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Max Verstappen venceu a primeira neste 2022 (Foto: Red Bull) |
Com certeza existe uma alívio com o término deste GP da Arábia Saudita. O que foi sentido desde a sexta-feira após um míssil atingir as instalações da Aramco a cerca de 12km do circuito de Jeddah, abriu uma discussão antiguissima como a Fórmula-1 tem o poder de se meter em situações complicadas e, sem dúvida alguma, essa foi a mais critica que a categoria enfrentou em sua história. Das outras vezes apenas visitavam - e ainda visitam - locais onde a situação humanitária não é das mais confiáveis, mas sempre fizeram vistas grossas para isso. Dessa vez a categoria pôde sentir que o clima poderia sim atingi-los, já que um míssil que cai a 12km do local poderia muito bem ter um erro de cálculo e acertar algo perto do circuito... ou até no próprio circuito.
Atitude dos pilotos em buscar um melhor entendimento sobre o que estava acontecendo e também em movimentar um possível boicote foi válido, mas acabou que as coisas ficaram onde estavam quando as autoridades locais garantiram aos dirigentes uma maior segurança para os próximos dias. Com o anúncio do grupo extremista Houthi em cessar os ataques pelos próximos três dias, ajudou bastante em manter o evento, mas há de convir que as discussões sobre os acontecimentos deste GP ainda vão ecoar por um bom tempo e que muitas coisas precisarão ser bem conversadas para que numa próxima visita da categoria a este local seja, pelo menos, decente.
Sair fora desse GP saudita? É algo bem dificil, uma vez que o patrocinador master da categoria - Aramco - banca a brincadeira por lá. Então, teremos que engolir esse GP e outros problemas que venham ter em "nome do espetáculo". Infelizmente...
Sustos
Não é novidade de como este circuito de Jeddah é veloz. Ano passado, na tensa batalha entre Max Verstappen e Lewis Hamilton, isso ficou evidente quando os primeiro carros foram à pista para os treinos livres e com a proximidade natural dos muros de concreto é de se esperar que um acidente mais forte aconteça.
A corrida do ano passado ficou livre disso, mas durante a qualificação foi Mick Schumacher quem escapou forte num dos S rápido e bateu forte a sua Haas e o carro indo parar do outro lado do circuito tamanha foi a pancada. Com a segurança dos carros atuais, Mick saiu apenas tonto e foi ao hospital e por precaução foi recomendado não participar deste GP. Sem dúvida alguma, em outros tempos, este acidente teria causado sérias lesões no jovem alemão - ele havia batido ano passado, mas sem ter sido com essa violência, já que acertou a barreira de pneus.
O circuito de Jeddah tem um traçado desafiador, mas é claro que a proximidade dos muros aumentam a sensação de que a qualquer momento possa ter um acidente de grandes proporções e isso é uma grande verdade. Por outro lado, a prova de 2021 e deste 2022 não foi de todo mal: ofereceu boas disputas, inclusive na batalha pela vitória nas duas etapas.
Talvez fosse um traçado para um autódromo, seria um dos melhores do mundo.
No final, uma boa corrida
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A largada do GP da Arábia Saudita |
Sim, ainda havia uma clima tenso no ar. Talvez nem tanto pelos problemas externos, mas sim por conta do acidente de Mick Schumacher durante a qualificação. Mas, ainda bem, que não teve nada demais e a prova pôde transcorrer sem maiores sustos.
A batalha entre Max e Charles foi mais uma vez o ponto alto e assim como fora em Sakhir, ambos trocavam de posições nos dois últimos pontos de DRS: se Verstappen passava por Leclerc no final da reta que antecede a dos boxes, o piloto da Ferrari descontava em seguida. Mas faltando em torno de cinco voltas para o final, o atual campeão do mundo não caiu mais na armadilha - ou segurou seu ímpeto - e tratou de passar Charles na reta dos boxes. Isso lhe dava uma boa vantagem, já que o seu carro era bem melhor de reta do que o Ferrari. Apesar de sua qualificação no Q3, onde os pneus não aqueceram de foma adequada, Max conseguiu uma importante vitória e saiu do incômodo zero que lhe acompanhava desde Sakhir. Porém, tanto ele, quanto a Red Bull, sabem bem do desafio que a Ferrari está trazendo a eles nesse inicio do mundial, especialmente com Charles Leclerc que foi mais uma vez inteligente ao domar o ímpeto de Max até onde pôde. As corridas tendem a ser ainda mais interessantes...
Carlos Sainz e Sergio Perez não tiveram uma boa tarde em Jeddah, apesar de o desempenho nos treinos tenham dado à eles uma pequena esperança: Carlos enfrentou problemas no carro antes da largada e na corrida, a exemplo de Sakhir, não conseguiu acompanhar o ritmo dos ponteiros logo após ter herdado a terceira posição de Perez, que o espremeu quando saía dos boxes. O mexicano teve seu momento de glória no sábado com a obtenção da sua primeira pole e na corrida tudo parecia bem até o acidente de Nicholas Latifi mudar os rumos do GP, com ele aparecendo em terceiro após as paradas de box e, como já dito, tendo que ceder a posição para Sainz pela infração. Foi um final bem frustrante.
Outro ponto interessante foi a disputa dos pilotos da Alpine, com Fernando Alonso tendo que suar o macacão para passar um ousado Esteban Ocon que dificultou bastante a ultrapassagem. Alonso estava bem na prova até abandonar na volta 35 com problemas mecânicos. Ocon terminou em sexto, garantindo uns bons pontos para a equipe francesa.
A Mercedes continua com a sua saga de tentar alcançar o forte pelotão formado por Ferrari e Red Bull. George Russell fez sua corrida de modo solitário, sem ter ninguém para incomodá-lo enquanto que Lewis Hamilton, após uma qualificação desastrosa, precisou escalar o pelotão com ultrapassagens e se beneficiando com as paradas daqueles que iam a sua frente até ficar em sexto, logo atrás de George. Mas o erro estratégico da Mercedes, ao chamá-lo para os boxes quando já havia passado pela entrada do pit, determinou o seu destino ao fechar a corrida em décimo. Talvez se tivesse parado no momento do Virtual Safety Car, quando os boxes estavam abertos - Magnussen, que estava logo atrás, fez a sua parada - poderia ter lutado por posições melhores ao final do GP.
Apesar dos problemas que atrasaram bastante o desenrolar do seu final de semana, Kevin Magnussen esteve mais uma vez em grande forma ao largar em 10º e conseguir ficar entre os dez primeiros em todo certame e até mesmo duelando com Hamilton pela sexta posição. Ao mesmo passo de Kevin, temos Valtteri Bottas que esteve muito bem neste GP desde os treinos tanto que conseguiu uma ótima oitava posição no grid, mostrando mais vez que o Alfa Romeo é bem veloz nestas circunstâncias. Mas na corrida, apesar de ter ficado por bom tempo na casa dos pontos, o seu carro acabou apresentando problemas e ficando pelo caminho assim que parou nos boxes.
Pierre Gasly e Lando Norris salvaram bons pontos neste GP, se recuperando do mal início que eles tiveram sem Sakhir. No entanto, seus companheiros não tiveram grande sorte: Yuki Tsunoda teve problemas no motor quando estava indo para a formação do grid e nem participou e Daniel Ricciardo teve problemas em seu Mclaren e ficou pelo caminho, em mais um final de semana dificil para o australiano.
Com um GP tão atribulado como foi este em Jeddah, muita coisa ainda será discutida. Mas ao menos, perto de todos os temores que envolviam essa prova, foi um grande alívio quando tudo terminou.