Sete exemplares do Iso Isetta foram levados para as Mille
Miglia de 1954 e pilotados respectivamente por Cipolla/Brioschi (#2100); Stragliotto/Montorio (#2101); Pastori/Casiraghi (#2102);
Maccarini/Salvetti (#2103); Pasqualicchio/Rontani (#2104); Zampini/Piada
(#2105); Santilli/Peluso (#2106). Os Iso Isetta correram na Classe Turismo
Especial 750 (T750), destinada a carros pequenos como o Citröen 2CV, Renault
4CV e FIAT 500.
Mas o desempenho dos Iso foi pífio:
cinco carros completaram a prova e os outros dois, os números #2105 e #2106,
abandonaram entre a 11º e 15º hora de corrida. Os demais Iso Isetta terminaram
na classificação geral entre a 176º e 179º posições (#2100, #2101, #2102,
#2104) e outro Isetta (#2103) na 181º posição. Na classe T750, foram 30º, 31º,
32º, 33º e 35º colocados. O vencedor dessa classe foi o Renault 4CV #2206 de
Rédélé/Pons. No geral o vencedor foi Alberto Ascari, com o Lancia D24 #602. sábado, 19 de maio de 2012
quinta-feira, 17 de maio de 2012
A primeira vitória pela Williams
Pastor Maldonado venceu pela primeira vez na F1 a bordo de
uma Williams-Renault. Não é nenhuma novidade, mas ele foi o décimo piloto a
conquistar seu primeiro triunfo pelo time de Sir Frank Williams. Abaixo fica
uma lista daqueles que sentiram o gosto do champanhe no lugar mais alto do
pódio pelo time de Groove:
Keke Rosberg – GP da Suíça, 1982: O finlandês voador tinha
em seu cartel uma vitória extra-campeonato conquistada em 1978 no Race Of
Champions, disputado no encharcado circuito de Silverstone depois de uma
batalha com Emerson Fittipaldi. Mas aquela vitória não contava, e então ele
possuía apenas alguns segundos lugares como melhor resultado na F1. A sua
vitória veio no campeonato onde teve o maior número de vencedores em uma
temporada (11), derrubando a Renault de Alain Prost no circuito de
Dijon-Prenois, que abrigou o GP da Suíça daquele ano. E ainda foi coroado
campeão em Las Vegas.
Nigel Mansell – GP da Europa, 1985: Mansell tinha algumas
poles positions assinaladas nas suas cinco temporadas que esteve a serviço da
Lotus, mas nunca vencera uma corrida por causa da sua inconstância. A sua
vitória veio em Brands Hatch no final de 1985, após superar Ayrton Senna.
Enfim, seu talento parece ter florescido de tal forma que repetiu a dose
algumas semanas depois ao repetir a façanha em Kyalami.
Thierry Boutsen – GP do Canadá, 1989: Ele sempre foi um dos
bons pilotos na chuva, e isso ficou comprovado no chuvoso GP do Canadá de 1989.
Em Adelaide, no final daquele ano, repetiu a dose debaixo de um dilúvio e
conquistou o seu segundo triunfo no ano e na Williams.
Damon Hill – GP da Hungria, 1993: Uma série de azares
impediu o filho de Graham de conquistar a sua primeira vitória mais cedo.
Quando não era o motor Renault a falhar, era o pneu que estourara noutra. Mas
isso desapareceu em Hungaroring quando ele ganhou de forma tranqüila em 1993.
Seus rivais diretos, Prost, Senna e Schumacher, é que tiveram azares naquele
dia em Budapeste.
David Coulthard – GP de Portugal, 1995: Ele apareceu de
forma esporádica em algumas corridas de 1994 pela própria Williams e foi
efetivado para 1995. Surpreendeu com boa velocidade ao marcar sua primeira pole
em Buenos Aires, mas foi somente na 13ª etapa, no GP de Portugal, que ele
mostrou que tinha aprendido bem ao marcar a pole, vencer e cravar a melhor
volta. Naquela altura ele tinha perdido sua vaga na equipe para Jacques
Villeneuve para o ano de 1996.
Jacques Villeneuve – GP da Europa, 1996: O filho de Gilles
teve uma estréia badaladíssima com pole em Melbourne e um desempenho que quase
o levou a vitória. Passou algumas semanas e em Nurburgring, para a disputa do
GP da Europa, é que Jacques pôde vencer após agüentar uma perseguição de
Michael Schumacher nas últimas voltas. Ele venceu mais outras três e por muito
pouco não ganhou o mundial daquele ano.
