sábado, 1 de maio de 2021

Foto 916: Ayrton Senna, 1000km de Nurburgring 1984

 



A famosa participação de Ayrton Senna na sua única aparição em uma prova de Endurance. Na foto, o brasileiro nos boxes de Nurburgring com o Porsche 956 do Joest Racing que ele compartilhou com Henri Pescarolo e Stefan Johansson durante os 1000km de Nurburgring de 1984, então quarta etapa do World Sportscar Championship.

Ayrton pilotou o carro na parte da tarde onde a chuva se fez presente, mas conseguiu tirar uma boa impressão do protótipo: “É mais pesado que um F-1, mas é bastante rápido”. Para a qualificação, foi o sétimo - ainda em pista molhada - e levou o Porsche ao nono lugar pela soma de tempos de Pescarolo e Johansson.

Apesar do bom desempenho nas primeiras voltas da corrida, o Porsche enfrentou problemas na embreagem e isso fez a equipe Joest trabalhar no mesmo para devolvê-lo à pista com um bom par de voltas de atraso para o líder.
Restou ao trio recuperar e fechar em oitavo - e pelas contas da equipe, caso o problema não tivesse atrasado eles em 15 minutos para o reparo, seria possível chegar ao pódio. A vitória ficou para o Porsche 956 da Rothmans Porsche, conduzido por Stefan Bellof e Derek Bell.

Dois personagens teceram elogios ao brasileiro: Reinhold Joest e Domingos Piedade. O ex-piloto alemão e dono da Joest Racing relembrou a participação do brasileiro na sua equipe: “Ele foi rápido logo nos primeiros treinos. Depois da corrida, ele ficou umas quatro horas conversando conosco, dando sugestões para deixar o carro mais rápido. Senna queria conhecer tudo sobre o 956. Trabalhou de maneira muito profissional para nós”

Domingos Piedade, que era o Diretor Esportivo da equipe Joest Racing e que foi o principal responsável em levar Ayrton para competir na equipe, também recorda sobre a passagem de Senna naquele final de semana: "O seu comportamento com o Porsche 956 de Grupo C da minha equipe foi simplesmente exuberante, divino. Depois de sete voltas ao volante de um carro que lhe era totalmente desconhecido, numa categoria nova para ele, Ayrton alcançou todo o mundo em pista e nas 65 voltas que pilotou o carro da New Mann foi simplesmente o mais rápido em pista, batendo senhores destes carros, como Bellof, Mass, Ickx, Bell, Pescarolo, Winkelhock, Boutsen, Wollek, Patrese e outros."

Hoje completa 27 anos da morte do grande piloto.

terça-feira, 27 de abril de 2021

Foto 915: Ari Vatanen, Colin McRae Forest Stages 2008

(Foto: Rumple Fugly/ Flickr)


Revivendo uma grande parceria... Ari Vatanen ao volante do Ford Escort 1800 MKII em 2008, durante o evento tributo a Colin McRae intitulado de "Colin McRae Forest Stages". Na ocasião, Vatanen teve David Richards como navegador, reeditando a parceria que fizeram no inicio dos anos 1980 no WRC. 

Vatanen e Richards participaram dos campeonatos de 1980 e 1981 sempre com o Ford Escort 1800 e venceram quatro etapas juntos: os rallies de Acrópole (1980/81); Rally do Brasil e Rally dos Mil Lagos em 1981. No campeonato, Vatanen foi quarto em 1980 com 50 pontos (o campeonato ficou para Walter Röhrl com 118 pontos) e em 1981 Vatanen chegou ao título com 96 pontos. A partir de 1982 Richards aposentou e procurou montar sua equipe de rally, que mais tarde - 1984 - passaria a se chamar Prodrive. Vatanen seguiu no WRC, mas agora com Terry Harryman como navegador. 

Sobre o evento de 2008, os dois veteranos terminaram em 30º na geral e em 5º na classe 12 que foi vencida por Alister McRae (irmão de Colin) e Roy Campbell que pilotavam também um Ford Escor 1800 MKII.

Hoje Ari Vatanen completa 69 anos.

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Foto 914: Jean Pierre Beltoise, Zandvoort 1968

 



Jean Pierre Beltoise com o Matra MS11 durante o GP da Holanda de 1968. A prova realizada em Zandvoort foi a quinta do mundial de 1968.

A corrida foi dominada amplamente por Jackie Stewart que levou o outro Matra a vitória, liderando 87 voltas das 90 programadas. Beltoise terminou com mais um minuto e meio de atraso para Stewart após batalhar para terminar em segundo, sendo que estava em terceiro até a volta 23 quando teve uma escapada por conta da pista molhada. A parada foi para limpeza do acelerador e isso lhe custou algumas posições, ao voltar em sétimo. Conseguiu escalar o pelotão para terminar em segundo, neste que foi o seu primeiro pódio e também a primeira dobradinha da Matra na Fórmula 1. Pedro Rodriguez ficou em terceiro com o BRM.

Beltoise completaria 84 anos hoje. 

domingo, 25 de abril de 2021

Foto 913: Michele Alboreto, Mônaco 1982

 



Michele Alboreto com o Tyrrell 011 durante o final de semana do GP de Mônaco de 1982. Na foto o italiano contornando a Lowes do traçado de Monte Carlo, que recebia a sexta etapa daquele mundial. Foi também a primeira prova após o trágico final de semana do GP Bélgica realizado em Zolder, que vitimou o canadense Gilles Villeneuve.

Alboreto partiu na nona colação e chegou ficar em duas oportunidades ocupando a quarta posição, onde revezou com Keke Rosberg. Quando estava em quarto, teve problemas na suspensão que acabou encerrando a sua participação na corrida na volta 69. A vitória ficou para Ricardo Patrese, após um verdadeiro caos nas voltas finais quando os primeiros - incluindo o próprio Patrese - sofreram alguns problemas e a vitória ficando para Ricardo após ter rodado na Lowes faltando três voltas para o final.

Hoje completa 20 anos da morte de Michele Alboreto, ocasionada por um furo no pneu do Audi R8 durante testes na pista de Lausitz em 2001.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Foto 912: Greg Moore, Long Beach 1995

 

(Foto: Racer)

A estrela em ascensão Greg Moore #99 - e Akira Ishikawa no #35 - durante a etapa de Long Beach de 1995, que foi a terceira do Campeonato da Indy Lights. O canadense venceu com 3,5 segundos de vantagem para Robbie Buhl que terminou em segundo e a terceira colocação ficando para Dave DeSilva. Akira ficou em décimo. 

Foi uma temporada quase que perfeita de Moore naquele campeonato, onde ele venceu 10 das 12 etapas programadas e nas duas únicas que não venceu, ficou em terceiro (Detroit) e em quinto (Vancouver) - estas provas foram vencidas por Robbie Buhl e Pedro Chaves, respectivamente. 

Greg venceu o campeonato somando 242 pontos contra 140 de Buhl e 122 de Affonso Giaffone. A partir de 1996 o canadense faria parte da CART pela mesma Forsythe com a qual conquistara aquele título na Indy Lights e daí em diante escreveria a sua breve -e brilhante - história na categoria.

Hoje Greg Moore completaria 46 anos.

terça-feira, 20 de abril de 2021

Blog Volta Rápida: Aurora AFX British F1, Silverstone 1979

O Bradford & Bingley Trophy realizado em Silverstone, foi a 15ª e última etapa do Campeonato Britânico de Fórmula-1 de 1979, mais conhecido como Aurora AFX.

A vitória foi do estadunidense Gordon Smiley com o Surtees TS20 Cosworth, seguido por Rupert Keegan (Arrows Cosworth) e Geoff Lees (Wolf Cosworth). A corrida foi realizada em 7 de outubro de 1979 e teve 35 voltas.
Gordon Smiley completaria 75 anos hoje.

Foto 911: Mauricio Gugelmin, Indy 500 1994

 

(Foto: Indycar)


Mauricio Gugelmin com o seu Reynard 94I Ford Cosworth da Chip Ganassi, na tradicional foto antes das 500 Milhas de Indianápolis de 1994. Foi a estréia do piloto na tradicional corrida.
Esta que ficou marcada pelo grande domínio da Penske e de Emerson Fittipaldi, que parecia ter a corrida na sua mão até a 185 volta quando escapou de traseira e bateu na curva quatro. Desperdiçou a chance de vencer pela terceira vez e deu a seu companheiro de Penske, Al Unser Jr., a oportunidade de vencer a prova pela segunda vez.
Além de Emerson e Maurício, Raul Boesel e Marco Greco estiveram presentes, mas abandonaram: Boesel saiu na volta 150 com problemas na bomba de água e Greco abandonou na volta 100.
Mauricio Gugelmin, que largou em 29o e terminou em 11o, comentou sobre a sua participação: "Aprendi muita coisa hoje. É impressionante como tudo é diferente dos treinos. Foi ótimo".
Gugelmin completa 58 anos hoje.

Foto 910: Erros e Lições

(Foto: Motor Sport Magazine)

Como escrevi no outro texto logo após a corrida, é dificil você ver um piloto do calibre de Lewis Hamilton errar e isso acaba sendo a grande manchete para vários sites, revistas, jornais, postagens, etc... 

