sexta-feira, 4 de maio de 2012

Algumas palavras de Patrick Tambay sobre Gilles Villeneuve


Patrick Tambay escreveu para a revista “F1 Racing” em 2007, ano que completara o 25º da morte de Gilles Villeneuve, um artigo sobre a sua amizade com o piloto canadense. E aqui colocarei alguns trechos deste belo texto feito pelo ex-piloto francês:

“Conheci Gilles em setembro de 1976, quando eu era piloto de Fórmula 2 Européia e fui convidado a competir na etapa da Fórmula Atlantic de Trois-Rivières, no Canadá. Aquela era uma excelente oportunidade para Gilles mostrar ao mundo o quanto era bom. Naturalmente, arrasou com todos, incluindo seu colega de equipe James Hunt, que disputava a Fórmula 1. E aquela surra funcionou porque James contou ao seu chefe na McLaren, Teddy Mayer, tudo sobre o jovem Gilles."

"Mas foi no ano seguinte que nossa amizade floresceu realmente. E começou na Can-Am, quando eu pilotava um Lola de Carl Haas e Gilles disputava com um Dallara de Walter Wolf. Nós nos demos muito bem. A gente costumava sair junto para se divertir. Naquela época eu já havia descoberto que Gilles adorava desafios insanos – algumas vezes ele costumava acelerar seu ski-doo (uma moto adaptada para a neve com esquis) pelo meio de compactos grupos de árvores e era realmente difícil de acompanhá-lo. No final de agosto havia duas corridas no Canadá, em Mosport e Trois-Rivières, e no intervalo entre elas fomos para a casa de Gilles em Berthierville, Quebec. Foi nessa ocasião que tentou passar com sua picape por uma subida muito íngreme e lamacenta no caminho – e atolou. Mas ele nunca desistia e passou o dia todo trabalhando e revisando até conseguir chegar ao topo.”

“Nessa época também tivemos nossas primeiras experiências na F1, em Silverstone. Eu consegui um lugar na Ensign enquanto que Teddy deu a Gilles a oportunidade de pilotar o terceiro carro da McLaren. E como ele pilotou naquele fim de semana! Gilles rodou em todos os pontos da pista, sempre buscando o limite. E depois brilhou na corrida, o que era típico. Embora fôssemos ‘rivais’ na disputa por um lugar na McLaren em 1978, isso nunca afetou a nossa amizade. Também estive em negociações com a Ferrari, mas fiquei doente no dia em que deveria me encontra com o Commendatore Enzo. Logo a seguir, depois do GP da Áustria de 1977, John Hogan, da Marlboro, me apresentou a Teddy em seu escritório em Londres e assinei com a McLaren. Então viajei aos Estados Unidos para uma corrida da Can-Am e fui logo dizendo a Gilles ‘Olhe, acabei de assinar com a Mclaren para a temporada de 1978, mas sei que a Ferrari está buscando um novato para ser parceiro de (Carlos) Reutemann no ano que vem. Telefone para eles.’ Gilles foi para o próximo GP (Holanda), assinou um contrato para 1978 e já pilotou para a Ferrari antes do final do ano.”

“É claro que a gente se envolvia em coisas muito loucas – como os rachas nas estreitas ruas de Cannes – principalmente a bordo do Ferrari 308 de Gilles. Ele o colocava de lado em todo lugar. Eu me lembro que uma vez acompanhamos Rallye Du Var e fomos para lá num Fiat Abarth 131. Gilles estava ao volante e absolutamente voando pelas estradas interioranas, por sobre saltos e pontes, fazia curvas dando cavalos de pau com o freio de mão, tudo o que ele tinha e o que não tinha direito. Acredito que estabelecemos os melhores tempos! Enquanto isso, no banco de trás estavam Melanie e Jacques. A pequena Melanie estava toda enrolada num canto, dormindo profundamente. E Jacques, então com sete anos de idade, estava em pé, no chão do carro, agarrado nos encostos dos dois bancos da frente e gritando: ‘Vai mais rápido papai, mais rápido!’ Assim era Gilles, um sujeito verdadeiramente destemido.”

