sábado, 15 de julho de 2017

Foto 633: The Lion

Não bastasse uma pole quase dois segundos melhor que seu companheiro de equipe, as primeiras quatro voltas foram alucinantes e num ritmo diabólico, sabendo extrair tudo e muito mais do que o FW14B dispunha. E ao final da corrida, quase quarenta segundos de diferença para o seu companheiro.
É um breve resumo do que foi visto por todos que estiveram em Silverstone no fim de semana de julho de 1992, com a prova sendo realizada no dia 12. Nigel Mansell dominou amplamente aquele fim de semana a ponto de conquistar o Grand Chelem (Pole, Melhor Volta e Vitória de ponta a ponta).
 E a torcida, no melhor estilo dos Tiffosi, fizeram a festa e Mansell teve seu dia de mestre.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Vídeo: Dubai Grand Prix, 1981

Se existe um grande jeito de mostrar um país, ainda na sua juventude, para mundo, é fazer um mega evento. O automobilismo foi o carro chefe para que os Emirados Árabes, que conquistara a sua independência em 2 de dezembro de 1971, se mostrasse ao mundo exatos 10 anos com o evento organizado por Martin Horne - junto do Al Nasr Motor Sport Club - que mais tarde organizaria, também, o Birmingham  Superprix.
O evento foi realizado nos dias 2, 3 e 4 de dezembro de 1981 tendo em sua programação uma grande parada com diversos carros, motos e outras atrações, além de bandas musicais militares e da polícia local.
As corridas, claro, não poderiam faltar, com provas de Citroen - denominada de CX Citröen Celebrity Race - que contava com alguns pilotos que já haviam feito ou estavam fazendo parte da F1 na ocasião. Provas de carros históricos da F1 - Fangio e Moss se fizeram presentes - e também do Mundial de Marcas, fizeram parte do cronograma.
Uma quebra de recorde no circuito foi feita entre o Theodore - então pilotada por Patrick Tambay - e o Mclaren - com o John Watson ao volante. O recorde ficou com o piloto irlandês, ao marcar 1'04''6 no circuito montado ao redor do então luxuoso hotel Hyatt Regency Dubai.
Abaixo fica os dois vídeos, que mostram o que foi aqueles três dias em Dubai.
 

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Foto 632: Abate

Tendo feito apenas duas tentativas para participar de corridas na Fórmula-1 - GP da França de 1962 e GP da Itália de 63 -, o piloto italiano Carlo Mario Abate (originalmente batizado de Carlo Maria Abate, mas escolhendo o nome Mario no lugar de Maria) teve um breve sucesso nas provas extra-campeonatos no biênio 62/63 com participações nas provas de Nápoles (4ºcolocado com um Porsche), Reims (onde abandonou após um acidente com o Lotus) e no GP do Mediterrâneo, onde fechou em terceiro com um Porsche. Em 1963 disputou mais outras duas provas extra-campeonatos: foi quinto em Ímola e terceiro em Syracuse, sempre pilotando o Cooper da equipe Centro Sud.
Apesar dessa sua incursão esporádica na F1, foi nos carros Sport que ele obteve dois de seus melhores resultados: em 1959, compartilhando uma Ferrari 250 GT Coupé com Gianni Balzarini, venceu a penúltima Mille Miglia - esta já em regime de regularidade/ velocidade.
O outro grande sucesso de Abate remonta à 1963, quando venceu a Targa Florio daquele ano junto de Jo Bonnier com um Porsche 718 GTR. Ao final daquele ano, Abate encerrou sua carreira.
Hoje ele completa 85 anos.