Por outro lado, especificamente falando de Hamilton, seus dois erros acabaram prejudicando a sua corrida que poderia muito bem ter lhe rendido mais vitória ou até mesmo um duelo mais visceral com Max Verstappen. O primeiro desses erros recaem sobre a sua largada, onde ele dividiu a entrada da Tamburello com Max e acabou passando por sobre as "lombadas" colocadas exatamente para que os pilotos não excedessem os limites da pista. Isso lhe custou uma pequena quebra de asa e também um distanciamento em relação a Verstappen que já estava em três segundos logo na volta inicial e que aumentaria para cinco nas voltas seguintes. Talvez se tivesse se segurado mais, pudesse ter conseguido manter-se mais próximo e com a pista criando um trilho bem mais para frente lhe daria todas as chances de ameaçar o piloto da Red Bull. 

O segundo e mais importante dos erros de Hamilton, que poderia muito bem ter mudado totalmente o panorama para ele e favorecido imensamente Verstappen, foi a sua escapada na Tosa onde tentou por uma volta em George Russell por dentro exatamente onde ainda estava molhado, num momento que ele estava com pneus médios que colocara poucas voltas antes. Conseguindo ainda voltar de ré e voltando para pista, para ir aos boxes trocar a asa dianteira danificada, a sorte lhe sorriu quando o acidente de Russel e Bottas forçou o uso da bandeira vermelha pela direção de prova e isso deu a Lewis a possibilidade de manter-se em nono, trocar a asa e esperar pela relargada. Bom, o resto é história e o heptacampeão conseguiu subir de oitavo - herdando uma posição após a rodada de Kimi Raikkonen durante o Safety Car - para conseguir uma importante segunda posição. 

Com estes dois erros, destacando o segundo, foi importante para Lewis ter conseguido voltar para a prova e ainda com chances de ganhar posições que o ajudariam - e ajudou - muito a diminuir o prejuízo que poderia ter sido bem maior. Voltar de imediato e realizar aquela prova de recuperação, ajudou a exorcizar qualquer que fosse a falta de confiança que poderia aparecer em Portimão caso tivesse abandonado. em Imola - e claro que o prejuízo de sair com dobro de pontos atrás Verstappen seria algo bem catastrófico já que temos um mundial bem equilibrado neste inicio. 

Portanto, foi importante que este erro tenha aparecido agora neste inicio de mundial e como o próprio Lewis declarou, é a partir deste que ele precisará tirar lições futuras. 


O outro erro

(Foto: Getty Images)


O acidente entre George Russell e Valtteri Bottas na volta 34 causou um belo susto e ao mesmo tempo despertou a ira do jovem inglês da Williams, que estava prestes a fazer uma bela ultrapassagem sobre Valtteri quando se aproximavam da Tamburello. A leve mudança de trajetória do finlandês, tipica de defendesa de posição, e a tentativa de George em usar o máximo do circuito para tentar a manobra foi o estopim de um mega acidente após o inglês botar os pneus do lado direito na grama molhada que fez o Williams girar para dentro e acertar o Mercedes, causando um mega acidente.

A fúria de George logo após o acidente, indo tirar satisfações com Bottas, que ainda estava dentro do carro, acabou gerando uma situação não muito boa para a sua imagem e comportamento a ponto de Toto Wolf vir a público e repreender o futuro candidato mais forte a assumir uma das vagas na Mercedes em 2022. Para alguns o acidente foi de corrida, enquanto que outros apontaram George como o principal culpado e por isso condenaram a sua atitude com Bottas e também o fato de não assumir a culpa pelo ocorrido.

Com a cabeça mais fria e a poeira tendo assentado - e logicamente, uma conversa bem franca -, George fez uma nota pedindo desculpas por tudo que ocorreu: "Ontem não foi um dia de orgulho pra mim. Eu sei que aquela foi uma das nossas melhores oportunidades de pontuar nessa temporada e, quando os pontos importam tanto como importam para nós agora, às vezes você assume riscos. Mas não deu certo, e eu tenho que assumir minha responsabilidade. Com tempo para refletir sobre o que aconteceu depois, sei que eu deveria ter lidado melhor com a situação. Emoções podem falar mais alto no calor do momento e ontem as minhas apagaram o que tenho de melhor. 

Peço desculpas para Valtteri, a equipe e todos que se sentiram decepcionados por minhas ações. Eu não sou assim e eu espero mais de mim mesmo, assim como outros também esperam mais de mim. Aprendi duras lições nesse fim de semana e me tornarei um piloto melhor e uma pessoa melhor com essa experiência. Agora, o foco é em Portugal e na chance de mostrar pelo que realmente estou aqui. Obrigada a todos pelas mensagens, positivas ou negativas. Todas elas vão me ajudar a amadurecer.".

É de se entender que pilotos logo após um acidente deste nível, saem de cabeça totalmente quente e transtornados a ponto até mesmo de serem ignorantes em alguma situação. Ainda para George que poderia marcar pontos com aquela Williams que de certa forma teve uma breve melhora e que estava prestes a fazer uma ultrapassagem impressionante sobre uma Mercedes. A mistura de frustração com raiva pelo ocorrido, cega o individuo e o leva a ter esse tipo de atitude que não agrada a ninguém. 

Ao menos, ainda teve tempo de refletir e voltar atrás nas suas ações. Ainda é um piloto em formação e de quem se espera muito no futuro e talvez esse capitulo o ajude a amadurecer mais rápido.

domingo, 18 de abril de 2021

GP da Emilia Romagna - Contra-ataque rubro-taurino

 

(Foto: Red Bull/ Twitter)


Sabemos quanto que este duelo entre Hamilton e Max é esperado. Tivemos algumas amostras disso, principalmente na corrida da Hungria de 2019 onde a Mercedes colocou a equipe Rubro-taurina num beco sem saída e teve em Lewis o grande vitorioso. A prova de abertura deste campeonato foi o momento em que a Red Bull aparecia melhor, mas mais uma vez a Mercedes fez a estratégia e deixou a equipe austríaca e situação de precisar resolver na pista. Max até conseguiu, mas a malandragem de Hamilton na famosa curva quatro tirou do holandês a chance de iniciar o campeonato no lugar mais alto do pódio.

Desta vez, em Ímola, para a realização do GP da Emilia Romagna, a Mercedes mostrou uma certa evolução e isso deu uma boa impressão de que o duelo entre os dois principais postulantes seria ainda mais acirrado. O que diferencia as coisas em Ímola, foi a largada precisa de Verstappen que não apenas serviu para redimir-se do erro do sábado, como também foi importante para assumir a liderança logo de cara e bater rodas com Hamilton.

A precisão de Max na pista molhada e aproveitando -se do fato de Hamilton ainda tentar achar aderência necessária, foi importante para ele construir uma vantagem que oscilou entre 5.5 e 4.5, mas com a chegada dos retardatários essa diferença passou a oscilar ainda mais. Com a pista criando um trilho, começou a ficar claro que Hamilton parecia ter mais carro que Max e a diferença passou a cair e aí que morou o erro do inglês voltas depois de fazer o pit-stop quando errou na Tosa ao tentar colocar uma volta em Russell, exatamente quando procurava tirar diferença para Max.

A grande sorte de Lewis, aliado a sua habilidade em sair da brita e voltar para a pista, foi de logo em seguida acontecer o forte acidente entre Bottas e Russell na Tamburello. Isso ocasionou a bandeira vermelha para a limpeza da pista e deu ao inglês a oportunidade de voltar ao jogo.

Enquanto que Verstappen abria grande vantagem com a retomada da prova, foi a vez Norris brilhar ao tomar a segunda posição de Charles Leclerc e ficar ali até quando faltava quatro voltas para o final. Foi o momento em Hamilton, formidavelmente recuperando -se da nona posição, chegou ao segundo lugar após duelar o jovem conterrâneo.

Foi uma grande corrida de Max, assim como a forte recuperação de Hamilton e o talento cada vez mais vistoso de Lando, num pódio onde os três saíram sorrindo e de onde poderemos ter cada vez mais rostos diferentes naquele local.

Um impressionante Max

A cada corrida que passa fica mais claro que Verstappen tem deixado de lado algumas de suas impaciência e procurado ficar exclusivamente na sua condução. Essa corrida foi a prova clara disso ao realizar uma largada dos Deuses e sair de terceiro para primeiro na freada para a Tamburello, jogando duro contra Hamilton que procurou vender caríssimo a posição.
Infelizmente o erro de Lewis nos privou de uma boa batalha entre os dois, mas isso não deve demorar a acontecer - e talvez aconteça com mais frequência a nesta temporada.

Lewis errou, assumiu, teve sorte e competência

É difícil ver o melhor piloto do lote errar e quando erra, é algo impressionante. Pelo menos nessa corrida Lewis teve dois erros: o primeiro na largada, quando tentou intimidar Max na freada para a Tamburello e acabou não funcionando e por muito pouco não danifica a asa dianteira - onde chegou perder uma pequena aleta do lado esquerdo - e depois na sua tentativa de tentar alcançar Vertappen e errar na Tosa, ao sair do trilho seco para a parte molhada quando estava para por volta em Russell.

Sua sorte após o acidente de Bottas e Russell em ter dado a bandeira vermelha lhe deu a oportunidade de sair em nono e recuperar-se fortemente para chegar em segundo e ainda garantir a melhor volta, que lhe garantiu a liderança do Mundial por 1 ponto sobre Max.

Mas ficou claro que o desempenho do Mercedes em pista seca era bem melhor e isso daria ao heptacampeão a chance de buscar a vitória.

