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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

F1 - Os tempos dos quatro dias de testes em Jerez



Fórmula-1 2013 - Testes de Pré-Temporada

Jerez De La Frontera – Dias 5, 6, 7 e 8 de Fevereiro


Dia  5
(Foto: EFE)
1 - Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes) - 1m18s861 (37 voltas)
2 - Mark Webber (AUS/RBR-Renault) - 1m19s709 - a 0s848 (73)
3 - Romain Grosjean (FRA/Lotus-Renault) - 1m19s796 - a 0s935 (54)
4 - Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes) - 1m20s343 - a 1s482 (89)
5 - Daniel Ricciardo (AUS/STR-Ferrari) - 1m20s401 - a 1s540 (70)
6 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 1m20s536 - a 1s675 (64)
7 - Nico Hulkenberg (ALE/Sauber-Ferrari) - 1m20s699 - a 1s838 (79)
8 - Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - 1m20s846 - a 1s985 (11)
9 - Pastor Maldonado (VEN/Williams-Renault) - 1m20s864 - a 2s003 (84)
10 - Giedo van der Garde (HOL/Caterham-Renault) - 1m21s915 - a 3s054 (64)
11 - Max Chilton (ING/Marussia-Cosworth) - 1m24s176 - a 5s315 (29)

Dia  6
(Foto: AFP)
1 - Romain Grosjean (FRA/Lotus) - 1m18s218 (95 voltas)
2 - Paul di Resta (ESC/Force India) - 1m19s003 (95)
3 - Daniel Ricciardo (AUS/STR) - 1m19s134 (83)
4 - Mark Webber (AUS/RBR) - 1m19s338 (101)
5 - Nico Hulkenberg (ALE/Sauber) - 1m19s502 ( 99)
6 - Lewis Hamilton (ING/Mercedes) - 1m19s519 (15)
7 - Sergio Pérez (MAX/McLaren) - 1m19s572 (81)
8 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 1m19s914 (78)
9 - Pastor Maldonado (VEN/Williams) - 1m20s693 (71)
10 - Giedo Van der Garde (HOL/Caterham) - 1m21s311 (88)
11 - James Rossiter (ING/Force India) - 1m23s139
12 - Luiz Razia (BRA/Marussia) - 1m23s537 (31)

Dia 7
(Foto: Getty Images)
1 – Felipe Massa (BRA/Ferrari) – 1m17s879 (85 voltas)
2 – Nico Rosberg (ALE/Mercedes) – 1m18s766, +0.887 (148)
3 – Sebastian Vettel (ALE/RBR) – 1m19s052, +1.173 (102)
4 – Kimi Raikkonen (FIN/Lotus) – 1m19s200, +1.321 (40)
5 – Jean-Eric Vergne (FRA/STR) – 1m19s247, +1.368 (85)
6 – James Rossiter (ING/Force India) – 1m19s303, +1.424 (42)
7 – Jenson Button (ING/McLaren) – 1m19s603, +1.724 (83)
8 – Esteban Gutierrez (MEX/Sauber) – 1m19s934, +2.055 (110)
9 – Max Chilton (ING/Marussia) – 1m21s269, +3.390 (78)
10 – Valtteri Bottas (FIN/Williams) – 1m21s575, +3.696 (86)
11 – Charles Pic (FRA/Caterham) – 1m22s352, +4.473 (57)
12 – Paul di Resta (ESC/Force India) – 1m23s729, +5.850 (7)

Dia 8
(Foto: Getty Images)
1 – Kimi Raikkonen (FIN/Lotus) – 1m18s148
2 – Jules Bianchi (FRA/Force India) – 1m18s175, +0.027
3 – Sebastian Vettel (ALE/RBR) – 1m18s565, + 0.417
4 – Esteban Gutierrez (MEX/Sauber) – 1m18s669, +0.521
5 – Jean-Eric Vergne (FRA/STR) – 1m18s760, +0.
612
6 – Lewis Hamilton (ING/Mercedes) – 1m18s905, +0.757)
7 – Sergio Perez (MEX/McLaren) – 1m18s944, +0. 796
8 – Valtteri Bottas (FIN/Williams) – 1m19s851, +1.703
9 – Pedro de la Rosa (ESP/Ferrari) – 1m20s316, +2s168
10 – Charles Pic (FRA/Caterham) – 1m21s105, +2.975
11 – Luiz Razia (BRA/Marussia) – 1m21s226, +3.078
12 – Paul di Resta (ESC/Force India) – 1m23s435, +5.287

Soma geral dos tempos:

1 – Felipe Massa (BRA/Ferrari) – 1m17s879 (85 voltas)
2 – Kimi Raikkonen (FIN/Lotus) – 1m18s148
3 – Jules Bianchi (FRA/Force India) – 1m18s175
4 - Romain Grosjean (FRA/Lotus) - 1m18s218 (95 voltas)
5 – Sebastian Vettel (ALE/RBR) – 1m18s565
6 – Esteban Gutierrez (MEX/Sauber) – 1m18s669
7 – Jean-Eric Vergne (FRA/STR) – 1m18s760
8 – Nico Rosberg (ALE/Mercedes) – 1m18s766
9 - Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes) - 1m18s861
10 – Lewis Hamilton (ING/Mercedes) – 1m18s905
11 – Sergio Perez (MEX/McLaren) – 1m18s944
12 - Paul di Resta (ESC/Force India) - 1m19s003
13 – Sebastian Vettel (ALE/RBR) – 1m19s052
14 - Daniel Ricciardo (AUS/STR) - 1m19s134
15 – Kimi Raikkonen (FIN/Lotus) – 1m19s200
16 – Jean-Eric Vergne (FRA/STR) – 1m19s247
17 – James Rossiter (ING/Force India) – 1m19s303
18 - Mark Webber (AUS/RBR) - 1m19s338
19 - Nico Hulkenberg (ALE/Sauber) - 1m19s502
20 - Lewis Hamilton (ING/Mercedes) - 1m19s519
21 - Sergio Pérez (MAX/McLaren) - 1m19s572
22 – Jenson Button (ING/McLaren) – 1m19s603
23 - Mark Webber (AUS/RBR-Renault) - 1m19s709
24 - Romain Grosjean (FRA/Lotus-Renault) - 1m19s796
25 – Valtteri Bottas (FIN/Williams) – 1m19s851
26 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 1m19s914
27 – Esteban Gutierrez (MEX/Sauber) – 1m19s934
28 – Pedro de la Rosa (ESP/Ferrari) – 1m20s316
29 - Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes) - 1m20s343
30 - Daniel Ricciardo (AUS/STR-Ferrari) - 1m20s401
31 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 1m20s536
32 - Pastor Maldonado (VEN/Williams) - 1m20s693
33 - Nico Hulkenberg (ALE/Sauber-Ferrari) - 1m20s699
34 - Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - 1m20s846
35 - Pastor Maldonado (VEN/Williams-Renault) - 1m20s864
36 – Charles Pic (FRA/Caterham) – 1m21s105
37 – Luiz Razia (BRA/Marussia) – 1m21s226
38 – Max Chilton (ING/Marussia) – 1m21s269
39 - Giedo Van der Garde (HOL/Caterham) - 1m21s311
40 – Valtteri Bottas (FIN/Williams) – 1m21s575
41 - Giedo van der Garde (HOL/Caterham-Renault) - 1m21s915
42 – Charles Pic (FRA/Caterham) – 1m22s352
43 - James Rossiter (ING/Force India) - 1m23s139
44 – Paul di Resta (ESC/Force India) – 1m23s435
45 - Luiz Razia (BRA/Marussia) - 1m23s537
46 – Paul di Resta (ESC/Force India) – 1m23s729
47 - Max Chilton (ING/Marussia-Cosworth) - 1m24s176

sábado, 20 de outubro de 2012

GP do Brasil de 2007: O título de Raikkonen



Kimi Raikkonen durante os treinos de sexta em Interlagos
(Foto: Zimbio)


O GP da China, 16ª etapa do mundial de 2007, tinha sido um presente dos Deuses para Raikkonen. Lewis Hamilton, que naquele tempo era super badalado por ser um novato que chegou e destronou Fernando Alonso da McLaren, estava na ponta do campeonato e na liderança da corrida chinesa. Era uma oportunidade de ouro para Lewis: ele tinha doze pontos de vantagem sobre Fernando (107x95) e dezessete sobre Raikkonen (107x90) e isso lhe dava a chance de sair de Xangai com o título nas mãos caso vencesse a prova.

A pista molhada devido à chuva que caíra antes da corrida, forçou a todos largarem com pneus intermediários. A lembrança da pilotagem magistral de Hamilton no dilúvio em Fuji uma semana antes tinha sido reforçada nas voltas iniciais da corrida chinesa, com ele a abrir uma boa vantagem para Raikkonen. Desta vez, ao contrário da corrida do Japão, a Ferrari não errara em colocar um pneu diferente para aquela condição de pista – em Fuji, com toda aquela água na pista, eles mandaram os dois carros com pneus intermediários, enquanto todo o grid saiu com pneus biscoito para chuva forte. Desse modo, seus dois pilotos tiveram que trocá-los em uma das 15 maçantes voltas que o pelotão teve que fazer atrás do Safety Car por causa da chuva. Em condições normais, sem o Safety, a prova teria sido arruinada por inteiro. Voltando à prova da China, Hamilton estava se se distanciando de Raikkonen e quando parou nos boxes na volta 15, tinha em torno de oito segundos de vantagem. Uma boa diferença, mas Kimi continuou na pista e só parou nos boxes na volta 19. Tinha desempenhado um bom papel ao fazer boas voltas e quando voltou atrás de Lewis, a diferença não era tão grande assim. Os quatro primeiros (Lewis, Raikkonen, Massa e Alonso) tinham optado por não trocar os pneus apostando numa chuva que estava prestes a cair. Naquele momento a pista tinha um trilho bem definido em quase todo o traçado, mas com a chuva que demorava a cair, os pneus intermediários começavam a se desgastar. Devido a sua pilotagem mais bruta, Lewis começou a perder aderência dos pneus, principalmente os traseiros que já estavam gastos. Raikkonen passou a pressioná-lo e Hamilton defendeu-se como pôde, até que o finlandês assumiu a liderança na entrada da primeira curva após o inglês alargar a entrada da curva por causa dos pneus, que nitidamente já estavam na lona. Kimi passou e foi embora, enquanto que Hamilton tentava se equilibrar no que restava dos pneus. O fim da linha para o garoto prodígio da McLaren foi a entrada do box, quando ele não conseguiu segurar a escapada de frente do MP4-22 indo atolar na caixa de brita. Apesar do esforço comovente em tentar tirar o carro dali, Lewis saiu cabisbaixo e crente que o seu primeiro “Match Point” para o título estava perdido. Raikkonen venceu tranquilamente aquela corrida, seguido por Alonso e Massa. Agora os três postulantes ao título estavam próximos: Lewis tinha quatro pontos de vantagem sobre Fernando (107x103) e sete para Raikkonen (107x100). Interlagos vivenciaria, pela terceira vez consecutiva, uma decisão de mundial.


