quarta-feira, 13 de junho de 2012

Foto 90: Paletti

Um lugar onde sentia-se feliz: Paletti prestes a testar o Osella FA1B
(Foto: Divulgação)

“Não tenho muitos amigos, praticar esportes é uma maneira de me aproximar das pessoas. Competi de esqui e vim para o automobilismo. É um mundo estranho, mas quando estou no cockpit, tudo parece bonito, me sinto feliz.” (Riccardo Paletti)

Riccardo morreu num momento em que estava mais feliz: tinha conseguido classificar-se para o grid do GP do Canadá, o que seria a sua segunda corrida; sua mãe estava presente naquele final de semana e Mike Earle, dono da equipe Onyx de F2, que mais tarde levaria a mesma para a F1 no final dos anos 80, tinha um March e já estava em negociações com Paletti para que corresse para ele ainda naquele ano de 1982. Mas o sonho se desfez em poucos metros. Gianna perdeu seu filho e Mike Earle um amigo.
Paletti morreu às vésperas de completar 24 anos.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Vídeo: A F1 em Monsanto Parque, 1959

Fardos de feno, sacos de areia, traçado montado em um belo local e... corrida. A Fórmula-1 visitando Portugal pela segunda vez na história, desta vez nas ruas de Monsanto Parque. Stirling Moss, com a sua Cooper, venceu a prova.