Tambay a caminho da sua emocionante vitória em San Marino, 1983, com o Ferrari 27
Patrick, que saiu da F1 no início de 1982 após a greve dos pilotos em Kyalami, estava pilotando na Can-Am e CART pela equipe VDS e semanas antes da morte de Gilles, ele havia conversado com seu amigo sobre o acontecimento de Ímola. Segundo Tambay, Villeneuve estava aborrecido e acreditava que Pironi havia desrespeitado o acordo de não ultrapassagem e as ordens de equipe durante a corrida. Para o piloto francês, essa animosidade gerada em Ímola foi crucial para o que viria acontecer em Zolder.
Como um golpe do destino, Patrick acabou por pilotar o carro de seu amigo ainda naquele ano. E aqui ele conta como foi feito o convite: “Pironi me telefonou uma semana ou duas depois para perguntar, em nome da Ferrari, se eu assumiria o lugar de Gilles no carro número 27. Eu realmente tive de pensar muito sobre isso – havia muita emoção envolvida, mas no final concordei. Foi um acontecimento monumental em minha vida.”
Tambay estreou pela Ferrari em Zandvoort, nona etapa daquele campeonato, e terminou em oitavo. Nas provas restantes, ele conseguiu bons resultados, incluindo a vitória no GP da Alemanha que também tinha sido trágica para Ferrari, que quase perdera Pironi durante os treinos num acidente semelhante ao de Gilles. Ao final da temporada, Patrick assinalou 25 pontos com três pódios e uma vitória. Um belo desempenho e poderia até ter discutido o título, caso não tivesse ficado de fora de dois GPs (Suíça e EUA, no Caesar’s Palace) por fortes dores nas costas.
Mas para ele a maior emoção, mesmo, foi a vitória em Ímola, onde Gilles fizera a sua corrida: “O fim para mim foi em Ímola, na primavera seguinte, um ano após a última corrida de Gilles. A vitória foi minha, diante dos tiffosi, no carro 27 que foi de Gilles, largando do mesmo lugar do grid (Gilles largou em terceiro em 1982). Eu chorei. Foi muito emocionante e, novamente, senti que Gilles estava lá.”
Ao ler este relato de Patrick Tambay e lembrar-se de outras palavras ditas por Jody Scheckter sobre Gilles, chego à conclusão que ele não era apenas especial dentro da pista, na condução de um carro de corrida, mas também era uma grande pessoa, amigo pra valer.
Imagino o quanto que eles e outros tantos choraram quando Villeneuve partiu. Salut Gilles!


*Partes deste texto de Patrick Tambay, foram extraídos da Revista "F1 Racing" na edição de nº7 de Maio/Junho de 2007.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Foto 79: Escarlate

As belas Maseratis 250F em ação no GP de Mônaco de 1957. Fangio, #32, venceria a prova seguido por Tony Brooks (Vanwall) e Masten Gregory (Maserati). Harry Schell, #34, que vai à frente do argentino nesta foto, abandonou por problemas de pressão de óleo.

terça-feira, 1 de maio de 2012

F1 Battles: Ayrton Senna vs Ricardo Patrese, GP da Alemanha 1992

Segurar um carro mais rápido que o seu num duelo nas lendárias retas de Hockenheim, o cara tinha que ser muito bom. Senna e Patrese disputaram a segunda posição no GP da Alemanha daquele ano palmo a palmo nas últimas 6 voltas daquela corrida, com direito a um erro do italiano na entrada do "Stadium". Mas a disputa foi das boas!

