores de 1991

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Os 35 anos do primeiro título: No meio da guerra, Piquet campeão - Final

(continuação)



Grande Prêmio da Grã-Bretanha –
Mais uma vez a Lotus tentou inscrever o seu modelo 88, que agora estava numa versão B. E como aconteceu em etapas anteriores, o carro foi reprovado e a equipe de Colin Chapman teve que contentar-se com o 87. Jean Pierre Jarier aparecia na Osella, no lugar de Miguel Angel Guerra. A Brabham, já se adiantando em relação ao progresso dos motores turbo, testou o motor Turbo da BMW durante os treinos livres com Nelson Piquet. Na corrida ele utilizou o Ford Cosworth. A primeira fila foi toda da Renault, com Arnoux marcando a pole. Em terceiro aparecia Nelson Piquet, com Pironi ao seu lado. A corrida acabou sendo uma prova de resistência mecânica para os carros. Apesar da grande forma apresentada pelas Renaults durante boa parte da corrida, ambas foram eliminadas por problemas de motor: Prost abandonou na volta 17 e Arnoux, que liderou até a volta 50, abandonou na passagem 64. Para o campeonato, esta corrida foi de sonho para Reutemann já que seus principais adversários pelo título ficaram pelo caminho: Alan Jones acabou acompanhando Gilles Villeneuve quando este bateu na saída da Woodcote, e Nelson Piquet teve um pneu furado em plena Becketts na volta 12, indo bater forte. Todos estes problemas ajudaram, e muito, John Watson, que foi subindo na classificação para aproveitar-se bem dos problemas enfrentados por Arnoux para ultrapassá-lo e vencer a corrida de casa para a McLaren, a primeira dela em cinco anos e a primeira de chassi de fibra de carbono. Reutemann terminou em segundo; Laffite em terceiro; Cheever em quarto; Rebaque em quinto e Slim Borgudd fechando em sexto para a ATS. 
Classificação do campeonato: Reutemann 43 pontos; Piquet 26; Jones 24; Villeneuve e Laffite 21. 




Grande Prêmio da Alemanha –
A prova de Hockenheim deu mais uma vez mostras da evolução dos motores turbo, principalmente por conta da Renault com seus dois carros. A pole ficou para Prost, seguido por Arnoux, formando mais uma vez a primeira fila para a fábrica francesa. Em seguida aparecia as duas Williams de Reutemann e Jones, para depois surgir a Ferrari de Pironi em quinto e a Brabham de Piquet em sexto. Foi uma luta intensa pela vitória, principalmente entre Renault e Williams. Pironi também mostrou boa forma, mas o motor de sua Ferrari acabou por danificar ainda na segunda volta. Jones estava em grande dia e também desafiou a Renault de Prost pela vitória, conseguindo a liderança na volta 21. Sete voltas depois, Reutemann acabou abandonando a prova com problemas no motor. Alain Prost também teve alguns contratempos com o seu carro, o que permitiu a aproximação de Piquet que logo subiu para segundo. As coisas ficariam ainda melhores para Nelson, quando Jones teve algumas falhas em seu Williams. Sendo assim, o piloto brasileiro subiu para o primeiro lugar e teve apenas o trabalho de levar o Brabham-Ford a vitória em Hockenheim. Prost ficou em segundo; Laffite em terceiro; Rebaque em quarto; Cheever em quinto; e Watson em sexto. Classificação do campeonato: Reutemann 43; Piquet 35; Laffite 25; Jones 24; Villeneuve 21. 




Grande Prêmio da Áustria –
A equipe Fittipaldi, enfrentando sérios problemas financeiros e sem motores sobressalentes, se fez ausente nesta 11ª etapa. A Tyrrell teve mudanças: o novo 011 estava pronto e agora a equipe de Ken Tyrrell deixaria de lado os pneus da Avon para usar os Goodyear. Apesar das novidades, Eddie Cheever não conseguiu qualificar-se para esta prova. Aproveitando-se bem da altitude que favorecia imensamente os motores turbo, a Renault mais uma vez deu as cartas na classificação: Arnoux marcou a pole e Prost aparecia em segundo. Gilles Villeneuve era o terceiro, enquanto que Laffite levava o Ligier Matra ao quarto posto. Piquet aparecia em sétimo, logo atrás das Williams. Apesar de uma largada fenomenal, Gilles Villeneuve não conseguiu sustentar a primeira posição por muito tempo ao escapar na segunda volta e retornar na sexta colocação. Dez voltas depois ele abandonaria por conta de um acidente. As Renaults estavam perfeitas no velho Osterreichring, conseguindo abrir grande vantagem sobre Didier Pironi que ia em terceiro. Conforme a corrida foi transcorrendo, as coisas mudaram: Pironi foi ultrapassado por Laffite, Piquet, Jones e Reutemann e ainda cairia mais na classificação para terminar em nono com uma volta de desvantagem. Prost, que estava na liderança, teve problemas na suspensão e acabou abandonando, deixando a liderança para Arnoux que não mais tinha grande vantagem para Laffite. O piloto da Ligier conseguiu alcançar seu compatriota, ultrapassando-o na volta 39 e de lá seguindo para a sua primeira conquista na temporada. Arnoux fechou em segundo; Piquet em terceiro; Jones em quarto; Reutemann em quinto e Watson em sexto. Estas últimas provas não foram boas para Carlos, uma vez que Piquet estava a seis pontos dele e Laffite a nove. 
Classificação: Reutemann 45; Piquet 39; Laffite 34; Jones 27; Villeneuve 21. 




Grande Prêmio da Holanda –
A novidade para esta etapa foi o retorno da Fittipaldi, que agora teria os pneus Pirelli para o restante da temporada. Mas nenhum de seus dois carros conseguiu a classificação em Zandvoort. A Renault continuava seu domínio amplo nas classificações nesta segunda parte do mundial: Prost levava a pole, com Arnoux em segundo. Piquet marcou o terceiro tempo, com Jones em quarto, Reutemann em quinto e Laffite em sexto. O inicio da prova marcou o abandono de Gilles Villeneuve, após ter se enroscado com Bruno Giacomelli e Patrese ainda na largada. Reutemann e Andretti tocaram-se, com o pior ficando para o ítalo-americano que teve problemas na dianteira de seu Alfa Romeo. Alan Jones desafiou a liderança de Alain Prost, ao ameaçar por várias voltas a primeira colocação do francês. Devido o forte ritmo que imprimiu neste duelo, o australiano acabou perdendo rendimento em seus pneus o que causou a aproximação de Piquet que logo ultrapassou seu rival. Um pouco antes, o acidente entre Reutemann e Laffite, na luta pela quarta colocação, acabou eliminando ambos da prova. No final, Prost acabou por vencer, seguido por Piquet, Jones, Rebaque, De Angelis e Eliseo Salazar. Esta acabou por ser uma prova importante, pois com o abandono duplo de Carlos e Jacques, Piquet empatou com o piloto argentino na liderança do mundial ficando logo a frente por ter uma vitória a mais. 
Classificação: Piquet e Reutemann 45; Laffite 34; Jones 31; Prost 28. 