domingo, 9 de julho de 2017

GP da Áustria: O pulo de Bottas

(Foto: autoweek)
Não saberemos exatamente como estará o campeonato quando chegar o mês de novembro. A nossa expectativa, de início, é que essa batalha entre Vettel e Hamilton se arraste até a última corrida do calendário e isso, certamente, é aposta geral de que estes dois rapazes estejam na luta quando o final do mundial se apresentar. Porém, o que vimos hoje no Red Bull Ring, foi uma atuação bem interessante de um cara que até então, era cravado como um mero escudeiro de Lewis Hamilton. A vitória de Valtteri Bottas foi maiúscula, incluindo, também, uma largada fenomenal que beirou a suspeita de queima por conta do piloto finlandês. Mas a sua esperteza ao ver o apagar as luzes vermelhas e “dar no pé”, deixando um Sebastian Vettel “comendo poeira”, foi o lance que deu a ele a chance de virar a primeira curva com toda tranquilidade na frente.
O melhor disso foi o seu desempenho: quem se lembra da sua vitória na Rússia, pode muito bem fazer uma alusão ao que foi feito na pista austríaca, quando conseguiu partir muito bem deixando as duas Ferraris para trás e fazendo voltas iniciais com um ritmo diabólico, sempre cravando as melhores voltas sem dar tempo para que Vettel se ambientasse ao começo da prova. Hoje ele fez da mesma forma e abriu bons seis segundos para Sebastian e essa margem de segurança deu a Bottas a chance de administrar a vantagem quando os retardatários aparecessem. Melhor: após ficar um bom par de voltas na pista usando os pneus ultramacios, conseguiu voltar na frente do piloto alemão e ainda lutar contra um cambaleante Kimi Raikkonen, que foi facilmente superado por ele para depois administrar a diferença de três segundos que ficou oscilando por conta do tráfego. As últimas três voltas, com Vettel tentando pressioná-lo na luta pela liderança, não abalou a confiança de Valtteri – que coincidentemente também havia sofrido pressão de Sebastian nas voltas finais em Sochi – mostrando uma frieza para aguentar tamanha pressão.
Com um campeonato tão equilibrado, onde Vettel vem se aproveitando bem da maré de azares de Hamilton, e este último não conseguindo transformar a real superioridade da Mercedes neste momento em resultados concretos, Bottas vem aos poucos conquistando seus pontos e chegando devagarinho para tentar surpreender o duo que é favorito ao campeonato. No momento a sua desvantagem para Vettel é de 35 pontos, enquanto para Lewis é de 15 pontos. Um azar duplo deste dois principais contendores e uma nova vitória de Valtteri, deixaria o mundial bem embolado e também uma dúvida bem interessante na cabeça de Toto Wolf. A bem da verdade, se isso acontecer já na prova de Silverstone, seria interessante para o decorrer do mundial.

Talvez a ótima largada de Bottas na Áustria também acabe sendo o início de uma reação interessante por parte dele no mundial. O que não é nada mal para alguém que estava sendo tachado de “segundão” até pouco tempo atrás. E um azarão é sempre bem vindo nesta altura do mundial.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

F1 Battles: Ricardo Patrese vs Alessandro Nannini - Ímola, 1988

A bela disputa entre Ricardo Patrese (Williams Judd) contra Alessandro Nannini (Benetton Ford), durante o GP de San Marino de 1988.
Nannini terminou a prova em sexto com uma volta de atraso para Ayrton Senna, que venceu aquela prova. Ricardo terminou em 13º.
Hoje Alessandro Nannini completa 58 anos.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Foto 631: 24 Horas de Spa, 1949

O herói da resistência. St. John Horsfall cruzando a linha de chegada das 24 Horas de Spa Francorchamps de 1949 em quarto lugar, com o seu Aston Martin Speed Model Spa. A prova foi vencida por Lugi Chinetti/ Jean Lucas com o Ferrari 166MM.
O inglês St. John Horsfall teve sua carreira iniciada ainda nos anos 20, onde corria exclusivamente nos eventos organizados pelos clubes britânicos. Nos anos 30 passou a participar mais ativamente em corridas pela Europa, onde veio a se destacar com a sua vitória na classe destinada a carros de 2 litros com o seu Aston Martin - apelidado de Black Car.
Outra nota importante na sua biografia é o seu trabalho para o serviço secreto britânico durante a Segunda Guerra Mundial, onde ele trabalhou na Operação Mincemeat que cuidava exlcusivamente de desinformar o exército alemão.
Após a guerra, retomou as suas atividades de piloto e em 1946, com o seu velho Aston Martin de 2 Litros, venceu o GP da Bélgica. 
A sua maior conquista viria novamente na pista belga de Spa Francorchamps, quando ele e John Leslie - sempre com o Aston Martin - venceram as 24 Horas de Spa de 1948.
Este Aston Martin havia sido convertido num Fórmula B por St. John logo após a guerra, onde chegou a participar com ele em provas de subida de montanha e foi nele que o inglês venceria o GP Belga de 1946. No entanto, em 1949, St. John voltou a convertê-lo em carro sport para a disputa das 24 Horas de Spa daquele ano. Ele e mais Paul Frére é quem conduziriam o carro naquela edição, mas Jonh preferiu arriscar a conduzir o Aston Martin por toda a prova e isso resultou num magnifico segundo lugar na classe para carros de 2 litros e quarto na geral. Um feito e tanto. Por conta disso, este Aston Martin teve acrescentado ao seu nome "Spa Special". 
St. John Horsfall morreu naquele mesmo ano, em agosto, após sofrer um acidente em Silverstone durante o International Trophy quando estava ao volante de um ERA. 
Anualmente é organizado pelo Aston Martin Owners Club um evento em memória de St. John. E o seu Aston Martin Speed Model Spa Special é presença constante neste memorial.