Video: Roland Ratzenberger vs Frank Sytner, Brands Hatch 1988

E para relembrar Roland Ratzenberger, nada melhor que vê-lo em ação. Aqui uma disputa entre o austríaco (BMW M3 #44 vermelha) e Frank Sytner (BMW M3#33 branca) na etapa do BTCC em Brands Hatch, em 1988.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

terça-feira, 24 de abril de 2012

Foto 78: Pai e filho

O garotinho que está no comando da moto, tendo Steve Mcqueen na garupa, é simplesmente o seu filho, Chad Mcqueen, que na época contava 10 anos de idade. A foto foi tirada durante uma das pausas da gravação do lendário filme "Le Mans", que teve a direção e atuação do seu pai.
Chad, que hoje está com 52 e é ator e diretor, conta como foi estar no set de filmagem: "Lyndon Conrad Bell: Então, como foi no set de Le Mans?
Chad McQueen: Olhando para trás, agora percebo o quão incrível era realmente. Eu fazia as refeições com caras como David Piper, Gerard Larrousse, Jonathan Williams, Bell Derek, Masten Gregory  e Herbert Linge. Um dia, meu pai até me levou no circuito sentado no seu colo no Porsche 917 que ele usou no filme."

Podemos dizer que o garoto, do alto dos seus dez anos de idade, foi um privilegiado.

*Lyndon Conrad Bell é do site "Motor Authority", e fez em 2010, ano que completou o 40º aniversário do filme "Le Mans, uma breve entrevista com Chad Mcqueen que pode ser conferida neste link.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Vídeo: Daily Mail Indy Troph, Brands Hatch 1978

Já havia escrevido sobre essa corrida, de modo rápido, exatamente há dois anos atrás. Este "Daily Mail Brands Hatch" foi uma das duas provas extra-campeonatos que a USAC fez na Inglaterra em 1978. A outra foi em 1º de outubro, em Silverstone. Os vencedores dessa corridas foram A.J Foyt (Silverstone) e Rick Mears (Brands Hatch). Segue o vídeo:

Foto 77: Índio

Jody Scheckter estava a brincar de índio?
A foto é de Bernard Cahier, no fim de semana do GP do Brasil de 1975.

sábado, 21 de abril de 2012

Pole Lap: Juan Pablo Montoya, Spa-Francorchamps 2001

Desbancar a Ferrari do início da última década, principalmente a de Schumacher, da tabela de tempos, já era uma baita conquista. Em Spa-Francorchamps a Williams deu as cartas.
Aquele treino de uma hora era sensacional. Apesar dos pilotos ficarem quase que meia hora dentro dos boxes, esperando o momento exato para fazer a melhor volta, valia a pena no final. Principalmente nos últimos cinco, três minutos de treinos.
O classificatório daquele ano foi disputado com a pista molhada, mas o final do treino já havia um trilho que fez os tempos despencarem. Montoya, com aquela vontade insana de bater Schumi de qualquer forma, comandou a disputa naqueles minutos finais na pista belga.
Inicialmente ele havia cravado o tempo de 1'55''875, desbancando Schumi da pole. Em seguida foi Ralf quem lhe tirou a pole com a marca de 1'55''531. Um belo tempo do irmãozinho mais novo, mas não o suficiente. E ainda tinha Michael, que estava logo atrás do colombiano, só na espreita. Mas Juan veio com a sua pilotagem bruta, passando por sobre as zebras molhadas, estraçalhando a segunda parcial de seu parceiro em 2.7 mais rápido para acertar uma pole em 1'52''072, 3.459 mais veloz que Ralf. Uau! Schumi veio em seguida e não conseguiu lhe roubar a pole. Restava o outro Schumacher, mas este falhara ao fazer apenas 1'52''959.
A Williams tinha dois carros na primeira fila, eMontoya estava com a sua segunda pole na F1 assegurada.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Uma tempestade sobre algo que sabemos e conhecemos bem

