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domingo, 18 de outubro de 2015

Os 25 anos do Bi: O troco - Parte 2



Alesi brilha na abertura, o erro de Senna em Interlagos e o equilíbrio no primeiro quarto do mundial

Senna e Alesi brindaram a abertura do mundial com um duelo limpo e espetacular nas ruas de Phoenix
A abertura do mundial deu-se nas ruas de Phoenix, no Arizona, para a disputa do GP dos EUA. Apesar de todo o entusiasmo em ver o desempenho de Ayrton Senna, sob os olhares rigorosos da FISA, e da estréia de Alain Prost pela Ferrari, o que se viu na tomada de tempos para a corrida foi a formação de um grid totalmente inesperado: devido a chuva e a boa performance dos pneus de qualificação da Pirelli, Pierluigi Martini, Andrea De Cesaris e Jean Alesi, conseguiram ocupar a segunda, terceira e quarta colocações no grid. Para completar o pacote de surpresas, Gerhard Berger cravou a pole na sua estréia pela McLaren, enquanto Ayrton aparecia num tímido quinto lugar ao lado de Nelson Piquet, que saía em sexto. Roberto Pupo Moreno conseguiu não apenas passar nas pré-qualificações, como também conseguir uma ótima 16ª colocação para a EuroBrun, enquanto que seu companheiro Claudio Langes, ficou nas pré. Mauricio Gugelmin não teve uma boa jornada com a sua Leyton House, da mesma forma que Capelli: os dois pilotos ficaram na última fila.
A prova tornou-se um grande clássico dos anos 90 e da Fórmula-1 pelo fato exclusivo do grande desempenho de Jean Alesi, que assumira a liderança já na largada e começava a impor um grande ritmo sobre Gerhard Berger, que aparecia em segundo. Senna, que optara por uma largada mais conservadora, conseguia chegar ao terceiro posto após superar De Cesaris nas primeiras voltas. O erro de Berger ao bater sozinho na barreira de pneus na nona volta, deixou caminho aberto para que Ayrton conseguisse chegar em Alesi de forma pautada, sem afobação, esperando para que o ritmo alucinante do jovem francês destruísse os Pirelli. Quando estava na 30ª volta é que começou o grande duelo da prova, e porque não dizer, do ano: Alesi já conseguia ver o McLaren de Senna encher o seu retrovisor, mas apenas na 34ª volta é que Ayrton foi ao ataque e o Jean conseguiu rechaçar a tentativa do brasileiro de forma arrojada e limpa. Talvez Ayrton tenha estudado bem a manobra do francês e agora ele faria o mesmo ataque, no mesmo local, mas de uma forma que não deixasse espaço para que Jean não tivesse tração suficiente e voltasse à ponta da corrida. Enfim, Ayrton era líder e agora bastava apenas encaminhar-se para uma vitória que havia sido muito bem valorizada por aquela batalha com Alesi. O jovem francês, o grande nome do dia, chegava em segundo, com Thierry Boutsen em terceiro, Piquet em quarto, Stefano Modena num heróico quinto lugar para a Brabham e Satoru Nakajima, fechando o ótimo fim de semana para a Tyrrell, em sexto. Alain Prost teve problemas de câmbio na 21ª volta, enquanto que Nigel Mansell abandonou na volta 49 por estouro no motor. Moreno, que enfrentou problemas no seu EuroBrun, fechou em 13º, cinco voltas atrás do vencedor e Gugelmin também sofreu com a estabilidade no seu March, tanto que as dores nas costas ao final da corrida (ele terminou em 14º) eram terríveis.
Com um circuito totalmente remodelado, tendo saído dos seus originais 7.960 metros para 4.325 metros, a Fórmula-1 voltava a Interlagos após um intervalo de dez anos. Ayrton Senna, para delírio da torcida, marcou a pole e Berger fechou a primeira fila para a McLaren. As outras duas filas seriam de “gêmeos”: Thierry Boutsen e Ricardo Patrese conquistaram a segunda fila para a Williams, enquanto que Mansell e Prost fecharam a terceira para a Ferrari. Nelson Piquet, já sentindo o carro antigo da Benetton não dava combate aos mais evoluídos, marcou o 13º tempo – Nannini também não passou da 15ª posição, confirmando a baixa performance do antigo B189. Os outros brasileiros não tiveram grande sorte: enquanto que Moreno ficou nas pré-qualificações, Gugelmin – e igualmente Capelli – fez o que pôde, mas acabou ficando de fora da corrida ao marcar o 30º tempo.
Prost vencia pela sexta vez o GP do Brasil
Com uma largada segura e precisa, Ayrton parecia estar rumo a sua primeira vitória em solo brasileiro, mas um erro de tempo entre ele e Nakajima pôs tudo a perder quando o brasileiro tentou pôr uma volta no piloto da Tyrrell no Bico de Pato. O toque entre eles acabou quebrando o bico do McLaren, forçando uma ida de Senna aos boxes e automaticamente abrir mão da vitória. Melhor para Prost, que até então não tinha mais hipóteses de vitória e com um presente deste caindo em seu colo – vindo de seu maior rival e dentro da casa deste – era apenas levar o carro tranquilamente até a bandeira – se bem que dores em um dos pés e um barulho estranho o fez abrandar o ritmo, mas não o suficiente para Berger alcançá-lo. O austríaco ficou em segundo, com Senna – que marcou a melhor volta após a sua parada forçada – em terceiro, Mansell em quarto, Boutsen – que teve até chances de vencer, se não fosse problema de freios que ocasionaram um incidente nos boxes forçando uma troca do bico do Williams que o jogaram de segundo para 11º - em quinto e Piquet – que também fizera ótima prova de recuperação – em sexto.
O GP de San Marino se deu exatamente na data que a Fórmula-1 completava seus 40 anos de existência. Na classificação as seis primeiras posições tinham sido quase idênticas ao do GP do Brasil, mas a única diferença era em relação à Patrese que saía à frente de Boutsen. Nelson Piquet, já estreando o novo Benetton B190, conseguiu um bom oitavo lugar. Outra boa jornada ficou por conta de Gugelmin que conseguiria um ótimo 12º lugar após a desilusão em Interlagos. Moreno também passou das prés e alinhava em 24º.
Ayrton teve uma roda quebrada na terceira passagem e abandonou, deixando caminho aberto para que Boutsen, que fizera uma bela largada ao pular de quarto para segundo, assumisse a ponta. Thierry, a exemplo que acontecera em Interlagos, conseguia um bom ritmo e se mantinha à frente de Berger com tranquilidade, mas o azar lhe tirou a chance de algo melhor: o motor Renault estourou na 18ª volta e Berger
Berger jogou duro com Mansell, mas o "Il Leone" foi sensacional para segurar o
Ferrari
subiu para o primeiro lugar, sempre escoltado por Patrese, que mostrara o bom passo da Williams naquele GP. O austríaco ainda teria uma breve batalha com Mansell, que vinha ferozmente no seu rastro. O “Il Leone” tentou uma ultrapassagem na reta que antecedia a Villeneuve, mas uma fechada de Berger o fez passar com duas rodas na grama e protagonizar uma rodada espetacular em plena reta. Mostrando todo seu controle num carro de corrida, Nigel conseguiu segurar-se em pista e continuar sua caça a Gerhard. Mas o motor do Ferrari não agüentou o tranco e o inglês teve que abandonar algumas voltas depois. Patrese começou a ganhar terreno sobre Berger e ultrapassaria o McLaren faltando dez voltas para chegar a uma vitória que não conquistava desde o GP da África do Sul de 1983, quando ainda era piloto da Brabham. Melhor ainda: redimiu-se do erro que lhe tirou a conquista lá mesmo em San Marino, sete anos antes. A segunda colocação foi de Berger, seguido por Nannini, Prost – que errara na escolha de pneus mais duros – Piquet - que se recuperara bem após um toque com Alesi que o jogara para 11º - e Jean Alesi fechando em sexto, garantindo um ponto na estréia do novo Tyrrell 019. Além de Senna, os outros brasileiros também não completaram: Moreno nem completou voltas por conta de problemas no acelerador e Gugelmin encerrou a sua participação na 24ª voltas com problemas elétricos.  