Sobre a corrida

Excetuando os dois principais pilotos das duas equipes, Perez e Bottas foram bem abaixo. Iniciando pelo finlandês, este passou todo o momento da corrida tomando calor de Lance Stroll e no momento do acidente estava disputando com Russell. A manobra que ocasionou a batida é questionável, mas Valtteri fez uma leve movimentação de defesa e George, no reflexo, jogou um pouco mais além do asfalto indo pegar a grama molhada. Foi um momento bastante critico, exatamente para dois personagens que tem suas carreiras ligadas a possibilidade de continuar ou chegar a Mercedes.

Perez fez uma classificação espetacular ao ficar em segundo, mas na corrida foi bem sofrível. Teve os problemas no volante, que foi trocado, mas a impressão que ficou, por conta de seus erros, foi de tentar pilotar no mesmo nível de Max e isso é difícil para um piloto que sempre teve a pilotagem cadenciada como é o do mexicano. Tanto os erros quanto a ultrapassagem sobre Vettel, passaram essa impressão de ir além do que lhe é costumeiro.

A Ferrari foi bem com seus dois pilotos e fica claro a impressão que se Carlos Sainz não tivesse errado tanto, poderia até mesmo buscado o pódio. Isso esteve nas mãos de Leclerc, mas perdeu a segunda posição para Norris na relargada e mais tarde para Lewis, fechando em quarto. McLaren apareceu bem mais uma vez e com Norris, que conseguiu um belo terceiro lugar; Ricciardo ficou em sexto, mas longe de ter um grande desempenho como o de Lando. Lance Stroll foi mais uma vez o homem da Aston Martin com bom desempenho entre os dez, sempre dentro das possibilidades do carro; para Vettel restou mais uma tarde de azar, onde foi punido por não ter os pneus montados há cinco minutos antes da largada, mesmo tendo saído dos boxes e depois abandonaria por problemas mecânicos.

Gasly sofreu com o uso dos pneus de chuva extrema e isso o atrasou demais e quando optou pelos intermediários, já havia caído na classificação. Ainda salvou uma oitava posição; Yuki Tsunoda até que realizou uma boa corrida, mas errou após a relargada e ficou em 13o. A Alfa Romeo salvou alguns pontos com a mina posição de Raikkonen, enquanto que Giovinazzi fechou em 14o. A Alpine não teve uma boa jornada, apesar de Ocon ter ficado entre os dez primeiros no grid. Ele e Alonso estiveram próximos por toda corrida e o espanhol ficou logo atrás de Esteban, que conseguiu um ponto com o décimo lugar. Para a Williams foi um final de semana que se desenhava até bom, mas que terminou da pior forma possível com seus dois carros destruídos - primeiramente com o enrosco entre Lattifi e Mazepin e depois entre Russell e Bottas - onde era bem possível que George ficasse com alguns pontos nessa prova. Sobre a Haas, seus dois pilotos competem internamente apenas. Mick chegou anos luz a frente do errático Mazepin - uma vez que o filho de Michael também errou ao bater na saída de box quando aquecia os pneus.

O GP da Emilia Romagna, que iniciou com pista molhada, foi bem melhor do que era imaginado e nos deu uma importante visão do que pode ser neste campeonato, onde a Red Bull e Mercedes serão as postulantes ao título, mas com coadjuvantes que podem muito bem desequilibrar a balança. 

sábado, 10 de abril de 2021

F1 Battles: Carlos Reutemann vs Mario Andretti - Zandvoort 1980


A bela disputa entre Carlos Reutemann e Mario Andretti pela quarta posição no GP da Holanda de 1980, então 11a etapa daquele mundial.

Enquanto que os dois veteranos - e ex-companheiros de Lotus - batalhavam por aquela posição, Nelson Piquet liderava o GP para conquistar uma importante vitória que o deixou com dois pontos de desvantagem para Alan Jones, que terminou em 11o nesta prova. Jones somava 47 pontos contra 45 de Piquet. A segunda posição do GP ficou para René Arnoux e a terceira para Jacques Laffite.
Sobre a batalha da quarta posição Reutemann levou a melhor e ficou com a posição, enquanto que Mario abandonou na volta 70 por pane seca.

Foto 909: Juan Manuel Fangio, GP de Berlim 1954

 


Uma festa para o campeão. As Mercedes W196 lideradas por Karl Kling, Juan Manuel Fangio e Hans Hermann durante o I Grosser Preis von Berlin, realizado em 19 de setembro de 1954 em AVUS.

Esta prova foi organizada para comemorar a conquista de Juan Manuel Fangio naquele ano de 1954 e contou com a participação de 14 participantes ao todo. Além dos três Mercedes, ainda teve três Gordini T16 para Jean Behra, André Pilette e Fred Wacker. A Maserati levou dois 250F oficiais para Stirling Moss e Sergio Mantovani, mas a marca ainda teve outros dois carros de modo particular: Louis Rosier inscreveu um 250F em seu nome e Harry Schell um antigo A6GCM também em seu nome. A equipe de Louis Rosier inscreveu uma Ferrari 625 para Robert Manzon, mas este nem chegou a participar da corrida após apresentar problemas pouco antes da largada. Um Ferrari 500 foi inscrito pela Ecurie Francorchamps e pilotada por Jacques Swaters. A lista de inscritos ainda contou com duas participações particulares: Helmut Nierdermayr pilotou um Klenk Meteor, enquanto que Rudolf Krause usou um BMW Eingebau.

Para a corrida, com 60 voltas programadas, apenas 11 carros estiveram presentes – Moss, Mantovani e Krause nem treinaram – e o número de participantes cairia ainda para 10 quando Robert Manzon não alinhou na oitava posição. Juan Manuel Fangio, que fez a pole com 1.3 segundos de vantagem sobre Hans Hermann, liderou o corrido por um bom tempo e sempre comboiado pelos outros dois Mercedes. Faltando  poucas voltas para o fim, o argentino diminuiria a velocidade e deixaria Karl Kling assumir a liderança para vencer por uma margem de cinco décimos sobre Fangio, com Hermann em terceiro fechando a trinca da equipe Mercedes. O piloto argentino teria abdicado da vitória seguido comando vindo dos boxes para que Kling vencesse.

Na foto em destaque no post ainda pode-se ver a presença de um outro carro, que trata-se do Gordini de Jean Behra que conseguiu acompanhar o ritmo dos Mercedes pelas primeiras voltas, mas que acabaria por ter o motor quebrado - justamente pelo grande esforço em acompanhar os carros alemães - e abandonar na volta 14. 

Ainda sobre Fangio, o argentino acabou recebendo um volante feito por um artesão local e que está em seu Museu na cidade de Balcarce.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Foto 908: Jim Clark, GP da Holanda 1965

 


Jim Clark com Lotus 33 Climax durante o GP da Holanda de 1965. Foi o GP onde Colin Chapman teve uma briga com os policiais locais, tendo dado um soco em um deles pouco antes do início da corrida. Colin foi levado para a delegacia, onde ficou preso por dois dias.
Este foi o GP onde a Honda, com Richie Ginther, desafiou o Lotus de Jim Clark e o BRM de Graham Hill nas voltas iniciais com um bom ritmo. O bom desempenho do Honda RA272 tinha sido visto já em Silverstone semana antes com o mesmo Ginther, e a repetição em Zandvoort durou algumas voltas mais do que foi no GP britânico.
Richie Ginther ficou por duas voltas na liderança até ser ultrapassado por Graham Hill e Jim Clark. Mais tarde, na volta 6, foi a vez de Clark assumir a liderança para não mais perdê-la e conquistar a sua quinta vitória no ano, naquele que foi o sexto GP da temporada.
Hoje completa 53 anos da morte de Jim Clark, que aconteceu durante uma prova de Fórmula 2 em Hockenheim. 

terça-feira, 6 de abril de 2021

Foto 907: Hermann Lang, Trípoli 1939

 


(Foto: Daimler Benz)

Hermann Lang a caminho da vitória no GP de Trípoli de 1939 com o icônico Mercedes Benz W165, cujo carro que foi construído em poucos meses especificamente para esta prova. Rudolf Caracciola, como modelo idêntico ao de Lang, e Emilio Villoresi com Alfa Romeo 158 completaram o pódio.

Lang venceu por três vezes este GP de Trípoli e forma consecutiva, ao vencer de 1937 até 1939. A sua primeira vitória naquele circuito marcou dois fatos curiosos: a primeira foi logo após a conquista, quando estava voltando da premiação e foi abordado por uma pessoa que o beijou várias vezes. Mais tarde soube -se que esta pessoa é a que havia ganhado na loteria - os resultados da prova eram válidos pela loteria também. O outro fato se deu mais tarde quando houve a festa de gala que acontecia tradicionalmente para congratular o vencedor do evento. Tanto Hermann, quanto sua esposa Lydia, não tinham roupas adequadas - e nem dinheiro para comprá-las - para a situação e se trancaram no quarto do hotel, atrasando a ida para a festa - é de se destacar que Hermann Lang não tinha a mesma fama de um Caracciola, Manfred Von Brauchitsch ou Hans Stuck, sendo que o piloto estava despontando para ao automobilismo naquele momento, tendo saído da posição de mecânico para piloto da equipe já em 1935. Alfred Neubauer, o grande chefe da equipe Mercedes, acabou por convencê-los a ir para a festa onde Hermann seria premiado pela conquista.