O ser humano, em sua maioria, tem uma mania de se incomodar com algo que ele sabe que está errado, mas teima em fechar os olhos e tapar os ouvidos quando isso é proferido de alguém que vem de fora. E quando é falado por alguém importante, isso soa mais forte e acaba sendo como um soco no estômago. Mais ou menos assim é o que tem acontecido nas últimas horas com a declaração de Sebastian Vettel, que disse que “Quando vamos ao Brasil, não é o lugar onde queremos estar, dependendo da área. Mas não é um grande problema". Não tiro a razão dele, afinal de contas quem gostaria de estar no meio de uma manifestação não pacifica, ou numa guerra civil? A diferença é que por aqui, em especial São Paulo não está numa guerra civil, mas a violência acontece a todo o momento. Quantas pessoas param seus carros em um farol e não são assaltadas e/ou mortas? Em condomínios de luxo, quantas vezes este ano não aconteceram arrastões? Pedestres que são assaltados em plena luz do dia nas ruas, principalmente pelo lado do centro de SP? Acho que todos daqui desta cidade estão mais do que calejados de tanto saber os problemas que esta megalópole enfrenta e tem enfrentado.
A critica de Vettel é a mesma de outro tanto de turistas que vem ao Brasil para passar férias, festas, visitar familiares e afins. A diferença é que Sebastian é um cara conhecido, superstar da F1, bicampeão da categoria e então sua declaração soou forte demais. Mas como disse, não foge muito do que é ouvido pelos turistas que freqüentam este país todo santo ano. Porque acham que o Brasil perde milhões e milhões durante o ano com o turismo? Por causa da violência das grandes cidades. Sempre há alguma notícia sobre assaltos e até assassinatos de estrangeiros nos períodos de férias e o máximo que é falado pelas autoridades, é “uma fatalidade”. Fatalidade que entra ano e saí ano e ninguém faz nada para que este tipo de coisa não ocorra. E não digo apenas para fazer algo pela segurança dos que vem de fora, mas também para os que estão aqui. Um pai de família que recebe seu mísero salário e é assaltado assim que vira a esquina, não tem o respaldo da segurança pública para que isto não acontecesse. Isso quando não perde a vida, e a família é consolada por um “sinto muito”. Talvez se tivessem mais rigor com os bandidos, os crimes cairiam por mais pela metade. Mas como todos sabem, por aqui há uma máfia tanto dentro quanto fora polícia. E isso não é só em São Paulo. Enquanto isso não for erradicado, infelizmente será assim. E por muito tempo.
No autódromo de Interlagos, por exemplo, há sempre casos de assaltos por aquelas redondezas. Não é muito recomendável sair do autódromo após as sete, oito da noite em diante, porque corremos o risco de sermos assaltados. Confesso que quando saio de lá nestas horas, principalmente quando há algum evento noturno como provas de endurance (que não acontecesse faz tempo, diga-se), o cuidado é redobrado. Dificilmente você vê carros de polícia no perímetro daquele local, e olha que um pouco acima do portão sete do autódromo, que é o principal, tem uma base da polícia militar. Nos dias de GP até que a polícia é ativa, mas já houve casos de roubos assim que saíram de raio de ação dos homens da lei. Foi numa dessas que Button, em 2010, foi assaltado. Portanto Interlagos, não importando qual que seja o evento, não é uma lugar recomendado para sair muito tarde de lá.
Vettel gosta do Brasil, como ele já disse no passado, mas como um bom cidadão, ele sabe dos problemas que este país enfrenta. E certamente eu não gostaria de estar numa guerra civil e nem ficar por horas e horas com uma arma apontada pela cabeça vagueando pela cidade, como acontece sempre. Temos nossos problemas e precisamos cobrar sempre das nossas autoridades para que as coisas melhorem, para que os de lá fora falem bem não apenas das nossas belezas naturais, mas também do cuidado dos órgãos públicos com saúde, educação e segurança. E isso é o que nós todos queremos.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Análise dos dez primeiros - GP da China - 3ª Etapa

1. Nico Rosberg - Fez uma pole numa volta impecável que dificilmente seria batida por alguém, mas não era favorito para a prova justamente por causa do alto desgaste dos pneus. Esse problema não apareceu de forma tão latente como se esperava, e quem teve esse azar foram seus concorrentes diretos. Manteve uma boa distância de Schumi no início e mais tarde sobre Button, que era o seu oponente mais perigoso. Foi uma merecida vitória.

