Depois daquele entrevero envolvendo os dois postulantes ao título em Spa, esperava-se um algo a mais para com a disputa caseira da Mercedes. Mas como tinha dito no texto de ontem, Monza é uma pista pró Lewis exatamente pela característica veloz do traçado italiano. Por outro lado, os dois erros - ou seria um problema - de Rosberg facilitaram o trabalho de Hamilton. Porém, acredito, que a ultrapassagem do inglês fosse possível mais para frente, perto do fim do GP, já que ele estava tirando a diferença nos décimos.
Eles nos privaram de um bom duelo hoje em Monza, e ficará apenas a dúvida de como seria o comportamento de ambos frente a essa situação. E também da Mercedes, se iria intervir neste hipotético duelo.
Sobre a corrida
Não foi um GP interessante com relação a disputa da liderança, mas ao menos as lutas que tivemos da quarta posição para trás, ajudou a manter a atenção na corrida.
Destaques para a grande recuperação de Bottas e Ricciardo, que abriram caminho no pelotão com decisão e sem hesitar. Apenas Bottas é que teve trabalho com Magnussen, com este engrossando um pouco a disputa a ponto de se tocarem levemente na freada da primeira chicane, o que rendeu ao piloto da Mclaren um stop & go de cinco segundos. Para Ricciardo, que a exemplo de Bottas, havia largado muito mal, fez uma parte do GP bem apagada, mas que ressurgiu feito um raio ao subir de 11º para quinto nas últimas quinze voltas e com direito a uma ultrapassagem memorável sobre Vettel na freada para a chicane Roggia.
Ainda pelos lados da Red Bull, Vettel fez uma boa apresentação em Monza, mas novamente, assim como em Spa, percebi uma pequena queda seu rendimento.
A Mclaren esteve bem. Talvez a melhor corrida da equipe num todo, com seus dois pilotos disputando as posições constantemente. Magnussen, mais uma vez, mostrou boa performance frente a Button, mas confesso que o seu modo de defender a sua posição é demasiada agressiva. Isso pode causar um tremendo acidente dependendo, claro, de quem esteja no duelo.
A Williams confirmou a sua força e não fosse a péssima largada de Bottas, teríamos tido uma boa diputa pelo pódio com Massa. Este último, enfim, deu uma pausa no seus azares e pilotou tranquilamente para garantir um pódio que não vinha desde o GP da Espanha de 2013.
A Ferrari fez o que dela se esperava: nada. Seria impossível lutar contra carros mais potentes frente ao seu déficit de potência, numa pista que exige muito do motor. Alonso ainda mostrou algum serviço antes de sua parada de box. Mas veio abandonar por problemas no câmbio. Ficou para Raikkonen a primazia de garantir alguns pontos para a Rossa. Foi uma das piores apresentações da equipe em Monza nos últimos anos.
Daqui quinze dias teremos o GP de Cingapura, naquele traçado insosso de Marina Bay. Mas ao menos ela nos trará o interesse que é a batalha entre Rosberg e Hamilton. E os dois andam muito naquela pista.