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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Pole Lap: Kimi Raikkonen, Monza 2006

Final de treino vertiginoso aquele para o GP da Itália de 2006, com Michael Schumacher cravando uma volta com a marca de 1'21''486 contra 1'21''621 de Kimi Raikkonen. Até parecia que o alemão já estava com pole garantida e em meio a festa da torcida italiana naquela tarde, Raikkonen respondeu com estilo bateu a marca de Schumi em dois milésimos. Mas ainda faltava Alonso, que já vinha penando com a falta de ritmo do Renault, que saltou de nono para quinto na sua última tentativa.
A pole era do sensacional finlandês.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Foto 245: Lugar preferido

"Eu aposto que todo piloto gosta de Spa. Para mim é o maior circuito de corridas do mundo. É o meu lugar favorito."
Pode acreditar, Kimi. Não é só você que gosta deste lugar.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

F1 Battles: As ultrapassagens na Eau Rouge

Ontem eu postei quatro Gifs que mostram as ultrapassagens de Webber sobre Alonso (2011) e de Raikkonen sobre Schumacher (2012), logo na entrada para a subida da Eau Rouge. Foram belas, mas não as únicas, claro. E aqui fica alguns vídeos do pessoal a executar essas manobras que são de cortar o fôlego naquele local.

Alonso vs Hamilton, em 2007: Deixou Ron Dennis sem mais alguns fios de cabelo naquela ocasião. Sem contar o gelo que deu na espinha.
Kimi vs Michael Schumacher, 2004: Detalhe dessa corrida é que a Globo não passou ao vivo, deixando para transmitir um VT completo logo após a final do Vôlei Masculino nas Olímpiadas de Atenas. Foi uma das melhores corridas daquela década. Foi a única vitória da Raikkonen naquele ano e última vez que teve quatro pilotos brasileiros na pista - Barrichello (Ferrari); Massa (Sauber); Zonta (Toyota) e Pizzonia (Williams). Ralf Schumacher vs Jenson Button, 2000: Jenson ainda era um novato naqueles tempos, mas não intimidou-se em colocar a Williams na terceira posição do grid do GP belga de 2000. Mas Ralf Schumacher não quis saber e pôs o jovem inglês no seu devido lugar. Felipe Massa vs Juan Pablo Montoya, 2004: Felipe Massa, nos seus tempos áureos, onde tirava o que podia da sua Sauber - passando um pouco do limite, às vezes -, aproveitou a saída de boxa de Montoya para lhe aplicar uma bela ultrapassagem na subida da "Água Vermelha". O colombiano teve que tirar o pé. Jacques Villeneuve, 2005: Ok não é uma ultrapassagem, mas só a correção de Jacques Villeneuve no meio da Eau Rouge já é digno de aplausos. E vale lembrar que o seu BAR, em 1999, escapou exatamente naquele ponto indo estampar na barreira de pneus do outro lado, já no topo da curva. Mais tarde Ricardo Zonta resolveu imitá-lo.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Arte: Eau Rouge

Em 2011, um passão de Webber sobre Alonso que arrancou aplausos da maioria em Spa. O local da manobra? Na temida e excitante Eau Rouge. Para quem viu na hora, ou depois, classificou aquilo como único e que talvez não se repetisse tão cedo, afinal o cara para fazer aquela manobra precisa de ser muito macho... e o cara que leva a ultrapassagem, precisa apenas de um pouco de juízo. Só isso.
Mas Kimi Raikkoenen, o "Rei de Spa" nos últimos anos, mostrou que não precisávamos de muito tempo para ver outra manobra parecida e sobre o outro rei de outrora do circuito belga, um tal de Michael Schumacher, Kimi foi preciso no bote ao fazer uma manobra parecida com a de Webber para avançar uma posição durante o GP de 2012.



quinta-feira, 27 de junho de 2013

A saída de Mark Webber e o lugar mais cobiçado do grid para 2014

"Tchau, Webber!": O piloto australiano deixará a F1 ao final deste campeonato e defenderá a Porsche no WEC
(Foto: The Guardian)
Como todos sabem Mark Webber não ficará mais na Fórmula-1 para o ano de 2014. Ele dará continuidade a sua carreira no Mundial de Endurance (WEC) deixará a categoria máxima após doze anos por lá, tendo passado por Minardi, Jaguar, Williams e atualmente pela Red Bull, para quem ele pilota desde 2007. Fará falta? Pelo menos para mim não, uma vez que não aprecio sua pilotagem, mas reconheço que foi  um ótimo piloto até o ano de 2010 quando teve chances de conquistar algo de mais concreto - leia-se título mundial - e não o fez por ter se arrebentado durante um trilha - ou seja lá o que for - com um mountain bike.
Por outro lado, acho louvável sua atitude de seguir o caminho que tantos outros ex-pilotos da F1, que deram certo, ou não, na categoria, de ir correr no Campeonato Mundial de Endurance (antigo Mundial de Marcas, Sport Prototipos). Mark Webber esteve por lá no final dos anos 90 - precisamente 98 e 99  -onde defendeu as cores da Mercedes pilotando os belos Mercedes CLK GTR1, que o fez dar umas cambalhotas em Le Mans no ano de 1999. A sua ida para lá reforça o a equipe da Porsche, com quem vinha mantendo negociações, que eram constantemente rebatidas pelo próprio Mark em várias coletivas. Até mesmo um rumor de uma possível renovação com a Red Bull tinha sido ventilada na imprensa, mas hoje pela manhã o boato mais forte deu razão a toda a fumaça erguida há meses sobre essa possível junção de Mark com a Porsche a partir de 2014. Sinceramente foi um bela escolha pela parte dele, uma vez que o ambiente do Endurance é muito - mas muito - tranquilo do que a panela de pressão que é a F1. Os seus dias de parceiro de Sebastian Vettel já estavam contados depois do entrevero do GP malaio e desde lá, Webber vem apresentando um desempenho bem pobre e, se brincar, bem pior do que a do ano passado. Ele vai se juntar a Timo Bernhard, Romain Dumas e Neel Jani, que foi confirmado pela Porsche na segunda-feira pós 24 Horas de Le Mans. É um ótimo quarteto para os "Mestres de Le Mans".
Sobre o seu possível substituto na Red Bull, as apostas repousam sobre Kimi Raikkonen, que tem um bom relacionamento com Vettel, mas como diz o ditado "amigos amigos, negócios à parte". Acho difícil uma convivência tranquila entre os dois. Pode até ser que o início seja um mar de rosas por aquelas bandas, mas a natureza difícil de Sebastian, que já foi mostrada este ano, pode muito bem azedar tudo por lá. Afinal de contas, Raikkonen não entrará para brincar: apesar do seu tipo desligadão, voltou em grande forma e só não está numa disputa mais acirrada pelo título, porque a Lotus tem caído das pernas financeiramente falando o que dificulta o desenvolvimento do carro durante a temporada (vide 2011 e 2012 onde o carro caiu de rendimento no meio da temporada, voltando a se dar bem no final). Mas o que pesa uma possível saída de Raikkonen é o futuro incerto da Lotus, uma vez que o seu principal trunfo, James Allison, responsável pelos ótimos carros da equipe nestas últimas temporadas, saiu de lá no início do mês de maio e a parte financeira poderá influenciar bastante. Não é a toa que a equipe tem sondado Pastor Maldonado (leia-se a grana da PDVSA) para ocupar um dos cockpits do carro negro em 2014.
Mas ainda tem os novatos da Toro Rosso, que estão sedentos por um lugar ao sol na melhor equipe da atual F1. Pegar aquele cockpit, agora vago, é novo "turbo" para o ânimo de Ricciardo e Vergne que tem lutado constantemente em superar um ao outro, mas sem empolgar a cúpula da Red Bull. E ainda tem outros dois caras que no passado, tiveram seus nomes ligados a assumir o lugar de Webber, caso este viesse a sair: Sebastién Buemi - que é piloto de testes do time e defendeu a Toyota em Le Mans - e o de Nico Hulkenberg que, se não me falhe a memória, tem um ano de contrato com a Sauber e que teve seu nome indicado para ir para equipe rubro-taurina em 2013.
A verdade é que o grande atrativo da futura "Silly Season" é em saber quem será o premiado a ocupar o lugar deixado por Webber. No mínimo será divertido.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