Aquele ano foi a minha quinta participação num GP do Brasil, ininterrupta desde que comecei em 2003. Trabalhei naqueles três dias no PSDP (Posto de Sinalização e Direção de Prova) e pude acompanhar, não totalmente a fundo, porque eu tinha que desempenhar o meu trabalho, a atmosfera daquela decisão. E o melhor é que estão muito frescas na minha memória aqueles dias em Interlagos. Um privilégio.
A visitação, que sempre acontece de quarta-feira, estava bem movimentada e o box mais visitado era o da McLaren. Não apenas por ter o habitual treinamento de pit-stop, que algumas equipes realizam neste
dia, mas também a esperança de ver Alonso ou Hamilton por ali. De quarta é bem raro eles aparecerem no autódromo, principalmente os superstars, que estão envolvidos em reuniões e eventos promovidos pelos patrocinadores. Mais a frente, estava a Ferrari, também fazendo o seu treino de pit-stop, mas com um número baixo de curiosos. Na quinta-feira, dia em que os pilotos aparecem no autódromo para realizarem o reconhecimento do circuito, pude ver Hamilton pela primeira vez. Ele parecia tranqüilo, bem descontraído ao lado de alguns integrantes da McLaren, sorrindo e conversando enquanto caminhava pela pista. Não vi nem Raikkonen e muito menos Alonso. Talvez já tivessem feito este reconhecimento pela manhã.

A figura de Hamilton foi a que mais apareceu no pit Lane naqueles dias. Entre a sexta e sábado era normal eu avistar o inglês conversando com os integrantes da equipe. Ele havia ganhado a simpatia do público brasileiro: era rápido, jovem, destemido, tinha peitado Fernando Alonso e o tirado do sério dentro da McLaren, virando assim o queridinho e esta simpatia aumentou ainda mais quando ele participou de uma festa na quinta a noite e repetidamente, durante um discurso, falava o nome de Senna. Isso foi motivo de aplausos calorosos. E Lewis nunca escondeu de ninguém que era um fã de Ayrton, tanto que ele fez questão de ir ao túmulo do piloto. Usar o nome de Ayrton, frente a um público que ainda o venera, foi uma bela cartada do piloto inglês que conquistou mais alguns admiradores para apoiá-lo na batalha do título. Se Lewis fazia uma social com o público paulistano, Raikkonen preferiu ficar na dele, se bem que estivesse tentado a cair na noite para comemorar o seu aniversário de 28 anos.
Como eu disse, a quinta-feira é o dia onde os astros aparecem. Reuniões com engenheiros de provas, um caminhar pelo circuito fazem parte do cronograma de qualquer piloto. E pelos relatos que soube, o mais tranqüilo de todos era... Fernando Alonso, que havia chegado mais descontraído e sorridente, bem diferente da face carrancuda e azeda que havia demonstrado semanas antes no GP da China, quando ele acusou a McLaren veemente de está-lo sabotando. Hamilton passou apressadamente e Raikkonen estava gelado, como sempre. Os três, mais Felipe Massa, participaram de uma coletiva de imprensa onde o clima continuou sereno, sem ataque por nenhuma parte. Era momento de concentrar-se para a batalha que se seguiria pelos próximos três dias.

Na sexta-feira pela manhã, por volta de 5:30, chegamos ao autódromo. Bandeirinhas, bombeiros, resgate e equipe médica são praticamente os primeiros a chegarem à pista. Mas antes disso, existe a equipe de apoio que chega uma hora antes para deixar tudo organizado nos postos de sinalização. E esse trabalho só se encerra na boca da noite de cada dia, quando jogos de bandeiras, rádios, fones de ouvido, capacetes, são contados e guardados em ordem numérica que corresponde ao posto onde trabalham os bandeirinhas. Ou seja, são 23 postos (PSDP mais os 22 postos espalhados pela pista) que precisam ter o material totalmente conferido para não haver problemas no dia seguinte. Pois bem, chegando ao autódromo sexta pela manhã, uma fina chuva nos recepciona. Só me lembro de ter soltado “Hoje vai ser foda!”, imaginando o trabalhão que seria para o pessoal de resgate a pé, que ficam expostos no tempo, para resgatar algum carro que rodasse e/ou batesse e com a chuva caindo forte. O meu primeiro GP do Brasil foi o de 2003, onde choveu na sexta, fez um sol fraquinho no sábado e caiu um dilúvio no domingo. E posto onde trabalhei? No posto 4, que fica na parte externa saída da curva do Sol e entrada da reta oposta. Quem tiver boa lembrança e viu aquela corrida, sabe bem o que aconteceu naquele pedaço. Fora a chuva que praticamente alagou o posto (ele fica próximo a um barranco e o chão do posto ficava encravado na terra, portanto a água escorria e ia para dentro) e nos forçou a abrir uma valeta com pedaços de pau para que a água escorresse. Mas a chuva daquela sexta não era tão forte para isso, mas molhou bem a pista e deixou as coisas mais interessantes.

Aproveitei a minha estadia no pit-lane para tirar umas fotos, claro. E entre elas, estas duas de Jacques
Laffite (folheando um encarte da  4 Rodas que conta a sua vitória em Interlagos 1979, que ele autografou
para mim) e também Hans Stuck, que parou uma animada conversa para que eu pudesse fotografá-lo.
Gente boa estes senhores!

(Foto: Paulo Abreu)