domingo, 25 de junho de 2017

GP do Azerbaijão: Uma bakunça bem vinda

Confesso que ano passado olhei bem pouco  para esta pista de Baku. Exatamente por estar extasiado pela final das 24 Horas de Le Mans de 2016, que acontecera minutos antes, a prova do Azerbaijão foi bem apagada mostrando o tamanho da burrada que foi colocá - la no mesmo dia e minutos depois da grande clássica francesa. Mas de toda forma, também não foi das melhores aquela prova que foi vencida por Rosberg na ocasião. Talvez os pilotos estivessem mais receosos, sei lá.
Porém, um ano depois, as coisas foram bem diferentes e muito agradáveis com pilotos mais bem familiarizados com o tratado.  Uma corrida bem doida, onde ineficiência do trabalho do resgate foi um ponto negativo ao demorarem além da conta para retirar o carro de Kvyat. Os vários toques entre os pilotos e também nos muros, que ajudaram a espalhar uma série de pedaços de carro para todo canto forçando a entrada do SC e mais adiante uma bandeira vermelha. E o que dizer do entrevero de Hamilton e Vettel, onde Lewis diminuiu o ritmo e Sebastian acertou-o por trás para depois bater contra o inglês, indicando a sua revolta com a possível conduta do piloto da Mercedes. É uma discussão que renderá muito pano para manga, principalmente por conta, também, da demora dos comissários em resolver o assunto. Enquanto que Vettel tomou um stop&go de 10 segundos - que na verdade foram 32 segundos, se somarmos os dez da punição mais os 22 entre entrada e saída de box - Lewis não foi punido, mas o encosto de cabeça que soltou - se,  obrigou uma parada extra.
Quem se beneficiou foi Ricciardo, que se recuperou bem na prova para estar no lugar certo quando os dois líderes do mundial sofreram seus problemas e vencer uma corrida que não desenhava de modo algum para Red Bull, apesar do bom rendimento mostrado por eles nos dois primeiros treinos livres - fico imaginando o que se passou na cabeça dos caras da Force Índia quando viram o resultado de Daniel. Melhor ainda foi ver Lance Stroll escapar das armadilhas que essa corrida reservou para fazer um trabalho sólido e sem erros e conseguir um pódio que até  semanas atrás, se alguém ousasse falar isso, seria taxado de louco sonhador e "Lancete". Talvez seu único erro tenha sido nas voltas finais, quando relaxar demais e deixou que Bottas se aproximasse demais para perder o segundo lugar na linha de chegada para o finlandês. Aliás, Bottas conseguiu recuperar-se bem para terminar num improvável segundo lugar. Boas provas de Ocon, que a cada prova vai incomodando e mais e mais Sérgio Pérez - o incidente dos dois nessa etapa também vai render bastante na Force Índia - Kevin Magnusse, que chegou a flertar com o pódio e Fernando Alonso, que enfim teve uma prova limpa de problemas e que escalando o pelotão e escapando como podia dos acidentes e incidentes para marcar os dois primeiros pontos dele e da Mclaren no ano.
Foi um GP magnífico em Baku, justamente num lugar onde eu pouco esperava algo assim.
Agora imaginem uma prova ali com chuva

As marcas de Ímola

A foto é do genial Rainer Schlegelmich (extraído do livro "Driving to Perfection") tirada da reta de Ímola após uma das largadas. ...