F1 - Os tempos dos quatro dias de testes em Jerez



Fórmula-1 2013 - Testes de Pré-Temporada

Jerez De La Frontera – Dias 5, 6, 7 e 8 de Fevereiro


Dia  5
(Foto: EFE)
1 - Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes) - 1m18s861 (37 voltas)
2 - Mark Webber (AUS/RBR-Renault) - 1m19s709 - a 0s848 (73)
3 - Romain Grosjean (FRA/Lotus-Renault) - 1m19s796 - a 0s935 (54)
4 - Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes) - 1m20s343 - a 1s482 (89)
5 - Daniel Ricciardo (AUS/STR-Ferrari) - 1m20s401 - a 1s540 (70)
6 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 1m20s536 - a 1s675 (64)
7 - Nico Hulkenberg (ALE/Sauber-Ferrari) - 1m20s699 - a 1s838 (79)
8 - Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - 1m20s846 - a 1s985 (11)
9 - Pastor Maldonado (VEN/Williams-Renault) - 1m20s864 - a 2s003 (84)
10 - Giedo van der Garde (HOL/Caterham-Renault) - 1m21s915 - a 3s054 (64)
11 - Max Chilton (ING/Marussia-Cosworth) - 1m24s176 - a 5s315 (29)

Dia  6
(Foto: AFP)
1 - Romain Grosjean (FRA/Lotus) - 1m18s218 (95 voltas)
2 - Paul di Resta (ESC/Force India) - 1m19s003 (95)
3 - Daniel Ricciardo (AUS/STR) - 1m19s134 (83)
4 - Mark Webber (AUS/RBR) - 1m19s338 (101)
5 - Nico Hulkenberg (ALE/Sauber) - 1m19s502 ( 99)
6 - Lewis Hamilton (ING/Mercedes) - 1m19s519 (15)
7 - Sergio Pérez (MAX/McLaren) - 1m19s572 (81)
8 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 1m19s914 (78)
9 - Pastor Maldonado (VEN/Williams) - 1m20s693 (71)
10 - Giedo Van der Garde (HOL/Caterham) - 1m21s311 (88)
11 - James Rossiter (ING/Force India) - 1m23s139
12 - Luiz Razia (BRA/Marussia) - 1m23s537 (31)

Dia 7
(Foto: Getty Images)
1 – Felipe Massa (BRA/Ferrari) – 1m17s879 (85 voltas)
2 – Nico Rosberg (ALE/Mercedes) – 1m18s766, +0.887 (148)
3 – Sebastian Vettel (ALE/RBR) – 1m19s052, +1.173 (102)
4 – Kimi Raikkonen (FIN/Lotus) – 1m19s200, +1.321 (40)
5 – Jean-Eric Vergne (FRA/STR) – 1m19s247, +1.368 (85)
6 – James Rossiter (ING/Force India) – 1m19s303, +1.424 (42)
7 – Jenson Button (ING/McLaren) – 1m19s603, +1.724 (83)
8 – Esteban Gutierrez (MEX/Sauber) – 1m19s934, +2.055 (110)
9 – Max Chilton (ING/Marussia) – 1m21s269, +3.390 (78)
10 – Valtteri Bottas (FIN/Williams) – 1m21s575, +3.696 (86)
11 – Charles Pic (FRA/Caterham) – 1m22s352, +4.473 (57)
12 – Paul di Resta (ESC/Force India) – 1m23s729, +5.850 (7)

Dia 8
(Foto: Getty Images)
1 – Kimi Raikkonen (FIN/Lotus) – 1m18s148
2 – Jules Bianchi (FRA/Force India) – 1m18s175, +0.027
3 – Sebastian Vettel (ALE/RBR) – 1m18s565, + 0.417
4 – Esteban Gutierrez (MEX/Sauber) – 1m18s669, +0.521
5 – Jean-Eric Vergne (FRA/STR) – 1m18s760, +0.
612
6 – Lewis Hamilton (ING/Mercedes) – 1m18s905, +0.757)
7 – Sergio Perez (MEX/McLaren) – 1m18s944, +0. 796
8 – Valtteri Bottas (FIN/Williams) – 1m19s851, +1.703
9 – Pedro de la Rosa (ESP/Ferrari) – 1m20s316, +2s168
10 – Charles Pic (FRA/Caterham) – 1m21s105, +2.975
11 – Luiz Razia (BRA/Marussia) – 1m21s226, +3.078
12 – Paul di Resta (ESC/Force India) – 1m23s435, +5.287

Soma geral dos tempos:

1 – Felipe Massa (BRA/Ferrari) – 1m17s879 (85 voltas)
2 – Kimi Raikkonen (FIN/Lotus) – 1m18s148
3 – Jules Bianchi (FRA/Force India) – 1m18s175
4 - Romain Grosjean (FRA/Lotus) - 1m18s218 (95 voltas)
5 – Sebastian Vettel (ALE/RBR) – 1m18s565
6 – Esteban Gutierrez (MEX/Sauber) – 1m18s669
7 – Jean-Eric Vergne (FRA/STR) – 1m18s760
8 – Nico Rosberg (ALE/Mercedes) – 1m18s766
9 - Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes) - 1m18s861
10 – Lewis Hamilton (ING/Mercedes) – 1m18s905
11 – Sergio Perez (MEX/McLaren) – 1m18s944
12 - Paul di Resta (ESC/Force India) - 1m19s003
13 – Sebastian Vettel (ALE/RBR) – 1m19s052
14 - Daniel Ricciardo (AUS/STR) - 1m19s134
15 – Kimi Raikkonen (FIN/Lotus) – 1m19s200
16 – Jean-Eric Vergne (FRA/STR) – 1m19s247
17 – James Rossiter (ING/Force India) – 1m19s303
18 - Mark Webber (AUS/RBR) - 1m19s338
19 - Nico Hulkenberg (ALE/Sauber) - 1m19s502
20 - Lewis Hamilton (ING/Mercedes) - 1m19s519
21 - Sergio Pérez (MAX/McLaren) - 1m19s572
22 – Jenson Button (ING/McLaren) – 1m19s603
23 - Mark Webber (AUS/RBR-Renault) - 1m19s709
24 - Romain Grosjean (FRA/Lotus-Renault) - 1m19s796
25 – Valtteri Bottas (FIN/Williams) – 1m19s851
26 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 1m19s914
27 – Esteban Gutierrez (MEX/Sauber) – 1m19s934
28 – Pedro de la Rosa (ESP/Ferrari) – 1m20s316
29 - Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes) - 1m20s343
30 - Daniel Ricciardo (AUS/STR-Ferrari) - 1m20s401
31 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 1m20s536
32 - Pastor Maldonado (VEN/Williams) - 1m20s693
33 - Nico Hulkenberg (ALE/Sauber-Ferrari) - 1m20s699
34 - Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - 1m20s846
35 - Pastor Maldonado (VEN/Williams-Renault) - 1m20s864
36 – Charles Pic (FRA/Caterham) – 1m21s105
37 – Luiz Razia (BRA/Marussia) – 1m21s226
38 – Max Chilton (ING/Marussia) – 1m21s269
39 - Giedo Van der Garde (HOL/Caterham) - 1m21s311
40 – Valtteri Bottas (FIN/Williams) – 1m21s575
41 - Giedo van der Garde (HOL/Caterham-Renault) - 1m21s915
42 – Charles Pic (FRA/Caterham) – 1m22s352
43 - James Rossiter (ING/Force India) - 1m23s139
44 – Paul di Resta (ESC/Force India) – 1m23s435
45 - Luiz Razia (BRA/Marussia) - 1m23s537
46 – Paul di Resta (ESC/Force India) – 1m23s729
47 - Max Chilton (ING/Marussia-Cosworth) - 1m24s176