Três corridas, três vencedores diferentes e com três equipes diferentes! Era um mundial muito interessante e de certa forma imprevisível até aquele momento, já que a maioria das apostas era para um domínio revezado entre McLaren e Ferrari, mas poucos apostavam numa (rápida) intromissão da Williams naquele momento e ainda salvo alguns malabarismos de Alesi no meio dos favoritos. E Mônaco, com seu traçado histórico, difícil e cheios de armadilhas, dava vida ao quarto GP daquele ano. Jean Alesi confirmava a sua grande fase ao batalhar contra Senna e Prost a pole-position nos dois treinos, mas esta ficaria para o piloto brasileiro que teve ao seu lado na primeira fila Alain. Alesi partiu de um ótimo terceiro lugar, com Patrese em quarto, Berger em quinto e Boutsen em sexto e Piquet marcou o décimo tempo. Gugelmin não conseguiu qualificar-se para a prova, em contraste ao seu companheiro Capelli, que conseguiu o 23º tempo. Moreno não conseguiu passar da pré-qualificação.
A corrida acabou por ter duas largadas após o enrosco entre Prost e Alesi, onde o tri-campeão levou a pior ao rodar na Mirabeau e ser acertado pela McLaren de Berger. Com o local totalmente bloqueado, a direção de prova teve que dar bandeira vermelha e reiniciar todo o procedimento de largada. Dessa forma, Prost e Berger puderam pegar seus carros reservas e irem para a segunda largada.
Ayrton conseguiu mais manter a liderança, como fizera na primeira partida e abriu grande vantagem. O único contratempo que teve neste GP foi por conta do motor, que apresentou problemas no fim da corrida. Alain
Prost apresentou problemas elétricos em seu Ferrari na 32ª volta e deixou a segunda colocação para que Alesi repetisse a sua melhor posição de chegada na F1 e no ano. Por muito pouco o pequeno francês não conseguiria sua primeira vitória na categoria, ao chegar com um segundo atrás de um problemático Ayrton Senna. Caso tivesse mais uma volta, a vitória poderia ter sido sua...
Berger fechou em terceiro, enquanto que Boutsen, que chegou a tocar-se com Mansell e Piquet, terminou em quarto. A quinta e sexta colocações ficaram para os “sobreviventes” de um GP que teve apenas seis carros chegando ao final: Alex Caffi garantiu dois pontos da Arrows (que seriam os dois únicos da equipe no ano todo) e Eric Bernard garantiu o primeiro ponto para a Larousse após travar um duelo com Gregor Foitek pelo sexto lugar. Um toque entre eles na chicane, na 73ª volta, selava disputa a favor de Bernard e Foitek abandonara em seguida. Nelson Piquet acabou sendo desclassificado quando teve seu carro empurrado pelos comissários na Lowes, após o toque com Boutsen. Menção honrosa a Mansell que, após o entrevero com Boutsen, caiu para 16º e recuperou-se de forma espetacular até chegar ao quinto lugar, mas problemas elétricos o limariam da disputa na 63ª volta.
O primeiro quarto do mundial chegava ao fim e Ayrton liderava o mundial de pilotos com 22 pontos; Berger o segundo com 16; Alesi o terceiro com 13; Prost em quarto com 12; Patrese e Bousten empatados em quinto com 9. A Fórmula-1 seguiria mais uma vez para a América do Norte para os GPs do Canadá e México, para depois retornar à Europa para as clássicas corridas na França e Grã-Bretanha onde a McLaren começaria a ter suas dores de cabeça e Alain Prost, com sua Ferrari, enfim, chegariam ao topo naquela temporada de 1990.   