O asfalto de Interlagos era novíssimo e tinha, aparentemente, corrigido as inúmeras ondulações que era uma queixa freqüente dos pilotos. Era normal ao final de cada de dia você ir por toda a extensão da reta dos boxes e oposta, ver o tanto de marca amarela que ficava no asfalto devido a raspagem da prancha de madeira. E o cheiro forte de madeira ficava suspenso no ar fazendo-lhe sentir que estava numa carpintaria, e não numa pista de corridas. O primeiro treino foi realizado com pista molhada e Raikkonen dominou, com Alonso no seu encalço por meio segundo. A tarde, com a pista seca, foi a vez das Mclarens dominar com Hamilton cravando o melhor tempo, seguido por Alonso, Massa e Raikkonen. Acabado a F1, entrava a Porsche Cup e depois o Trofeo Maserati, mas ainda era possível ver movimentações nos boxes com mecânicos empurrando carros pra lá e pra cá, alguns pilotos se dirigindo para reuniões. Hamilton foi um dos que passaram e me lembro que havia um grupo de cinco, ou seis caras, que estavam na velha arquibancada de frente para os boxes e que o chamaram. Era intervalo entre as categorias suporte, portanto Lewis ouviu bem quando o chamaram e acenou. Mas os torcedores deram uma bela trollada nele ao gritarem o nome de “Alonso, Alonso, Alonso...” e caírem na gargalha. O inglês recolheu o aceno rapidamente e saiu cabisbaixo, aumentado o ritmo do passo rumo ao paddock. Deve ter passado uma baita vergonha, certeza. Outro que passou e foi ovacionado foi Massa. Ele tinha crédito de sobra com a torcida naquela época por conta da sua vitória maiúscula no ano anterior. Vencer naquele ano era bem provável, mas iria depender muito de como estivesse o cenário da corrida, pois ele tinha um companheiro na disputa de um título mundial. Com os treinos livres da Porsche e Maserati se encerrando, era hora de arrumar as coisas e ir para casa repor as energias.

Mais uma vez, às 5:30 da madrugada, lá estávamos nós, mas dessa vez sem chuva e com o céu limpo, sem nenhuma nuvem. E o sol apareceu forte, mas a sombra das sete da manhã no pit-lane nos protegia agradavelmente. Todos os bandeirinhas – ou quase todos – e pessoal de resgate, médico, bombeiros, foram para os boxes fotografar os carros. É um momento legal, pois todas as equipes já estão trabalhando e boa parte dos carros fica pelo lado de fora das garagens montadinhos, esperando o momento certo para dar início ao treinamento de pit-stop. Portanto é uma sessão de fotos por nossa parte, uma vez que dentro da pista isso é quase impossível (se bem que sempre damos um jeito e fotografamos). Durante esta uma hora de visitação, um amigo meu que fala muito bem inglês, conversou com um dos mecânicos da McLaren antes que eles começassem o treinamento. Ele perguntou como estava o clima entre os pilotos e o mecânico, um homem negro e forte que era responsável pelo abastecimento, lhe disse que estava bom, mas Hamilton aparentava estar mais nervoso que Alonso. Isso até soava normal, afinal de contas o franco atirador naquele momento era o espanhol, bi-campeão do mundo, e não o garoto que o destronou com uma pilotagem arrojada e que agora estava a poucos pontos de ser campeão mundial. Era surpreendentemente engraçado, mas Fernando estava mais tranqüilo naqueles dias de GP do Brasil e a FIA, para garantir que a McLaren daria tratamento igual a suas duas estrelas, mandou o argentino Carlos Funes – delegado técnico da entidade – para ser o observador na equipe de Woking. Talvez aí estivesse a explicação para tamanho sossego de Fernando.
Com a pista devidamente montada, o terceiro treino teve o seu início e as Ferraris continuaram na ponta, tendo Massa em primeiro e Lewis em segundo. Raikkonen aparecia em terceiro e Alonso tinha sido apenas o oitavo. De toda a forma, uma briga particular entre italianos e ingleses. Intervalo longo, com mais de 2 horas. Momento dos bons para o pessoal relaxar, tirar um cochilo, ir ao posto vizinho para jogar papo fora ou ir atazanar a torcida do setor G, no final da reta oposta.  

A classificação começou às 14:00 horas com a sua habitual divisão em três partes, mas a que interessava mesmo é a Q3. Nenhuma surpresa aconteceu nas duas primeiras partes e três protagonistas do embate, mais Felipe Massa, passaram tranqüilamente pela Q2 que foi liderada por Raikkonen. As duas Mclarens puxaram o pelotão na saída dos boxes, tendo as duas Ferraris em seguida. A batalha pela pole era tensa, mas Felipe resolveu isso a favor da Ferrari com uma volta perfeita cravando a marca de 1’11’’931, 0’’151 mais veloz que Hamilton. A torcida veio abaixo, gritando o nome de Massa e as coisas poderiam ter sido perfeitas para os italianos caso Raikkonen não tivesse sido atrapalhado por Lewis em um momento do Q3, quando os dois se encontraram na pista e o inglês não deixou espaço suficiente para Kimi na curva Chico Landi que teve de usar a zebra de forma agressiva. Perdeu alguns décimos, mas não ligou muito para esse fato: “Não, não foi nada. Perdi poucos décimos, talvez. Lewis poderia ter feito a coisa mais fácil, mas acabou dificultando. Ele se desculpou. Essas coisas acontecem no tráfego.” Respondeu ele tranquilamente após ser perguntado se havia ficado bravo com aquele lance. Kimi tinha ficado com o terceiro lugar, logo atrás de Massa e Lewis. Alonso, quietinho, marcou o seu quarto lugar. O restante da tarde foi destinado aos treinos classificatórios da Porsche Cup e Trofeo Maserati, mas o que mais era comentado é de como seria o comportamento dos quatro primeiros na largada. Hamilton manteria a tranquilidade? Raikkonen seria o azarado de sempre? Massa venceria ou teria que ceder passagem para o finlandês? Ou Alonso daria o bote final? As respostas para estas perguntas tinham hora marcada: às 14 horas de domingo!

Todo mundo comportado: A foto oficial da Turma de 2007
(Foto: Paulo Abreu)

Seis da manhã e já estávamos em Interlagos. Meia hora mais tarde do que nos dois dias anteriores o que equivale há meia hora ou uma hora a mais de sono. Muito bom, pois quando se chega ao domingo você já está cansado pacas de todo aquele evento e para o pessoal que acha os F1 barulhentos e que com aquele barulho não se consegue dormir engana-se, pois quando chega à metade da prova o cansaço dos outros dias bate e o barulho vira “música de ninar” para nossos ouvidos. Mas aquela corrida era tensa, principalmente as primeiras voltas. Numa corrida dessas envolvendo disputa de titulo, e não digo somente com relação à F1, a atenção dos comissários de pista (bandeirinhas) tem que ser redobrada, pois um toque entre os postulantes durante uma disputa direta pode resolver a fatura para um dos dois lados. Se bem que hoje com o número quase que infindável de câmeras espalhadas pela pista, o trabalho do comissário de pista ficou relegado ao segundo plano na parte de informar a central de provas sobre o ocorrido na pista. Mas ainda sim a nossa informação ajuda muito, pois podemos reportar a ocorrência antes que as imagens cheguem à direção de provas.    