sábado, 22 de dezembro de 2012

Revista Speed, Edição 6

Com 84 páginas, doze a mais que a anterior, a sexta edição da Revista Speed foi ao ar nesta madrugada com destaque para a ótima entrevista que Luiz Razia concedeu ao Ron Groo, falando sobre seu teste com a Force India e Toro Rosso além da sua temporada na GP2, onde foi vice-campeão.
Paulo Alexandre Teixeira abordou em sua coluna "O Grande Circo" a polêmica sobre as possíveis ultrapassagens que Vettel teria feito em bandeira amarela durante o GP do Brasil deste ano. Ele ainda fala sobre os derradeiros dias de Colin Chapman, que completou trinta anos de morto neste mês de dezembro e também sobre a sua última grande criação, o Lotus 88, um carro de 100% efeito-solo. E ainda tem, por sua conta, um belo texto sobre a última corrida da temporada de 1962, o GP da Àfrica do Sul disputada em East London, que contava com o duelo de dois mestres, Graham Hill e Jim Clark, que disputavam o título de pilotos daquele ano.
Felipe Pires fala sobre o grande retorno de Kimi Raikkonen à Fórmula-1 e Amanda Roldan nos trás as novidades que estarão presentes na 34ª Edição do Rali Dakar, que terá início em 5 de Janeiro com a largada em Lima, no Peru.
Daniel Machado fala sobre a carreira de Casey Stoner, que se aposentou da MotoGP ao final desta temporada com apenas 27 anos. Bernardo Bercht, do site "Pit Lane", conta como foi a edição deste ano da tradicionalíssima 12 Horas de Tarumã. Marie Espada, no seu "Diário de Fã", conta como é o ambiente no mais divertido dos setores de arquibancada do GP do Brasil: o setor G, que fica no final da reta oposta. E ainda temos mais um sensacional Paper Model de Pedro Luís Perez, que reproduz uma cena onde um Renault RE20, de René Arnoux, está com princípio de incêndio e sendo imediatamente controlado por um bombeiro.
A minha contribuição para esta edição é a segunda parte do especial de 25 anos do tri de Nelson Piquet e um longa matéria que conta os primeiros passos de Sebastian Vettel até o seu terceiro título na F1.
Sem mais delongas, leiam e releiam quantas vezes puder mais esta bela edição da Revista Speed.

Link: http://speedrevista.wordpress.com/2012/12/21/speed-6-dezembro-2012/

sábado, 20 de outubro de 2012

GP do Brasil de 2007: O título de Raikkonen



Kimi Raikkonen durante os treinos de sexta em Interlagos
(Foto: Zimbio)


O GP da China, 16ª etapa do mundial de 2007, tinha sido um presente dos Deuses para Raikkonen. Lewis Hamilton, que naquele tempo era super badalado por ser um novato que chegou e destronou Fernando Alonso da McLaren, estava na ponta do campeonato e na liderança da corrida chinesa. Era uma oportunidade de ouro para Lewis: ele tinha doze pontos de vantagem sobre Fernando (107x95) e dezessete sobre Raikkonen (107x90) e isso lhe dava a chance de sair de Xangai com o título nas mãos caso vencesse a prova.

A pista molhada devido à chuva que caíra antes da corrida, forçou a todos largarem com pneus intermediários. A lembrança da pilotagem magistral de Hamilton no dilúvio em Fuji uma semana antes tinha sido reforçada nas voltas iniciais da corrida chinesa, com ele a abrir uma boa vantagem para Raikkonen. Desta vez, ao contrário da corrida do Japão, a Ferrari não errara em colocar um pneu diferente para aquela condição de pista – em Fuji, com toda aquela água na pista, eles mandaram os dois carros com pneus intermediários, enquanto todo o grid saiu com pneus biscoito para chuva forte. Desse modo, seus dois pilotos tiveram que trocá-los em uma das 15 maçantes voltas que o pelotão teve que fazer atrás do Safety Car por causa da chuva. Em condições normais, sem o Safety, a prova teria sido arruinada por inteiro. Voltando à prova da China, Hamilton estava se se distanciando de Raikkonen e quando parou nos boxes na volta 15, tinha em torno de oito segundos de vantagem. Uma boa diferença, mas Kimi continuou na pista e só parou nos boxes na volta 19. Tinha desempenhado um bom papel ao fazer boas voltas e quando voltou atrás de Lewis, a diferença não era tão grande assim. Os quatro primeiros (Lewis, Raikkonen, Massa e Alonso) tinham optado por não trocar os pneus apostando numa chuva que estava prestes a cair. Naquele momento a pista tinha um trilho bem definido em quase todo o traçado, mas com a chuva que demorava a cair, os pneus intermediários começavam a se desgastar. Devido a sua pilotagem mais bruta, Lewis começou a perder aderência dos pneus, principalmente os traseiros que já estavam gastos. Raikkonen passou a pressioná-lo e Hamilton defendeu-se como pôde, até que o finlandês assumiu a liderança na entrada da primeira curva após o inglês alargar a entrada da curva por causa dos pneus, que nitidamente já estavam na lona. Kimi passou e foi embora, enquanto que Hamilton tentava se equilibrar no que restava dos pneus. O fim da linha para o garoto prodígio da McLaren foi a entrada do box, quando ele não conseguiu segurar a escapada de frente do MP4-22 indo atolar na caixa de brita. Apesar do esforço comovente em tentar tirar o carro dali, Lewis saiu cabisbaixo e crente que o seu primeiro “Match Point” para o título estava perdido. Raikkonen venceu tranquilamente aquela corrida, seguido por Alonso e Massa. Agora os três postulantes ao título estavam próximos: Lewis tinha quatro pontos de vantagem sobre Fernando (107x103) e sete para Raikkonen (107x100). Interlagos vivenciaria, pela terceira vez consecutiva, uma decisão de mundial.


Aquele ano foi a minha quinta participação num GP do Brasil, ininterrupta desde que comecei em 2003. Trabalhei naqueles três dias no PSDP (Posto de Sinalização e Direção de Prova) e pude acompanhar, não totalmente a fundo, porque eu tinha que desempenhar o meu trabalho, a atmosfera daquela decisão. E o melhor é que estão muito frescas na minha memória aqueles dias em Interlagos. Um privilégio.
A visitação, que sempre acontece de quarta-feira, estava bem movimentada e o box mais visitado era o da McLaren. Não apenas por ter o habitual treinamento de pit-stop, que algumas equipes realizam neste
dia, mas também a esperança de ver Alonso ou Hamilton por ali. De quarta é bem raro eles aparecerem no autódromo, principalmente os superstars, que estão envolvidos em reuniões e eventos promovidos pelos patrocinadores. Mais a frente, estava a Ferrari, também fazendo o seu treino de pit-stop, mas com um número baixo de curiosos. Na quinta-feira, dia em que os pilotos aparecem no autódromo para realizarem o reconhecimento do circuito, pude ver Hamilton pela primeira vez. Ele parecia tranqüilo, bem descontraído ao lado de alguns integrantes da McLaren, sorrindo e conversando enquanto caminhava pela pista. Não vi nem Raikkonen e muito menos Alonso. Talvez já tivessem feito este reconhecimento pela manhã.