A reação de Prost e os problemas de Senna

A quinta etapa, o GP do Canadá, viu mais uma vez, a exemplo que acontecera em 1989, a chuva dar as cartas numa pista conhecida por ter corridas caóticas, não importando que esteja sendo disputado no seco ou no molhado.
Ayrton Senna, mais uma vez, marcou a pole seguido de bem perto por Berger – cerca de 0’’066 centésimos – na segunda colocação. Alain Prost aparecia em terceiro, com Nannini em quarto e Piquet em quinto – mostrando bem o passo que novo Benetton B190 apresentava – e Boutsen ocupava o sexto posto. Apesar de ter conseguido passar da pré-qualificação, Moreno esteve perto de conseguir uma colocação no grid ao ficar 59 centésimos de Alex Caffi, que fez a última marca. Gugelmin também esteve próximo disso, ficando logo atrás de Moreno.
A corrida foi uma sucessão de erros por parte dos pilotos, exatamente por conta da mudança nas condições do asfalto que passava de molhado para seco no transcorrer do GP. Pilotos como Boutsen, Nannini, Alesi – este último a protagonizar o grande susto da corrida, ao escapar e bater no Benetton de Nannini que estava a ser recolhido pelos fiscais – acabaram abandonando devido a erros de cálculos em tentativas de ultrapassagens sobre retardatários.
Ayrton acabou por vencer a prova que talvez não fosse para ele: primeiramente pelo problema no câmbio que o fez andar toda corrida sem a primeira marcha; Berger, que poderia ter lhe dado combate, acabou queimando a largada e foi punido. Mesmo caindo para o fundo do pelotão, recuperou-se formidavelmente
(Foto: World Where You Live/ Flickr)
até a quarta colocação mostrando que se não errasse na largada poderia ter discutido a vitória com o seu companheiro de McLaren; Alain Prost era outro que poderia ter incomodado Senna, pois os problemas nos freios foram se agravando até que ele caísse de segundo para quinto nas voltas finais; Nelson Piquet era outro que teria tido sérias hipóteses de sair de Montreal com uma vitória, caso não tivesse perdido tempo atrás de Alain por 29 voltas ao esperar um melhor momento para tentar a ultrapassagem, que aconteceu na 49ª passagem. Todos esses fatores juntos ajudaram bastante Senna, que teve problemas com a estabilidade de seu McLaren e juntando isso ao fato de ter feito quase todo certame sem a primeira marcha, foi de grande sorte ter terminado o GP. Os dois pilotos brasileiros foram ao pódio, formando a penúltima dobradinha brasileira na categoria. Mansell terminou em terceiro, Berger o quarto, Prost o quinto e Warwick, garantindo os primeiros pontos da Lotus no campeonato, em sexto.
O belo circuito dos Hermanos Rodriguez viu o inicio da reação de Prost e Ferrari no campeonato, que estava fadado a ser um passeio de Senna e McLaren. A equipe de Ron Dennis teve mais uma pole para a sua galeria, mas desta vez não era de Senna, mas sim de Berger que cravava a sua segunda na temporada. Patrese fez o segundo tempo, Senna – que optara, segundo ele, em regulagens para a prova, aparecia em terceiro, com Mansell em quarto, Boutsen em quinto e Alesi em sexto. Uma má jornada de Prost com os pneus macios o jogara para 13º colocação. Piquet marcou o oitavo tempo, enquanto que Gugelmin e Roberto Moreno ficaram de fora. No caso do piloto da EuroBrun até que ele conseguiu uma marca que o
deixaria entre os classificados, mas ao ter o seu carro empurrado durante a classificação ele foi desclassificado pelos comissários – a regra de que nenhum carro poderia ser empurrado de voltas à pista caso tivesse problemas, também valia para os treinos. Moreno havia feito o tempo de 1’21’’142, o que lhe daria a 25ª posição.
Apesar de uma boa largada que lhe deu a liderança desde a primeira volta, Senna não chegou ao fim da corrida após liderá-la por quase toda totalidade: um erro de cálculos e, porque não dizer, de toda a equipe McLaren, incluindo o próprio Ayrton – deixou que ele ficasse na pista arriscando terminar a prova sem ter que parar nos boxes. O piloto brasileiro avisou algumas vezes os problemas de instabilidade que começaram aparecer na volta 25, e a insistência da equipe em dizer que estava tudo sob controle acabou custando a vitória. Berger, que recebera ordens de Ron Dennis para que andasse com a pressão dos pneus alta, teve sérios desgastes e já na 13ª volta teve que ir aos boxes. Acabaria em terceiro.
Alain Prost, sem dúvida alguma, foi o nome da prova ao ter largado em 13º - e ainda perdeu duas posições na largada – e subir na classificação a ponto de estar em sexto já na 15ª passagem. A escolha por menos asa, para aproveitar bem a longa reta do circuito mexicano, deu a Prost a essa chance de recuperar-se rapidamente tanto que ele estava em terceiro – logo atrás de Nigel – quando Senna teve que abrandar o ritmo por conta dos pneus. Com as duas Ferraris passando pelo piloto brasileiro, Prost apenas esperou o momento certo para passar Mansell e assumir a ponta. Senna abandonaria na 64ª volta.
As voltas finais foram brindadas com a disputa entre Mansell – que rodara e caíra para terceiro – e Berger
Mais um encontro de Berger e Mansell na pista... e outro show de Nigel, agora
na Peraltada
pela segunda colocação. Nigel atacou Gerhard na entrada da Peraltada e essa manobra foi rechaçada pelo austríaco, mas na volta seguinte, no mesmo ponto, Mansell pareceu tirar Berger para bailar ao ziguezaguear atrás do McLaren e fazer uma arriscada – e espetacular – ultrapassagem por fora na curva mais veloz e temida do circuito. Uma manobra que automaticamente entrou para a galeria das melhores da história da F1.