O sol estava mais forte do que no sábado e a previsão de chuva era quase nula, fato que se confirmou pelo resto da tarde sem nenhuma nuvem que trouxesse ameaça de, ao menos, uma ligeira pancada d’água. Dessa vez não houve visitação, até porque os carros estavam no parque fechado e por volta de nove da manhã eles foram retirados do box (não me lembro qual) e levados por suas respectivas equipes. A manhã foi movimentada com as duas corridas suporte da Porsche e Maserati, que foram muito boas por sinal. Com o tempo totalmente livre, desde as 10:50 da manhã, o público teve que apreciar passeios de carros de luxo até o momento em que os pilotos se dirigiram para a reta dos boxes, em cima de um caminhão aberto, para a tradicional foto de fim de ano. Foi possível ver um Massa tranqüilo, conversando animadamente com Heidfeld e Kubica; Button, Barrichello e Coulthard faziam o mesmo e na linha de trás e Rosberg, junto do estreante Nakajima, Sutil e Yamamoto, gargalhavam por alguma piada. Na linha de frente, sentados lado a lado, foi possível ver que Raikkonen, Alonso e Hamilton, não trocaram palavras. Permaneceram como estátuas. Uma pequena correção no boné de um e de outro, mãos entrelaçadas colocadas por sobre as pernas e mais nenhum movimento. O que tinha de descontração aconteceu no caminhão, com Hamilton a conversar de canto com seu amigo de longa data, Adrian Sutil; Fernando papeando alegremente com Webber, Kovalainen (estava ao lado de um estático Raikkonen), Kubica e Fisichella. O caminhão partiu para o desfile dos pilotos por todo o circuito e retornou aos boxes. Os pilotos desceram do caminhão e sumiram pelo box três, mas Hamilton era o mais assediado por fãs e imprensa junto de Felipe. Fernando e Kimi aproveitaram o embalo e desapareceram. Agora era esperar por quase uma hora e meia até a largada, e neste período apareceu um doido varrido com helicóptero que deu voou rasante na reta dos boxes e depois na oposta, levantando muita sujeira naqueles locais. Claro, um trabalhinho para os bandeirinhas em deixar a pista limpa.

A largada para o título: Raikkonen já havia deixado Hamilton para trás
(Foto: F1 Fan)

Faltando trinta, vinte minutos, o box foi aberto para o alinhamento. Corre corre por parte das equipes para levar os equipamentos para o grid e os carros já estavam rodando pela pista. Com todos eles no grid, foi possível ver alguns pilotos se dirigindo ao banheiro para o último “pit-stop”. Hamilton passou sisudo com seu pai o acompanhando, com passos firmes e sem olhar para os lados. E foi assim também na volta. Alonso e Kimi passaram que quase lado a lado, sem trocar palavras e na volta, o espanhol foi o primeiro a passar.

O sinal de cinco minutos restantes para que todos esvaziem o grid começa a tocar. A cada apagar de uma luz vermelha, é um minuto a menos e uma buzina (como aquelas de caminhões) é tocada. Com o grid vazio, o sinal é dado para a volta de apresentação. Neste momento o Claudio, comissário responsável pelo painel eletrônico de onde é acionada as luzes de largada e representante da direção de provas da FIA, mais Charlie Whiting, diretor de provas da FIA, já estavam no PSDP e conversavam entre eles. Os carros chegam e logo se alojam nos seus lugares de largada. A cada carro que para nos colchetes, a respiração e o batimento cardíaco aumenta e isso não é exclusividade dos pilotos. Nós bandeirinhas, principalmente na hora da largada, entramos numa grande tensão porque, afinal de contas, aquele é o momento mais tenso da corrida onde pode acontecer qualquer acidente de grandes proporções. Conforme Charlie apertou uma dos botões, as luzes vermelhas foram acendendo uma a uma e os motores subindo os giros, formando um barulho brutal. Assim que as cinco luzes apagaram, por dois segundos os giros baixaram. A largada foi dada. Raikkonen foi esperto e pulou na frente de Hamilton, que parecia estar pregado na sua posição. O finlandês chegou a emparelhar com Massa na entrada do “S”, mas teve que recolher o carro bruscamente que o forçou a tourear o Ferrari depois de uma pequena escapada de traseira. Lewis estava na sua cola e parece não ter visto que Fernando se colocava do lado de fora na descida do “S” e efetuando a ultrapassagem na entrada da curva do sol. Hamilton havia perdido duas posições em poucos metros e as coisas ficariam piores quando ele tentou passar Alonso por fora na curva Chico Landi e escapado, despencando mais outras quatro posições. A primeira volta terminava com Massa em primeiro, Raikkonen na sua cola e Alonso em terceiro. Hamilton aparecia em oitavo. Uma volta desastrosa para o novato e esperançosa para Raikkonen e Alonso.