Grande Prêmio da Itália –
De volta ao circuito de Monza, o GP italiano viu mais uma vez a pole ficar para a Renault, mas desta vez sem monopolizar a primeira fila: Arnoux cravou o primeiro tempo, com Reutemann em segundo, Prost em terceiro, Laffite em quarto, Jones em quinto e Piquet em sexto. A novidade foi a primeira vez da Toleman num grid de largada, com Brian Henton conseguindo o 23º tempo. O piloto britânico terminaria em 10º. Siegfried Sthor sofreu um acidente durante a classificação e ainda abalado com o acidente em Zolder com o mecânico Dave Luckett, resolveu aposentar-se das corridas. Prost assumiu a liderança na largada, sendo seguido por Reutemann e Arnoux, que despencara para terceiro. A grande sensação naquele inicio foi a largada de Pironi, que pulou de oitavo para quarto e estava em segundo algumas voltas depois. Mas o seu bom momento teve prazo de validade, quando Arnoux subiu para segundo e Laffite para terceiro, jogando Pironi para quarto. O francês da Ferrari terminaria em quinto. Laffite também não teve muita sorte, ao abandonar na volta onze. Na volta seguinte foi a vez de René Arnoux abandonar por conta de um acidente, quando tentou desviar da Tyrrell de Cheever. O acidente de Watson na saída da segunda perna da Lesmo, num embate contra os rails da parte interna que chegou arrancar o motor de seu McLaren, também causou problemas para alguns competidores, como foi os casos de Alboreto (que bateu seu Tyrrell em seguida no motor do Mclaren) e Reutemann que foi para a grama perdendo, assim, o terceiro posto para Giacomelli. O piloto italiano estava muito bem naquele GP, mas problemas no câmbio na sua Alfa Romeo forçaram seu abandono. Piquet estava em terceiro até a última volta, quando o motor de seu Brabham apresentou problemas e o piloto brasileiro caiu para sexto. A vitória ficou para Prost, seguido por Jones, Reutemann, De Angelis, Pironi e Piquet. O problema de Nelson na última volta permitiu Carlos voltar ao topo da tabela de pontos com três de vantagem sobre o piloto brasileiro. A grande arrancada de Prost nas últimas provas lhe deu algumas esperanças de título. 
Classificação: Reutemann 49; Piquet 46; Prost e Jones 37; Laffite 34. 




Grande Prêmio do Canadá –
O GP canadense foi frutífero na sua Seally Season: Jones anunciou sua aposentadoria ao fim daquela temporada; rumores do retorno de Lauda se deram quando viram o austríaco testando pneus para a McLaren em Donington; também foi dito que Mario Andretti deixaria a F1 ao final do ano. A novidade na lista de pilotos era a inclusão de Jacques Villeneuve, irmão de Gilles, que substituiria Sthor na Arrows. Pela primeira vez naquela segunda parte do mundial, nenhum Renault se encontrava na primeira fila: Piquet foi o pole, tendo ao seu lado o líder do mundial Carlos Reutemann; Jones fez o terceiro tempo e Prost o quarto; Mansell levou a Lotus ao quinto lugar e Rebaque ficou com o sexto tempo. Com a prova tendo a presença da chuva desde o seu início, Jones foi mais esperto que os dois ponteiros e logo assumiu a liderança. Carlos teve que abrandar o ritmo depois de um toque de seu companheiro de Williams e isso o fez cair na tabela de classificação. A corrida do Canadá acabou por ser desastrosa para o argentino, que não pontuou. Jones acabaria rodando e isso prejudicou Piquet, que ao tentar desviar do Williams, perdeu algumas posições. Alan abandonou na volta 24 e Nelson recuperou-se para terminar em quinto. Prost deu adeus a suas chances no campeonato quando se envolveu num acidente com Mansell na volta 45. Laffite foi quem acabou se dando bem naquela tarde chuvosa, ao conseguir a sua segunda vitória no campeonato. Watson foi segundo; Gilles Villeneuve - que brindou a torcida local com uma de suas conduções acima do limite e com a asa dianteira a atrapalhar a sua visão por boa parte da prova – em terceiro; Giacomelli foi o quarto, Piquet o quinto e De Angelis o sexto. A final em Las Vegas teria três pilotos separados por meros seis pontos. Piquet estava em segundo, mas a um ponto de Reutemann, o que significava que qualquer resultado seu à frente do argentino lhe garantia o título. Para Laffite, seis pontos atrás, precisaria de algumas combinações para conseguir a taça. 
Classificação: Reutemann 49; Piquet 48; Laffite 43; Prost e Jones 37. 