A figura de Hamilton foi a que mais apareceu no pit Lane naqueles dias. Entre a sexta e sábado era normal eu avistar o inglês conversando com os integrantes da equipe. Ele havia ganhado a simpatia do público brasileiro: era rápido, jovem, destemido, tinha peitado Fernando Alonso e o tirado do sério dentro da McLaren, virando assim o queridinho e esta simpatia aumentou ainda mais quando ele participou de uma festa na quinta a noite e repetidamente, durante um discurso, falava o nome de Senna. Isso foi motivo de aplausos calorosos. E Lewis nunca escondeu de ninguém que era um fã de Ayrton, tanto que ele fez questão de ir ao túmulo do piloto. Usar o nome de Ayrton, frente a um público que ainda o venera, foi uma bela cartada do piloto inglês que conquistou mais alguns admiradores para apoiá-lo na batalha do título. Se Lewis fazia uma social com o público paulistano, Raikkonen preferiu ficar na dele, se bem que estivesse tentado a cair na noite para comemorar o seu aniversário de 28 anos.
Como eu disse, a quinta-feira é o dia onde os astros aparecem. Reuniões com engenheiros de provas, um caminhar pelo circuito fazem parte do cronograma de qualquer piloto. E pelos relatos que soube, o mais tranqüilo de todos era... Fernando Alonso, que havia chegado mais descontraído e sorridente, bem diferente da face carrancuda e azeda que havia demonstrado semanas antes no GP da China, quando ele acusou a McLaren veemente de está-lo sabotando. Hamilton passou apressadamente e Raikkonen estava gelado, como sempre. Os três, mais Felipe Massa, participaram de uma coletiva de imprensa onde o clima continuou sereno, sem ataque por nenhuma parte. Era momento de concentrar-se para a batalha que se seguiria pelos próximos três dias.

Na sexta-feira pela manhã, por volta de 5:30, chegamos ao autódromo. Bandeirinhas, bombeiros, resgate e equipe médica são praticamente os primeiros a chegarem à pista. Mas antes disso, existe a equipe de apoio que chega uma hora antes para deixar tudo organizado nos postos de sinalização. E esse trabalho só se encerra na boca da noite de cada dia, quando jogos de bandeiras, rádios, fones de ouvido, capacetes, são contados e guardados em ordem numérica que corresponde ao posto onde trabalham os bandeirinhas. Ou seja, são 23 postos (PSDP mais os 22 postos espalhados pela pista) que precisam ter o material totalmente conferido para não haver problemas no dia seguinte. Pois bem, chegando ao autódromo sexta pela manhã, uma fina chuva nos recepciona. Só me lembro de ter soltado “Hoje vai ser foda!”, imaginando o trabalhão que seria para o pessoal de resgate a pé, que ficam expostos no tempo, para resgatar algum carro que rodasse e/ou batesse e com a chuva caindo forte. O meu primeiro GP do Brasil foi o de 2003, onde choveu na sexta, fez um sol fraquinho no sábado e caiu um dilúvio no domingo. E posto onde trabalhei? No posto 4, que fica na parte externa saída da curva do Sol e entrada da reta oposta. Quem tiver boa lembrança e viu aquela corrida, sabe bem o que aconteceu naquele pedaço. Fora a chuva que praticamente alagou o posto (ele fica próximo a um barranco e o chão do posto ficava encravado na terra, portanto a água escorria e ia para dentro) e nos forçou a abrir uma valeta com pedaços de pau para que a água escorresse. Mas a chuva daquela sexta não era tão forte para isso, mas molhou bem a pista e deixou as coisas mais interessantes.

Aproveitei a minha estadia no pit-lane para tirar umas fotos, claro. E entre elas, estas duas de Jacques
Laffite (folheando um encarte da  4 Rodas que conta a sua vitória em Interlagos 1979, que ele autografou
para mim) e também Hans Stuck, que parou uma animada conversa para que eu pudesse fotografá-lo.
Gente boa estes senhores!

(Foto: Paulo Abreu)

O asfalto de Interlagos era novíssimo e tinha, aparentemente, corrigido as inúmeras ondulações que era uma queixa freqüente dos pilotos. Era normal ao final de cada de dia você ir por toda a extensão da reta dos boxes e oposta, ver o tanto de marca amarela que ficava no asfalto devido a raspagem da prancha de madeira. E o cheiro forte de madeira ficava suspenso no ar fazendo-lhe sentir que estava numa carpintaria, e não numa pista de corridas. O primeiro treino foi realizado com pista molhada e Raikkonen dominou, com Alonso no seu encalço por meio segundo. A tarde, com a pista seca, foi a vez das Mclarens dominar com Hamilton cravando o melhor tempo, seguido por Alonso, Massa e Raikkonen. Acabado a F1, entrava a Porsche Cup e depois o Trofeo Maserati, mas ainda era possível ver movimentações nos boxes com mecânicos empurrando carros pra lá e pra cá, alguns pilotos se dirigindo para reuniões. Hamilton foi um dos que passaram e me lembro que havia um grupo de cinco, ou seis caras, que estavam na velha arquibancada de frente para os boxes e que o chamaram. Era intervalo entre as categorias suporte, portanto Lewis ouviu bem quando o chamaram e acenou. Mas os torcedores deram uma bela trollada nele ao gritarem o nome de “Alonso, Alonso, Alonso...” e caírem na gargalha. O inglês recolheu o aceno rapidamente e saiu cabisbaixo, aumentado o ritmo do passo rumo ao paddock. Deve ter passado uma baita vergonha, certeza. Outro que passou e foi ovacionado foi Massa. Ele tinha crédito de sobra com a torcida naquela época por conta da sua vitória maiúscula no ano anterior. Vencer naquele ano era bem provável, mas iria depender muito de como estivesse o cenário da corrida, pois ele tinha um companheiro na disputa de um título mundial. Com os treinos livres da Porsche e Maserati se encerrando, era hora de arrumar as coisas e ir para casa repor as energias.