Heinz Harald-Frentzen – GP de San Marino, 1997: Após duas
temporadas pela Sauber, o rival de longa data de Michael Schumacher tinha,
enfim, um carro competitivo em mãos e não demorou muito a vencer. Aproveitou-se
do abandono de Jacques e ganhou o GP de San Marino com Schumi nos seus
calcanhares. Porém esse ótimo desempenho ficou por aí e ele teve uma pole em
Mônaco, no mesmo ano, como bom resultado pela Williams.
Ralf Schumacher – GP de San Marino, 2001: No império que seu
irmão estava a construir naquela época, Ralf aproveitou-se e tirou uma
casquinha ao dominar quase que amplamente aquela corrida. Assumiu a liderança
no início da corrida e foi assim até a bandeirada. Venceria mais outras duas corridas
naquela temporada, mas tinha a sombra crescente de Montoya em sua vida.
Juan Pablo Montoya – GP da Itália, 2001: O colombiano era
bruto na pilotagem e deixou escapar uma vitória certa em Hockenheim ao não
poupar o motor quando tinha mais de 10 segundos de vantagem sobre seu parceiro
Ralf. Mas não demorou muito para vencer e em Monza conquistou a sua primeira
vitória pilotando da forma que mais gosta: de pé cravado no acelerador.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Fórmula-1 em forma de tubarões
Lembram-se bem da idéia de John Barnard no início dos anos 90, quando ele desenhou o Benetton B191 com seu bico em formato de "Tubarão" que logo tomou conta de todos layouts dos F1 no final daquela década. Pois bem, o artista plástico japonês Showichi Kaneda foi além e fez esculturas de tubarões inspirados em carros de F1.
Todas as peças são feitas em acrilíco. Mais sobre o trabalho de Showichi Kaneda, você encontra no site tokio-galery.com
terça-feira, 15 de maio de 2012
Foto 83: A decisão de Brian Redman, Mônaco 1974
Redman em Mônaco, 1974. A sua última corrida terminou antes que completasse a primeira volta (Foto: Flickr/F1 Prints) |
Brian tinha sido chamado por Alan Rees para substituir Peter
Revson, que havia morrido em testes na pista de Kyalami em março. Redman, que
já havia feito uma corrida pela mesma Shadow em Watkins Glen em 1973, estava em
sua terceira prova por aquela em 74: em Jarama havia sido sétimo e em Nivelles
abandonou por problemas. Mas Redman não parecia feliz. Sentia-se mais realizado
no mundo do Endurance e nas corridas da F-5000, onde ele reinava quase que
absoluto. Na cruel arena da F1, Brian já havia tentado por várias vezes algo:
estreou pela Lola no verão de 1967 (no GP da Alemanha), passando por Cooper, De
Tomaso, Surtees, McLaren, BRM e Shadow de forma esporádica. Conquistou o seu
melhor resultado em 1968, quando foi terceiro em Jarama com a Cooper. Fora isso,
os demais resultados não eram tão animadores.
O piloto inglês caminhou até os boxes de Mônaco, chamou Don
Nichols (então dono e fundador da Shadow) e pediu para que o liberasse do seu
contrato. Nichols, que já conhecia bem Redman das provas de Can-Am e F-5000,
liberou-o sem muitos questionamentos. Foi algo de muita coragem e percepção por
parte do piloto inglês. Primeiramente não é qualquer piloto que chegaria a um
dono de equipe e lhe pediria para ser mandado embora, e segundo o próprio
Redman havia chegado à conclusão de que aquele mundo da F1 não era para ele e
de que não valia muito à pena continuar tentando mais correr por ali. Foram
sete anos de idas e vindas e enfim, Redman pôde seguir seu caminho, indo correr
com protótipos e os F-5000. Para o seu lugar, Alan Rees foi buscar o jovem
galês que havia vencido a corrida suporte da F-3 em Mônaco naquele fim de
semana: Tom Pryce, que tinha estreado na F1 em Nivelles pela equipe Token.
A atitude honesta de Redman, que confesso, deveria ser
tomada, sem nenhum tipo de vergonha, por outros pilotos que ficam tentando algo
em categorias sem conseguir nenhum sucesso, rendeu à Pryce um lugar na Shadow
aonde viria brilhar.
Ainda sobre Brian, ele conquistou naquele ano o título da F-5000 norte americana após um duelo ferrenho com Mario Andretti. Podem acreditar: ele estava mais feliz por lá.