GP do Canadá - Corrida - 7ª Etapa



Lewis não vencia desde o GP de Abu Dhabi do ano passado.
Agora ele é o sétimo vencedor do ano e líder isolado do mundial.
(Foto: AP)
Esqueça das últimas 60 voltas. Aquelas onde Hamilton, Alonso e Vettel, na maioria delas, ficaram medindo os passos um do outro com diferenças mínimas no cronômetro. Não que tenha sido chato, ao contrário: foi interessante porque nenhum deles conseguiu abrir uma vantagem maior que quatro segundos, e por isso este trio manteve-se vivo o suficiente para tentar a vitória em Montreal. Lewis parecia o mais tranqüilo: tinha uma diferença de quase três segundos para Alonso na passagem número 51, mas ele foi para os boxes trocar os pneus, não que estes estivessem desgastados, mas arriscar ficar com eles para as últimas voltas poderia por em risco uma vitória quase certa. Fernando e Vettel ficaram na pista, um marcando o outro. Se ele for aos boxes, também irei. Tinha uma diferença de sete pontos em jogo naquele momento. Mas, e os pneus dos dois? Agüentaria até o final? Alonso havia feito a sua troca para macios na volta 19 e Vettel, para o mesmo composto, na volta 16. E os dois, até aquele momento, tinham um bom desempenho com aquele jogo de pneus. Era impressionante, pois Montreal tem uma fama de consumir muito os pneus e freios. Quem deu mostras de que aqueles pneus eram resistentes, foi Felipe Massa que os trocou na volta 14 e estava em quinto naquela parte final de corrida, com um ritmo satisfatório. Ou seja, a Ferrari tinha dado o pulo do gato até aquele momento. Mas Felipe perdeu rendimento faltando doze voltas para o fim e derrepente, despencou de quinto para oitavo num piscar de olhos. Os pneus macios tinham ido para o ralo e agora ele precisava fazer uma parada urgente, faltando dez voltas para o término. Um sinal que a Ferrari não quis captar e apostou que não aconteceria o mesmo com Alonso. O problema é que Hamilton estava com menos de dez segundos de desvantagem para Fernando, e seus tempos de voltas rodavam em torno de um segundo a um segundo e meio. A vitória para o inglês era possível.
Com o ritmo de Alonso e Vettel despencando, Hamilton passou pelo alemão faltando seis voltas, momento em que Sebastian aproveitou para ir aos boxes, e Lewis apertou o passo e duelou com Alonso por meia volta até conseguir efetuar a ultrapassagem na reta após o hairpin. McLaren na frente, enfim, e Lewis abriu caminho para a sua primeira vitória no ano. Fernando ainda tentou tourear o seu Ferrari nas últimas quatro voltas, mas os pneus, altamente desgastados, não tinham a mínima aderência e isso permitiu a aproximação rápida de Grosjean e Pérez que o ultrapassaram com facilidade. Vettel, que havia feito sua parada a seis voltas do fim, estava destruindo a volta mais rápida em cada passagem e pôde, também, passar Alonso com tranquilidade na freada para o grampo. Foram dez voltas finais de cortar a respiração.
A Ferrari sobrepujou o fato de aquela pista detonar pneus, acreditando que os macios resistiriam até o final. Não é à toa que Massa, na sexta, chegou a dizer que era possível fazer a prova inteira com apenas uma parada de box. Por um momento isso até pareceu possível, pois Alonso diminuiu o ritmo para poupar borracha, apertando a velocidade em alguns momentos para não distanciar-se totalmente de Hamilton. Apesar de Alonso dizer que eles correram para vencer, o erro em Montreal foi totalmente do time, incluindo o próprio, que apostou em algo suicida. A entrada de Massa nos boxes, faltando dez voltas para o fim com os pneus em frangalhos, foi uma mensagem bem clara ao time. Talvez a vitória tenha escapado por pura soberba.
Por outro lado não tem como não elogiar a corrida que Hamilton fez no Canadá. Teve paciência durante os duelos e efetuou-os bem na reta onde era permitido o uso do DRS, e aparentemente, conseguiu poupar bem os pneus. Se a McLaren errou feio com ele em outras provas, esta beirou a perfeição dando ao inglês a chance de tornar-se o sétimo vencedor diferente em sete corridas. Grosjean e Pérez subiram ao pódio com performances elogiáveis na tarde, com o francês a andar bem durante toda a corrida entre os dez e Pérez poupando pneus, que é a sua especialidade, por mais de 40 voltas.
Massa apresentou um início de corrida forte, atacando Rosberg em todas as curvas, mas após efetuar a ultrapassagem e estar na caça de Webber, rodou na saída da primeira curva, despencando de quinto para 12º. Apesar de ter mostrado uma boa velocidade e de estar ocupando a quinta posição a dez voltas do fim, os pneus não agüentaram mais o forçou a para nos boxes, jogando-o para décimo. Mas para quem estava penando no meio do pelotão a duas corridas atrás, essa recuperação mostrada já em Mônaco, já é um lucro e tanto. Bruno foi mal. Passou toda a prova disputando posições entre a 15ª e 17ª e sofreu um bocado com os pneus, principalmente os traseiros e fechou em décimo sétimo. Button foi outro que andou muito mal por lá e acabou em 16º.
Mais uma vez Montreal nos presenteou com uma maravilhosa corrida, precisamente as últimas 10 voltas, e deu à Hamilton a oportunidade de vencer em um local que é especial para ele. Foi lá, em 2007, que vencera a sua primeira corrida. E dessa vez ele venceu mais uma vez, tornando-se o sétimo vencedor diferente e a liderança do campeonato no bolso. Valência é a próxima parada. Pista chata, diga-se, mas que pode dar uma chance a Ferrari de tentar mais uma vitória por tratar-se de um circuito de rua de baixa para média velocidade. E os vermelhos não são bons de reta. Isso pode ajudar.
A largada foi tranquila, com Vettel a sustentar a liderança, que foi tomada por Hamilton na 15ª passagem
(Foto: Reuters)

(Foto: Reuters)

Massa fez uma boa largada e estava em quinto, alcançando Webber quando rodou. Recuperou-se,
chegou andar em quinto e fechou em décimo no final.
(Foto: Reuters)

Vettel teve uma chance de vencer, mas trocou de pneus tarde num momento em que
Hamilton já estava longe. Ao menos ficou à frente de Alonso no final.
(Foto: Getty Images)

Alonso foi o grande perdedor da tarde ao apostar numa tática que parecia certa, há dez
voltas do fim. Mas os pneus não aguentaram e ele despencou de primeiro para
quinto em cinco voltas.
(Foto: Charles Coates/LAT)