Grande Prêmio dos EUA –
A derradeira etapa de um campeonato que estava fadado a não acontecer, ou acontecer ainda que de forma “manca”, estava prestes a se iniciar. Com o traçado montado no enorme estacionamento do Caersar’s Palace, em Las Vegas, o calor era imenso, mas isso não foi empecilho para vermos um empenhado Carlos Reutemann conquistar a pole e tentar dar o primeiro passo rumo ao seu primeiro título mundial. Alan Jones ainda estava com o orgulho ferido por conta da etapa de Jacarepaguá e não mediria esforços para bater seu companheiro de equipe, ainda mais que aquela prova de Las Vegas era a sua última na categoria. Gilles Villeneuve era o terceiro, com Piquet em quarto; Prost era o quinto e Watson o sexto. Laffite dificultara ainda mais suas remotas possibilidades de título ao marcar apenas o 12º tempo. Isso significava ter que remar contra um bom pelotão que ia a sua frente e ainda contar com a má jornada de Piquet e Reutemann. Vida dura para o francês. A prova foi extremamente pautada por ação e cautela por aqueles que disputavam o título, exceto Laffite, que fizera boa largada e pulara para sétimo. Reutemann despencou de primeiro para quinto e Piquet caiu de quarto para oitavo. Gilles conseguira uma bela largada ao pular para segundo, mas não tinha ritmo para acompanhar Jones. Prost superou o canadense algumas voltas depois, mas também não tinha como alcançar um alucinante Alan naquela prova. Mais atrás, os pretendentes ao título vagueavam pelas posições: Reutemann ia caindo aos poucos na tabela, uma vez que Laffite já havia ultrapassado ele e Watson, subindo para quinto. Reutemann era sétimo, mas seria ultrapassado por Piquet que voltas depois passaria Watson na disputa pela sexta posição. Ele subiria para quinto após a desistência de Gilles, mas Andretti o ultrapassaria depois jogando o brasileiro para sexto. A escapada de Giacomelli, que estava em quarto, acabou ajudando Piquet a subir para quinto novamente e Reutemann estava em sexto. Mais tarde foi a vez de Mario Andretti abandonar com problemas na suspensão de sua Alfa Romeo. Assim, Piquet subiu para quarto e Reutemann quinto, numa prova de gato e rato. Prost teve alguns problemas, o que fez cair de segundo para sexto na classificação. Isso significava que Piquet encontrava-se em terceiro, com Reuteman em quarto, mas outras mudanças viriam com o decorrer da prova: Prost se recuperava e ultrapassou Piquet, mas o brasileiro voltaria para terceiro com os problemas enfrentados por Laffite que ia em segundo. Carlos passou a ter problemas no câmbio de sua Williams e o argentino foi presa fácil para Mansell e Giacomelli, que vinha em grande recuperação. As coisas piorariam ainda mais para Reutemann, que despencaria ainda mais, terminando em oitavo. Para Piquet, que já sabia da posição que se encontrava o seu rival, deixou caminho aberto para Mansell e Giacomelli discutirem a terceira posição, sendo que a melhor foi o italiano que terminou em terceiro. Para Nelson Piquet, a quinta posição foi o bastante e com um ponto de diferença sobre Carlos, o brasileiro chegou ao seu primeiro título mundial. Alan Jones venceu seu último GP na F1, seguido por Prost e Giacomelli. Mansell foi o quarto, Nelson o quinto e Laffite o sexto.




Classificação final dos campeonatos de Pilotos e Construtores

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Foto 588: Forças

Acho que a prova de ontem em Hockenheim serviu apenas para mostrar a real divisão de forças da atual F1. Não foi nenhuma grande corrida, mas também não foi nenhum desastre, ficando apenas no que já sabemos bem que a Mercedes, em condições normais, é inalcançável.  A atual tranquilidade de Hamilton contrasta com o inferno que Rosberg tem enfrentado nas últimas provas, até por conta de suas más largadas, onde não tem conseguido aproveitar-se bem da posição de honra. Se era Lewis quem largava mal no início do ano, agora é a vez de Nico sentir que precisa dedicar-se a isso. A única oportunidade para Rosberg tentar uma reação virá imediatamente no GP da Bélgica, no fim de agosto, quando Hamilton poderá sofrer punições pela troca de motor e componentes o que jogaria o piloto inglês para a última posição e daria ao alemão a oportunidade de tentar diminuir - ou que sabe até superar - a diferença que hoje é de 19 pontos entre eles.
Por outro lado vemos uma disputa bem interessante pelo posto de segunda força, com uma Red Bull que levou seus dois pilotos ao pódio e nisso roubou a segunda posição da Ferrari no Mundial de Construtores. E ontem foi um retrato fiel de algo que estamos acompanhando desde o GP da Espanha, mas desta vez mais latente: uma Red Bull espetacularmente em forma e uma Ferrari que parece ter estagnado tecnicamente. Aquela atuação brilhante de Vettel em Montreal, visto hoje, mais parece um suspiro de um moribundo, do que de uma equipe que ainda almeja algo no mundial. Para piorar a situação, sabemos bem que a Red Bull sempre apresenta algo de interessante na segunda parte dos mundiais e isso nos leva a crer que, caso tivesse um motor mais potente, poderia muito bem incomodar a Mercedes nesse estágio e ser uma adversária a altura da equipe alemã.
No segundo escalão - ou terceiro, como queiram - temos uma disputa mais equilibrada até mesmo por conta da Williams que tem feito provas com desempenhos irregulares, principalmente com Felipe Massa que hora ou outra não se encontra com o acerto de seu carro. Por isso a Force India tem feito bons trabalhos, ora com Sergio Perez, ora com Nico Hulkenberg. Mas no rastro destas duas aparecem a Toro Rosso e Mclaren, sendo que a equipe austro-italiana também aparece numa situação parecida com a da Williams, onde Carlos Sainz é quem tem feito um bom trabalho - após a saída de Verstappen para a Red Bull - e Daniil Kvyat não tem se reencontrado após o seu retorno à equipe. Creio que pode ser um mix de desânimo e confusão quanto ao acerto do carro, deixando o jovem russo em maus lençóis na equipe, onde a sombra de Pierre Gasly começa a se fazer presente. Já a Mclaren tem conseguido bons resultados com sua dupla decana, mas alguns problemas - ainda menores - tem atrapalhado. Mas perto do que estavam há exato um ano, as coisas evoluíram bastante. No meio deste segundo e terceiro escalão aparece a Renault, que ainda procura o seu sol na categoria neste seu ano de retorno, mas sua dupla de pilotos não correspondeu até aqui a altura e são altamente contestados. Quem sabe nesse restante de campeonato as coisas podem favorecê-los.
O quarto e último escalão remonta à Manor, Sauber e Haas, que tem lutando constantemente para saber quem não é a última do grid. Para  Sauber as coisas tem sido bem piores, pois tem um ano que não sofrem evoluções consideráveis em seu carro e isso acaba sendo um tiro no pé. Ao menos a venda da tradicional equipe a um fundo de investidores pode ajudá-los a sair do limbo e começar a trabalhar no carro deste ano - e do ano que vem, também - para tentar dar a Marcus Ericsson e Felipe Nasr uma melhor oportunidade de tirar a equipe do zero na tabela de pontos. A Manor pode não ter saído do fim do grid totalmente, mas ao menos tem feito um papel bem melhor que em outras épocas desde que se chamava Marussia. O ponto conquistado por Pascal Wehrlein na Áustria, aliviará bastante o bolso da equipe para o ano que vem. Mas ainda fica o impasse se Rio Haryanto estará nas fileiras para o restante do ano. A Haas, sem dúvida, foi a grande sensação das provas iniciais quando conquistou 22 pontos devido a boas escolhas dos pneus e atuações gloriosas de Romain Grosjean. Abrindo mão de trabalhar no carro deste ano, a novata equipe norte americana deu uma decaída - como era de esperar -, mas ainda assim conseguiu angariar mais alguns pontinhos que o fizeram subir para os 28 pontos até aqui.
A verdade é que após este recesso, pouca coisa poderá ser vista em Spa já que as fábricas estarão fechadas, mas de Monza em diante poderemos ver algumas evoluções nestes "grupos".