Ainda sobre Brian, ele conquistou naquele ano o título da F-5000 norte americana após um duelo ferrenho com Mario Andretti. Podem acreditar: ele estava mais feliz por lá.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Grande Prêmio da Espanha - Corrida – 5ª Etapa
Maldonado tornou-se o 104º piloto a vencer na F1 e o 11º sul-americano a subir no lugar mais alto do pódio (Foto: Reuters) |
Em que volta Maldonado irá bater? Será que ele agüentará a
pressão de Alonso por toda a corrida? E a Williams, não apresentará nenhum
problema? As perguntas eram infindáveis, mas de certa forma coerentes. Quem não
se lembra de um Maldonado enchendo o muro em Melbourne, na última volta? Ou
então do motor Renault, do mesmo Maldonado virando fumaça em Sepang? O bom de
tudo isso, é que elas foram dissipadas como poeira no vento e o que pôde ser
visto foi um Maldonado pilotando de forma séria e em nenhum momento, cometendo
uma das suas atrocidades com o carro, como jogá-lo no muro ou rodar e ficar
atolado na caixa de brita. Ao contrário, ele foi formidável numa tarde onde a
Fórmula-1 viu um quinto piloto diferente vencer com uma quinta máquina
diferente no início de temporada mais equilibrado desde 1983.
Vale dizer que a corrida da Espanha, disputado no sempre
modorrento circuito da Catalunha, foi melhor do que podíamos esperar. Sim,
tivemos ultrapassagens, duelos, batida, rusgas, xingamentos, punições e uma
ardente, no mais literal sentido da palavra, vitória da Williams. Aliás, posso
gabar-se de ter estado naquela tarde amena de 24 de outubro de 2004, quando
Juan Pablo Montoya cravou a última vitória da Williams na F1. Foi uma vitória
conquistada depois de um duelo épico contra Raikkonen nos... boxes, ao fazerem
quase todo pit Lane lado a lado. E no pódio, Montoya deu uma garrafada na
cabeça de Rubens Barrichello, que completara em terceiro. Foi um baita dia
aquele. Mas voltando aos dias de hoje, a vitória de Maldonado veio acompanhado
de um duelo particular com Alonso. Mesmo perdendo a primeira posição para o
espanhol, Pastor manteve-se perto do Ferrari durante todo período antes e
depois do primeiro pit-stop. O pulo do gato foi quando a janela do segundo pit
foi aberto e a Williams mandou o venezuelano parar antes que Fernando, e com
sem tráfego pela frente, Pastor mandou ver na sua pilotagem tresloucada,
andando rápido o suficiente para passar à frente de Alonso quando este saísse
do seu pit. Dito e feito. Fernando saiu atrás, com sete segundos de desvantagem
para Maldonado. Uma coisa que aprendi naqueles tempos de domínio enjoativo do
Schumi, é observar a corrida pelo lado da estratégia. Isso dá uma visão
diferente da corrida e, talvez, você não achará ela tão chata quanto parece ser
(se bem que tem umas corridinhas safadas que não tem jeito mesmo, de tão ruins
que são). Essa diferença postada por Maldonado foi perfeita e mesmo com Alonso
descontado-a até chegar à casa dos quatro segundos, foi o suficiente para que o
venezuelano, mesmo com uma troca demorada da Williams por causa da porca da
roda traseira esquerda que demorou a ser apertada, ficasse na frente de Alonso
quando este parasse. E assim aconteceu. As últimas voltas foram de perseguição
no melhor estilo gato e rato, com Alonso a ameaçar Maldonado no final da grande
reta, mas sem sucesso, pois o Ferrari perdia para a Williams na reta e quando
chegava ao ponto de ultrapassagem, não tinha a distância necessária para
efetuar a manobra. Por mais que Raikkonen, que estava na liderança
provisoriamente naquelas voltas finais, atrasasse Maldonado, Alonso não
conseguiu chegar perto o suficiente para conseguir algo. Quando Raikkonen foi
para os boxes e voltou em terceiro, com vinte segundos de desvantagem para
Maldonado faltando cerca de 16 voltas para o fim, Alonso estava no auge das
suas tem tentativas de passar Maldonado. Mas nas últimas sete voltas de prova,
os pneus da Ferrari já estavam bem desgastados forçando Fernando a abrandar o
ritmo e deixar com que Kimi ficasse apenas 0.6s de atraso e Maldonado ficar
mais aliviado para cruzar a linha de chegada e vencer pela primeira vez na F1.Esta vitória de Maldonado foi a 114º da história da Williams, 65º com motor Renault. Pastor tornou-se o 104º piloto a vencer na F1 e o 11º piloto sul-americano a subir no lugar mais alto do pódio. Os números são apenas para mostrar o quanto que esta vitória foi importante para um time que era dado já com os dias contados após a sua péssima apresentação no ano passado. A conquista de Maldonado em Barcelona foi festejada e muito bem vinda, e nem mesmo o incêndio que destruiu todo box da equipe após a comemoração, tendo ficado alguns feridos nesta, não abalou o espírito desta equipe fundada por Frank Williams há 40 anos. Claro, e esta vitória também é um presente ao seu patrono pelos seus 70 anos de idade completados no dia 16 de abril. Vida longa a Frank e seu time.