Grande Prêmio do Canadá
Circuito Gilles Villeneuve – Montreal
70 voltas – 7ª Etapa – 10/6/2012

1: Lewis Hamilton (ING/McLaren) - 1h32min29s586
2: Romain Grosjean (FRA/Lotus) - a 2s513
3: Sergio Pérez (MEX/Sauber) - a 5s260
4: Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) - a 7s295
5: Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - a 13s411
6: Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - a 13s842
7: Mark Webber (AUS/Red Bull) - a 15s085
8: Kimi Raikkonen (FIN/Lotus) - a 15s567
9: Kamui Kobayashi (JAP/Sauber) - a 24s432
10: Felipe Massa (BRA/Ferrari) - a 25s272
11: Paul Di Resta (ESC/Force India) - a 37s693
12: Nico Hulkenberg (ALE/Force India) - a 46s236
13: Pastor Maldonado (VEN/Williams) - a 47s052
14: Daniel Ricciardo (AUS/Toro Rosso) - 1min04s475
15: Jean-Eric Vergne (FRA/Toro Rosso) - a uma volta
16: Jenson Button (ING/McLaren) - a uma volta
17: Bruno Senna (BRA/Williams) - a uma volta
18: Heikki Kovalainen (FIN/Caterham) - a uma volta
19: Vitaly Petrov (RUS/Caterham) - a uma volta
20: Charles Pic (FRA/Marussia) - a duas voltas

Não completaram:
Timo Glock (ALE/Marussia) - a 13 voltas/problema mecânico
Michael Schumacher (ALE/Mercedes) - a 36 voltas/problema na asa móvel
Pedro de la Rosa (ESP/Hispania) - a 45 voltas/problema mecânico
Narain Karthikeyan (IND/Hispania) - a 47 voltas/problema mecânico


sábado, 9 de junho de 2012

GP do Canadá - Classificação - 7ª Etapa

Hamilton é um baita piloto e quando se corre em Montreal, ele melhora ainda mais a sua performance. Ele havia dominado com total folga as duas primeiras sessões de treinos livres na sexta. Era fácil apontá-lo como possível pole. Eu, por exemplo, apostava nele. Mas Vettel foi brilhante no terceiro treino e credenciou-se para a luta da pole. O Q3 definiu a parada à favor de Sebastian: 1'13''784. Bang! Hamilton nãofoi tão constante em todas as fases do calssificatório, mas apareceu bem no final ao roubar de Alonso uma quase garantida segunda colocação. Em quarto aparece Webber, ficando assim os quatro primeiros colocados do mundial distribuídos nas duas primeiras filas para o GP canadense. Massa fez mais um bom treino ao se classificar em sexto, sua melhor posição de largada até aqui. Bruno não foi tão bem e marcou apenas o 16º tempo, mas aposta numa única parada para a corrida. Se levar em conta que tem um bom ritmo, pode pensar em pontos.
Como é habitual termos corridas caóticas em Montreal, é de se esperar uma prova movimentada. Mas uma coisa pode atrapalhar que é uma possível estratégia de apenas uma parada de box. É estranho pensar nessa possibilidade, afinal nos últimos dois anos as paradas de box aconteceram antes da corrida atingir dez voltas.
Favoritos? A príncipio Vettel tem uma boa chance saindo da pole, uma vez que ultrapassar naquela pista não seja tão fácil assim, mas confesso que aposto em Hamilton para a vitória em Montreal. 
Foi a 32ª pole da carreira de Vettel. A segunda no ano
(Foto: AP)