Prost chegava a sua segunda vitória no mundial, seguido por Mansell, Berger, Nannini, Boutsen e Piquet.
O cenário visto em Paul Ricard, para a disputa do GP da França, acabou por ser inesperado assim como foi visto em Phoenix, na abertura do campeonato. A participação ativa das Leyton House,especialmente de Ivan Capelli, que deu um resultado além do surpreendente vistoque os carros azuis – até o GP do México – penavam para tentar um mísero lugar no grid.
Mansell conseguiu quebrar a sequencia de poles consecutivas dos pilotos da McLaren, mas mesmo assim ainda teve Berger ao seu lado na primeira fila. Senna e Prost estavam na segunda fila, enquanto que Nannini e Patrese compunham a terceira fila. Nelson Piquet e Mauricio Gugelmin estavam na quinta fila – além do bom trabalho de Gugelmin com o décimo tempo, Capelli conseguia o oitavo tempo para a Leyton House. Moreno não passou da pré-qualificação.
As mudanças feitas por Adrian Newey no March antes de sua saída para a Williams, deu uma sobrevida e salto de qualidade ao chassi CG-901 que foi muito bem visto em Paul Ricard. Apesar de não ter mostrado grande velocidade até a metade da prova, os dois carros foram subindo na classificação conforme os líderes
Apesar da vitória de Prost, o nome do dia em Paul Ricard  foi de Ivan Capelli
iam para suas paradas de box e mostrando que aquelas modificações também cuidavam bem do desgaste dos pneus. Foram catorze voltas (40-54) onde os Leyton House marcavam uma inesperada dobradinha, até que o sonho começou a desfazer a partir de Gugelmin na 54ª passagem quando este teve problemas de motor e caiu de rendimento até abandonar de vez na volta 58. Capelli ainda estava na liderança quando a pressão da bomba de gasolina começou a afetar o seu rendimento. Prost aproximou-se e conseguiu a ultrapassagem a três voltas do fim. Ivan ainda conseguiu salvar a segunda colocação, com três segundos de avanço sobre Senna.
Prost chegava a sua terceira vitória, a segunda consecutiva e a centésima para a Ferrari na F1. Capelli terminou em segundo, seguido por Senna, Piquet, Berger e Patrese.
Chegando ao meio do campeonato, com a realização do GP da Grã-Bretanha, a F1 viu uma Ferrari muito mais bem equilibrada que a McLaren e aliando isso ao novo motor que tinha sido utilizado em Paul Ricard, a Rossa já era um carro a temer naquela altura do campeonato.        
Mansell levou a segunda pole consecutiva, para delírio dos torcedores locais. Senna aparecia em segundo, mais de seis décimos e desvantagem mostrando o tamanho da força que a equipe italiana tinha naquele momento. Berger era o terceiro, Boutsen o quarto, Prost o quinto e Alesi o sexto. Piquet era o 11º e Gugelmin o 13º. Com problemas de embreagem e elétrico, Moreno ficou na pré.
Nigel estava numa tarde inspirada e por mais que não tenha conseguido fazer uma boa largada, ele ficou atrás do McLaren de Senna esperando a melhor oportunidade para passar o brasileiro e assumir a liderança. Quando a conseguiu na 12ª volta, aproveitando-se bem dos problemas de Senna, comandou a prova com a bravura de sempre até que os problemas de câmbio – que começaram na 22ª volta, quando Berger o ultrapassou, mas que retomaria cinco voltas depois – que foram aumentando com o passar da corrida, tiraram dele a possibilidade de vencer faltando onze voltas para o fim. Ao final daquele GP, Mansell aproveitou para anunciar a sua aposentadoria ao final daquele ano, mas no decorrer do restante da temporada acabou cedendo as investidas de Frank Williams que o levaria para seu team a partir de 1991.
De mencionar a grande prova de Capelli e Piquet: enquanto que o italiano fizera uma prova irretocável, até mesmo com chances de vencer quando tinha 15 segundos de desvantagem para a dupla ferrarista faltando 20 voltas para o término, num momento em que era o carro mais veloz da pista – para se ter uma idéia do desempenho de Ivan, ele fez por sete vezes a melhor volta do GP sendo seis consecutivas – quanto teve problemas mecânicos que forçaram o seu abandono. Piquete teve o motor apagado na volta de aquecimento, fazendo-o largar em último e protagonizar uma corrida de recuperação espetacular que o deixou até com chances de conseguir um pódio. A rodada na Bridges fez com que perdesse a quarta colocação para Eric Bernard, mas mesmo assim, conquistando o quinto lugar, Nelson havia sido o grande nome do GP ao lado de Capelli e Mansell.
Prost herdou uma vitória que não parecia ser sua, a quarta no campeonato e a terceira seguida. Boutsen ficou em segundo, Senna – com um carro quase inguiável – em terceiro. Eric Bernard conseguiu um ótimo quarto lugar para a Larrousse, Piquet foi o quinto e Suzuki em sexto, garantindo mais um ponto para a Larrousse. Foi a última vez que Silverstone recebia a F1 com seu layout quase original.
O mundial terminava a sua segunda parte e a ascensão da Ferrari, convertida em três vitórias de Alain Prost, dava a certeza que a segunda parte do campeonato seria ainda melhor. A McLaren teria que trabalhar duro para reverter àquela situação que parecia pender para Ayrton até a o GP do Canadá.
Prost terminou aquela primeira parte na liderança com 41 pontos; Senna era o segundo com 39; Berger o terceiro com 25; Piquet o quarto com 18 e Boutsen o quinto com 17.  
Apesar da grande corrida que fizera Nigel Mansell, a conquista caiu no colo de Alain Prost que assumia a liderança daquele mundial
 