2. Jenson Button – Pulou de quinto para terceiro na largada, o que facilitou bastante a sua vida, e isso parecia ajudar-lhe quando as Mercedes começassem a ter os problemas de pneus. Isso não aconteceu, mas ele estava com chances de vencer quando fez a sua última para de box. Ali ele perdeu a oportunidade quando um mecânico atrasou-se na colocação de um dos pneus. Perdeu tempo atrás de Raikkonen e Vettel e isso lhe custou uma possível chance de brigar contra Rosberg pela vitória.

3. Lewis Hamilton – Tinha carro para largar na primeira fila, como ele demonstrou no sábado, mas a punição pela troca de câmbio relegou-o para sétimo. Fez uma corrida cautelosa e não se afobou no duelo que teve com Pérez pela terceira posição. Aliás, ele terminou nesta mesma colocação, repetindo o resultado das duas corridas anteriores e com isso, é o líder do mundial. Tem tido desempenhos bem administrados, o que é elogiável.

4. Mark Webber – Nestas primeiras etapas, onde a Red Bull tem apresentado algumas dificuldades, ele tem sido bem regular. Largou em sexto, teve um bom ritmo, duelou com Alonso, Button e Hamilton por posições e terminou a corrida em quarto podendo até, caso os pneus tivessem agüentado, conquistado um pódio. Mostrou que o carro rubro taurino, em corridas, é bem melhor que nos treinos ao andar próximo das Mclarens em quase toda a corrida.

5. Sebastian Vettel – Falhou na classificação ao ficar de fora do Q3, fato que não acontecia desde o GP do Brasil de 2009. Recuperou-se bem e chegou brigar pelo pódio enquanto seus pneus agüentaram. Apesar de algumas critícas que tem recebido, mostrou uma boa velocidade e garra na prova chinesa.

6. Romain Grosjean – Enfim marcou os seus primeiros pontos no ano. Andou muito bem durante todo certame e levou o seu carro inteiro ao final. Protagonizou com Maldonado uma dos melhores duelos da corrida, ao bater rodas em algumas curvas quando disputavam posições na casa dos pontos. Com mais calma, poderá estar presente mais vezes na casa dos pontos neste ano, pois o carro da Lotus é muito bom.

7. Bruno Senna – Saiu em 14º e teve uma tarde trabalhosa no meio do pelotão, ao batalhar contra Saubers, Force Índias, Ferraris e Red Bull por um lugar na zona de pontos. Teve um toque na traseira do Ferrari de Massa, que poderia ter arruinado com a sua corrida. Fora isso, esteve bem e por pouco não chegou em sexto, perdendo-a nas últimas voltas para Grosjean. Precisa apenas melhorar nas classificações.

8. Pastor Maldonado – Assim com seu parceiro Bruno, escalou o pelotão para levar o outro Williams à casa dos pontos. Mostrou o espírito combativo de sempre ao duelar contra Alonso e Grosjean de forma dura e crua, o que vem agitando bastante aquele pelotão intermediário nas últimas corridas. E este desempenho só reforça que o carro é muito bom e que a dupla da Williams, que era criticada por ser pagante, tem dado conta do recado.

9. Fernando Alonso – Dificilmente repetiria o desempenho da Malásia, e ele próprio sabia disso. Mas lutou como sempre e chegou em nono, mesma posição que largara. O carro ainda tem muito que melhorar.

10. Kamui Kobayashi – Esperava-se mais dele após o belo treino que fizera no sábado, ao colocar a Sauber em terceiro. Mas a péssima largada, despencado para sétimo na primeira volta, arruinou uma possível chance de pódio. Marcou a melhor volta e bateu o badalado Pérez no duelo que tiveram na pista. Ao menos demonstrou que não ficou abatido com toda a atenção que o mexicano atraiu para si após a bela apresentação da Malásia.