E Yamamoto resolveu a brincadeira com uma "voadora" em Fisichella, no início da segunda volta
(Foto: F1Fan)

Apesar de uma pancada que Fisichella levara do Spyker de Sakon Yamamoto, forçando o abandono de ambos, a corrida foi tranqüila até a oitava volta quando foi visto um dos Mclarens lento na descida do lago. Imaginava-se que fosse Alonso, mas a verdade é que tratava-se de Hamilton que lutava loucamente com os inúmeros botões do volante. O carro tinha entrado em ponto morto e pelas repetições da câmera on-board, parece que Lewis acionada o botão sem querer forçando o carro a entrar naquele modo. Mais tarde soube que a McLaren tinha inspecionado o câmbio do carro do britânico pela manhã de domingo, para achar o problema que forçava a caixa de marchas a entrar naquela situação. Mas parece que nada tinha sido resolvido, apesar de que falavam que estava tudo em ordem. Porém agora eles viam seu pupilo despencar dez posições e perder quase que trinta segundos, até conseguir botar o carro para funcionar corretamente. O que estava ruim tinha ficado ainda pior. E na frente continuava a guerra de nervos entre Massa-Raikkonen-Alonso.

E assim a prova continua, até depois da primeira rodada de pit-stops que ainda deixa as três primeiras colocações como antes. Hamilton vinha lutando bravamente pelas posições intermediárias e já estava próximo dos dez primeiros. Ainda era pouco. Ele precisava chegar pelo menos em quinto, contanto que continuasse aquela formação, para garantir o seu título. Na volta 31, com toda aquela tensão dentro da pista, foi possível ver uma entrada desastrosa de Kazuki Nakajima, que derrubou alguns mecânicos da Williams na hora de pit-stop. Mas ao menos ninguém saiu machucado seriamente, e o filho de Satoru pôde voltar para corrida e duelar com Coulthard e fazê-lo rodar na entrada do “S” do Senna quando o veterano escocês tentou passá-lo.

Felipe estava mais tranqüilo. Tinha cerca de três ou quatro segundos de diferença para Kimi, mas uma escapa em um ponto do circuito o fez perder dois segundos e isso possibilitou a chegada do finlandês. Alonso estava bem distante, mais de 20 segundos de desvantagem. Parecia desinteressado, relaxado. Estava curtindo a prova enquanto que Hamilton fazia o que podia para entrar na casa dos oito primeiros.

A volta 50 foi decisiva. Massa entrou nos boxes e fez a sua parada e volta em segundo. Duas voltas depois é vez de Alonso ir ao pit e voltar em terceiro. E Raikkonen? Este ficou na pista e cravou voltas velozes, que lhe deram a primeira colocação quando ele voltou da sua parada na volta 53. A Ferrari tinha feito o seu jogo de equipe de um modo mais sutil, sem nenhuma canalhice. E naquele momento o jogo era aceitável: Hamilton estava em oitavo, Alonso era um peso morto na terceira colocação, mas Kimi precisava subir para o primeiro lugar para garantir o seu título. Apesar do burburinho do final da corrida, onde os poucos rebeldes queriam crucificar a Ferrari por mais um jogo de equipe, a maioria acabou por concordar com o acontecido. Ah, mas ainda tinha uma corrida pela frente. Eram dezoito voltas agonizantes que aumentavam a tensão a cada passagem de Rosberg e Kubica, que lutavam desenfreadamente pela quarta colocação desde a volta 39. A batalha dos dois foi belíssima, mas para os torcedores da Ferrari aquilo era uma tortura. Um enrosco dos dois, seguido de abandono, daria a Lewis a possibilidade de subir para quinto (tinha herdado a sétima colocação após uma parada de box de Trulli) e assegurar seu mundial. Mas isso não aconteceu.

Momentos pós vitória: a comemoração de Raikkonen, a faixa da Ferrari e o pódio,
com Alonso sorrindo feito uma criança e Raikkonen normal, como se nada tivesse acontecido

(Fotos: Paulo Abreu)

Raikkonen seguiu forte com sua Ferrari. Faltando três voltas, um aglomerado de pessoas da Ferrari apareceu nos boxes com uma faixa “Orgoglio Ferrari” e se encaminhou para o parque fechado, montado com grades em frente ao box 1. Kimi venceu a prova, seguido rapidamente de Massa que o escoltou por aquelas dezoito voltas finais. Um tempo depois passou Alonso, que parece ter festejado. Rosberg e Kubica apareceram em seguida lutando pela quarta posição; Heidfeld foi sexto e Hamilton passou em sétimo e gentilmente agradeceu os aplausos do público e Trulli fechou em oitavo. Finalmente Kimi era campeão, por uma diferença de um ponto sobre o duo da McLaren que terminaram empatados em 109 pontos. Um desfecho surpreendente.

Kimi estacionou seu carro e saiu, vibrando ao seu modo: sem muito entusiasmo. Recebeu os cumprimentos de Massa, Alonso e depois de Hamilton. No pódio foi possível ver que Alonso parecia o mais feliz, sempre sorridente, enquanto que Massa não esboçou nenhum sorriso e Kimi continuou gelado, como se nada tivesse acontecido. Receberam seus troféus, espocaram a champanhe beberam e seguiram para a sala de imprensa. Após os festejos, as coisas ficaram tensas quando souberam que Williams e BMW estavam sendo investigadas por irregularidade na gasolina. Segundo os comissários técnicos, o combustível colocado nos tanques estaria abaixo da temperatura permitida por regulamento que é de até 10 graus Celsius abaixo da temperatura ambiente. Ou seja, caso fossem punidas, Rosberg, Kubica, Heidfeld e Nakajima corriam o risco de serem desclassificados. Desse modo, Lewis herdaria a quarta colocação com a desclassificações de Rosberg (4º), Kubica (5º) e Heidfeld (6º) e o título cairia no seu colo. Mas nada foi atribuído as equipes e assim o título de Raikkonen se manteve.

Para nós bandeirinhas, era mais um GP do Brasil de F1 que terminava. Agora era hora de guardar as coisas, contar as novas histórias, trocar fotos e por aí vai. Mais um ano se passaria e Interlagos viveria momentos mais tensos e emocionantes do que o de 2007.