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Foto 535: Uma curva para Mansell

A Peraltada não está mais lá. Na verdade, apenas um trecho que corta um velho campo de beisebol é que agora leva o nome da mítica curva que foi alterada ainda no ínicio da década passada, recebendo as provas da CART e ChampCar. A remodelação naquela época foi feita com duas pequenas retas que formavam um ângulo de 90° ligando a entrada da curva para a metade da mesma. Hoje, para receber a F1, a segunda pequena reta, deu lugar a um "S". Claro, para quem viu a velha Peraltada, isso é altamente broxante...
Mas ao menos os mexicanos lembraram de uma das melhores manobras de ultrapassagem da história da categoria, quando Nigel Mansell passou Gerhard Berger por fora na edição de 1990, quando ambos disputavam a segunda colocação. E isso foi um belo motivo para que os organizadores batizassem aquele trecho com o nome do "Il Leone".
Mansell tratou de relembrar a fabulosa manobra: “A notícia imediatamente trouxe à minha mente a minha inesperada manobra de ultrapassagem sobre Gerhard Berger na antiga Peraltada. Mal posso acreditar que isso foi há 25 anos, e que já se vão 23 anos da minha última vitória na pista. Tenho visto cuidadosamente o que os organizadores estão fazendo e estou muito ansioso para ver isso”
Foi uma bela lembrança e homenagem dos mexicanos para o velho Nigel, num dos melhores momentos do esporte.
Merecido.

sábado, 8 de agosto de 2015

Foto 529: Jerez, 1986

O último ataque! Nigel Mansell tentando a cartada final contra Ayrton Senna, em Jerez 1986.
O final já é conhecido por todos, mas o clique é interessante ao vermos Nigel começando a se deslocar para a direita.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Foto 414: Ponto final

Apesar das atenções estarem voltadas para a decisão do título entre Michael Schumacher e Damon Hill, não tem como negar que a chegada para aquela última etapa em Adelaide tornara-se um grande alívio para todos que vivenciaram uma das temporadas mais negras da Fórmula-1.
O desfecho poderia ter sido mais agradável senão fosse o acidente que determinou o campeonato à favor de Michael Schumacher. Mas por outro lado, para compensar tudo isso, o GP australiano nos deu a oportunidade de ver pela última vez Nigel Mansell em uma boa forma e levar o Williams-Renault à vitória naquela prova de encerramento e ele teve a companhia de outros dois decanos daquela época, com Berger chegando em segundo e Brundle em terceiro.
Ao mesmo tempo em que a Fórmula-1 iniciava uma nova Era, outra que agradou a tantos e foi o pilar para que o esporte tornara-se popular, chegava ao fim com aqueles três senhores a subir no pódio e colocar um ponto final - de forma melancólica - a umas das épocas mais legais da categoria.
 

sábado, 8 de novembro de 2014

Foto 410: Na bala

"Ok, Nigel! Feche um olho, mire e não vá fazer besteira." Mansell recebendo instruções de um oficial de policia de Long Beach, durante um treinamento de tiro onde o aspirante à Leão - ele ganhara esse apelido quando teve a sua passagem pela Ferrari - empunha uma .45 Colt M1911.
 

terça-feira, 8 de julho de 2014

Foto 363: Dallas, 1984

40° graus ambiente, 66° graus na pista. Calor absurdo que fez boa parte dos pilotos perderem a concentração e, combinado com o asfalto esfarelando em alguns pontos devido a prova dos Can-Am e a temperatura elevadíssima, os erros eram fatais. Treze pilotos ficaram de fora.
Keke Rosberg, de cuca fresca, venceu e Nigel Mansell, tentando chegar ao final, empurrou o seu Lotus até desmaiar quando tentava garantir o sexto lugar após seu carro apresentar problemas de câmbio.
Foi a única visita da F1 naquele local.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Pole Lap: Nigel Mansell - Silverstone 1992

Talvez a vida de Nigel Mansell estivesse bem mais tranquila pilotando aquele FW14B em 1992, quando ele iniciou o seus trabalhos para o GP da Grã-Bretanha. Mas como qualquer outro piloto de ponta que quando vem pilotar em sua terra natal, o seu ânimo era ainda maior para tentar fazer um bom trabalho frente a sua torcida.
E Mansell partiu para umas das poles mais sensacionais das 14 que ele assinalou naquele ano: Nigel enfiou quase dois segundos em Ricardo Patrese - seu companheiro de Williams - atingindo a marca de 1'18''965 contra 1'20''884 do italiano. Uma soberba volta.
No domingo a corrida foi um passeio de Mansell, que aumentava nas primeiras voltas cerca de 1 segundo a cada passagem para Ricardo. Não foi de estranhar Patrese pedir para que "Il Leone" baixasse as calças para que pudesse ver quantas bolas tinha o piloto inglês após aquele final de semana assombroso. 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Vídeo: O pódio do GP de Mônaco de 1992

Não me lembrava, em sua totalidade, do pódio do GP de Mônaco de 1992 e este vídeo me ajudou a refrescar a memória. Foi possível ver que Senna estava detonado após a corrida, tanto que teve um pouco de dificuldade em levantar o pequeno troféu. Mas Nigel Mansell estava muito pior e teve que ser praticamente carregado até o pódio e após espoucar a champanhe, sentou-se ao chão tamanho cansaço após o épico duelo com Ayrton naquele GP.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Senna, The First - Parte 2