GRID DE LARGADA PARA O GRANDE PRÊMIO DO CANADÁ - 7ª ETAPA

1. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault) - 1min13s784
2. Lewis Hamilton (GBR/McLaren-Mercedes) - 1min14s087
3. Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - 1min14s151
4. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault) - 1min14s346
5. Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - 1min14s411
6. Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 1min14s465
7. Romain Grosjean (FRA/Lotus-Renault) - 1min14s645
8. Paul di Resta (GBR/Force India-Mercedes) - 1min14s705
9. Michael Schumacher (ALE/Mercedes) - 1min14s812
10. Jenson Button (GBR/McLaren-Mercedes) - 1min15s182
11. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari) - 1min14s688
12. Kimi Raikkonen (FIN/Lotus-Renault) - 1min14s734
13. Nico Hulkenberg (ALE/Force India-Mercedes) - 1min14s748
14. Daniel Ricciardo (AUS/Toro Rosso-Ferrari) - 1min15s078
15. Sergio Perez (MEX/Sauber-Ferrari) - 1min15s156
16. Bruno Senna (BRA/Williams-Renault) - 1min15s170
17. Pastor Maldonado (VEN/Williams-Renault) - 1min15s231
18. Heikki Kovalainen (FIN/Caterham-Renault) - 1min16s263
19. Vitaly Petrov (RUS/Caterham-Renault) - 1min16s482
20. Jean-Eric Vergne (FRA/Toro Rosso-Ferrari) - 1min16s602
21. Pedro de la Rosa (ESP/HRT-Cosworth) - 1min17s492
22. Timo Glock (ALE/Marussia-Cosworth) - 1min17s901
23. Charles Pic (FRA/Marussia-Cosworth) - 1min18s255
24. Narain Karthikeyan (IND/HRT-Cosworth) - 1min18s330

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Foto 89: Benetton

Nelson Piquet conduzindo o belo Benetton B189B em Interlagos, ano que a F1 voltou a pista paulistana. Piquet largou em 13º e fechou a corrida em sexto, com uma volta de atraso para o vencedor Alain Prost. 
Foi a última corrida deste modelo sendo substituído pelo B190 na prova seguinte, em Ímola.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Pole Lap: Mark Blundell, 24 Horas de Le Mans 1990

Em um dos raros vídeos de Pole Position para as 24 Horas de Le Mans, Mark Blundell conduz o Nissan R90CK #24 para a conquista da pole naquela que foi a 58ª Edição da famosa prova. Blundell fez o tempo de 3'27''020, cerca de 236.450Km/h de média.
Formando trio com Julian Bailey e Gianfranco Brancatelli, eles viriam a abandonar a prova na 11ª hora por problemas de transmissão. A vitória na geral ficou por conta do trio John Nielsen/ Price Cobb/ Martin Brundle, que estavam ao volante de um Jaguar XJR-12 do Team Silk Cut Jaguar.

terça-feira, 5 de junho de 2012

E a Revista Speed já está no ar

Idealizada por Diego Trindade, em pareria com o site PodiumGP, e contando com a colaboração do Paulo Alexandre Teixeira do Blog Continental Circus, Bruno Mendonça, Daniel Machado e eu, a mais nova revista eletrônica dedicada ao automobilismo já está disponível desde hoje: a Revista Speed.
São 50 páginas dedicadas à F1, em especial a Frank Williams, contando a história da carreira de um dos mais persistentes e queridos donos de equipe da categoria. A revista ainda tem belas matérias, como o equilibradissímo mundial deste ano que é comparado ao de 1983 escrito por Bruno Mendoça, o glamour de Mônaco por Diego Trindade, a coluna de Paulo Alexandre Teixeira que assina uma coluna sobre o filme "Rush" e também a história de Frank Williams e de sua equipe na F1. Daniel Machado assina o artigo onde ele analisa uma série de outros pilotos que podem "beliscar" vitórias neste ano na F1. E eu assino o texto onde conto, principalmente, o caminho até a sua primeira vitória em Silverstone 1979.
Quero agradecer imensamente ao Diego Trindade por ter me feito este convite de escrever para a sua revista, e estar junto de grandes pessoas nesta edição de número 0 da Speed. É sinal que os resultados de quase três anos de vida deste espaço estão a aparecer. Aqui fica meu muito obrigado. 
Os links do blog da revista e da edição 0: 

Blog Revista Speed: http://speedrevista.wordpress.com/
Revista Speed: http://www.youblisher.com/p/350295-Speed-0-Junho-2012/

As marcas de Ímola

A foto é do genial Rainer Schlegelmich (extraído do livro "Driving to Perfection") tirada da reta de Ímola após uma das largadas. ...