segunda-feira, 5 de julho de 2021

Vídeo: Os 40 anos da primeira vitória de Alain Prost, Dijon 1981

 


O Grande Prêmio da França foi a oitava etapa do mundial de 1981 e foi palco da primeira vitória de Alain Prost na Fórmula-1. Ele largou da terceira posição, mas acabou herdando a liderança após a interrupção da prova por conta das fortes chuvas.

A segunda posição ficou para John Watson (Mclaren) e a terceira para Nelson Piquet (Brabham), que havia feito uma primeira parte de corrida excepcional.

Foi a primeira vitória de uma das carreiras mais bem sucedidas da história da Fórmula-1


domingo, 4 de julho de 2021

GP da Áustria - Território de Max

 




Foi apenas uma extensão do que foi visto na semana passada, quando o circuito austríaco sediou o GP da Estíria. Talvez tenha sido ainda mais contundente do que fora uma semana atrás, com Max Verstappen dominando todas as voltas de ponta a ponta e cravando a melhor volta - isso sem contar a pole position.

Max dominou amplamente e não havia nenhuma chance para os demais nesta tarde no Red Bull Ring, com o holandês abrindo boa vantagem já nas primeiras voltas. E ficando alheio a qualquer ameaça, ele teve apenas o trabalho de fazer uma condução agressiva aproveitando tudo que o carro da Red Bull lhe oferecia. Executou da melhor forma possível para marcar seu primeiro Grand Chelem (pole, melhor volta, todas voltas lideradas e vitória). Uma corrida solitária, mas que de todas as formas mostrou o real estado deste campeonato.

A Mercedes esperava algo para hoje, mas não contavam com um Lando Norris inspirado que segurou Lewis Hamilton por um bom par de voltas e quando o heptacampeão conseguiu assumir o segundo posto, a seu atraso para Max já beirava os dez segundos. Daí em diante a diferença apenas aumentava e as coisas para Lewis, especificamente, só piorou após ele ter uma queda de rendimento que deu a Bottas - com aval da Mercedes - para atacar Lewis que não deu resistência. Valtteri garantiu o segundo posto, enquanto que Hamilton, mesmo parando pela segunda vez, não achou ritmo para conseguir avançar.

Não tem como negar que Lando Norris foi o nome do final de semana desde que passou perto de fazer a pole, perdendo por 48 milésimos para Verstappen. A sua prova frente Hamilton foi excelente, respondendo a qualquer investida que Lewis pudesse fazer até que o Mercedes o ultrapassasse. Mas a sua disputa contra Sergio Perez é que, por muito pouco, não arruinou a sua corrida ao tomar uma punição de cinco segundos após disputar com o mexicano na curva três. A escapada de Sergio na brita foi julgada pelos comissários que entenderam que Lando não deu o devido espaço. Mas isso foi apenas um detalhe, já que ele pagou a punição e continuou em quarto, sempre próximo das Mercedes e acabou contando com o problema de Lewis para subir ao terceiro lugar e garantir mais um pódio. 

Para os demais foi um misto de emoções: Perez tomou duas punições de dez segundos após lances com Charles Leclerc, onde ele também foi julgado por não dar o devido espaço para o piloto d Ferrari que acabou indo para a brita em duas situações. Marko não perdoará...

Carlos Sainz esteve em grande forma, mais uma vez escalando bem o pelotão e chegando em quinto ao superar um combativo Charles Leclerc que também esteve muito bem, mesmo que tenha batido rodas com Perez em duas situações que podia muito bem ter lhe custado muito caro.

Daniel Ricciardo este bem também, sempre disputando fortemente as posições e tendo um fim de semana, ao menos, decente frente aos outros que tivera anteriormente.

Pierre Gasly teve um final de semana ao menos, já que na última semana nem fez a primeira volta completa após abandonar com o eixo traseiro esquerdo arrebentado. Teve boa disputa com Daniel Ricciardo, onde acabou por perder. Mas salvou bons pontos, enquanto que seu companheiro Yuki Tsunoda cometeu dois erros graves e primários ao queimar a linha de entrada dos boxes duas vezes, deixando de lado uma boa chance de marcar pontos.