Mais uma vez, às 5:30 da madrugada, lá estávamos nós, mas dessa vez sem chuva e com o céu limpo, sem nenhuma nuvem. E o sol apareceu forte, mas a sombra das sete da manhã no pit-lane nos protegia agradavelmente. Todos os bandeirinhas – ou quase todos – e pessoal de resgate, médico, bombeiros, foram para os boxes fotografar os carros. É um momento legal, pois todas as equipes já estão trabalhando e boa parte dos carros fica pelo lado de fora das garagens montadinhos, esperando o momento certo para dar início ao treinamento de pit-stop. Portanto é uma sessão de fotos por nossa parte, uma vez que dentro da pista isso é quase impossível (se bem que sempre damos um jeito e fotografamos). Durante esta uma hora de visitação, um amigo meu que fala muito bem inglês, conversou com um dos mecânicos da McLaren antes que eles começassem o treinamento. Ele perguntou como estava o clima entre os pilotos e o mecânico, um homem negro e forte que era responsável pelo abastecimento, lhe disse que estava bom, mas Hamilton aparentava estar mais nervoso que Alonso. Isso até soava normal, afinal de contas o franco atirador naquele momento era o espanhol, bi-campeão do mundo, e não o garoto que o destronou com uma pilotagem arrojada e que agora estava a poucos pontos de ser campeão mundial. Era surpreendentemente engraçado, mas Fernando estava mais tranqüilo naqueles dias de GP do Brasil e a FIA, para garantir que a McLaren daria tratamento igual a suas duas estrelas, mandou o argentino Carlos Funes – delegado técnico da entidade – para ser o observador na equipe de Woking. Talvez aí estivesse a explicação para tamanho sossego de Fernando.
Com a pista devidamente montada, o terceiro treino teve o seu início e as Ferraris continuaram na ponta, tendo Massa em primeiro e Lewis em segundo. Raikkonen aparecia em terceiro e Alonso tinha sido apenas o oitavo. De toda a forma, uma briga particular entre italianos e ingleses. Intervalo longo, com mais de 2 horas. Momento dos bons para o pessoal relaxar, tirar um cochilo, ir ao posto vizinho para jogar papo fora ou ir atazanar a torcida do setor G, no final da reta oposta.  

A classificação começou às 14:00 horas com a sua habitual divisão em três partes, mas a que interessava mesmo é a Q3. Nenhuma surpresa aconteceu nas duas primeiras partes e três protagonistas do embate, mais Felipe Massa, passaram tranqüilamente pela Q2 que foi liderada por Raikkonen. As duas Mclarens puxaram o pelotão na saída dos boxes, tendo as duas Ferraris em seguida. A batalha pela pole era tensa, mas Felipe resolveu isso a favor da Ferrari com uma volta perfeita cravando a marca de 1’11’’931, 0’’151 mais veloz que Hamilton. A torcida veio abaixo, gritando o nome de Massa e as coisas poderiam ter sido perfeitas para os italianos caso Raikkonen não tivesse sido atrapalhado por Lewis em um momento do Q3, quando os dois se encontraram na pista e o inglês não deixou espaço suficiente para Kimi na curva Chico Landi que teve de usar a zebra de forma agressiva. Perdeu alguns décimos, mas não ligou muito para esse fato: “Não, não foi nada. Perdi poucos décimos, talvez. Lewis poderia ter feito a coisa mais fácil, mas acabou dificultando. Ele se desculpou. Essas coisas acontecem no tráfego.” Respondeu ele tranquilamente após ser perguntado se havia ficado bravo com aquele lance. Kimi tinha ficado com o terceiro lugar, logo atrás de Massa e Lewis. Alonso, quietinho, marcou o seu quarto lugar. O restante da tarde foi destinado aos treinos classificatórios da Porsche Cup e Trofeo Maserati, mas o que mais era comentado é de como seria o comportamento dos quatro primeiros na largada. Hamilton manteria a tranquilidade? Raikkonen seria o azarado de sempre? Massa venceria ou teria que ceder passagem para o finlandês? Ou Alonso daria o bote final? As respostas para estas perguntas tinham hora marcada: às 14 horas de domingo!

Todo mundo comportado: A foto oficial da Turma de 2007
(Foto: Paulo Abreu)

Seis da manhã e já estávamos em Interlagos. Meia hora mais tarde do que nos dois dias anteriores o que equivale há meia hora ou uma hora a mais de sono. Muito bom, pois quando se chega ao domingo você já está cansado pacas de todo aquele evento e para o pessoal que acha os F1 barulhentos e que com aquele barulho não se consegue dormir engana-se, pois quando chega à metade da prova o cansaço dos outros dias bate e o barulho vira “música de ninar” para nossos ouvidos. Mas aquela corrida era tensa, principalmente as primeiras voltas. Numa corrida dessas envolvendo disputa de titulo, e não digo somente com relação à F1, a atenção dos comissários de pista (bandeirinhas) tem que ser redobrada, pois um toque entre os postulantes durante uma disputa direta pode resolver a fatura para um dos dois lados. Se bem que hoje com o número quase que infindável de câmeras espalhadas pela pista, o trabalho do comissário de pista ficou relegado ao segundo plano na parte de informar a central de provas sobre o ocorrido na pista. Mas ainda sim a nossa informação ajuda muito, pois podemos reportar a ocorrência antes que as imagens cheguem à direção de provas.    

O sol estava mais forte do que no sábado e a previsão de chuva era quase nula, fato que se confirmou pelo resto da tarde sem nenhuma nuvem que trouxesse ameaça de, ao menos, uma ligeira pancada d’água. Dessa vez não houve visitação, até porque os carros estavam no parque fechado e por volta de nove da manhã eles foram retirados do box (não me lembro qual) e levados por suas respectivas equipes. A manhã foi movimentada com as duas corridas suporte da Porsche e Maserati, que foram muito boas por sinal. Com o tempo totalmente livre, desde as 10:50 da manhã, o público teve que apreciar passeios de carros de luxo até o momento em que os pilotos se dirigiram para a reta dos boxes, em cima de um caminhão aberto, para a tradicional foto de fim de ano. Foi possível ver um Massa tranqüilo, conversando animadamente com Heidfeld e Kubica; Button, Barrichello e Coulthard faziam o mesmo e na linha de trás e Rosberg, junto do estreante Nakajima, Sutil e Yamamoto, gargalhavam por alguma piada. Na linha de frente, sentados lado a lado, foi possível ver que Raikkonen, Alonso e Hamilton, não trocaram palavras. Permaneceram como estátuas. Uma pequena correção no boné de um e de outro, mãos entrelaçadas colocadas por sobre as pernas e mais nenhum movimento. O que tinha de descontração aconteceu no caminhão, com Hamilton a conversar de canto com seu amigo de longa data, Adrian Sutil; Fernando papeando alegremente com Webber, Kovalainen (estava ao lado de um estático Raikkonen), Kubica e Fisichella. O caminhão partiu para o desfile dos pilotos por todo o circuito e retornou aos boxes. Os pilotos desceram do caminhão e sumiram pelo box três, mas Hamilton era o mais assediado por fãs e imprensa junto de Felipe. Fernando e Kimi aproveitaram o embalo e desapareceram. Agora era esperar por quase uma hora e meia até a largada, e neste período apareceu um doido varrido com helicóptero que deu voou rasante na reta dos boxes e depois na oposta, levantando muita sujeira naqueles locais. Claro, um trabalhinho para os bandeirinhas em deixar a pista limpa.

A largada para o título: Raikkonen já havia deixado Hamilton para trás
(Foto: F1 Fan)

Faltando trinta, vinte minutos, o box foi aberto para o alinhamento. Corre corre por parte das equipes para levar os equipamentos para o grid e os carros já estavam rodando pela pista. Com todos eles no grid, foi possível ver alguns pilotos se dirigindo ao banheiro para o último “pit-stop”. Hamilton passou sisudo com seu pai o acompanhando, com passos firmes e sem olhar para os lados. E foi assim também na volta. Alonso e Kimi passaram que quase lado a lado, sem trocar palavras e na volta, o espanhol foi o primeiro a passar.