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Foto 507: Nurburgring, 1937

Uma troca rápida: Sai Müller, entra Nuvolari. O duo terminou o GP alemão na quarta posição.
Quando foi com o carro para a linha de largada, o piloto italiano foi ovacionado pelo público que ainda lembrava de sua exibição de gala de 1935.
Do tempo em que você podia começar num carro e terminar em outro. Na foto acima, Tazio Nuvolari prestes a assumir o comando do Auto Union C/D #8 que estava sendo conduzido por Hermann Müller. O piloto italiano avariou seu Auto Union Type D #2 na segunda volta do GP alemão quando travava uma batalha contra os Mercedes após uma rodada, forçando assim o seu abandono. No decorrer da prova, Müller foi chamado para entregar o carro para o "Mantuano Voador" que terminou em quarto. Essa prova também ficou conhecida por ter sido a única vez em que o nazismo tentou influenciar no resultado, quando Erwin Kraus (General Tenente e inspetor técnico na NSKK, que era uma divisão que cuidava da parte automobilística) pediu para que Alfred Neubauer recolhesse os Mercedes para uma inspeção devido a vazamento de óleo que teria sido a causadora do incidente de Nuvolari. Prontamente Neubauer recusou essa ordem, entendo que esta era para favorecer a Auto Union.
Talvez Nuvolari fosse a única esperança de alguém incomodar a prova solitária que foi feita pela Mercedes, que dominou amplamente aquela edição de 1937. Foi uma luta particular entre Richard Seaman e Manfred Von Brauchitsch, onde o piloto alemão teve a maior parte da corrida sob seu controle. Porém começaria a perder a prova após uma desastrosa parada de box que resultou num forte vazamento de combustível, depois que o mecânico deixou transbordar o tanque e o carro entrando em chamas que logo foram combatidas com espuma - aliás a máquina de espuma viria a explodir no final da prova, dando um banho em quem estava próximo dos boxes da Mercedes.
Seaman herdou a liderança nos boxes e na ânsia de retomar a sua posição, Manfred acabou acidentando-se fortemente - à cerca de 200Km/h -, mas escapou ileso. Segundo relatos da época, Brauchitsch tentou argumentar que o volante havia se soltado na aproximação da Flugplatz, mas a equipe rechaçou essa hipótese dando a entender que foi um erro do piloto.
Richard Seaman venceu a prova com mais de três minutos de vantagem sobre Hermann Lang, que assumiu o Mercedes #10 de Caracciola após este ter tido forte dor estomacal.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Foto 372: Slow Zone

A imagem dos comissários correndo para retirar o carro de Adrian Sutil do local de onde ficou parado, após a rodada na entrada da reta dos boxes de Hockenheim, me fez gelar a espinha. A única "segurança" que eles tinham naquele momento, eram as bandeiras amarelas. Para aqueles que já trabalharam em algum GP da F1 - tanto aqui no Brasil, quanto fora - sabe que os pilotos da categoria obedecem, em sua maioria, a sinalização e sempre tiram o pé neste tipo de situação.
Não entendi o porque de Charlie Whiting, que está nessa função de diretor de provas há anos, não ter colocado o Safety Car em ação para que fosse retirado o Sauber de Sutil com total segurança e tranquilidade pelos fiscais. Se a questão era não embaralhar as cartas naquele momento do GP, errou feio. Durante este vinte anos a categoria trabalhou pesado nesta parte de segurança que às vezes chega a ser exagerada, mas ontem precisava da entrada do SC exatamente para dar segurança a todos. Um carro rodar do mesmo jeito que Sutil e vir para dentro da pista não era muito difícil. Acho que Whiting não acompanhou aqueles tempos em que os caras tinham que atravessar a pista para socorrer e/ou retirar algum carro do outro lado, correndo o risco de serem acertados por alguém. Recomendo a ele ver o vídeo do acidente fatal de Tom Pryce em Kyalami, 1977. Talvez isso alerte ele.
Se a intenção é não colocar o SC para não atrapalhar o andamento da corrida, julgando que o trabalho possa ser feito rapidamente, o certo seria adotar o "Slow Zone" que foi muito bem feito durante as 24 Horas de Le Mans. No local do acidente, devidamente sinalizado com bandeiras amarelas, os pilotos passariam numa velocidade bem reduzida e só voltariam a acelerar quando entrassem na zona de bandeira verde. Não atrapalharia o andamento da corrida com a entrada do SC, que certamente tiraria a vantagem que líder trabalhou por todo certame, e deixaria os comissários trabalharem com mais segurança e tranquilidade.
Seria uma boa saída para este impasse que aconteceu ontem em Hockenheim. 

domingo, 20 de julho de 2014

Foto 370: Esmerilho

A impressionante imagem da capotagem de Felipe Massa após a largada do GP da Alemanha.
Acabou rendendo uma bela foto, apesar do tremendo susto.
*A foto foi retirada do twitter oficial de Massa.