Fernando Alonso pode ter ficado furioso com o acontecido na qualificação, quando perdeu a chance de fazer uma boa volta e teve que batalhar pelos pontos. Seu duelo com George Russell foi ótimo e as duas gerações deram uma aula de como disputar e dar espaço para os demais, sem comprometer a corrida do adversário. Alonso levou o último ponto da corrida nas voltas finais, tirando de Russell a oportunidade de marcar pontos com a Williams - já que na última semana ele também tinha a chance, mas problemas na sua parada de box tirou essa chance.

A corrida ainda teve o lance final entre Vettel e Raikkonen que se enroscaram após a curva três, com Kimi acertando Sebastião num acidente que podia ter alguma gravidade.

Estes dois GPs foram dominantes para a Red Bull e, claro, para Max Verstappen, que somou o máximo possível de pontos e que sai agora com uma boa vantagem sobre Lewis.

Para Silverstone, onde terá a realização da Sprint Race para a definição do grid, será um palco importante para ver onde que a Mercedes estará já que eles levarão atualizações para tentar, pelo menos, igualar a Red Bull.

A batalha será interessante no velho aeródromo.

Foto 984: Jan Magnussen, Laguna Seca 1996

 


O jovem Jan Magnussen a bordo do Penske Mercedes da Hogan Penske Racing durante a etapa de Laguna Seca, a última etapa do campeonato da CART de 1996.

Magnussen foi escalado pela Penske para substituir Paul Tracy na prova de Mid-Ohio, já que o canadense havia machucado a sexta vértebra em Michigan. O caminho de Magnussen para ocupar o lugar de Tracy naquela prova foi ajudado pela Mercedes, uma vez que o dinamarquês fazia parte do Mercedes-Benz Junior Team - e por coincidência ele havia estreado na Fórmula-1 em 1995 também em substituição a Mika Hakkinen na McLaren. 

Na época Roger Penske comentou sobre a chegada do jovem Jan a equipe: "Desde os incidentes no Marlboro 500, tivemos tempo de nos reunir como uma equipe e formular um plano para seguir em frente. Temos a sorte de ter alguém do calibre de Jan para preencher para os nossos pilotos (Tracy e Emerson Fittipaldi). Jan tem uma vasta experiência em circuitos e estamos ansiosos por trabalhar com ele até ao final da temporada. ".

Jan estreou em Mid-Ohio largando na 18ª posição e terminando na 14ª posição, com duas voltas de atraso para o vitorioso Alex Zanardi, que na época já iniciava a sua caminhada para dominar a categoria pelos próximos anos. 

Em seguida, Magnussen seguiu para a equipe Hogan onde ficou no lugar de Emerson Fittipaldi que iniciava a sua recuperação do terrível acidente de Michigan - que mais tarde selaria de vez a sua aposentadoria da CART. Jan fez uma boa qualificação em Road America ao fazer o décimo tempo, mas a sua prova não duraria muitas curvas ao ficar atolado na brita logo após a largada; em Vancouver fez o 19º no grid, mas abandonou na volta 48 após um principio de incêndio.

O seu melhor resultado na ocasião remonta ao GP de Laguna Seca, onde terminou em oitavo após largar em 16º. 

Magnussen voltaria à CART em 1999 pela Patrick Racing ao fazer sete provas (Detroit, Mid-Ohio, Chicago, Vancouver, Laguna Seca, Houston e Queensland). Seu melhor resultado nestas provas foi apenas em Vancouver ao terminar na sétima colocação. 

Jan Magnussen completa 48 anos hoje. 

Vídeo: René Arnoux Vs Jacques Laffite, Áustria 1981

 


Grande Prêmio da Áustria foi a 11ª etapa do mundial de Fórmula-1 de 1981.

A prova foi vencida por Jacques Laffite a bordo do Ligier JS17 Matra, com René Arnoux em segundo e Nelson Piquet em terceiro.

Mas antes de chegar a esta vitória, que era a quinta de sua carreira, Laffite travou um bom duelo com seu compatriota Arnoux.