(Foto: F1 Fan)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Feios

Quando vi o carro que a Ferrari usará nesta temporada de 2012, logo citei no Twitter que este era o carro mais feio que a equipe fez desde o F310 de 1996, projetado por John Barnard. 
Aquele carro, ao contrário deste, era bonito: bico baixo e linhas agressivas, algo que os F1 naquela ocasião já estavam abandonando e adotando, em sua maioria, os bicos altos chamados de "Tubarão". 
Mas aquele carro, que chegou a ganhar uma corrida pelas mãos de Michael Schumacher na sua magistral atuação em Barcelona, mudou o bico no GP do Canadá: o elegante bico baixo, deu lugar à bico alto e feio pra danar que logo foi apelidado de "Pelicano". 
O carro teve até uma melhora de performance e Schumi venceu mais outros dois GPs (Bélgica e Itália) e subiu ao pódio em Portugal e Japão. Este carro ainda serviu de base para o seu irmão F310B, que quase venceu o mundial de 1997.
A princípio, com as declarações otimistas de Alonso, Massa e Montezemolo que acreditam que este carro seja vencedor, a única coisa certa é a sua feiura. 
Mas que seja bom mesmo, pois se for feio e perdedor, será grande a chacota do ano.

Em primeiro plano, o belo F310 com o bico baixo e depois o mesmo, mas pavoroso, em ação durante o GP da Alemanha de 1996: venceu três GPs.

sábado, 20 de novembro de 2010

Os dez melhores pilotos de 2010- Fórmula 1

1- Fernando Alonso- Ok, talvez algumas pessoas possam me xingar pelo fato de ter colocado o espanhol no topo da lista, ao invés do campeão Vettel. E o principal argumento que acharão para discutir é a sua personalidade. Bom, se eu fosse julgá-lo pelo que ele chorou, reclamou e agiu de forma não agradável, certamente ele não figuraria aqui nessa lista em posição alguma. Mas ele foi o lutador de sempre e isso é o que importa para esta eleição. Abriu com uma vitória que parecia promissora no Bahrein, mas a performance do Ferrari F10 não o deixou conquistar nada de mais interessante na primeira parte do mundial. Errou em algumas oportunidades (Mônaco e China) e foi prejudicado em outras como Turquia (baixo rendimento do Ferrari), Spa (acidente com Barrichello) e Malásia (motor estourado) que lhe atrasaram um possível avanço no mundial. Mas venceu com vontade em Monza e Cingapura, andando além do limite que seu Ferrari permitia. Resumindo, ele tirou leite de pedra.


2- Sebastian Vettel- Por mais que todos saibam de suas qualidades ao volante de um carro e que imaginassem que ele poderia fazer uma temporada dominante, esta se revelou na verdade uma grande lição para Vettel. Quando a Red Bull apresentou seu “canhão” na pré-temporada, Sebastian foi visto como o principal candidato ao mundial. Mas os problemas que o carro apresentou em duas provas que ele venceria facilmente (Bahrein e Austrália) aliadas ao surpreendente crescimento de Webber durante o campeonato, mexeram com a cabeça dele. Erros e mais erros apareceram, como ficou bem visto nas provas da Inglaterra, Turquia, Hungria e Bélgica. Foram dias difíceis para Vettel que teve que ouvir quieto criticas de todos os cantos. Com a equipe totalmente ao seu lado, Sebastian teve uma chave interna ligada que deu a ele a impulsão que precisava para se reerguer. Nas últimas seis etapas, de Monza até Abu Dhabi, ele conseguiu o que mais precisava a maturidade e concentração: foi quarto em Monza, segundo em Cingapura, venceu no Japão, abandonou por quebra na Coréia, venceu no Brasil e em Abu Dhabi, onde conseguiu o improvável: o seu título mundial. 


3- Mark Webber- Certamente ninguém apostava nele e também era quase certo que pudesse ser massacrado por Vettel. Mas a história revelou-se diferente quando as forças foram medidas na pista. Ele teve mais sangue frio para administrar as pressões e por isso suplantou, até com certa facilidade, Vettel que se encontrava desnorteado por não conseguir extrair tudo que se talento reservava. Webber foi, talvez, o mais cerebral dos pilotos neste ano: quando tinha condições de vencer o fez de forma irretocável como em Mônaco e Inglaterra, e quando as coisas pareciam desfavoráveis levou o carro apenas para marcar pontos (vide Canadá e Bélgica). Mesmo com essas boas apresentações ele sabia que não era tão popular na Red Bull, pois a equipe sempre teve olhos para Sebastian. Por isso, em algumas ocasiões, criticou fortemente a equipe indicando que toda atenção ia para seu companheiro. Mas Webber acabou se acuado no mesmo momento que Vettel “voltou” para o mundial. Suas últimas provas foram apagadíssimas, principalmente em Abu Dhabi onde não fez esforço algum para tentar seu primeiro título.


4- Lewis Hamilton- A 4ª temporada completa deste inglês na F1 foi uma confirmação do seu talento. Mesmo com um carro que oscilou muito durante o campeonato, Lewis sempre esteve na briga lutando e incomodando o duo da Red Bull sendo o primeiro a realmente incomodar os pilotos rubro-taurinos. Foi o que conseguiu melhor se aproveitar do duto frontal, criado pela Mclaren, o que facilitou e muito suas costumeiras corajosas ultrapassagens. Não teve problemas com Button, recém chegado na Mclaren, porém teve que assistir a duas vitórias dele no início do mundial que poderia ter lhe desestabilizado. Recuperou-se, venceu 3 provas e só não conseguiu ter mais chances de título devido a sua falta de paciência, que o deixou de fora das provas de Monza e Cingapura por erros próprios. Mas a queda de rendimento do MP4- 25 ao meio da temporada, também ajudou para que ele ficasse longe de melhors resultados.