GP da Alemanha: Como nas antigas

Costumo dizer que os pilotos da atual Fórmula 1 são preguiçosos, cuidadosos demais (não todos, claro) quando entram numa disputa de posições. Exatamente por receber instruções para que "tragam as crianças para casa", eles não se arriscam tanto quanto os caras do passado, que iam para a disputa como se estivessem duelando por uma donzela. Não havia curva, zebra ou qualquer outro obstáculo que impedisse-os de tentar a ultrapassagem. Se não terminasse numa bela manobra, fatalmente terminaria com um ou ambos fora da corrida. Era o tipo: vai ou racha!
Os de hoje, com estas instruções de conservar o equipamento, exatamente por causa dessa mania doida que a FIA implementou nos últimos anos de economizar tudo, deixa os caras com a pulga atrás da orelha na hora de dividir uma freada com quem vai à frente. É claro que existe aqueles doidos de pedra que vão para cima do oponente como uma vaca brava e acabam nos proporcionando alguns acidentes quase que cinematográficos e toques que poderiam, muito bem, ser evitados. Maldonado, Perez, Gutierrez, Ericsson são caras que manjam bem deste assunto.
Mas existem os mais conscientes - ou quase isso - quando se trata de duelar por posições. O que Alonso e Vettel nos brindaram em Silverstone quinze dias atrás, extendeu-se até este GP da Alemanha com Hamilton e Ricciardo passando quem estava na frente de qualquer jeito: usando ou não asa móvel; batendo rodas; pedaços de asas voando para todo lado; passando por fora, por dentro; pegando um ou mais dois carros... foi um belo festival de ultrapassagens que deixou o GP em Hockenheim animadíssimo do início - com a panca, seguida de capotagem, de Massa com Magnussen - ao fim, com os duelos entre Bottas e Hamilton pela segunda colocação e Alonso e Ricciardo pela quinta. Foi um ótimo GP.
Acredito que os pilotos, ultimamente, tem mandado às favas aquele discurso diplomático de ter que levar o carro inteiro para casa. Acho que eles , além de entreter o público, também se divertiram. E para isso a coragem nestas disputas roda a roda tem que estar acima da média.
E nós é que ganhamos nisso hoje.

Sobre a corrida
Foto: Kai Pfaffenbach / Reuters

Se teve um cara que nem teve trabalho foi Rosberg, que liderou desde o início ao fim sem ter o incômodo de ninguém. Tornou-se o primeiro alemão a vencer o GP da Alemanha com a Mercedes desde Rudolf Caracciola no GP de 1939.
Bottas foi mais uma vez constante e passou toda a prova em segundo e teve alguma oposição apenas com Hamiton, que ameaçou a sua segunda colocação nas voltas finais da corrida, mas se beneficiando do melhor rendimento de sua Williams nas retas pôde sustentar a segunda colocação. Aos poucos, e com bom resultados, vai ganhando espaço na equipe.
A Red Bull nestas duas últimas etapas teve companhia da Ferrari, especialmente de Fernando Alonso. Apesar de Sebastian ter fechado em quarto e Ricciardo, que fez a sua melhor corrida na categoria até aqui, em sexto, não dá para saber se a Ferrari é que teve uma evolução ou se a Red Bull estagnou em seu desempenho. Os seus dois pilotos tiveram que suar o macacão para superar o virtuosismo de Alonso nestas duas corridas. Raikkonen esteve naquele dia de "Pinball" onde levou porrada de todo lado.
Sobre o acidente de Massa no início da prova, certamente ele errou ao não ver que outro piloto (no caso Magnussen) estava ao seu lado. O certo é que aquele tipo de manobra é até comum em largadas, mas o piloto brasileiro não soube calcular bem o espaço. E nisso arruinou a sua prova e do Kevin.
Tivemos duas corridas interessantes em Silverstone e Hockenheim, mas não espero muito de Hungaroring. A não ser que os pilotos estejam ainda com este espírito de luta em voga para o GP húngaro, o que seria formidável.

sábado, 19 de julho de 2014

GP da Alemanha - Classificação - 10a Etapa

Apesar de toda a proibição do uso do FRIC para esta etapa e crendo que a Mercedes perderia muito sem o uso desta, os efeitos até agora foram mínimos para eles. Talvez na corrida, quem sabe, eles sentirão algo, mas até este treino classificatório Nico Rosberg e Lewis Hamilton se revezaram na ponta da tabela de tempos e coube ao dono da casa a pole position. Lewis acabou por bater na freada para a segunda curva do Stadium, quando teve uma quebra no freio dianteiro quando estava no andamento da Q1. Aparentemente, apesar das dores, estará no grid amanhã saindo da 16a posição.
As Williams continuam a sua toada positiva com Bottas saindo numa ótima segunda colocação (ficou há dois décimos de Rosberg) e Massa em terceiro. Será uma boa oportunidade ver o quanto que os dois podem importunar Rosberg na prova de amanhã, principalmente Valtteri que tem feito boas corridas ultimamente e sempre com boa dose de velocidade e agressividade. E ainda tem Felipe, que costuma fazer boas largadas.
Kevin Magnussen fez um belo trabalho ao se posicionar em quarto, fechando assim um quarteto de motores Mercedes. A Red Bull ocupa a terceira fila com Ricciardo, mais uma vez, batendo Vettel na classificação. Alonso sai em sétimo e Raikkonen em 12o, em outro treino sofrível para a Ferrari.

O que esperar da prova?
Creio em mais uma vitória da Mercedes, principalmente por amanhã ter possibilidade de chuva e isso ajudar muito a parte mecânica que deve ter sofrido bastante no forte calor que faz em Hockenheim. Por outro lado, caso Rosberg e Hamilton tenha problemas, a corrida viraria uma loteria. E neste cenário, Williams e Red Bull aparecem com chances.

Grid de largada para o Grande Prêmio da Alemanha - 10ª Etapa

Pos Piloto                Equipe                 Tempo       Dif   
 1. Nico Rosberg          Mercedes             1m16.540s            
 2. Valtteri Bottas       Williams-Mercedes    1m16.759s  +0.219s   
 3. Felipe Massa          Williams-Mercedes    1m17.078s  +0.538s   
 4. Kevin Magnussen       McLaren-Mercedes     1m17.214s  +0.674s   
 5. Daniel Ricciardo      Red Bull-Renault     1m17.273s  +0.733s   
 6. Sebastian Vettel      Red Bull-Renault     1m17.577s  +1.037s   
 7. Fernando Alonso       Ferrari              1m17.649s  +1.109s   
 8. Daniil Kvyat          Toro Rosso-Renault   1m17.965s  +1.425s   
 9. Nico Hulkenberg       Force India-Mercedes 1m18.014s  +1.474s   
10. Sergio Perez          Force India-Mercedes 1m18.035s  +1.495s   
11. Jenson Button         McLaren-Mercedes     1m18.193s  +1.084s
12. Kimi Raikkonen        Ferrari              1m18.273s  +1.164s
13. Jean-Eric Vergne      Toro Rosso-Renault   1m18.285s  +1.176s
14. Esteban Gutierrez     Sauber-Ferrari       1m18.787s  +1.678s
15. Romain Grosjean       Lotus-Renault        1m18.983s  +1.874s
16. Lewis Hamilton        Mercedes             no time
17. Adrian Sutil          Sauber-Ferrari       1m19.142s  +1.511s
18. Jules Bianchi         Marussia-Ferrari     1m19.676s  +2.045s
19. Pastor Maldonado      Lotus-Renault        1m20.195s  +2.564s
20. Kamui Kobayashi       Caterham-Renault     1m20.408s  +2.777s
21. Max Chilton           Marussia-Ferrari     1m20.489s  +2.858s
22. Marcus Ericsson       Caterham-Renault     no time