René Arnoux completa 73 anos hoje.


sexta-feira, 2 de julho de 2021

Foto 983: Reg Parnell, Swedish Winter GP 1947

 


Um sorridente Reg Parnell ainda em seu ERA Type A após vencer o Swedish Winter GP, realizado no aeroporto militar de Rommehed localizado em Borlänge. A prova aconteceu em 9 de fevereiro de 1947. 

Essa prova contaria com quinze participantes, mas houve um grande problema: o navio que traria alguns destes carros - onze ao todo - ficou encalhado no gelo, o que desfalcou o grid. Apenas quatro carros estiveram presentes para aquela corrida em Rommehed: Reg Parnell com ERA, Gustav Nobelius com um Bugatti 35, Leslie Brooke com um ERA Type B e George Abecassis com ERA Type A. A pista recebeu uma cobertura de areia sobre o gelo e a temperatura da prova estava de 29 graus negativos.

A prova foi realizada com vinte voltas e chegou apenas três carros: foi vencida por Parnell, seguido por Leslie Brooke - que ainda fez a melhor volta - e George Abecassis. Gustav Nobelius abandonou na terceira volta como motor quebrado. 

Com o Swedish Winter GP sendo um grande fisco, o promotor fez uma outra etapa na Suécia com o nome de Grande Prêmio de Estocolmo realizado em 23 de fevereiro, e desta vez com o grid um pouco mais cheio num total de onze participantes - incluindo alguns que ficaram presos no gelo da corrida anterior. A pista estava localizada em Vallentuna e tinha um total de 4,99 km, com a prova sendo feita num total de 25 voltas. 

Assim como havia sido na prova anterior, esta foi vencida por Parnell que usou de uma boa estratégia para conseguir mais aderência em meio ao gelo do circuito: ele usou rodas traseiras duplas para conseguir gerar o máximo possível de grip. Alguns pilotos protestaram, mas em seguida retiraram as reclamações após consultarem o regulamento da prova e não constatarem nenhum empecilho para o tal uso. A segunda posição ficou para George Abecassis (ERA) e Eugène Chaboud (Delahaye). A corrida foi realizada com 15 graus negativos. 

Reg Parnell participou de seis GPs na Fórmula-1 tendo como melhor resultado o terceiro lugar no GP da Grã-Bretanha de 1950, o primeiro GP da história da Fórmula-1. Ele marcaria nove pontos ao todo durante a sua estadia na categoria, onde participou de algumas provas. 

Ele esteve no comando da primeira aparição da Aston Martin na Fórmula-1 e depois comandou a sua própria equipe, a Reg Parnell Racing, que ficaria mais conhecida como Yeoman Credit Racing Team. 

Reg Parnell completaria 120 anos hoje. 

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Foto 982: Kazuyoshi Hoshino, Fuji 1976

 


Os últimos preparativos da Heros Racing no Tyrrell 007 onde Kazuyoshi Hoshino (de azul), o popular piloto japonês e atual campeão da F2000, se preparava para assumir o volante. Foi a estréia dele e da equipe naquele primeiro Grande Prêmio do Japão de 1976, que encerrava aquela temporada e que ainda teria como atrativo a decisão do título entre Niki Lauda e James Hunt. 

Apesar de todas as atenções estarem voltadas para os dois postulantes ao título, a torcida japonesa no Fuji Speedway tinha para quem torcer, afinal três pilotos locais alinhavam para aquele primeiro GP: além de Hoshino, Noritaka Takahara (Surtees) e Masahiro Hasemi (Kojima) também fizeram seu debut. Havia um quarto japonês na lista, mas este não pode largar: Masami Kwashima deveria ter corrido pela Wolf Racing, mas a perda de seu patrocinador ainda na sexta-feira o deixou de fora e foi substituído por Hans Binder. 