Hoje Hermann Lang completaria 112 anos hoje.


segunda-feira, 5 de abril de 2021

Foto 906: Michael Schumacher, Interlagos 1992

 

(Foto: Professional Sport)


Michael Schumacher gastando a borracha do Benetton Ford na freada para o S do Senna, durante o GP do Brasil de 1992. Logo atrás Jean Alesi que terminou em quarto, mas durante a prova teve um enrosco com o Benetton de Martin Brundle na volta 31 que acabou forçando o abandono do inglês logo em seguida.
O piloto alemão travou uma boa disputa com Ayrton Senna pela terceira posição durante as primeiras 13 voltas, quando o brasileiro abandonou a corrida para selar um final de semana desastroso da McLaren que estreava no novo MP4/7 que ainda tinha uma série de problemas - tanto que Gerhard Berger teve problemas já no grid de largada, o que obrigou o austríaco sair do fundo e abandonar na volta 4. A McLaren levou sete carros para este GP, sendo três deles a versão B do MP4/6.
Michael Schumacher fechou em terceiro com uma volta de atraso para a dupla da Williams, que teve em Nigel Mansell o vencedor e Ricardo Patrese em segundo.
O GP do Brasil de 1992 completa exatos 29 anos hoje.

domingo, 4 de abril de 2021

Foto 905: Richard Attwood, Mônaco 1968

 


Richard Attwood com o BRM P126 durante o GP de Mônaco de 1968. Essa corrida foi a primeira após as tragédias que abateram sobre a Lotus com as perdas de Jim Clark em Hockenheim e Mike Spence em Indianápolis, num intervalo de um mês e a equipe de Colin Chapman levou o novo Lotus 49B que usava uma pequena asa traseira em forma de cunha para Graham Hill e Jackie Oliver.
Outros ficaram de fora desta etapa por diversos motivos: Jackie Stewart não esteve neste GP por conta do pulso machucado e Johnny Servoz-Gavin o substituiu na Matra; a Ferrari não se fez presente por considerar que a segurança na pista de Monte Carlo não ser a ideal, afinal as lembranças da morte de Lorenzo Bandini um ano antes eram bem vivas; Richard Attwood foi chamado pela BRM que havia perdido Mike Spence e em seguida Chris Irwin, que substituiria Spence, mas que sofreu acidente nos 1000km de Nurburgring onde teve sérios ferimentos na cabeça. Lucien Bianchi foi escalado pela Cooper para o lugar de Brian Redman que estava nos 1000km de Spa-Francorchamps.
O traçado de Monte Carlo sofreu modificação especialmente na chicane do Porto, onde aconteceu o acidente que vitimou Bandini e a prova foi encurtada em vinte voltas. A corrida acabou por ser uma prova de resistência onde apenas cinco carros acabaram terminando. Os destaques foram para Servoz-Gavin que qualificou-se em segundo e assumiu a liderança para ficar ali até a terceira volta, quando teve problemas na transmissão. Graham Hill chegou a sua quinta e última vitória em Monte Carlo, estabelecendo um recorde que duraria por 25 anos. Lucien Bianchi terminou em terceiro, marcando seu único pódio na categoria.
Richard Attwood foi o segundo e com boas chances de vitória, ao terminar em segundo e apenas dois segundos de atraso para Hill. Attwood ainda fez a melhor marca da prova, com o tempo de 1'28"1 na última volta.
Hoje Richard Attwood completa 81 anos.

domingo, 28 de março de 2021

GP do Bahrein - Um real Dogfight

Lewis Hamilton e Max Verstappen foram os grandes nomes deste GP barenita
(Foto: FIA/Twitter)

Aquele período curto dos testes de pré-temporada lá em Sakhir nos dava um cenário bem diferente e ao mesmo tempo complexo: enquanto víamos uma Red Bull parecer andar sobre trilhos e tendo o acompanhamento da irmã Alpha Tauri com bom ritmo, a Mercedes parecia perdida e isso refletia em sua cliente mais próxima que é a Aston Martin. Um carro nervoso, com uma suspensão que não dava aos pilotos a oportunidade de usar os pneus de forma integral e mais uma temperatura elevada, dava a entender que a Mercedes teria um final de semana mais complicado do que poderia parecer já na etapa de abertura ali mesmo no circuito barenita. 

Passados 15 dias a sensação de ver a Mercedes em dificuldades foi amaciada para esta etapa e pudemos ver muito bem quando os treinos iniciaram, mesmo que Max Verstappen tenha doutrinado os treinos livres e classificação com ritmo muito bom e isso indicava que a Red Bull era sim a favorita a vencer em Sakhir. Mas treinos são treinos e corridas são corridas. Apesar daquele gap de distância entre Red Bull e Mercedes ter beirado os oito décimos, como indicavam após os testes, pareceu cair para meio segundo nos treinos livres e na classificação Hamilton ficou três décimos de Verstappen, que realizara uma volta excelente para cravar a sua quarta pole na carreira. 

Mas é na corrida que as coisas importam de verdade e nem sempre os treinos livres conseguem dar a real diretriz do que pode acontecer. Verstappen largou bem e foi seguido por Hamilton, mas o inglês não deixou que a diferença entre eles chegassem aos dois segundos e isso foi primordial para que a Mercedes chamasse seu piloto para o pit-stop e lhe desse um jogo de pneus duros e conseguisse andar mais veloz que Max, que acabou esticando a seu stint com os médios e quando resolveu parar nos boxes caiu para segundo. Lewis se manteria na liderança até a 29 volta, quando foi aos boxes pela última vez e colocou novamente um jogo de pneus duros e como da outra vez, passou a diminuir a diferença para Max que faria seu pit-stop na 40ª volta colocando, também, pneus mais duros. Tendo um pneu 11 voltas mais novos, a chance de Max era nítida e a espera era pra quando ele poderia chegar e passar por Lewis que chegou a escapar na curva 10 e perder um segundo para Verstappen que aproveitou-se muito bem para efetuar a ultrapassagem na curva quatro em bela manobra por fora, mas ele acabou espalhando e levando vantagem na manobra feita na curva quatro e precisou devolver a posição mais adiante. Como a prova teve uma volta a menos devido o segundo procedimento de largada após o Red Bull de Sergio Perez ter ficado parado na pista após uma pane, a corrida desceu de 57 para 56, Max não teve mais tempo para tentar reaproximar de Lewis que acabou vencendo na abertura do mundial sua 96ª prova. 

Por mais que a corrida tenha tido um vencedor que todo mundo conhece e já está cansado de ver, não pode-se dizer que foi uma conquista fácil. Como bem disse, as coisas poderiam se desenhar mais desastrosas pelo que foi visto nos testes e depois diminuído nos treinos para depois na corrida, as duas equipes andarem bem próximas. As estratégias dos pneus foram o toque no meio dessa batalha de nervos que foi a prova do Bahrein, onde a Red Bull foi a grande derrotada num final de semana que podia ter sido perfeito com Max Verstappen dominando todas as ações. Lewis Hamilton efetuou de forma correta toda a estratégia e isso foi fundamental para que a Mercedes chegasse ao grande trunfo nessa prova e isso dá uma moral e tanto. As reclamações de Max logo após a bandeirada, onde ele disse que preferia ter tomado os cinco segundos, já que poderia ter ampliado a vantagem acima dos cinco segundos até rapidamente, mostram que a Red Bull poderia ter saído com a vitória mesmo tendo sido encurralada pela equipe alemã na estratégia. Neste momento acredito que tenham o melhor conjunto, mas não podem vacilar com uma Mercedes que pode - e deve - recuperar-se ainda mais nas próximas etapas. 

Portanto, não foi nenhum exagero quando Toto Wolff disse que as coisas seria uma "verdadeira briga de cães" quando os treinos livres terminaram na sexta-feira. 

Embolados

A largada para o GP do Bahrein
(Foto: Fórmula-1/ Twitter)

O meio do pelotão é algo que tem chamado atenção e isso faz um bom par de temporadas, mas desta vez a briga parece mais visceral que o normal. Alpha Tauri apareceu e muito bem desde os treinos, mas os problemas na asa dianteira do carro de Pierre Gasly acabaram minando as chances da equipe conseguir um bom resultado. Porém, o estreante e aguerrido Yuki Tsunoda conseguiu dois pontos para a equipe. A Ferrari também esteve em boa prova com Charles Leclerc e Carlos Sainz que já haviam largado entre os dez primeiros, travando bons duelos com Alpine, Aston Martin e Mclaren, conseguindo marcar pontos com os dois pilotos. Mclaren foi outra que esteve muito bem desde os treinos, especialmente com Lando Norris que usou bem seu tempo de casa para dominar o seu novo companheiro de equipe Daniel Ricciardo. Foi um inicio bem animador para Mclaren ao marcar pontos com seu dois pilotos. Alfa Romeo chegou a flertar com os pontos nesta primeira etapa, o que pode considerar até mesmo um avanço se olharmos para 2020 e a dificuldade dos dois pilotos. Alpine teve um bom presságio com a nona colocação de Fernando Alonso e até que as primeiras voltas do espanhol foram boas, principalmente em se envolvendo em duelos com Vettel e Sainz, mas problemas no carro logo após a primeira parada de box e depois detritos na entrada de ar dos freios, fez com que Alonso perdesse rendimento e abandonasse quando já estava fora da casa dos pontos. Esteban Ocon, que saiu da 16ª posição não conseguiu ir além da 13ª colocação - talvez o toque que levou de Sebastian Vettel na freada para a primeira curva tenha atrasado bastante o francês. 