O sinal de cinco minutos restantes para que todos esvaziem o grid começa a tocar. A cada apagar de uma luz vermelha, é um minuto a menos e uma buzina (como aquelas de caminhões) é tocada. Com o grid vazio, o sinal é dado para a volta de apresentação. Neste momento o Claudio, comissário responsável pelo painel eletrônico de onde é acionada as luzes de largada e representante da direção de provas da FIA, mais Charlie Whiting, diretor de provas da FIA, já estavam no PSDP e conversavam entre eles. Os carros chegam e logo se alojam nos seus lugares de largada. A cada carro que para nos colchetes, a respiração e o batimento cardíaco aumenta e isso não é exclusividade dos pilotos. Nós bandeirinhas, principalmente na hora da largada, entramos numa grande tensão porque, afinal de contas, aquele é o momento mais tenso da corrida onde pode acontecer qualquer acidente de grandes proporções. Conforme Charlie apertou uma dos botões, as luzes vermelhas foram acendendo uma a uma e os motores subindo os giros, formando um barulho brutal. Assim que as cinco luzes apagaram, por dois segundos os giros baixaram. A largada foi dada. Raikkonen foi esperto e pulou na frente de Hamilton, que parecia estar pregado na sua posição. O finlandês chegou a emparelhar com Massa na entrada do “S”, mas teve que recolher o carro bruscamente que o forçou a tourear o Ferrari depois de uma pequena escapada de traseira. Lewis estava na sua cola e parece não ter visto que Fernando se colocava do lado de fora na descida do “S” e efetuando a ultrapassagem na entrada da curva do sol. Hamilton havia perdido duas posições em poucos metros e as coisas ficariam piores quando ele tentou passar Alonso por fora na curva Chico Landi e escapado, despencando mais outras quatro posições. A primeira volta terminava com Massa em primeiro, Raikkonen na sua cola e Alonso em terceiro. Hamilton aparecia em oitavo. Uma volta desastrosa para o novato e esperançosa para Raikkonen e Alonso.

E Yamamoto resolveu a brincadeira com uma "voadora" em Fisichella, no início da segunda volta
(Foto: F1Fan)

Apesar de uma pancada que Fisichella levara do Spyker de Sakon Yamamoto, forçando o abandono de ambos, a corrida foi tranqüila até a oitava volta quando foi visto um dos Mclarens lento na descida do lago. Imaginava-se que fosse Alonso, mas a verdade é que tratava-se de Hamilton que lutava loucamente com os inúmeros botões do volante. O carro tinha entrado em ponto morto e pelas repetições da câmera on-board, parece que Lewis acionada o botão sem querer forçando o carro a entrar naquele modo. Mais tarde soube que a McLaren tinha inspecionado o câmbio do carro do britânico pela manhã de domingo, para achar o problema que forçava a caixa de marchas a entrar naquela situação. Mas parece que nada tinha sido resolvido, apesar de que falavam que estava tudo em ordem. Porém agora eles viam seu pupilo despencar dez posições e perder quase que trinta segundos, até conseguir botar o carro para funcionar corretamente. O que estava ruim tinha ficado ainda pior. E na frente continuava a guerra de nervos entre Massa-Raikkonen-Alonso.

E assim a prova continua, até depois da primeira rodada de pit-stops que ainda deixa as três primeiras colocações como antes. Hamilton vinha lutando bravamente pelas posições intermediárias e já estava próximo dos dez primeiros. Ainda era pouco. Ele precisava chegar pelo menos em quinto, contanto que continuasse aquela formação, para garantir o seu título. Na volta 31, com toda aquela tensão dentro da pista, foi possível ver uma entrada desastrosa de Kazuki Nakajima, que derrubou alguns mecânicos da Williams na hora de pit-stop. Mas ao menos ninguém saiu machucado seriamente, e o filho de Satoru pôde voltar para corrida e duelar com Coulthard e fazê-lo rodar na entrada do “S” do Senna quando o veterano escocês tentou passá-lo.

Felipe estava mais tranqüilo. Tinha cerca de três ou quatro segundos de diferença para Kimi, mas uma escapa em um ponto do circuito o fez perder dois segundos e isso possibilitou a chegada do finlandês. Alonso estava bem distante, mais de 20 segundos de desvantagem. Parecia desinteressado, relaxado. Estava curtindo a prova enquanto que Hamilton fazia o que podia para entrar na casa dos oito primeiros.

A volta 50 foi decisiva. Massa entrou nos boxes e fez a sua parada e volta em segundo. Duas voltas depois é vez de Alonso ir ao pit e voltar em terceiro. E Raikkonen? Este ficou na pista e cravou voltas velozes, que lhe deram a primeira colocação quando ele voltou da sua parada na volta 53. A Ferrari tinha feito o seu jogo de equipe de um modo mais sutil, sem nenhuma canalhice. E naquele momento o jogo era aceitável: Hamilton estava em oitavo, Alonso era um peso morto na terceira colocação, mas Kimi precisava subir para o primeiro lugar para garantir o seu título. Apesar do burburinho do final da corrida, onde os poucos rebeldes queriam crucificar a Ferrari por mais um jogo de equipe, a maioria acabou por concordar com o acontecido. Ah, mas ainda tinha uma corrida pela frente. Eram dezoito voltas agonizantes que aumentavam a tensão a cada passagem de Rosberg e Kubica, que lutavam desenfreadamente pela quarta colocação desde a volta 39. A batalha dos dois foi belíssima, mas para os torcedores da Ferrari aquilo era uma tortura. Um enrosco dos dois, seguido de abandono, daria a Lewis a possibilidade de subir para quinto (tinha herdado a sétima colocação após uma parada de box de Trulli) e assegurar seu mundial. Mas isso não aconteceu.

Momentos pós vitória: a comemoração de Raikkonen, a faixa da Ferrari e o pódio,
com Alonso sorrindo feito uma criança e Raikkonen normal, como se nada tivesse acontecido

(Fotos: Paulo Abreu)

Raikkonen seguiu forte com sua Ferrari. Faltando três voltas, um aglomerado de pessoas da Ferrari apareceu nos boxes com uma faixa “Orgoglio Ferrari” e se encaminhou para o parque fechado, montado com grades em frente ao box 1. Kimi venceu a prova, seguido rapidamente de Massa que o escoltou por aquelas dezoito voltas finais. Um tempo depois passou Alonso, que parece ter festejado. Rosberg e Kubica apareceram em seguida lutando pela quarta posição; Heidfeld foi sexto e Hamilton passou em sétimo e gentilmente agradeceu os aplausos do público e Trulli fechou em oitavo. Finalmente Kimi era campeão, por uma diferença de um ponto sobre o duo da McLaren que terminaram empatados em 109 pontos. Um desfecho surpreendente.

Kimi estacionou seu carro e saiu, vibrando ao seu modo: sem muito entusiasmo. Recebeu os cumprimentos de Massa, Alonso e depois de Hamilton. No pódio foi possível ver que Alonso parecia o mais feliz, sempre sorridente, enquanto que Massa não esboçou nenhum sorriso e Kimi continuou gelado, como se nada tivesse acontecido. Receberam seus troféus, espocaram a champanhe beberam e seguiram para a sala de imprensa. Após os festejos, as coisas ficaram tensas quando souberam que Williams e BMW estavam sendo investigadas por irregularidade na gasolina. Segundo os comissários técnicos, o combustível colocado nos tanques estaria abaixo da temperatura permitida por regulamento que é de até 10 graus Celsius abaixo da temperatura ambiente. Ou seja, caso fossem punidas, Rosberg, Kubica, Heidfeld e Nakajima corriam o risco de serem desclassificados. Desse modo, Lewis herdaria a quarta colocação com a desclassificações de Rosberg (4º), Kubica (5º) e Heidfeld (6º) e o título cairia no seu colo. Mas nada foi atribuído as equipes e assim o título de Raikkonen se manteve.