O rolo compressor McLaren e o erro de Senna em Mônaco

Quando as coisas estavam para começar de verdade em Jacarepaguá, na primeira etapa daquele mundial, a pergunta corrente se baseava no que havia apresentado a Ferrari durante os testes naquela mesma pista. Alguém faria frente ao duo Berger-Alboreto no circuito carioca? A resposta foi respondida com um assustador domínio da McLaren de Senna que cravou a pole com a marca de 1’28’’096, 0’’930 mais veloz que a Ferrari de Berger que aparecia apenas em... quarto, atrás de Prost (3º) e de um surpreendente Nigel Mansell que pôs a Williams-Judd na primeira fila há 0’’536 décimos do tempo de Ayrton. Uma marca sensacional do piloto inglês, já que o outro melhor motor aspirado aparecia apenas na sétima colocação com o Benetton de Boutsen. Também é válido dizer que o fato da pista carioca encontrar-se no nível do mar ajudou um pouco, mas o braço do piloto inglês é que o fez diferença. Piquet em quinto e Alboreto em sexto fechavam as três primeiras filas.
Com este domínio de Senna era de se esperar uma corrida solitária, mas um problema no engate para a primeira marcha acabou deixando o piloto brasileiro parado no grid, o que forçou o atraso desta largada e a realização de um novo procedimento. A McLaren acabaria por dar uma mancada ao deixar Ayrton sair com um carro reserva e o piloto acabaria por ser desclassificado na 31ª volta, quando estava em segundo após grande recuperação.
Alain Prost foi quem mostrou a força que a McLaren escondia desde a pré-temporada: liderou a corrida desde o início, não dando chances a ninguém e com voltas extremamente velozes (cerca de 1,5 segundos de diferença para o segundo colocado) e venceu a prova com Berger em segundo, Piquet em terceiro, Warwick em quarto, Alboreto em quinto e Nakajima em sexto.
A segunda etapa, o GP de San Marino, foi mostra ainda mais assustadora do que tinha sido o domínio da McLaren em Jacarepaguá quase um mês antes. Tanto Prost, quanto Senna havia acenado para uma evolução do MP4/4 que ambos julgavam ainda estar fora do equilíbrio ideal. Quando todos os carros foram para as classificações pode-se verificar que, salvo algum problema nos dois McLaren, a corrida estava fadada a ser de um dos dois pilotos da casa de Woking: Ayrton chegava a sua segunda pole e desta vez teria Prost ao seu lado, mas o que impressionou – mais uma vez – o restante dos pilotos foi ver que na tabela de tempos Senna havia enfiado três segundos sobre o terceiro colocado Nelson Piquet (precisamente 3.352 segundos) e oito décimos sobre Alain. Se eles procuravam o equilíbrio ideal, encontraram facilmente... Fechando os seis melhores, Nannini colocou o Benetton num belo quarto lugar, seguido por Berger e Patrese com a Williams-Judd. Dois aspirados entre os seis primeiros, nada mal...
A corrida tornou-se um passeio solitário de Ayrton pela pista de Ímola, já que Prost não conseguira sair bem e caíra para sexto. Mas já estava em segundo na oitava volta e apesar de tentar chegar próximo de Senna, o piloto do carro 12 estava pronto para responder com a melhor volta.
Apesar de parecer ter sido fácil, Ayrton sofreu com o câmbio durante o GP e a grande diferença que abrira para Alain ainda no início da prova, lhe salvou a pele. Outro que sofreu, mas com o consumo de combustível, foi Piquet que precisou economizar a gasolina perto do fim da corrida e ainda se defender dos ataques de Nannini, Patrese, Mansell. Nelson ainda teve um alívio quando tomou uma volta do McLaren de Senna, o que significou que teria uma volta a menos para se preocupar com o consumo e terminar a corrida em terceiro.
Ayrton chegou a sua primeira vitória no ano com Prost em segundo, Piquet novamente em terceiro, Boutsen
em quarto, Berger em quinto e Nannini em sexto. A classificação do mundial ainda tinha Prost na ponta da tabela com 15 pontos; Senna era o segundo com 9; Piquet e Berger empatados em terceiro com 8, e Warwick com Boutsen com 4 pontos cada fechando os seis melhores.
Mônaco foi a terceira corrida daquele ano e talvez a que tenha mudado um pouco – ou muito – o andar daquele mundial para Ayrton Senna. Ao começar pela classificação onde o piloto brasileiro fez a volta que, segundo ele, o transportou para outro plano quando melhorava a sua performance a cada volta feita no tortuoso Monte Carlo. Ayrton conseguiu cravar a pole com uma marca absurdamente superior a de Prost, chegando ao tempo de 1’23’’998 contra 1’25’’425 do francês que posicionara o seu McLaren ao lado do rival na primeira fila. Uma diferença de 1’’427 segundos... Berger, que fizera o terceiro tempo, aparecia “apenas” 2’’587 segundos de Senna. Tinha sido uma classificação perfeita. Alboreto, Mansell e Nannini fecharam os seis primeiros. Nelson Piquet não teve uma boa jornada e posicionou a sua Lotus apenas na 11ª colocação, três posições a frente de Gugelmin que largava pela primeira vez na frente de Capelli que sairia em 22º.
Como nas outras duas etapas, a McLaren partiu sozinha e abria vantagem com Ayrton no comando. Prost largou mal mais uma vez e teve que ver a traseira da Ferrari de Berger por 52 voltas, até que superou o austríaco na reta de largada. Mas alcançar Senna seria impossível, uma vez que ele havia colocado uma diferença descomunal sobre o segundo colocado superando a casa de 50 segundos. Apenas um milagre para que Prost, ao menos, chegasse próximo do brasileiro.
Com os dois carros fazendo a dobradinha, Ron Dennis pediu para Senna que diminuísse o passo uma vez que Prost não era mais ameaça. Então o francês cravou a melhor volta e Ayrton a recuperou na volta seguinte para lhe mostrar quem era o melhor naquele momento. Então veio o relaxamento, desconcentração, guard-rail na Portier, acidente... Senna havia pagado caro pela sua arrogância ao volante do MP4/4 e 
perdido uma corrida já ganha. Alain assumiu a liderança para vencer a sua segunda corrida no ano, seguido por Berger, Alboreto, Warwick, Palmer – marcando os primeiros pontos dele e da Tyrrell no ano – e Patrese em sexto. Alain ampliou para 24 pontos a sua liderança, com Berger em segundo com 14; Senna em terceiro com 9; Piquet em quarto com 8; Warwick e Alboreto em quinto com 6 pontos cada.
A F1 se deslocou para a sua temporada “Norte Americana”, com as provas a serem realizadas no México, Canadá e EUA. Mais uma chance para as rivais tentarem se aproximar do duo de ferro da McLaren. Apesar de algumas mudanças no motor, que tiraram algum sorriso de Alboreto e Berger, a Ferrari não teve chance contra os mclarianos que mais uma vez dominaram as ações, desta vez no ondulado e poluído circuito dos Hermanos Rodriguez.
Senna, mais uma vez, foi o dono da classificação ao cravar a quarta pole consecutiva e com uma folga de meio segundo para Prost. Berger aparecia em terceiro, seguido por Piquet, Alboreto e Nakajima, que fizera uma bela classificação. Devido a altitude de 2.200 metros acima do nível do mar, essa prova foi sofrível para os motores aspirados que não obtiveram êxito e ficaram de fora da casa dos pontos pela primeira vez no ano. Coube a Nannini ser o melhor dos pilotos com carros movidos a motor atmosférico ao posicionar o seu Benetton em oitavo no grid e em sétimo na classificação final da prova. Maurício Gugelmin, que marcara o 16º tempo no grid, foi quem melhor resumiu o espírito dos pilotos que usavam este tipo de motor: “Parece que estou num Fórmula 3”. Maurício abandonaria a prova com problemas na parte elétrica do seu March.
Apesar da pole Senna não pôde usufruir desta vantagem, uma vez que tivera problemas na vávula pop-off do motor Honda fazendo com que atrasasse na largada permitindo que Prost assumisse a ponta. Ele perdeu posições para Piquet e Nakajima que foram logo recuperadas pelo brasileiro, mas este preferiu poupar os pneus desistindo de um ataque à Prost. Berger teve possibilidades de brigar com Ayrton pela segunda posição, mas um erro de cálculo o forçou a abrandar o ritmo para economizar gasolina. Após a corrida verificou-se que tinha sido engano e que ele tinha, de fato, combustível para fazer a sua prova tranqüilamente. Infelizmente a informação chegara tarde demais...
Alain venceu a corrida com uma margem de sete segundos para Senna. Berger chegara 57 segundos depois de Prost, em mais uma prova dominada absolutamente pelos Mclarens. Alboreto, Warwick e Cheever fecharam os seis primeiros. Piquet abandonou na volta 58 por problemas no motor, a exemplo que acontecera com Nakajima algumas voltas antes.
Prost fechou o primeiro quarto do mundial com uma bela folga de quinze pontos para Berger (33x18); Senna era o terceiro com 15 pontos; Alboreto era o quarto com 9 e Piquet estava empatado com Warwick na quinta posição com 8 pontos cada.
(Foto: Sutton-Images)