sexta-feira, 18 de julho de 2014

GP da Alemanha - Treinos Livres - 10ª Etapa

Lewis Hamilton: “Não me sinto tão mal, foi uma sessão bem boa. Há muito para aprender. A temperatura está tão alta que é muito difícil para os pneus e provavelmente vai ser uma das corridas mais difíceis para cuidar dos pneus.
A pole é importante em qualquer lugar que vamos. Há uma longa reta até a Curva 6, então talvez você tenha um pouco mais de chance se estiver em segundo, mas pe mais fácil se você largar na pole”

Nico Rosberg: “Com certeza, vai mudar um pouco as coisas andar sem a suspensão interligada. Há alguns novos desafios para reequilibrar o carro e encontrar minha forma de sair feliz do carro.
Houve um bom progresso. Eu estava feliz no carro pela manhã e tentamos algumas coisas diferentes.
Pareceu um pouco mais próximo, mas na sexta-feira você nunca sabe o que as pessoas estão fazendo com combustível e coisas assim. Então vamos esperar e ver amanhã e no domingo”

Kimi Raikkonen: "Como todas as sextas, nosso programa cobria trabalho nos ajustes durnte a primeira sessão, então avaliamos os pneus e fizemos simulação de corrida à tarde. Infelizmente, pela manhã, por causa de um problema técnico, eu tive de voltar para a garagem e não pude fazer voltas adicionais com o pneu macio. Mas graças ao ótimo trabalho do time, consegui voltar rapidamente.
Pela tarde, compensamos a perda de tempo conseguimos melhorar em todas as frentes. No geral, foi um dia positivo, mas ainda é cedo para previsões. Temos que esperar até amanhã para sabermos mais"

Susie Wolff: “Quando eu saí e senti o problema, eu apenas pensei: ‘Eu preciso levar o carro de volta para os pits’. Eu não sabia se era algo com o motor ou a parte eletrônica. Mas tinha de levar o carro de volta, então tentei ficar calma, porque também essas coisas estão fora do seu controle. Então, o time consertou o problema e eu pude voltar.
Mas eu estava com uma sensação muito boa com relação a tudo isso. Então, eu pensei: ‘Isso não vai acabar assim. Eu sempre procuro ter essa visão mais otimista e acreditar que não é o fim. Eu sabia exatamente o que fazer. As informações que passar para os boxes. Além disso, conheço muito bem essa pista dos tempos do DTM. Eu apenas estava focada em voltar ao carro, porque é o que queremos fazer no fim das contas. E foi muito bom. Estou satisfeita.
É complicado dizer quando vou poder voltar ao carro. Ao menos nesta temporada será difícil, e acho que isso está claro. As coisas não são fáceis na F1, as oportunidades são raras, mas a equipe ficou satisfeita com a minha performance, e isso prova que estamos na direção certa”


Os tempos dos dois treinos livres:

Treino Livre 1

Pos Piloto                Equipe                   Tempo      Dif    Vol
 1. Nico Rosberg          Mercedes               1m19.131s           29
 2. Lewis Hamilton        Mercedes               1m19.196s  +0.065s  25
 3. Fernando Alonso       Ferrari                1m19.423s  +0.292s  21
 4. Daniel Ricciardo      Red Bull-Renault       1m19.697s  +0.566s  27
 5. Jenson Button         McLaren-Mercedes       1m19.833s  +0.702s  24
 6. Sebastian Vettel      Red Bull-Renault       1m20.097s  +0.966s  28
 7. Kevin Magnussen       McLaren-Mercedes       1m20.105s  +0.974s  32
 8. Kimi Raikkonen        Ferrari                1m20.210s  +1.079s  21
 9. Daniil Kvyat          Toro Rosso-Renault     1m20.337s  +1.206s  28
10. Adrian Sutil          Sauber-Ferrari         1m20.505s  +1.374s  18
11. Felipe Massa          Williams-Mercedes      1m20.542s  +1.411s  19
12. Jean-Eric Vergne      Toro Rosso-Renault     1m20.586s  +1.455s  23
13. Nico Hulkenberg       Force India-Mercedes   1m20.592s  +1.461s  22
14. Sergio Perez          Force India-Mercedes   1m20.598s  +1.467s  24
15. Susie Wolff           Williams-Mercedes      1m20.769s  +1.638s  22
16. Giedo van der Garde   Sauber-Ferrari         1m20.782s  +1.651s  23
17. Romain Grosjean       Lotus-Renault          1m21.603s  +2.472s  20
18. Pastor Maldonado      Lotus-Renault          1m21.854s  +2.723s  30
19. Kamui Kobayashi       Caterham-Renault       1m22.572s  +3.441s  31
20. Jules Bianchi         Marussia-Ferrari       1m22.982s  +3.851s  24
21. Marcus Ericsson       Caterham-Renault       1m23.256s  +4.125s  35
22. Max Chilton           Marussia-Ferrari       1m23.299s  +4.168s  22
 