Kimi subiu ao pódio mais uma vez, porém chegou a ter possibilidades de vencer ontem. Descontou 20s nas últimas 16 voltas e por muito pouco não ganhou a segunda posição de Alonso. (Foto: AFP) |
Resultado Final
Grande Prêmio da Espanha
Circuito da Catalunha - 66 Voltas - 13/05/2012
1 - Pastor Maldonado (VEN/Williams-Renault) - 1h39min9s145
2 - Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - a 3s195
3 - Kimi Raikkonen (FIN/Lotus-Renault) - a 3s884
4 - Romain Grosjean (FRA/Lotus-Renault) - a 14s799
5 - Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari) - a 1m14s641
6 - Sebastian Vettel (ALE/RBR) - a 1m17s576
7 - Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - a 1m27s919
8 - Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes) - a 1m25s200
9 - Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes) - a 1m28s100
10 - Nico Hulkenberg (ALE/Force India-Mercedes) a 1 volta
11 - Mark Webber (AUS/RBR-Renault) a 1 volta
12 - Jean-Eric Vergne (FRA/STR-Ferrari) a 1 volta
13 - Daniel Ricciardo (AUS/STR-Ferrari) a 1 volta
14 - Paul Di Resta (ESC/Force India-Mercedes) a 1 volta
15 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) a 1 volta
16 - Heikki Kovalainen (FIN/Caterham-Renault) a 1 volta
17 - Vitaly Petrov (RUS/Caterham-Renault) a 1 volta
18 - Timo Glock (ALE/Marussia-Cosworth) a 2 voltas
19 - Pedro de la Rosa (ESP/HRT-Cosworth) a 3 voltas
Abandonaram:
Sergio Perez (MEX/Sauber-Ferrari) na 38ª volta
Charles Pic (FRA/Marussia-Cosworth) na 36ª volta
Narain Karthikeyan (IND/HRT-Cosworth) na 23ª volta
Bruno Senna (BRA/Williams-Renault) na 13ª volta
Michael Schumacher (ALE/Mercedes) na 13ª volta
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Foto 82: Nelson Piquet, 20 anos atrás
O carro 27 "enterrado" no muro de Indianápolis: Piquet quase perdeu o pé esquerdo, mas voltou inteiro para correr a Indy 500 de 1993 |
Quando vi o acidente só me lembro de ter soltado um palavrão “cara...” e ter sido repreendido no ato pelo meu pai. Não era pra menos. A cacetada tinha sido feia e Piquet havia “moído” as pernas, principalmente o pé esquerdo.
Semanas e mais semanas de cirurgias e tratamentos, e Nelson pôde voltar a andar, ainda com o auxilio de muletas. Ao menos o seu bom humor não sumiu naquela batida. Em uma das várias cirurgias no pé esquerdo, ele chegou a dizer “que ainda poderia ser bailarino” e numa consulta para tirar os pinos ortopédicos ele escondeu o alicate dos médicos, escondendo-o debaixo do sofá. Tiveram uma segunda consulta para efetuar a retirada dos pinos.
Passou um ano e Nelson estava lá, novamente no Indianapolis Motor Speedway, a bordo do Lola-Buick #77 do Team Menard, pelo qual havia se espatifado em 1992.
Classificou-se em 13º, largando da quinta fila. Foi o melhor dos quatro carros que a Menard colocou nas 500 Milhas, ficando na frente de gente que conhecia muito bem aquele território (Gary Bettenhausen 18º; Geoff Brabham 29º; Eddie Cheever 33º).
A aventura de Piquet terminou na 38º volta, quando o motor Buick perdeu o fôlego e cedeu. Mas ao menos o velho Nelson havia realizado sua vontade e mostrado que ainda estava em forma.
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