Grande Prêmio da China - Corrida - 3ª Etapa

Rosberg, enfim, chegou à sua primeira vitória na F1.
FOTO: REUTERS
A pole de Rosberg havia sido recebida com alegria, mas ainda tinha uma corrida para ser realizada e todos na Mercedes sabiam bem que as limitações do carro, por causa do alto desgaste de pneus, era grande e isso poderia prejudicar-lhes durante as 56 voltas. Mas a cada volta que se passava o jogo melhorava à favor de Nico: inicialmente a desistência de Schumacher, após um erro do mecânico durante o seu primeiro pit-stop, deixou Rosberg mais isolado na frente e nem a proximidade de Button, em laguns momentos, o abalou. Os pneus, que eram o principal ponto fraco dos Mercedes, resistiram e Nico foi um dos poucos, se não o único, a não sentir tanto os efeitos do desgaste que pegou os outros pilotos de calças curtas, principalmente nas últimas 20, 16 voltas quando os duelos pelas posições, mais precisamente da segunda para trás, foi de uma intensidade tremenda. E isso deu à corrida um interesse, até porque estava modorrenta e dependente apenas das estratégias dos times. Button também foi vitíma do erro de um mecânico no seu último pit stop, e juntando o fato de ter ficado retido por voltas e voltas atrá de Raikkonen, isso acabou atrapalhando-o na tentativa de buscar a liderança de Nico.
Os pneus Pirelli determinaram o passo da corrida, mas isso só ficou mais latente quando a prova caminhava para o seu final. As disputas ficaram mais intensas e ferozes, como no duelo entre Grosjean vs Maldonado vs Alonso vs Pérez, que por algum momento chegaram a tocar rodas. Pérez não limitou-se à essa disputa. Travou rodas por várias vezes ao defender a sua terceira posição contra Hamilton por duas voltas e nas últimas voltas, esteve discutindo com seu companheiro Kobayashi. O trenzinho formado por Raikkonen, que ocupava a segunda posição à 16 voltas do fim, ajudou para houvesse ótimos duelos na casa dos pontos também atrasou Button em tentar chegar em Rosberg. Raikkonen despencou várias posições quando os seus pneus não aguentaram mais, Seguindo este exemplo de Kimi, que ficou apenas com duas paradas de box, Vettel conseguiu andar em segundo por algumas voltas, mas cairia para quinto no final após seus pneus desgastarem. Hamilton fechou em terceiro, repetindo a mesma colocação que conquistara nas duas provas iniciais e com isso, está liderando o mundial. Um feito interessante por sua parte, pois tem tido atuações sólidas deixando a afobação de lado, que o tanto prejudicou nos últimos anos.
Rosberg venceu e tirou um peso das costas. Da sua geração, de pilotos bem sucedidos em categorias menores, ele era o único que não havia marcado pole e nem vencido. Robert Kubica, Heikki Kovalainen, Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, já estavam com vitórias e até títulos nas costas. Nico, que estreara em 2006 no Bahrein pela Williams marcando um ponto e fazendo a melhor volta, passou épocas difíceis na equipe do tio Frank e achou na Mercedes um lar em que poderia, enfim, mostrar o seu trabalho e pensar seriamente em vencer corridas. Demorou, mas ela veio. 
E com essa vitória, a Mercedes se dá a oportunidade de pensar alto neste ano.
Button teve chance de tentar a vitória em Xangai, que foi arruinada por um erro no último pit stop e depois pelo atraso que tivera atrás de Raikkonen e Vettel em disputas por posições.
FOTO: AP


Alonso fez o que pôde com o seu Ferrari, mas acabou termindo onde largou: em nono. Webber levou o seu Red Bull até a quarta colocação e teve bons duelos durante a prova.
FOTO: REUTERS