Hoshino marcou o 21º tempo, mas foi na corrida onde ele pôde mostrar as suas qualidades que lhe valeram o apelido de "Nippon ichi hayai otoko" - algo como "O homem mais rápido do Japão". Com a pista encharcada após as terríveis chuvas que fizeram até mesmo atrasar o GP - e por em dúvida a realização deste - ele usou do seu conhecimento naquela pista para realizar uma grande largada: ele partiu da 21ª posição e quando completou a primeira volta, o Tyrrell branco e vermelho de #52 estava em oitavo e já pressionando pilotos do calibre de um Clay Regazzoni e Patrick Depailler.  

Apenas por esta largada impressionante já valeria o destaque, mas Kazuyoshi continuou a impressionar quando na segunda volta superou Depailler e Regazzoni para subir ao sexto lugar e continuar marchando rumo a conquistas maiores. Ele ainda subiria para quinto na famosa terceira volta, onde Niki Lauda desistiu da corrida por conta das terríveis condições da pista e climática. 

O valente japonês sobe mais uma posição na sexta volta quando Vittorio Brambilla, então segundo colocado, foi aos boxes para trocar os pneus dianteiros. Hoshino estava agora em quarto e marchava fortemente para buscar o terceiro colocado Jody Scheckter: ele pressiona o sul-africano por duas voltas e na décima passagem ele realiza a ultrapassagem sobre o Tyrrell de Jody para assumir o terceiro posto. Um resultado até ali inimaginável, mas que já vale e muito a inscrição do piloto japonês. 

Na 14ª volta Hoshino é superado por Brambilla, que faz uma bela recuperação com os novos pneus dianteiros que lhe dá uma melhor aderência na pista ainda molhada. Os pneus Bridgestone do Tyrrell de Kazuyoshi Hoshino começam a perder rendimento e ele vira presa fácil para Jochen Mass e Depailler que o supera nas voltas seguintes. Na volta 20, Hoshino vai para os boxes trocar o pneu dianteiro direito e voltar num distante 16º lugar. 

Após esta troca de pneu ele ainda conseguiu avançar para o 15º lugar, mas a sua prova não iria muito longe: na 27ª volta ele acabou abandonando após a sua equipe não ter mais pneus sobressalentes para trocar, numa altura que ele sofria bastante com o desgaste. Apesar de deste desaire, a sua participação no primeiro GP japonês tinha sido marcante. 

Ele voltaria em 1977 pela Kojima, mas esta prova foi bem diferente: apesar de sua qualificação ter sido bem melhor que a de 1976 - ele fizera o 11º tempo - a maior dificuldade do Kojima 009 impossibilitou o piloto local a ter um desempenho igual ou melhor que o de um anos antes. Ele passou toda prova em posições do fundo, mas ainda terminaria em 11º conforme os da frente iam abandonando. Foi a sua última aparição na categoria. 

Kazuyoshi Hoshino teve uma até de certa forma eclética: foi campeão japonês de motocross em 1968 nas classes 90cc e 125cc com Kawasaki; foi bicampeão da F2000 em 1975 e 1977, em 1978 venceu a Fórmula 2 (ambas categorias precursoras da Fórmula Nippon, atual Super Fórmula) e ele voltaria a ganhar na Fórmula Nippon em 1987, 1990 e 1993. 

Ele venceu por cinco vezes o campeonato Fuji Grand Champion Series que era realizado exclusivamente no Fuji Speedway, levando a taça em 1978, 1982, 1984, 1985 e 1987. Ainda nos carros esporte, ele venceu os 1000km de Fuji de 1985, prova que era válida para o Mundial de Marcas, formando trio com Akira Hagiwara e Keiji Matsumoto pilotando um March 85G Nissan que foi inscrito pela sua equipe Hoshino Racing, nesta que foi a sua única vitória a nível mundial. Em 1990 ele venceu o Japanese Touring Car Championship com um Nissan Skyline GT-R. 

Junto de Toshio Suzuki, ele venceu outra prova clássica do endurance japonês ao levar os 1000km de Suzuka pilotando um Nissan R90CP, válido pelo Japanese Sport Prototype Championship (JSPC) - ainda com Toshio Suzuki, ele levaria os títulos de 1991 e 1992 do JSPC. Em 1998, sempre a serviço da Nissan e formando trio com Aguri Suzukie Masahiro Kageyama, ficou em terceiro nas 24 Horas de Le Mans de 1998 pilotando o modelo R390 GT1. 