Sobre Vettel, tinha uma grande expectativa em torno de sua estréia pela também re-estreante Aston Martin, mas as coisas não foram as melhores para ele: uma classificação complicada que o deixou o deixou de fora do Q2 e ainda teve o desrespeito com as bandeiras amarelas que deu a ele uma punição de cinco posições no grid e ainda três pontos na carteira que acabaram convertendo em cinco no domingo por conta do incidente com Ocon. Stroll conseguiu salvar o final de semana da equipe ao terminar em décimo, perdendo a nona posição para Tsunoda nas últimas voltas, mas com bom ritmo e andando frequentemente entre os dez primeiros. Já Williams e Haas continuam seu calvário, mas com uma melhora sensivel da equipe inglesa que pode, neste momento, se vangloriar em não ter ficado nas últimas posições. Para a Haas a nova dupla foi bem problemática: Nikita Mazepin já escapou logo após a largada no lado oposto onde teve o terrível acidente de Romain Grosjean ano passado, mas sem grandes consequencias desta vez. Já Mick Schumacher acabou rodando na curva quatro, mas prosseguindo para fechar em 16º.

A categoria volta no dia 18 de abril para a realização do GP da Emilia Romagna em Ímola.

quarta-feira, 24 de março de 2021

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Foto 904: Jean Behra, GP da França 1959



O sempre valente Jean Behra com a Ferrari Dino 246 num dos trechos do circuito de Reims que recebeu o GP da França de 1959, então quarta etapa do Mundial de Fórmula-1 daquele ano. 

Era o ano de estréia de Behra na Ferrari após passagens por Gordini, Maserati e BRM e sempre com boas prestações, mas aquela passagem pela Ferrari tornaria-se um grande desaire na carreira do piloto francês. Em Mônaco teve problemas no motor, abandonando na 24ª volta; terminou em quinto na Holanda, marcando seus dois únicos pontos pela Scuderia de Enzo Ferrari. 

As coisas começaram complicar para Jean em solo francês, começando pelas 24 Horas de Le Mans, quando dividiu o comando da Ferrari 250 TR com Dan Gurney. O problemas iniciaram com o famoso chefe de equipe Romolo Tavoni, quando este ordenou com que as rotações do motor Ferrari ficasse na casa dos 7500 RPM, o que contrariou bastante Jean Behra que largaria na pole após Gurney efetivar a posição em 4'03''3, formando a trinca da Ferrari nas três primeiras posições. 

A dupla formada por Behra/ Gurney vinha com boas chances na corrida tendo liderado um bom par de voltas, mas problemas nos faróis obrigaram a ida deles aos boxes para reparos e isso fez com que perdessem a liderança para o Aston Martin DBR1/300 de Roy Salvadori/ Carroll Shelby. Behra/ Gurney voltaram em segundo após os reparos, mas na décima hora de prova, já no meio da madrugada, o motor do Ferrari de Behra/ Gurney, com o francês ao volante, acabou quebrando quando ocupava a quarta posição. 

A derradeira prova de Behra pela Ferrari se deu em Reims, onde a equipe italiana despontava como grande favorita devido a potência do seu V6. Apesar da prova ter tido seu momento complicado, exatamente no gancho Thillois, onde o asfalto estava por se soltar e isso causou até mesmo cortes no rosto de Masten Gregory devido aos pedaços da pista, a corrida foi dominada amplamente por Tony Brooks com a Ferrari e foi seguido pelo seu companheiro Phil Hill. Behra estava em terceiro quando o motor do Ferrari estourou na volta 31. 

Os acontecimentos de Le Mans e Reims foram inflados durante um jantar, onde Behra e Tavoni entraram em forte discussão e que foi encerrado com o francês dando um soco no italiano. Com situação insustentável, Jean Behra acabou sendo demitido da Scuderia. Behra acabou por morrer em agosto daquele ano após um acidente na bancada de tijolos do circuito de AVUS, quando disputava uma prova para carros sport com um Porsche RSK. 

Para não dizer que sua passagem pela Ferrari foi um desastre, Behra venceu uma prova extra-campeonato em Aintree.

Jean Behra completaria hoje 100 anos. 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

59ª 24 Horas de Daytona - Blog Volta Rápida

 Desta vez os comentários sobre esta 59ª Edição das 24 Horas de Daytona se dá no canal do Volta Rápida no Youtube. 

Espero que gostem!


domingo, 10 de janeiro de 2021

Foto 903: Ignazio Giunti, 1000km de Nurburgring 1970

 


A estrela italiana em ascensão, Ignazio Giunti, ao volante do Ferrari 512 S Spyder - que dividiu com Arturo Merzario - durante os 1000km de Nurburgring de 1970. A corrida foi curta para o duo, já que problemas na injeção de combustível forçou o abandono na segunda volta.

Giunti era uma das esperanças italianas no automobilismo naquele início de década, tendo conquistado sucessos desde 1968 quando terminou em segundo na Targa Florio e ficou em quarto nas 24 Horas de Le Mans, nestas duas pilotando pela Alfa Romeo em dupla com Nanni Galli. De imediato foi recrutado pela Ferrari, onde revezou com Clay Regazzoni na Fórmula 1 e ainda continuou a pilotar nas provas de Endurance pela equipe italiana que lhe deu a oportunidade de vencer as 12 Horas de Sebring de 1970 em trio com Nino Vacarella e Mario Andretti.

Hoje completa exatos 50 anos da sua terrível morte, após bater seu Ferrari 312PB na traseira do Matra de Jean Pierre Beltoise em plena reta dos boxes do circuito durante a realização dos 1000km de Buenos Aires de 1971, num momento em que o francês tentava empurrar o carro para os boxes. 

Giunti tinha 29 anos. 

Foto 902: 6 Horas de Daytona 1972

 


Belíssima foto do pelotão para as 6 Horas de Daytona de 1972, então segunda etapa do Mundial de Marcas. Na foto: #2: Ferrari 312 PB - Andretti/Ickx, #4: Ferrari 312PB - Regazzoni/Redman, #6: Ferrari 312 PB - Schenken/Peterson, #12: Lola T 280 - Wisell/Bonnier e o #32: Abarth 2000 SP - Arturio Merzario/Alex Soler-Roig.
A prova foi reduzida das tradicionais 24 Horas para apenas 6 por precaução da FIA em questão da durabilidade dos carros - alguns apontam, também, o fator da crise do petróleo que viria agravar a partir de 1973 - e isso foi estendido para algumas provas do calendário do Mundial, exceto as 24 Horas de Le Mans e também as 12 Horas de Sebring - os promotores desta prova se opuseram a sugestão da FIA e mantiveram a durabilidade da prova. Outras informações também levam que a Ferrari teria opinado sobre a duração das provas ao colocar em questão o seu motor, que talvez não aguentasse todo o percurso de uma corrida de 24 Horas.
A corrida foi vencida por Mario Andretti/ Jacky Ickx - que enfrentaram problemas num dos cilindros, tanto que fecharam a prova com apenas 11 -, a segunda posição ficou para Ronnie Peterson/ Tim Schenken - que também enfrentaram problemas com a embreagem - e a terceira posição para o Alfa Romeo T33/3 de Vic Elford/ Helmuth Marko.

sábado, 9 de janeiro de 2021

Foto 901: James Hunt, GP da Holanda 1975

 


James Hunt comemorando a sua primeira vitória na Fórmula 1, assim como a da Hesketh, no GP da Holanda de 1975. Além da grande exibição de Hunt num período de tempo variável, onde conseguiram fazer uma leitura perfeita das condições da pista ao colocar pneus slicks quando o circuito estava começando a secar e depois aguentando a pressão de Niki Lauda por vinte voltas, a conquista daquele resultado teve uma pitada de sorte ainda no sábado quando uma quebra no carro aconteceu durante o classificatório, que foi realizado sob chuva. Como não teve warm-up na manhã de domingo, é bem provável que o problema acontecesse durante a prova.
Uma dose de sorte - mais competência - que selou o destino para que acontecesse a grande vitória de Hunt e Hesketh naquele GP holandês. 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Sobre o GP do Sakhir


Hoje a conversa é lá no YouTube onde o cabal do Volta Rápida funciona desde o mês de agosto. 