Treino Livre 2 
 
Pos Piloto                Equipe                   Tempo      Dif    Dif
 1. Lewis Hamilton        Mercedes               1m18.341s           38
 2. Nico Rosberg          Mercedes               1m18.365s  +0.024s  39
 3. Daniel Ricciardo      Red Bull-Renault       1m18.443s  +0.102s  35
 4. Kimi Raikkonen        Ferrari                1m18.887s  +0.546s  38
 5. Kevin Magnussen       McLaren-Mercedes       1m18.960s  +0.619s  40
 6. Felipe Massa          Williams-Mercedes      1m19.024s  +0.683s  36
 7. Jenson Button         McLaren-Mercedes       1m19.221s  +0.880s  40
 8. Sebastian Vettel      Red Bull-Renault       1m19.248s  +0.907s  35
 9. Fernando Alonso       Ferrari                1m19.329s  +0.988s  32
10. Valtteri Bottas       Williams-Mercedes      1m19.385s  +1.044s  34
11. Adrian Sutil          Sauber-Ferrari         1m19.417s  +1.076s  41
12. Daniil Kvyat          Toro Rosso-Renault     1m19.452s  +1.111s  27
13. Sergio Perez          Force India-Mercedes   1m19.581s  +1.240s  28
14. Nico Hulkenberg       Force India-Mercedes   1m19.593s  +1.252s  32
15. Jean-Eric Vergne      Toro Rosso-Renault     1m19.760s  +1.419s  32
16. Pastor Maldonado      Lotus-Renault          1m20.158s  +1.817s  35
17. Romain Grosjean       Lotus-Renault          1m20.358s  +2.017s  35
18. Esteban Gutierrez     Sauber-Ferrari         1m20.504s  +2.163s  40
19. Jules Bianchi         Marussia-Ferrari       1m21.328s  +2.987s  31
20. Marcus Ericsson       Caterham-Renault       1m21.870s  +3.529s  21
21. Max Chilton           Marussia-Ferrari       1m21.898s  +3.557s  28
22. Kamui Kobayashi       Caterham-Renault       1m23.728s  +5.387s  12 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Foto 256: Clark, Nurburgring 1964

Uma das mais belas fotos que já vi de um GP disputado no velho Nurburgring. Aqui Jim Clark e sua Lotus 33 durante o GP alemão de 1964, prova que foi vencida por John Surtees com a Ferrari. Graham Hill e Lorenzo Bandini completaram o pódio.
Clark abandonou a corrida na sétima volta com problemas de motor.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Foto 249: Cartaz

O cartaz para a prova de Nurburgring, em 1934, certamente feita em tinta à óleo. Os cartazes eram tão belos e chamativos, que instigavam o público a comparecer nos eventos.
Uma prova de que até esta arte, como disse em um post anterior, foi suplantada pela tecnologia. Uma pena.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

GP da Alemanha - Corrida - 9ª Etapa


A primeira em casa: Vettel subiu a vantagem para 34 pontos sobre Fernando Alonso no mundial
(Foto: Reuters)

A corrida disputada em Nurburgring serviu para afirmar uma impressão que estava pairando no ar nas últimas etapas: é a forma com que a Red Bull melhorou consideravelmente o seu desgaste excessivo de pneus que limitava as performances de Vettel e Webber. E isso pôde ser visto muito bem nas recuperações do piloto australiano nas corridas da Inglaterra e na de ontem, com ele andando ao extremo e sem ter grandes problemas com a borracha. Para Vettel, que teve exibições sólidas em Montreal, Silverstone e ontem em Nurburgring, reforça o quanto que a equipe evoluiu neste que era o seu “calcanhar de Aquiles” nesta temporada.
Não foi uma vitória fácil de Sebastian, uma vez que ele teve que lutar contra o duo da Lotus que estavam em boa forma neste GP alemão. Tanto Grosjean, quanto Raikkonen, estiveram próximos de Vettel desde a primeira parada de box não deixando o piloto alemão tomar grande distância. Mas do mesmo modo que ocorrera no Bahrein 2012/2013, faltou um pouco de atitude por parte dos pilotos da Lotus para tentar algo contra Sebastian: Raikkonen, que aspira chances no mundial, se aproximou de Sebastian nas últimas voltas, mas não teve tempo suficiente para tentar um ataque enquanto que Grosjean, numa das suas melhores provas na categoria, até que teve um momento de grande ameaça para com a liderança do tri-campeão, mas não soube aproveitá-la – ou, seja lá o que for, tenha passado pela sua cabeça as burradas do último ano e as pesadas criticas e preferiu acomodar-se na segunda colocação, que seria perdida para o seu companheiro.
Por outro lado os desempenhos de Ferrari e – principalmente – da Mercedes, foram bem abaixo do esperado. Enquanto que a “Rossa” teve em Alonso seu único representante – Massa abandonara no inicio da quarta volta após uma rodada que mais ele assumiria que fora por erro próprio -, a Mercedes cravou a pole com Hamilton no sábado, mas viram a vantagem ser pulverizada com a ótima largada dos carros da Red Bull. Para completar o desempenho do carro foi caindo durante todo o certame do GP, numa das piores corridas da equipe desde a Espanha. De se destacar nessa corrida o bom desempenho de Button e Hulkenberg, que chegaram a ficar entre os quatro primeiros devido a suas estratégias de box ao economizar bem os pneus.
Além dessa corrida ter marcado a primeira vitória de Vettel frente ao seu público, ela serviu para o piloto alemão ampliar a diferença para Alonso: a vantagem que havia caído para 21 pontos após o GP britânico, subiu para 34 pontos com esta sua vitória e quarta colocação alcançada pelo piloto espanhol. E o mais importante agora é o nível que este carro da Red Bull alcançou neste fim da primeira metade do campeonato, já que esperávamos que mais cedo ou tarde isso fosse solucionado. E a estagnação no desempenho da Ferrari e a oscilação do carro da Mercedes facilitará ainda mais esse caminho para o tetra-campeonato consecutivo de Sebastian.

Resultado Final 
Grande Prêmio da Alemanha 
Circuito de Nurburgring - 60 Voltas 
7/7/2013 - 9ª Etapa

1. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull): 60 voltas em 1h41min11s
2. Kimi Raikkonen (FIN/Lotus): a 1s008
3. Romain Grosjean (FRA/Lotus): a 5s830
4. Fernando Alonso (ESP/Ferrari): a 7s721
5. Lewis Hamilton (ING/Mercedes): a 26s927
6. Jenson Button (ING/McLaren): a 27s996
7. Mark Webber (AUS/Red Bull): a 37s562
8. Sergio Pérez (MEX/McLaren): a 38s306
9. Nico Rosberg (ALE/Mercedes): a 46s821
10. Nico Hulkenberg (ALE/Sauber): a 49s892
11. Paul Di Resta (ESC/Force India): a 53s771
12. Daniel Ricciardo (AUS/Toro Rosso): a 56s975
13. Adrian Sutil (ALE/ Force India): a 57s738
14. Esteban Gutiérrez (MEX/Sauber): 60s160
15. Pastor Maldonado (VEN/Williams): a 61s929
16. Valtteri Bottas (FIN/Williams): a 1 volta
17. Charles Pic (FRA/Caterham): a 1 volta
18. Giedo van der Garde (HOL/Caterham): a 1 volta
19. Max Chilton (ING/Marussia) a 1 volta