Hoshino encerrou sua carreira em 2002, mas ainda continua envolvido com as provas, especialmente na Super GT e Super Fórmula, onde sua equipe já obteve sete títulos. 

Kazuyoshi Hoshino completa 74 anos hoje.

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Foto 981: Giuseppe Farina, Nurburgring 1953

 

(Foto: Motorsport Images)


Na foto, Giuseppe Farina durante o GP da Alemanha de 1953 que ele acabaria por vencer. Foi a sétima etapa daquele mundial. Foi uma tarde de aulas por parte dele e de Alberto Ascari, onde os dois italianos eclispsaram seus oponentes com atuações de gala.

Dos 35 inscritos para aquele GP alemão treze eram de equipes locais: Veritas teve sete carros inscritos e todos de forma particular: Wolfgang Seidel, Willi Heeks, Theo Helfrich, Oswald Karch, Ernst Loof, Hans Hermann e Erwin Bauer eram os pilotos que representavam os Veritas; AFM teve três modelos 6 com motor BMW inscritos pelo antigo piloto da Auto Union Hans Stuck, Theo Fitzau e Günther Bechem; Edgard Barth inscreveu um EMW, Rudolf Krause um Greifzu e Ernest Klodwig um Hek. Todos estes três carros usavam motores BMW. 

A Ferrari levou sua equipe oficial com Alberto Ascari, Giuseppe Farina, Luigi Villoresi e Mike Hawthorn. Outras três Ferrari foram inscritas particularmente: uma Ferrari 500 pela Ecurie Francorchamps, pilotada por Jacques Swaters, e outra 500 inscrita por Louis Rosier a partir de sua equipe Ecurie Rosier e a terceira Ferrari era uma 166C que vinha da equipe suíça Ecurie Espadon e que foi conduzido por Kurt Adolf. 

A Maserati estava desfalcada nesta prova: Jose Froilan Gonzalez se machucara durante uma prova em Portugal e desfalcaria a equipe italiana nesta corrida. Dessa forma a Maserati alinhou apenas três carros oficiais para Juan Manuel Fangio, Onofre Marimon e Felice Bonetto. O quarto Maserati vinha de Emmanuel de Graffenried, sempre de forma particular. 

A Gordini não estrearia nessa prova o seu motor V8  e sendo assim, não traria novidades: alinhou três T16 para Jean Behra, Maurice Trintignant e Harry Schell. Connaught teve quatro carros nessa prova, sendo três oficiais para Principe Bira, Roy Salvadori e Kenneth McAlpine. O quarto Connaught vinha da equipe belga Ecurie Belge com Johnny Claes ao volante. 

A Cooper retornou com sua equipe oficial, mas alinhando apenas um Special com motor Alta para Stirling Moss após este ter ficado de fora do GP da Grã Bretanha. Outros três Cooper T23 com motor Bristol foram inscritos por equipes particulares: dois por conta da Equipe Anglaise e pilotados por Alan Brown e Helm Glockler e o outro de for particular por Rodney Nuckey.


Ascari é o pole. E com sobras

Assim como acontecera em Silverstone, as primeiras atividades foram com chuva e isso inibiu a entrada de boa parte dos pilotos para tentarem acertar os carros. Foi tão atípico que Mike Hawthorn, ao invés de levar seu Ferrari 500 para pista, acabou levando um carro Sport da Ferrari para fazer testes. Outros tempos...

No sábado quando o tempo teve uma pequena melhora, foi o momento certeiro para que Alberto Ascari botasse o seu passo de gigante sobre os demais e cravasse a pole com a marca de 9’59’’8, cerca de 3’9 segundos mais veloz que Fangio que terminara em segundo. Farina ficou com a terceira posição, com 0’’4 décimos de atraso para o piloto argentino. Mike Hawthorn era o quarto,  treze segundos mais lento que o tempo feito por Ascari. A surpresa ficava por conta de Maurice Trintignant que colocara seu Gordini na quinta colocação, conseguindo furar a bolha dos carros italianos. Villoresi, Bonetto, Marimon, Behra e Schell completaram os dez primeiros do grid.