Falo sobre o ótimo GP do Sakhir, realizado no traçado externo da pista barenita, e que foi vencido por Sérgio Perez. 


domingo, 29 de novembro de 2020

GP do Bahrein - Risco e Segurança


O que restou do carro da Haas pilotado por Romain Grosjean neste GP do Bahrein, numa das maiores apreensões que a categoria passou desde o acidente de Jules Bianchi no GP do Japão de 2014
 


A Fórmula 1 flertou com a morte hoje em Sakhir e as piores lembranças de um tempo onde a categoria era mais conhecida pelo perigo do que pela competitividade, voltaram com força. Uma nova geração que ainda não tinha presenciado algo de tamanha magnitude e até mesmo para os mais veteranos, que assistiram finais de semanas bem mais pesados, tiveram que lidar com esta situação. O corte de câmera para não mostrar o que havia acontecido aumentou ainda mais o desespero em saber quem era - ou eram - o envolvido naquele brutal acidente que aconteceu logo após a largada, onde deu para ver dois carros indo para o lado interno do circuito barenita e um deles explodir de imediato. Foram breves minutos que trouxeram um ar pesado, onde podia sentir até mesmo a possibilidade de que algo pior pudesse acontecer. Mas o surgimento de Romain Grosjean das chamas, pulando o guard rail e indo em direção ao carro médico, fez as coisas acalmarem quase que instantaneamente. Logo após as chamas serem apagadas, pudemos ver o tamanho do estrago onde o Haas dividiu ao meio e o cockpit, que rasgou as lâminas metálicas, pregado na proteção metálica e totalmente carbonizado. Um cenário de guerra num curto espaço.
Sabemos bem que este acidente, até por volta de 2017, poderia ter sido catastrófico, mas também sabemos que as melhorias no campo da segurança melhorou de forma considerável, atingindo um nível onde os riscos serem quase eliminados. Porém, é impossível eliminar os riscos do motorsport e são eles que aparecem de vez em quando para nos alertar que ainda existe uma pequena chance de algo dar errado. Hoje foi um destes casos, onde o mínimo risco acabou dando o ar da graça e mostrando a todos que não se deve acomodar. A adoção do HALO, tão criticado para o ano de 2018, onde as reclamações giravam em torno da estética dos carros, hoje teve a sua grande prova: o brutal impacto que fez o carro de Grosjean varar o guard rail, mostrou a peça intacta e cumprindo o seu objetivo que era de proteger a cabeça do piloto. As lembranças de François Cevert em Watkins Glen 1973 ou de Helmut Koinnig no mesmo circuito um ano depois, podiam ter sido reavivadas hoje, mas a peça protegeu bem Romain e não teve nenhum dano nesta - até onde podemos ver. Fazendo uma conjunção do HALO com a tripla proteção de Nomex do macacão, também foi vital para que Grosjean saísse com apenas queimaduras nas mãos e nos pés, principalmente num deles que ficou sem a sapatilha que pode ter ficado grudado nos pedais.
A fato de Romain não desmaiar também contribuiu bastante para que ele mesmo pudesse sair logo daquele inferno que se transformou o resto de seu carro, mas ainda temos que destacar - de forma negativa - a demora e falta de preparo dos bombeiros presentes naquele momento. Apesar de saber que os treinamentos das equipes que trabalham no GPs serem rigorosas, é bem provável que escape alguém ou alguns que não estejam em perfeitas condições de assumir a responsabilidade em uma corrida - e nisso englobo o motorsport num todo. A demora em retirada, aparentemente, da trava de segurança do extintor, também ajudou no atraso para que as chamas fossem contidas e isso teria ajudado Romain a sair com mínimas ou nenhuma queimadura deste acidente. Outro ponto que deverá ser revisto até mesmo na próxima semana, quando será realizado o GP de Sakhir, mas utilizando o traçado externo do circuito, é o uso de barreiras de pneus ou até mesmo do softwall no local onde bateu Grosjean e em outros pontos do circuito, já que as médias serão bem maiores.
O que aconteceu hoje em Sakhir foi colocar em prova tudo que foi gasto e estudado para melhorar a segurança do carros e dos circuitos. O pavoroso acidente de Robert Kubica em Montreal 2007 já havia sido a grande prova de que a segurança dos carros da Fórmula 1 era altíssima, mas o descuido em deixar um trator trabalhando enquanto os carros estavam a toda velocidade, abrandando brevemente a velocidade no trecho de bandeira amarela, acabou custando a vida do promissor Jules Bianchi em Suzuka 2014 o que fez colocar em check novamente as questões de segurança. Foram lições que serviram para melhorar ainda mais e corrigir pequenas falhas até que acontecesse este de Romain Grosjean, onde expôs outras falhas e também a eficácia de todo melhoramento que foi implantado nos últimos tempos.
Parafraseando um trecho de uma matéria da revista Veja de 1989, que abordava o acidente de Maurício Gugelmin no GP da França, onde escreveram que "aumentava a segurança, mas não eliminava os riscos", hoje foi o dia vermos a segurança cumprir seu papel, mas sempre com o risco a espreita.

domingo, 15 de novembro de 2020

Foto 900: Helinho

 



Confesso ter ficado bastante feliz com o título de Hélio Castroneves na IMSA, dividindo a conquista com Ricky Taylor no comando do Acura DPi do Team Penske. E tudo se deu num momento em que o piloto brasileiro encerra a sua estadia numa das melhores equipes do motorsport mundial.

Durante estes vinte anos defendendo a equipe de Roger Penske, Helinho bateu na trave várias vezes quando estava pronto para conquistar o título na Indycar. Mas como um roteiro clássico, onde uma porta é fechada e outra se abre de imediato, Hélio venceu três Indy 500 com louvor e imediatamente conquistou a admiração do público - que também foi inflado pela suas grandes comemorações que lhe rendeu o apelido de "Spider Man".

No apagar das luzes de sua participação na Penske, equipe qual ele ingressou no distante ano de 2000 em substituição ao falecido Greg Moore, que já estava contratado para aquele ano, Helinho conquistou um título que tanto escapou de suas mãos e o destino fez o favor de recompensar o piloto brasileiro. Este título na IMSA entra como a quarta jóia de sua grande carreira, juntando -se as três (respeitáveis) conquistas na Indy 500. Foi um encerramento brilhante de sua carreira na equipe de Roger Penske.

Hélio Castroneves continuará na ativa, claro, quando retornará a Indycar em 2021 pela Meyer Shank para a disputa de seis provas, incluindo a Indy 500 prova qual ele busca sua quarta conquista para igualar os lendários A.J.Foyt, Al Unser Snr. e Rick Mears.

GP da Turquia: Reconhecimento

 


Quando Sebastian Vettel foi cumprimentar um emocionado Lewis Hamilton ainda no cockpit do Mercedes, essa imagem tornou-se emblemática. Tivemos outras, claro, como os dois se cumprimentando e abraçando em algumas das conquistas anteriores de Lewis, mas esta teve uma sentimento diferente.
São dois pilotos que se criaram juntos nas categorias de base e bateram rodas constantemente nas mesmas; chegaram praticamente juntos à Fórmula-1 e brilharam quase que ao mesmo tempo, mas por conta dos momentos que se encontravam não puderam duelar pelos campeonatos que foram conquistados brilhantemente por Vettel naquele quadriênio 2010/13; a mudança de Hamilton deu a ele a oportunidade de passar a ampliar seus números do mesmo modo que Sebastian fizera nos seus tempos de Red Bull e, enfim, tiveram a oportunidade de disputarem por duas vezes o título mundial no biênio 2017/18 quando os dois foram colocados a prova e o britânico venceu em ambas situações; infelizmente, assim como acontecera com Lewis no período de domínio de Vettel, o piloto alemão entrou numa descendente que foi agravada após a Ferrari se encontrar sem um comandante e criar um ambiente extremamente desorganizado.
A imagem que encabeça este post é nada mais que o reconhecimento mútuo de dois caras que se conhecem bem e sabem o quanto suaram para conquistar o sucesso. Sabem, também, como é pesado o fardo de ter o melhor carro e melhor equipe ao seu lado e de serem os pilotos a conduzirem todo um projeto ao topo e ter que ver o julgamento de quem apenas assiste de tudo aquilo é apenas sorte, desconsiderando todo um trabalho que é feito até mesmo 24 Horas por dia nos sete dias da semana. Vettel foi assim na Red Bull e Hamilton tem sido assim desde 2014 com a Mercedes - com uma breve intromissão de Nico Rosberg em 2016.
Talentosos ao extremo, são os dois grandes expoentes de uma era de domínio absurdo que foi inaugurado por Sebastian em 2010 e que tem sido continuado por Lewis desde então e por mais que seja chato em boa parte do tempo, acaba sendo um privilégio e tanto ver tudo isso acontecer.
Por isso que essa imagem vai muito além de um simples parabéns por um brilhante sétimo titulo: tem muita história, suor, lágrimas e respeito naquele cumprimento.
E o pódio foi apenas a cereja do bolo, onde os dois melhores pilotos dos últimos dez anos - e um peso de onze títulos mundiais - puderam dividir este grande momento.

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Foto 899: Satoru Nakajima, GP da Austrália 1989

 

Satoru Nakajima foi o grande nome no molhado GP da Austrália de 1989
(Foto: Motorsport Magazine)


"Eu não deveria ter começado. Eu sei disso. Nós concordamos em não começar, mas então a pressão começou, dos gerentes de equipe, oficiais e assim por diante. Em condições como esta, realmente não deveria caber aos pilotos escolher se devemos correr ou não; os comissários da FISA deveriam ter dito que era muito perigoso. A FISA pune Senna porque dizem que ele é perigoso - e então nos deixam correr em um tempo como este, que é cem vezes mais perigoso do que qualquer piloto poderia ser . O cara que deixou esta corrida reiniciar deveria ser colocado em uma cadeira elétrica. Isso é pior do que Spa, pior do que Silverstone no ano passado, pior do que qualquer corrida que eu já vi. Os pilotos não são os perdedores hoje, estamos perdidos , não podemos cumprir nada do que concordamos. "

A fala em questão é de Gerhard Berger logo após o GP da Austrália de 1989 realizado num inferno d’água que mal podia-se enxergar quem ia frente. Não foi apenas o austríaco da Ferrari quem reclamou: as discussões sobre as condições de realizar a corrida naquela encharcada Adelaide de 31 anos trás espalhou entre os principais pilotos, como foram os casos de Nelson Piquet, Nigel Mansell, Alain Prost – apenas para citar os medalhões – que foram  unanimes em dizer que as condições eram as piores possíveis numa pista que formava poças d’água em toda extensão do circuito e, principalmente, na longa reta Jack Brabham. Até mesmo um impressionante Ayrton Senna, que estava em grande forma em Adelaide durante todo aguaceiro e que viria bater na traseira do Brabham de Martin Brundle, acabaria por declarar que não fazia sentido terem continuado a corrida. Era um caos já anunciado e foi prosseguido.