Para nós bandeirinhas, era mais um GP do Brasil de F1 que terminava. Agora era hora de guardar as coisas, contar as novas histórias, trocar fotos e por aí vai. Mais um ano se passaria e Interlagos viveria momentos mais tensos e emocionantes do que o de 2007.

(Foto: F1 Fan)

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Foto 110: Bebericando

Sebastian Löeb, Ken Block e Kimi Raikkonen num momento de descontração em um bar de Cardiff durante o fim de semana do Rally do País de Gales de 2010.
Isso tem história meus amigos...

segunda-feira, 19 de março de 2012

Análise dos dez primeiros - Grande Prêmio da Austrália - 1ª Etapa

1. Jenson Button – Apesar de não ter marcado a pole, fez uma bela largada e controlou bem ao seu modo. Não teve nenhum tipo de incômodo na liderança e sempre tinha a resposta pronta quando Hamilton ameaçava uma reação, cravando tempos melhores. Nem a perda da sua vantagem de dez segundos quando o Safety Car apareceu lhe tirou a tranquilidade.

2. Sebastian Vettel – Após um treino nada satisfatório, esperava-se maior dificuldade para o Bi-campeão. Mas a boa largada que ele fez, pulando de sexto para quarto, lhe facilitou a vida. Mesmo após um erro durante sua perseguição a Schumacher, recuperou-se e herdou a posição quando este abandonou. Apesar de estar andando no mesmo ritmo de Lewis, dificilmente ultrapassá-lo-ia na pista. Mas contou com a sorte da entrada do SC e da competência do time que o devolveu em segundo após a parada de box.

3. Lewis Hamilton – A pole de sábado foi fenomenal e indicava que ele poderia ter um domínio absoluto na corrida. Mas não foi o que aconteceu após patinar na largada e virar a curva em segundo, atrás de Button. Estranhamente não acompanhou o ritmo de seu companheiro e teve a companhia de Vettel até antes do SC. Perdeu o segundo posto e não me pareceu animado em brigar com o alemão para recuperá-lo. Aparentemente parece ter adotado um estilo mais conservador, mas esteve apático ao não tentar lutar pela vitória.

4. Mark Webber – Largou mal e teve que batalhar por posições contra Rosberg e Alonso. Em certo momento da prova era o mais rápido da pista, mas ficou nisso. No final da corrida ameaçou a terceira posição de Hamilton.

5. Fernando Alonso – O erro na classificação lhe custou uma boa posição no grid, forçando-o largar da 12ª posição. Largou bem e já estava em oitavo no término da primeira volta. Não baixou os braços em nenhum momento da prova e sempre esteve na briga contra Rosberg e Webber por posições. Nas últimas voltas teve que segurar a pressão de Maldonado. Tirou o que não podia do carro, mais uma vez.

6. Kamui Kobayashi – Esperava-se dele mais na classificação, mas compensou durante a prova ao disputar posições contra Ricciardo, Massa, Perez e principalmente Raikkonen, com que teve boas disputas. Em velocidade de reta perdeu apenas para Hamilton. Esteve num grande final semana em Melbourne.

7. Kimi Räikkönen – Foi um bom desempenho neste seu retorno, mas a classificação foi o seu ponto fraco ao largar apenas na 17ª colocação enquanto seu companheiro de Lotus, Romain Grosjean, se classificou em terceiro. O enrosco de alguns carros na primeira curva lhe facilitou a vida e ele pode disputar posições na casa dos pontos desde o início.

8. Sergio Perez – Largaria em 14º, mas a troca de câmbio obrigou-o a sair em último. Isso não foi empecilho algum para o jovem mexicano fizesse uma bela corrida de recuperação, ficando momentaneamente entre os três primeiros. Fez apenas uma troca de pneus e acabou em oitavo.

9. Daniel Ricciardo – Pilotando um carro mais competitivo, o piloto da casa obteve seus dois primeiros na F1. Saiu em décimo, enfrentou problemas na primeira volta após os incidentes, recuperou-se e terminou em nono.

10. Paul Di Resta – Foi dominado de forma ampla por Hulkenberg nesta primeira corrida. Dos treinos livres ao classificatório, ele não ficou na frente do alemão em nenhum momento. Tanto que ele ficou no Q2 com a 15ª posição, enquanto Hulk posicionava-se em nono para a corrida. Sem ele na corrida, que abandonara logo no início, passou a ser a referência da Force India na pista e conseguiu a décima posição graças aos problemas enfrentados por Rosberg na última volta. Não terá vida fácil neste ano.

domingo, 4 de março de 2012

Foto 68: Plataforma


Kimi Raikkonen, ao volante, e Juan Pablo Montoya levam a Mclaren MP4/19 por um passeio em Nurburgring, à bordo do caminhão-plataforma que transportava os carros da marca durante as corridas de F1 e Carros Sport nos anos 50.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Circuito de Keimola (1966-1988)



O vídeo acima mostra a prova de 1972 do campeonato da Interseries disputado no circuito de Keimola, na Finlândia. Sim, a Finlândia país que revelou grandes pilotos para F1 como Keke Rosberg, Mika Hakkinen e Kimi Raikkonen teve seu grande autódromo construído entre 1965 /66, sendo inaugurado em 12 de junho de 1966.
Era um circuito rápido com várias curvas de raios longos e levemente inclinadas e tinha um perímetro de 3.3 km. Ainda em 66, a pista recebeu uma prova de F2 contando com grandes nomes da Fórmula-1 como Rindt, Brabham, Clark, Hulme e Graham Hill. A prova acabou sendo disputada numa quarta-feira às 20:00 horas da noite. A vitória ficou com Jack Brabham pilotando um Brabham-Honda, seguido pelo seu companheiro Denny Hulme e por Jim Clark, que correu com carro do time Ron Harris-Lotus. No ano seguinte a prova voltou a acontecer e Clark saiu vencedor.
O grande circuito finlandês sediou provas, principalmente, de endurance onde se destacou o melhor piloto do país na modalidade, Leo Kinnunen. Ele venceu as provas de 1971 e 72 válidas para o campeonato da Interseries, que ele viria a ser tri-campeão (71,72 e 73) em todas pilotando Porsches 917.
O circuito recebeu provas até 1978 quando foi fechado por questões financeiras. Mais tarde foi reaberto, na “marra”, por motociclistas que corriam ilegalmente com side-cars. Isso foi de 1980 até 88 quando aconteceu um grave acidente que quase matou um jovem de 17 anos. Foi à gota d’água. Os proprietários mandaram cavar valas pelo traçado, deixando a pista inutilizável. Em 2003 alguns adolescentes atearam fogo em pneus velhos que ficavam na parte do antigo paddock que se alastrou pelas redondezas e os bombeiros tiveram muito trabalho para apagar o incêndio que durou três dias.
Hoje a pista sofre a ameaça de ser destruída de vez, já que o governo pretende estender a linha ferroviária que passaria pelo circuito e também pode ser feitas construções habitacionais por lá.
Outro circuito que pode desaparecer para sempre.
O traçado de Keimola


Como se encontra atualmente o velho circuito: a torre de controle era totalmente envidraçada e tinha a estrela da Mercedes logo acima. A fábrica alemã patrocinou por muito tempo o autódromo. Ao lado da torre o que restou do incêndio de 2003.