Aula de Ascari. Vitória de Farina


Esse GP alemão foi praticamente uma continuidade do que foi visto em Silverstone semanas atrás, mas com um adendo importante que foi a atuação de Ascari ao volante da Ferrari ainda mais impressionante do que fora na corrida britânica. 

Fangio fez boa largada, mas seria superado logo em seguida por Ascari que imediatamente abriu larga vantagem, chegando a impressionantes dez segundos ao final da primeira volta. Foi o inicio de uma aula vertiginosa de virtuosismo e velocidade nas inúmeras curvas do Nordschleife pelas voltas seguintes, onde o italiano começou a fazer voltas velozes a cada passagem quebrando o recorde da pista e chegando a 37 segundo de vantagem sobre Fangio na quinta volta, num momento em que o argentino reeditava o famoso duelo de Reims com Mike Hawthorn (onde ambos disputaram a vitória palmo a palmo, chegando a percorrer as longas retas do traçado rodoviário de Reims lado a lado). 

Mas a coisas passaram a dar errado para Ascari assim que ele iniciou a sexta volta, quando um cubo de roda quebrou e o fez perder a roda dianteira direita. Alberto conseguiu levar o Ferrari aos boxes enquanto via seus rivais o ultrapassarem e as coisas se tornaram ainda mais difíceis quando os mecânicos ferraristas não estavam prontos para a tal parada, fazendo-o perder ainda mais tempo no box enquanto estes tentavam achar o cubo de roda – que acabou sendo pego emprestado de um dos Ferrari particular. Ascari voltou em nono, para rapidamente subir o pelotão até a quinta posição, onde percebeu que estava muito longe do quarto colocado que era Luigi Villoresi. 

O então campeão do mundo solicitou trocar de carro com Villoresi que, apesar de não concordar com aquilo, acabou acatando a decisão e cedendo o carro #4 para Ascari e assumindo o #1 do campeão. Dessa forma, Alberto subia para quarto, tentando ainda alcançar uma vitória improvável, enquanto que Villoresi caia para 13º e daí começava a segunda parte da grande atuação de Alberto, onde o italiano continuou sua sucessão de voltas velozes para tentar resultar numa recuperação épica que o levaria a uma possível vitória. Infelizmente, ainda quando rodava em quarto e estava se aproximando de Hawthorn, o azar voltou a atacar quando o motor a Ferrari passou a fumaçar até que o forçou abandonar na volta 17. Uma aula de pilotagem que resultou em apenas um ponto pela melhor volta (9’56’’000) para o italiano e também o reconhecimento – mais uma vez – de sua destreza e velocidade pura ao volante de um carro de corrida..

Se Ascari teve seus azares, Giuseppe Farina voltou aos seus grandes dias ao efetuar uma bela prova em Nurburgring. Apesar de ter um inicio tímido, onde se viu atrás de Fangio e Hawthorn – que já estavam anos luz de Ascari –, Farina pareceu ter sido inspirado pela velocidade de Alberto assim que este teve seu problema na roda na volta seis. Giuseppe descontou em uma só volta 10 segundos que o separava de Hawthorn e consequentemente Fangio e foi uma questão de tempo para que ele chegasse a liderança – que aconteceu na volta sete. Dali em diante Farina continuou com seu ritmo forte, chegando se aproximar do recorde de volta de Ascari e aumentando a diferença dele para Fangio, que terminou em mais de um minuto de vantagem na sua melhor corrida naquele ano. Fangio fechou em segundo com problemas de escapamento, mas a folga que ele tinha sobre Hawthorn que vinha em terceiro ajudou a manter a posição. 

Foi a derradeira vitória do primeiro campeão mundial.

Hoje completa exatos 55 anos da morte de Giuseppe Farina, quando ele se encaminhava para assistir o GP da França de 1966.

As marcas de Ímola

A foto é do genial Rainer Schlegelmich (extraído do livro "Driving to Perfection") tirada da reta de Ímola após uma das largadas. ...