Não completaram
Jean-Éric Vergne (FRA/Toro Rosso)
Jules Bianchi (FRA/Marussia)
Felipe Massa (BRA/Ferrari)

quinta-feira, 25 de abril de 2013

A última vitória de Alboreto

São os momentos finais do GP da Alemanha de 1985, disputado no então novo traçado de Nurburgring e  Michele Alboreto estava no encalço de Keke Rosberg que estava na liderança da corrida, mas os problemas de freio no seu Williams fez com que o finlandês diminuísse o ritmo deixando que o italiano se aproximasse dele. Alain Prost ambém pressionava Alboreto na luta pela segunda posição, mas sem esboçar um ataque.
Ao final da volta 45, na última curva, Alboreto conseguiu a ultrapassagem sobre Rosberg que ainda perderia a segunda colocação para Prost na mesma manobra. Gradativamente, Michele aumentou a diferença para Alain e venceu o GP alemão.
Foi a sua última vitória na F1 e atmbém de um piloto italiano pilotando pela Ferrari na categoria.  

domingo, 31 de março de 2013

Foto 187: A terceira Brabham


"Mas Bernie, trê carros?"
"Sim, três carros. Pilote-o e não discuta mais!"
E naquele GP da Alemanha de 1976, que ficou marcado pelo acidente que quase vitimou Niki Lauda, a Brabham teve um terceiro carro na pista. O Brabham BT-45/ Alfa Romeo foi destinado à Rolf Stommelen naquele fim de semana. Na realidade Stommelen iria correr pela equipe RAM, que competia com os velhos Brabhams BT44, mas uma ação judicial movida pelo piloto Loris Kessel onde estes carros foram retirados do evento durante as sessões de treinos pela polícia. Deste modo, Stommelen acabou indo pilotar um dos Brabhams e formar trio com os "Carlos", Pace e Reutemann.
Rolf conseguiu qualificar o Brabham #77 na 15ª colocação, enquanto que Pace levava o seu carro ao sétimo posto e Reutemann ao décimo. No final da corrida, vencida por James Hunt, Stommelen terminou em sexto, duas posições atrás de José Carlos Pace. Reutemann abandonou na volta antes de completar a primeira volta, devido um problema no sistema de combustível.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Revista Speed - Edição 8

A edição número oito da Revista Speed foi ao ar agora pouco e com 64 páginas, ela aborda o Rally de Monte Carlo; as apresentações dos carros para a temporada 2013 da F1; as 24 Horas de Daytona; MotoGP e mais outros assuntos.
O carro-chefe desta edição é o Rally de Monte Carlo que foi dominado pelo aposentado, mas presente, Sebastien Loeb. Ricardo Batista esteve presente na competição e nos trouxe uma belo resumo daqueles dias gelados no principado.
Paulo Alexandre Teixeira assina o "Grande Circo", onde ele fala sobre o futuro negro da F1. Ele também fala sobre o Rally Dakar e a biografia de Guido Forti, ex-dono da Forti Corse, que faleceu no início de janeiro deste ano.  E ele também fala do GP do Brasil de 1973, vencido por Emerson Fittipaldi.
Felipe Maciel e Fábio Andrade estream duas colunas nesta edição, que abordará a F1. Fábio Andrade, no seu "Bus Stop", aborda o desafio que cada um dos principais nomes da categoria terá neste ano e Felipe Maciel, no "Fire Up", fala sobre o aparecimento em grande escala dos pilotos pagantes na categoria.
Daniel Machado fala sobre Eric Granado que disputará a Moto 3 neste ano. Bruno Mendoça apresenta a segunda parte dos campeões de 2012 pelo mundo dos motorsports. Pedro Luiz Perez nos mostra outro belo Diorama, agora abordando um teste, na chuva, com Patrick Depailler ao volante da Alfa-Romeo 179 de 1980, num trabalho de box. Rafael Ligeiro, com o seu "Papo Ligeiro", fala sobre o Rally Dakar. E ainda tem os carros da F1 para esta temporada.
Já este mortal que vos escreve, assinou o texto sobre as 24 Horas de Daytona deste ano e ainda fez uma "viagem" no tempo para relembrar a vitória de Nuvolari no GP da Alemanha de 1935 desbancando as Flechas de Prata em Nurburgring.
Espero que gostem. Boa leitura!

Revista Speed - Edição 8: http://speedrevista.wordpress.com/2013/02/19/speed-fevereiro-2013/

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Foto 169: Der Nebelmeister

1936 Eifelrennen

"... O circuito estava coberto de neblina e garoa. Quando os carros sairam o início do nevoeiro tinha levantado, mas estava chovendo de forma constante. Rudolf Caracciola (conhecido como o Rainmaster) liderou as primeiras du
as voltas com a sua Mercedes, mas foi, então, ultrapassado por Tazio Nuvolari em seu Alfa Romeo, com Bernd em terceiro. Caracciola abandonou e Bernd alcançou Nuvolari, passando-o por trás dos boxes, o que foi uma indescritível alegria para os milhares nas arquibancadas. Em seguida, o nevoeiro voltou e todo mundo diminuiu drasticamente - exceto Rosemeyer, que diminuiu quase nada, sendo mais de trinta segundos mais rápido do que Nuvolari e, finalmente, completou as 10 voltas com 2 minutos e 11 segundos à frente dele. 
Escutei aquelas voltas no rádio com lágrimas nos meus olhos. Eu mal podia acreditar que era meu Bernd, a quem locutor de rádio no circuito estava felicitando. 
Foi nesta corrida que a lenda Rosemeyer começou, com essa vitória extraordinária no nevoeiro e foi dali para diante conhecido como Der Nebelmeister - O Mestre Névoa."

*Extraído do livro "Rosemeyer!", escrito por Elly Beinohrn e Chris Nixon

Foto 1041 - José Carlos Pace, 1000km de Osterreichring 1972

  (Foto: David Phipps/ 4Quatro Rodas) Não é tão fácil ingressar numa equipe de ponta de uma grande categoria, e a coisa parece ainda mais co...