A reação de Ayrton e os duelos com Prost

Montreal havia voltado o calendário após um ano de fora, quando a prova canadense se viu numa luta as cervejarias Labbat e Molson pelo patrocínio majoritário da corrida. Com o impasse resolvido a favor desta última, a pista de Gilles Villeneuve presenteou os pilotos com mudanças dos boxes – que fora deslocado mais para frente – e alterações no traçado que deixou a pista mais veloz, o que acabou por trazer duas preocupações que foram percebidas durante a corrida: o alto consumo dos freios e combustível. Deste modo todos os motores – e aí se incluíam até os aspirados – deveriam fazer duas corridas: uma na pista e outra nos cálculos.
A McLaren continuou a dar as cartas e Senna mais uma vez foi o pole, seguido por Prost. Berger e Alboreto ficaram com a segunda fila e Nannini pôs a sua Benetton num belo quinto lugar sendo 0’’027 centésimos melhor que Piquet, o sexto. Ayrton tentou mudar a posição do pole junto aos comissários,
(Foto: Sutton Images)
alegando que o melhor lado para essa posição era o de fora, mas o brasileiro não conseguiu nada mais que um não.
Senna tinha razão sobre isso quando Prost largou melhor e virou a primeira curva na ponta da corrida, com Senna logo em segundo. Com a limitação por conta possível desgaste do freio e, principalmente, pelo consumo da gasolina, os Mclarens não abriram grande diferença e estavam apenas sete segundos na frente do Ferrari de Berger na décima volta. Todos estavam atentos ao duelo entre Prost e Senna que, enfim, estava acontecendo após quatro corridas. Ayrton esperou o momento certo para dar o bote na volta 19, quando atacou Prost na freada para o hairpin e assumiu a liderança e tratou de se distanciar de Alain até que venceu a corrida com uma vantagem de cinco segundos sobre o francês. Boutsen foi ao pódio, seguido por Piquet – que sofreu um bocado com Mansell e Streiff que fizera uma bela corrida e era quinto até a 41ª volta, quando abandonou por quebra – Capelli e Palmer. Gugelmin abandonou na volta 54 com problemas de câmbio. No mundial Prost ainda era o líder, agora com 39 pontos; Senna subiu para segundo com 24 pontos, Berger era o terceiro com 18; em quarto Piquet com 11; Alboreto em quinto com 9 e Warwick em sexto com 8.
A F1 chegou ao seu último GP na América do Norte para a disputa do GP dos EUA, na pista citadina de Detroit. Esta acabou por ser a última visita da categoria a esta pista e um rumor de um circuito permanente por aquelas bandas fora noticiado, mas que nunca veio a ser realizado.
Ayrton era o grande favorito para essa corrida, uma vez que ele havia vencido as duas últimas edições. O “King of the Streets” não decepcionou e marcou a sua sexta pole consecutiva, mas ao contrário que vinha acontecendo desde o GP de San Marino, ele não teve a companhia de Prost na primeira fila: Berger conseguira ultrapassar a barreira da segunda fila e estaria ao lado de Ayrton. Alboreto trouxe a outra Ferrari para o terceiro lugar e Prost aparecia em quarto, com Boutsen em quinto e Mansell em sexto. Piquet fez o oitavo tempo e Gugelmin o 13º.