Apesar de tudo, a corrida aconteceu e os mais variados acidentes aconteceram como o já citado acidente entre Senna e Brundle; Piquet acertando a traseira do Osella de Piercarlo Ghinzanni; Mauricio Gugelmin invadindo o pit-lane e causando um acidente que poderia muito bem ter sido bem pior... apenas alguns destes. Porém, a corrida não foi apenas um festival de acidentes: além da grande exibição de Thierry Boutsen, que acabaria por vencer o GP, outro piloto também teve a sua tarde: Satoru Nakajima nem parecia o piloto afoito que tanto causava alguns acidentes durante as corridas ao proporcionar a todos que estavam naquele chuvoso GP uma finesse digna dos grandes mestres em pista molhada. Ok, ele se beneficiou bastante dos que iam ficando pelo caminho, mas já havia escalado bem o pelotão até que na 24ª volta estava em quarto, mas acabou faltando apenas quatro segundos para alcançar o terceiro lugar, que ficou com Ricardo Patrese. Nakajima ainda conseguiu anotar por seis vezes a melhor volta da corrida, sendo a melhor delas feita em 1’38’’480 na 64ª passagem.

Sem dúvida alguma, foi a grande corrida de Satoru Nakajima na Fórmula-1 exatamente quando estava na sua última participação pela Lotus. Em 1990 ele foi para a Tyrrell.  

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Foto 898: Achille Varzi, Mille Miglia 1934

Achille Varzi e Enzo Ferrari durante a parada de box em Ímola


Uma pequena mudança, uma grande diferença. Na foto, Achille Varzi em discussão com Enzo Ferrari durante uma troca de pneus na Alfa Romeo 8C 2300 Monza durante a passagem da Mille Miglia por Ímola. 

A corrida estava em aberto entre os dois melhores pilotos italianos da época: Varzi havia retornado para a Ferrari naquele ano de 1934 e estava no comando de uma Alfa Romeo Monza melhorada pelo grande trabalho de Vittorio Jano, então projetista da Alfa. Tazio Nuvolari não estava pela Ferrari naquela edição da Mille Miglia - devido aos desentendimentos com Enzo Ferrari em 1933, o mantuano acabou mudando para a Maserati -, porém estaria ao volante de uma semelhante Alfa Romeo Monza inscrita pela Scuderia Siena, que também detinha as mesmas melhorias da Alfa da Scuderia Ferrari. Os dois grandes idolos do motorsport italiano se enfrentando numa das mais importantes provas de resistência da Itália e da Europa e em carros iguais. Era de se esperar uma grande batalha. 

Apesar do bom inicio de Mario Tadini - o homem que financiou a criação da Scuderia Ferrari em 1929 - com a Alfa Romeo da Scuderia Ferrari, Varzi e Nuvolari logo tomaram a dianteira da corrida na passagem pela cidade de Terni para duelarem por um bom tempo, com as diferenças nunca fugindo dos quatro minutos de vantagem que Achille tinha sobre Tazio. Aquela edição de 1934 lembrava muito a de 1930, cuja prova foi vencida por Nuvolari após este comboiar um confiante Varzi que já pensava estar com a corrida ganha, para ver em seguida seu grande rival ultrapassá-lo de última hora para ganhar aquela Mille Miglia - foi onde nasceu a suposta lenda de que Tazio apagou os faróis de seu Alfa Romeo para que Varzi não percebesse a sua presença e ascendendo-as assim que passou por Achille.    

Desta vez as coisas seriam diferentes: a discussão entre Ferrari e Varzi foi por conta da troca de pneus, onde o Enzo ascenou para que os pneus fossem trocados pelos cravejados já que os próximos quilometros precisariam de grande tração. A insistência de Enzo Ferrari acabou por ser primordial: Varzi não apenas sustentou a liderança pelos quilometros restantes, como também aumentou a diferença para oitos minutos sobre Nuvolari para vencer a sua única Mille Miglia - e sem surpresa. 


Foto 897: O GP 500 da Fórmula-1, Adelaide 1990

O inconfundível Glen Dix dando a bandeirada quadriculada para Nelson Piquet no lendário GP 500
da Fórmula-1 no GP da Austrália de 1990
(Foto: Motorsport Images)


Quinze dias após as rusgas do famoso GP do Japão que decidiu o mundial de 1990 a favor de Ayrton Senna, o clima em Adelaide era de total descontração - por mais que ainda houvessem ecos sobre a manobra nada amigável de Ayrton para cima de Alain Prost na primeira curva do circuito japonês.

O GP de número 500 caiu exatamente no sempre festivo GP da Austrália e as ruas de Adelaide presenciaram quem seria o sortudo para vencer aquela prova especial de uma quarentona Fórmula-1. 

Ayrton Senna e Alain Prost eram os homens para quem o favoritismo era apontado e, quem sabe, até mesmo um possível tira-teima em solo australiano. Mas não podiam desconsiderar as presenças dos "coadjuvantes de luxo" encabeçados por Gerhard Berger, Nigel Mansell, Thierry Boutsen, Ricardo Patrese e Nelson Piquet, embalado pelo reencontro com a vitória em Suzuka.

Ayrton Senna doutrinou aquele final de semana em Adelaide com mais uma de suas soberbas pole position e estava brilhantemente liderando, quando não conseguiu engatar a segunda marcha e bateu de frente na barreira de pneus quando faltavam 20 voltas para o final. 

Apesar do abandono de Ayrton, ainda tinha Nelson Piquet que estava numa grande tarde em Adelaide quando já se encontrava em terceiro desde a nona volta e subiu para segundo após herdar posição de Mansell - que foi aos boxes na volta 45 - e agora era o líder com o abandono do mais novo bicampeão. Porém, Nigel era uma ameaça a considerar, pois os pneus mais novos deram a ele a chance de recuperar-se a ponto de ameaçar Nelson nas voltas finais. Na volta final, na freada da grande reta "Brabham Straight", é que Mansell tentou a sua última cartada ao preparar o ataque e surpreender Piquet. Mas o inglês freou muito além, blocou as rodas e passou reto, deixando o caminho aberto para que Nelson Piquet vencesse o aclamado GP de número 500 da história da categoria. 

As vitórias no Japão e Austrália, foram revitalizantes para o veterano de guerra Nelson Piquet, que tinha dado início a uma sequência de sete vitórias brasileiras que teria seu fim no GP do Canadá de 1991, vencida por... Nelson Piquet. 

Uma época e tanto para o automobilismo nacional na Fórmula-1.

domingo, 1 de novembro de 2020

GP da Emilia Romagna - Fazendo a própria sorte

 

Vitória de número 93 para Lewis Hamilton
(Foto: Mercedes/ Twitter)


Quando Max Verstappen (volta 18) e Valtteri Bottas (volta 19) foram aos boxes, Lewis Hamilton se encontrava com exatos quatro segundos de atraso para o piloto finlandês que até ali fazia uma corrida primorosa e com um ritmo suficiente que fazia boa parte dos que assistiam acreditar que pudesse sair da pista de Ímola com a vitória. A sua pole no sábado tinha sido uma bela amostra do ânimo que o finlandês estava, e a sua bela largada, contando, também, com a subida de Max para a segunda posição, dava a ele a oportunidade de tentar doutrinar aquela tarde no velho e estreito circuito Enzo e Dino Ferrari. Porém, é preciso dizer que duvidar das capacidades de Hamilton nem sempre é recomendável. Com a pista livre e aproveitando-se do resto de vida útil de seu pneu médio - enquanto que Bottas e Max tinham trocado para os duros - , Lewis abriu uma bela sequência de voltas velozes - incluindo, claro, as voltas rápidas - para procurar se distanciar o máximo de seus dois rivais e tentar voltar na frente. Já salvava 28 segundos (precisava de 29 para tentar voltar na liderança) quando a quebra do motor do Renault de Ocon antes da "Variante Alta" obrigasse o uso do Virtual Safety Car que acabou ajudando e muito o hexacampeão, que pode fazer sua troca e ainda voltar na liderança com três segundos de vantagem sobre Valtteri. Foi um desempenho digno dos tempos de Michael Schumacher, que fazia o mesmo com total primor para livrar-se dos oponentes quando via que não conseguiria na pista.