Nico e Schumacher conseguiram sustentar as suas posições após a largada, algo que Kobayashi não fez ao despencar de terceiro para sétimo.
FOTO: REUTERS


Bruno fez outra boa corrida ao terminar em sétimo, logo à frente de Maldonado. Poderia ter conseguido a sexta posição, mas perdeu-a para Grosjean durante as batalhas das últimas voltas.
FOTO: REUTERS


De terceiro em terceiro...: Hamilton repetiu a mesma colocação final nestas três corridas do campeonato, até aqui disputadas e é o novo líder do mundial. É a prova de que está pensando mais no campeonato do que na corrida em si. Teve um duelo dos bons com Sérgio Pérez, que o segue nesta foto.
FOTO: AP


Massa até que conseguiu um bom desempenho no início da corrida e a estratégia parecia ser boa, visando a casa dos pontos no final da corrida. Parecia. Ele terminou em 12º, à frente de Raikkonen que sofreu com o desgaste dos pneus e despencou de 2º para 13º no final. Koba marcou 1 ponto, mas esperava-se mais dele nesta prova depois da bela classificação do sábado.
FOTO: REUTERS


Grande Prêmio da China
Circuito de Xangai - 56 voltas
15/04/2012 - 3ª Etapa

1. Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - 1h36min26s929
2. Jenson Button (ING/McLaren) - a 20s626
3. Lewis Hamilton (ING/McLaren) - a 26s012
4. Mark Webber (AUS/Red Bull) - a 27s924
5. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) - a 30s483
6. Romain Grosjean (FRA/Lotus) - a 31s491
7. Bruno Senna (BRA/Williams) - a 34s597
8. Pastor Maldonado (VEN/Williams) - a 35s643
9. Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - a 37s256
10. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber) - a 38s720
11. Sergio Pérez (MEX/Sauber) - a 41s066
12. Paul Di Resta (ESC/Force India) - a 42s273
13. Felipe Massa (BRA/Ferrari) - a 42s700
14. Kimi Raikkonen (FIN/Lotus) - a 50s500
15. Nico Hulkenberg (ALE/Force India) - a 51s200
16. Jean-Eric Vergne (FRA/Toro Rosso) - a 51s700
17. Daniel Ricciardo (AUS/Toro Rosso) - a 1min03s100
18. Vitaly Petrov (RUS/Caterham) - a 1 volta
19. Timo Glock (ALE/Marussia) - a 1 volta
20. Charles Pic (FRA/Marussia) - a 1 volta
21. Pedro de la Rosa (ESP/Hispania) - a 1 volta
22. Narain Karthikeyan (IND/Hispania) - a 2 voltas
23. Heikki Kovalainen (FIN/Caterham) - a 3 voltas             

sábado, 14 de abril de 2012

Foto 76: De cabeça fresca


 O GP de Dallas de 1984 é mais lembrado pelo forte calor e dos pedaços de asfalto que se soltavam, do que pelo desempenho dos pilotos. Aliás foi uma corrida caótica, começando pelo horário absurdo da prova que foi colocado para a parte da manhã, afim de não pegar o forte calor. Isso deu à Jacques Laffite a oportunidade de, em protesto pelo horário da prova, ir para o grid vestido com seu pijama.
Mesmo assim o calor foi forte, e isso minou alguns favoritos da corrida. Prost, Alboreto, Mansell e outros bateram após perderem a concentração devido à alta temperatura e o asfalto esfarelante. Keke saiu do oitavo lugar para vencer a prova, com uma certa tranquilidade.
Mais tarde souberam da sua tática: ele havia enchido a parte superior do seu capacete com gelo. Com isso ele mantinha a cabeça resfriada, eliminando os efeitos do calor que poderiam afetar a sua concentração durante a prova.



As marcas de Ímola

A foto é do genial Rainer Schlegelmich (extraído do livro "Driving to Perfection") tirada da reta de Ímola após uma das largadas. ...