Cartaz da prova de 1972 da Intersérie vencida por Leo Kinnunen.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Foto 47: A volta do campeão de gelo

Uma comemoração tímida, mas suada. A foto em questão neste post foi tirada por este que vos escreve em 2007, na corrida que consagrou Kimi Raikkonen como o mais novo campeão da F1, naquele momento. Eu trabalhei nos boxes naquele fim de semana, mas precisamente no posto de sinalização e direção de provas, mais conhecido por nós comissários de pista como PSDP, e digo que tirei esta foto, e outras mais, a base de cotoveladas e espremido no meio de uma multidão que queria um instantâneo daquele momento. E digo que, como reles bandeirinha, nem deveria estar ali no meio da imprensa tirando fotos porque somos “proibidos” de fotografar durante todo o evento. Coloco entre parênteses porque sempre conseguimos tirar umas fotinhas às escondidas, sem que ninguém perceba.
A foto em si é apenas uma deixa para falar um pouco do Kimi, que voltará ano que vem para a F1 pela ex-Renault Lotus que se chamará apenas Lotus em 2012. Confesso que fiquei surpreso, mas no meio de tanta fumaça feita desde o ano passado sobre a sua volta uma hora o fogo tinha que aparecer. A sua incursão nos Ralis e, rapidamente no mundo da NASCAR, não foi tão satisfatória assim e creio que ele volta para F1 como um garoto rebelde que saiu da casa dos pais e quebrou a cara no mundo lá fora. Como ele voltará ano que vem? Não sei, mas torço para que não seja uma chicane ambulante, ou onde todos queiram tirar uma casquinha como fazem com o Schumacher hoje. Para o marketing da F1, é uma volta louvável, pois a categoria contará com 6 campeões mundiais na ativa. Algo inédito na categoria. Por outro lado a presença do Ice Man impede que pilotos mais jovens, sedentos por oportunidades, cheguem à F1. Petrov, Senna e Grosjean, se estapearam num leilão para ver quem dá mais para ser o segundo piloto do time. No meu ver, Petrov sai com vantagem e não apenas pela grana (que é gorda), mas pelo fato de ter feito um bom trabalho neste ano – dentro da suas possibilidades – numa altura que a equipe ficou sem sua referencia maior que é o Kubica. Grosjean, caso perca, acredito que ainda ficará como “piloto de testes” e Bruno, apesar do trabalho decente que fez nestes oito GPs em que esteve na equipe, não o vejo muito forte por lá. Tenho a impressão que a sua popularidade lá dentro não anda tão em alta quanto foi em Spa e Monza, apesar de possuir um apoio financeiro muito forte também.
Independentemente de qual seja os seus resultados, que o regresso de Kimi Mathias Raikkonen seja, pelo menos, satisfatório. 

FOTO: Arquivo Pessoal

quarta-feira, 30 de março de 2011

Sobre Raikkonen e sua ida para a NASCAR

Aquele ar de quem “não está nem ai”, é a marca registrada de Raikkonen. Nos seus anos de F1 seu comportamento nas corridas foi muito tranqüilo e nenhuma confusão com outro piloto, que tem sido bem normal nos últimos anos, foi registrada. Mas para quem pensava que ele era desligado totalmente do mundo ao ver aquele cara caladão e despojado, enganou-se. Talvez ele estivesse pensando no que iria fazer adiante, enquanto seus colegas de pista cuidavam apenas do momento. Dá para tirar mais ou menos uma idéia disso quando, todos apostavam que ele iria para a Mclaren ou Toyota em 2010, mas notícia de que iria correr nos Ralis na próxima temporada pegou-os de calças na mão. Mas Kimi sempre expressou sua paixão pelos ralis, e isso não deveria ter sido encarada com surpresa. Uma hora ou outra aconteceria naturalmente.
Iniciando sua segunda temporada no Mundial de Rali, Raikkonen apareceu com mais uma: correr na NASCAR. Ele irá montará uma equipe na Truck Series para ir se ambientando com os ovais americanos, para no ano quem, no máximo, chegar à Sprint Cup que é a categoria principal. Nisso ele revezará entre as corridas no Rali e Truck Series neste 2011. É um desafio e dos grandes para ele, mas o que fez mudar a sua cabeça em direção outra categoria?
A impressão que tenho de Raikkonen desde os tempos da F1, é que ele parecer enjoar das coisas com o passar do tempo. Teve uma passagem fabulosa pela Mclaren entre 2002 e 2006, onde conquistou um bom número de vitórias e poles, mas quando chegou à Ferrari em 2007, o finlandês não empolgou tanto quanto na época da equipe rival. Parecia mais desconcentrado e desmotivado. Mas também é de levar em conta que e Ferrari naquela ocasião estava começando a entrar em parafuso, após a saída de Schumi e Ross Brawn e seu carro não era tão bom quanto o de 2006. Mas ao meio da temporada melhoraram na organização e Kimi fez uma segunda parte de mundial irretocável, que culminou no título daquele ano ao desbancar ao duo explosivo da Mclaren Alonso-Hamilton. A queda de rendimento dele em 2008 e 2009 só o fez declinar mais e mais para os ralis. O desespero da Ferrari em trazer Alonso para 2010 ajudou bastante na decisão de Raikkonen, afinal o time italiano não pareceu muito disposto a ficar com o gelado Kimi. Mclaren e Toyota também flertaram com ele, mas nenhuma chegou ao tanto de grana que o finlandês estava a fim de ganhar. Olhando hoje até acho que Raikkonen jogou pesado nas negociações com estas equipes para ver se ambas desistiam, e assim ele pudesse seguir seu caminho rumo a sua paixão que são os ralis. No Mundial de Rali também não foi grande coisa: destruiu mais carros do que conseguiu algo de concreto.
Vendo como foram as coisas para ele desde o ano passado, a mudança de ares é mais que natural na vida do Kimi. Talvez ele já esteja desanimando com os ralis por não ter conseguido alcançar, pelo menos, resultados decentes. Antevendo mais um possível fracasso neste ano, já está se arrumando pelos EUA. E por lá tem a anual subida de Pikes Peaks. Caso consiga uma chance, pode tentar vencer a mais famosa subida de montanha do mundo. O que seria um consolo para ele.
Ao ler a notícia da sua ida para a NASCAR, lembrei de outro personagem muito popular que de vez em quando reaparece das cinzas para destilar seu veneno ou tentar uma “boquinha” em alguma categoria: Jacques Villeneuve. É uma tanto cedo dizer que Raikkonen esteja trilhando o caminho do canadense, mas não há como negar que, a princípio, lembra um pouco. Jacques chegou badalado na F1: fez um alvoroço no seu primeiro ano de F1; ganhou o mundial no seguinte (assim como Hamilton) e depois sua carreira começou a descer ladeira abaixo, feito uma jamanta desgovernada. Formou sua equipe em 99 e quebrou a cara em seguida. Nos anos 2000 teve a chance de ir para a Mclaren, mas tirou o corpo fora pelo fato de achar um saco ter que fazer os mil e um eventos de patrocinadores que a equipe prateada sempre fazia com Hakkinen e Coulthard. Saiu e voltou para F1 em 2006, quando saiu de vez em meio a temporada. Tentou voltar inúmeras vezes, mas por causa da sua idade avançada sempre teve as portas fechadas. Atualmente vagueia feito um cão sem dono por inúmeras categorias para fazer “participações especiais”.
Raikkonen ainda tem um caminho interessante a ser percorrido. Nessa sua ida para a NASCAR ele pode acertar a mão e começar a vencer corridas e tornar-se um ídolo da categoria. Mas não será nada fácil furar a forte bolha que é a NASCAR. No decorrer deste ano e o de 2012 saberemos como se sairá o Homem de Gelo na quente e fervorosa NASCAR.

As marcas de Ímola

A foto é do genial Rainer Schlegelmich (extraído do livro "Driving to Perfection") tirada da reta de Ímola após uma das largadas. ...