A corrida ainda teria o abandono de Max Verstappen com pneu estourado um pouco antes de chegar na "Villeneuve", o que deixou seu Red Bull encalhado na brita e forçando a entrada do Safety Car. Foi uma tremenda decepção, uma vez que tinha feito uma bela ultrapassagem sobre Bottas que errara na "Rivazza" e abriu a oportunidade para que Max conseguisse efetuar a ultrapassagem. Com a entrada do SC, que foi alongada com o acidente de George Russell na "Acque Mineralli", os dois Mercedes ainda foram aos boxes para trocar para os macios, mas sem chance de haver uma disputa direta entre os dois companheiros de equipe. Daniel Ricciardo ainda salvou mais um pódio para a Renault, em mais uma grande tarde para o australiano e a equipe francesa. A Ferrari teve em Charles Leclerc o seu melhor e ficou em quinto, enquanto que um péssimo Pit Stop acabou com as chances de Vettel poder arrendar alguns pontos, já que chegou a ficar em quarto por um tempo devido as estratégias. Quem pode sorrir um pouco foi a Alfa Romeo, que se beneficiou do SC para conseguir colocar seus dois pilotos na casa dos pontos, com Raikkonen terminando em nono e o Giovinazzi em décimo. A tarde não foi feliz para Gasly, que ganhou bastante atenção ao usar um capacete inspirado no layout clássico usado por Ayrton Senna, e Russell: enquanto o francês, que fizera uma bela classificação ao largar em quarto, abandonou a prova ainda no início com problemas no motor, o inglês da Williams estava no caminho para marcar seus primeiros pontos na categoria quando rodou sozinho na "Acque Mineralli" e bateu. 

Este GP da Emilia Romagna não apenas deu a Hamilton a vitória de número 93 na carreira, como também confirmou de vez a conquista da equipe no Mundial de Construtores pela sétima vez consecutiva e ultrapassa a marca da Ferrari, que conquistou seis em seguida de 1999 até 2004. Sem dúvida alguma um dos maiores domínios da história da categoria desde a sua criação em 1950 - isso, sem contar, na sua primeira passagem no biênio 1954/55 que já foi um aperitivo do que poderia ter sido pelos anos seguintes caso eles não saíssem da categoria ao final de 1955.

Para coroar de vez estes fabulosos números, agora só falta o Mundial de Pilotos que pode ser sacramentado na Turquia. 

domingo, 25 de outubro de 2020

GP de Portugal - Abraços, agradecimentos e um novo recorde

 

Um abraço que contém uma história para lá de rica: sem dúvida a melhor foto do final de semana
entre Lewis Hamilton e seu pai Anthony após o GP de Portugal, que coroou o inglês como o 
mais novo recordista de vitórias na categoria
(Foto: Mercedes/ Twitter)


Os festejos de Lewis Hamilton após sair do carro foram os mais efusivos. Um pouco antes disso, quando estava na sua volta da vitória, já agradecera a equipe por aquela oportunidade que tivera de integrar a equipe no já distante ano de 2013, quando apostou num projeto que era apenas duvidoso. A dúvida virou todo esse cartel que ele e Mercedes construíram tijolo por tijolo, especialmente a partir de 2014 quando iniciaram essa impressionante caminhada. Nada mais justo em reconhecer e agradecer.

A melhor parte de tudo isso ficou reservada ao abraço que dera em seu pai Anthony assim que o encontrou. Quantas vezes esta cena deve ter acontecido tanto frente as câmeras quanto longe delas, onde pai e filho puderam transpor toda alegria e frustração após um final de semana de corrida, seja nos karts, categorias de base e na própria Fórmula-1, desde o seu primeiro pódio na Austrália em 2007, na primeira - e imponente - vitória no Canadá no mesmo ano ou até mesmo no sofrido GP do Brasil de 2008, que coroou Lewis campeão pela primeira vez. 

Mas antes que esta festa fosse feita, o GP de Portugal, no belíssimo circuito de Portimão, com seu layout a moda antiga que alia um traçado seletivo com uma topografia desafiadora com as suas subidas e descidas, foi mais uma masterclass de Hamilton que precisou tirar o pé na primeira volta quando viu a leve chuva que caíra logo após a largada num dos trechos; recuperar a liderança mais tarde ultrapassando com tranquilidade Valtteri Bottas e ampliando gradativamente a liderança antes e depois do pit-stop para vencer de uma forma absurdamente autoritária e brilhante. Foi de um nível espetacular, conseguindo até lidar com as câimbras que passaram a lhe incomodar na perna direita.

Para o GP de Portugal, que retornou ao calendário de forma pontual, foi a oportunidade de ver a história acontecer mais uma vez assim como em outras tantas que já conhecemos da história desta corrida lusitana. Porém, assim como Alain Prost no glorioso Estoril em 1987, quando o francês assumiu a liderança de maior vencedor de GPs da categoria ao superar Jackie Stewart, agora foi a vez de Lewis Hamilton chegar a espetacular marca de 92 vitórias e se isolar como o maior vencedor. 

Entre abraços e agradecimentos, a história vai sendo feita. E o melhor é presenciar tudo mais uma vez.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Foto 896: O pódio em Suzuka, 1990

 



A foto de um dos pódios mais legais da década de 90 com o veterano de guerra e tricampeão Nelson Piquet reencontrando a vitória ladeado pelos debutantes em pódio: o batalhador Roberto Pupo Moreno, saboreando o momento, e Aguri Suzuki, o herói local, que tornava-se o primeiro japonês a chegar ao pódio de uma corrida na Fórmula 1. "É um resultado excelente para todos que confiaram em mim. Antes de subir a mais pódios vou melhorar o meu inglês", assim comentava um sorridente Aguri Suzuki.

Aquele 21 de outubro de 1990 é eternamente lembrado pelo famoso acidente entre Ayrton Senna e Alain Prost, com o piloto brasileiro resolvendo as desavenças de um ano antes - que explodiu de vez exatamente ali em Suzuka - com uma entrada por trás no Ferrari de Prost, que fizera uma melhor largada. A não mudança na posição do pole e também o fato de não haver punição para o piloto que evitasse a chicane, coisa que foi o estopim da edição de 1989, foram a gota d'água para o famoso "show" que ele chegou falar para Gerhard Berger antes de irem para o grid. 

Mas o momento especial se deu após o GP, quando Nelson Piquet voltou ao lugar mais alto do pódio após três anos sem vitória - e fazendo as suas costumeiras anedotas, quando "se apresentou" a todos na coletiva ao dizer "Boa tarde, o meu nome é Nelson Piquet..." - e recebendo um grande abraço carregado de lágrimas de seu velho amigo da época da Camber Roberto Pupo Moreno, que chegara ao segundo lugar naquele GP logo na sua estréia pela Benetton em substituição ao acidentado Alessandro Nannini. Foi uma grande oportunidade para que ele mostrasse o seu real valor, já visto nas categorias de acesso e em outras situações na Fórmula 1, principalmente após a sofrida passagem pela EuroBrun naquele ano de 1990. "Dedico o meu segundo lugar ao Alessandro Nannini pois apenas estou a dar continuidade ao trabalho que ele realizou este ano e também ao Nelson pelo tanto que ele me ajudou no início da minha carreira. Foi ele quem me mostrou o caminho do automobilismo internacional, e agora posso dizer que já o achei. Tudo se passou tão depressa que nem realizei ainda bem o que se passou. Fiquei surpreendido até comigo próprio.", essa foi a fala de um Roberto Moreno feliz e até ali realizado, que parecia ter encontrado a oportunidade que tanto procurou pelos anos 80.

Um momento de sentimentos extremamente variados e aflorados que completa seus exatos 30 anos.


*As falas foram retiradas do anuário "Fórmula 1 1990/1991 do Francisco Santos"

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Foto 895: Lancia, GP da Espanha 1954

 



Os novos Lancia D50 durante os preparativos para o GP da Espanha de 1954, realizado em Pedralbes.

O decorrer de 1954 foi bem problemático para a Lancia que demorou em estrear o D50, deixando o então bicampeão do mundo Alberto Ascari a deriva por todo mundial e tendo que fazer provas pela Maserati - onde não se adaptou ao 250F - e depois pela Ferrari no GP da Itália, desfilando a sua velocidade pura e discutindo a vitória com Juan Manuel Fangio e Stirling Moss.

A chegada da Lancia em Pedralbes foi regada de expectativa e isso foi aumentando quando Ascari fez a pole com 1 segundo de vantagem sobre a Mercedes de Fangio. Isso deixara uma grande impressão, uma vez que desde a estréia da equipe alemã em Reims jamais haviam perdido uma pole por uma diferença tão grande. 

Na corrida as dez primeiras voltas foram alucinantes por parte de Ascari, mas problemas na embreagem o fizeram abandonar na volta 10. Luigi Villoresi, com o Lancia #34, já havia abandonado na volta dois com os freios danificados. 

Por mais que aquela apresentação em Pedralbes desse uma oportunidade de ver alguém desafiar de fato a Mercedes em 1955, aquele ano foi desastroso para a Lancia: apesar de boas apresentações em Buenos Aires e em Monte Carlo, a morte de Alberto Ascari acabou por jogar uma pá de cal nas pretensões da Lancia e os problemas financeiros vieram a tona, a ponto da equipe participar pela última vez em Spa-Francorchamps com Eugenio Castellotti - que fizera a pole e boa prova até abandonar com problemas no câmbio quando era quarto. 

Toda estrutura da Lancia foi repassada para a Ferrari e em 1956 o D50 acabou por dar a Juan Manuel Fangio a chance de conquistar o seu quarto título mundial.

Foto 1041 - José Carlos Pace, 1000km de Osterreichring 1972

  (Foto: David Phipps/ 4Quatro Rodas) Não é tão fácil ingressar numa equipe de ponta de uma grande categoria, e a coisa parece ainda mais co...