O asfalto foi um desafio para os pilotos já que ele estava numa condição que lembrava ao de Dallas, quatro anos antes, onde alguns pontos estavam desmanchando. Havia também a preocupação com o consumo de combustível, mas isso não pareceu problema para Ayrton que sustentou a liderança desde o começo da corrida e a venceu tranquilamente. Prost teve a vida facilitada após os problemas com os Ferrari e subiu para o segundo posto, trazendo consigo – a exemplo de Montreal – Thierry Boutsen na terceira posição. Andrea De Cesaris garantiu um belo quarto lugar para a novata RIAL, seguido por Palmer e Pierluigi Martini, que conseguira o primeiro – e único – ponto para ele e a Minardi no mundial. Apenas nove carros terminaram o GP americano, sendo que os outros três carros que chegaram ao fim foram de equipes menores: Dalmas (Lola), Caffi (BMS) e Bailey (Tyrrell). Prost ainda manteve a liderança do mundial com 45 pontos; Senna foi para 33; Berger era o terceiro com 18; em quarto Piquet empatado com Boutsen somando 11; Alboreto em sexto com 9.
Após a excursão pela América do Norte, a F1 voltou para a Europa para cumprir a clássica trinca formada pelos GPs da França, Grã-Bretanha e Alemanha. E foi no veloz circuito de Paul Ricard que mais uma vez, pela segunda naquele ano, que Prost e Senna se confrontaram diretamente pela vitória.
Desta vez a sequência de pole-positions feita por Senna até o GP dos EUA, foi quebrada por Alain Prost com uma imponente marca que foi meio segundo melhor do que o de Ayrton. A segunda fila foi feita pelas Ferraris de Berger e Alboreto, seguidas pelas Benettons de Boutsen e Nannini. Encerrando as filas formadas por carros gêmeos, Piquet e Nakajima posicionaram as Lotus na quarta fila. Gugelmin marcara o 16º tempo.
A corrida foi de tática, principalmente por parte de Prost que liderou bem a corrida – com certa folga – até parar nos boxes na 36ª volta. Foi o momento que Senna subiu para o primeiro posto e desde já começou uma “guerra fria” ou uma “caça do gato ao rato” por parte de Alain, que nitidamente tinha um carro mais bem acertado do que o brasileiro. Com a preocupação do alto consumo – que também preocupava as Ferraris, tanto que estavam rodando com a pressão do turbo mais baixa que o normal – Prost tratou de tirar a diferença para Senna aos poucos. Na volta 61 veio o golpe de Alain: aproveitando-se que Senna ficara encaixotado no Minardi de Martini, Prost fez a manobra e conseguiu passar os dois na Beausset. O único trabalho que o francês precisava agora era abrir vantagem sobre Ayrton, que não tinha condições de buscar o McLaren 11. Alain venceu a corrida com mais de 30 segundos de avanço sobre Ayrton, e Alboreto completou o pódio. Berger, Piquet – que enfrentou problemas de câmbio e fez parte da corrida sem a segunda marcha – e Nannini fecharam os seis primeiros. Prost continuou firme na ponta da tabela de pilotos com 54 pontos; Senna em segundo com 39; Berger em terceiro com 21; Alboreto e Piquet estavam empatados com 13 pontos cada na quarta posição e Boutsen em sexto com 11.
Silverstone apresentou a todos uma faceta interessante naquela oitava etapa: as Ferraris estavam em grande forma naquele fim de semana de GP bretão e por um momento parecia que, enfim, o domínio da McLaren seria suplantado daquela vez. Desde os treinos livres, passando pelos classificatórios, os carros vermelhos estiveram na ponta dos tempos e coube à Berger cravar a primeira pole de um carro que não fosse um McLaren e Alboreto confirmou essa força ao ficar em segundo. Senna e Prost colocaram os dois carros de Woking na segunda fila e na terceira, pasmem: os dois March mostraram uma força não apresentada até então e Gugelmin e Capelli apareciam na terceira fila, na frente de carros como os Lotus e Benettons, figurinhas carimbadas naquelas colocações. Nelson Piquet aparecia em sétimo, com Nannini ao seu lado na quarta fila.
Berger realizou uma bela largada, mas depois se verificou que Senna estava na sua cola. A liderança da Ferrari do austríaco foi até a 14ª volta quando Ayrton superou o carro vermelho pelo simples fato de Berger precisar abrandar o ritmo por causa do... consumo de gasolina. Foi este momento que Ayrton aplicou uma volta sobre Prost que se arrasta pela pista que estava totalmente encharcada. A largada do professor tinha sido desastrosa, caindo de quarto para nono na largada e ir despencando pelo pelotão até será acossado – e ultrapassado – por Caffi e Modena. Alain abandonaria a prova na 24ª volta por problemas de dirigibilidade – mais tarde ele diria que de fato, a pista estava absurdamente inguiável naquelas condições com pouca visibilidade e que não fazia sentido continuar pilotando naquele aguaceiro.
Mais uma vez Senna teve uma exibição de gala naquele tipo de traçado, totalmente encharcado, ficando 23 segundos na frente de Mansell que levou a torcida local ao delírio com uma pilotagem virtuosa e tirando o proveito daquelas condições para chegar em segundo. Nannini completou o pódio, com Gugelmin - marcando seus primeiros pontos na F1 – em quarto, Piquet em quinto – após problemas que o jogaram para trás – e Warwick fechando o top 6. Prost permaneceu com os mesmos 54 pontos, mas Ayrton já se aproximava agora somando 48 pontos. A terceira posição continuou com Berger (21 pontos); Piquet quarto com 15, Alboreto quinto com 13 e Boutsen em sexto com 11.
O campeonato havia encerrado a sua primeira parte do mundial com uma forma avassaladora do duo da McLaren, que além ficarem na dobradinha da tabela de pontos, eles dividiam quase todos os quesitos: 4 vitórias para cada; 6 poles para Ayrton, 1 para Prost e outra para o “intruso” Berger; 4 melhores voltas para Prost, duas para Senna e uma para Berger e Mansell.
De longe eram dois campeonatos: um para os dois Mclarens e outro para o resto.


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