5- Robert Kubica- Confesso que tive pena ao vê-lo partir para a Renault este ano. E quem não teria. A equipe estava em queda livre no final do ano passado, e as coisas pioraram quando a fábrica vendeu boa parte do time. Talvez eles pensassem apenas em figurar no mundial, mas o que se viu foi tudo ao contrário: um bom carro, com um motor não tão potente para pistas rápidas, mas que em pistas de média e baixa velocidade era competitivo e muito confiável. Com esse pacote e Eric Boullier no comando da equipe, Kubica foi a agradável surpresa deste ano. Classificou-se entre os dez primeiros por 17 vezes e marcou pontos em 14 provas chegando à marca de 126 no final. Colocou o Renault em segundo do grid do GP de Mônaco, onde terminou em terceiro. Foi uma temporada notável do piloto polonês este ano, mas continuo achando que ele deveria estar num carro melhor para 2011.


6- Nico Rosberg- O jovem alemão teve o seu grande ano. Mostrou velocidade e principalmente paciência, que era notável nos seus anos de Williams, porém sem conseguir mostrá-los com mais clareza. Mas o carro da Mercedes também não foi grande coisa, fazendo que ele tivesse que penar por algumas vezes com o drama de ficar fora do Q3. Mas ainda teve três bons momentos ao subir na terceira colocação dos GPs da Malásia, China e Inglaterra. A queda de rendimento do MGP W01 não o possibilitou de conseguir melhores resultados mais à frente. Mas todos estes bons resultados foram conseguidos contra Schumi, que voltou à categoria este ano. Nas classificações bateu seu companheiro em 11x8 e na pontuação ficou 70 pontos na frente de Schumi. Uma lavada.


7- Jenson Button- O campeão de 2009 foi para o time de Woking e de cara, conseguiu duas vitórias de respeito ao fazê-las sob a luz da estratégia, num momento em que todos se embaralhavam para saber se colocavam pneu para seco ou para molhado. Essas duas vitórias (Austrália e China), concerteza aliviaram a pressão que sofreria vindo de fora e de lá de dentro da equipe. Mas como era de se esperar, foi superado por Hamilton e teve que tentar correr atrás de um companheiro extremamente veloz. Seu trunfo contra Hamilton foram os pneus, por ter uma pilotagem suave que não desgasta muito a borracha, contra o estilo super agressivo de Lewis que estoura os pneus rapidamente. Mesmo assim não foi páreo para ele. Duelou contra seu companheiro diretamente uma vez só, no GP da Turquia quando fez várias curvas lado a lado com Hamilton. Porém teve que tirar o pé para economizar gasolina, o que soou um pouco estranho depois. Sua queda de rendimento na segunda parte do mundial acabou lhe custando à chance de tentar um bi-campeonato.


8- Felipe Massa- Problemas de aquecimento nos pneus, um companheiro extremamente competitivo e ganancioso e um jogo de equipe que o desanimou. Isso foi o resumo do ano para Massa que voltou após sua convalescência do acidente na Hungria e até chegou a liderar o mundial por algumas provas. Poderia ter conquistado uma vitória, que lhe foi tirada na Alemanha que acabou sendo a gota d'água. Não soube aproveitar o momento difícil que Alonso teve ao meio da temporada, quando errou em algumas ocasiões. E sempre culpou os pneus Bridgestone por não aquecerem adequadamente, tanto nas classificações como nas corridas. Subiu ao pódio em quatro ocasiões (Bahrein, Austrália, Alemanha e Itália). É um ano para esquecer.


9- Rubens Barrichello- Na sua 18ª temporada, Rubens ainda se sente um garoto. E neste ano emprestou para a Williams sua experiência para ajudar o time de Frank a voltar ter bons momentos na categoria. Ok, não vieram, mas Barrichello esteve engajado no desenvolvimento do FW32, conseguindo alguns bons resultados como em Valência ao terminar em quarto e na Alemanha ao acabar a prova na quinta posição. Também sofreu como era de esperar, para levar o carro para a Q3. Mas conseguiu ótimas qualificações como a sexta posição em Cingapura e no Brasil. Teve ótimos duelos com Schumi, em destaque a já famosa espremida que levou do seu ex-companheiro de Ferrari em Hungaroring, conseguindo a 10ª posição no final da prova.


10- Kamui Kobayashi- A maioria pensou que era mais um japonês atrapalhado que estreava na F1. Mas Kamui mostrou constância e muita velocidade e ousadia, trazendo um brilho especial às provas apagadas desta temporada. Superou, com facilidade, De La Rosa no mundial e quando Heidfeld entrou no lugar do espanhol, não tomou conhecimento e também o deixou para trás. Teve poucos erros e os que teve foi por causa do seu excesso em algumas manobras. Ultrapassagens? Ele se revelou um mestre nas ultrapassagens e suas melhores foram contra Alonso em Valência e Alguersuari em Suzuka, quando ele pegou o espanhol por fora na saída do grampo. E por conta destas ótimas ultrapassagens, sem cerimônia alguma, angariou vários fãs pelo mundo.



quarta-feira, 26 de maio de 2010

GP da Turquia, 2006


Michael Schumacher e Fernando Alonso lutavam freneticamente pelo mundial de 2006 quando desembarcaram em Istanbul para a disputa do GP da Turquia, 14ª etapa daquele mundial. Um resultado ruim para um dos dois significaria dar quase um adeus a chance de título. Assim os dois iniciaram a batalha no circuito turco, mas Felipe Massa acabou por roubar a cena daquele final de semana.
O piloto brasileiro marcou a pole position e deixou Schumi e Alonso em segundo e terceiro respectivamente. Inicialmente pensava-se que haveria troca de posições entre Massa e Michael, mas como Alonso estava próximo da dupla ferrarista era arriscado tentar essa troca na pista. Os boxes seria a solução correta, mas Felipe manteve-se a frente de Michael aumentando a diferença entre eles.
Schumi não abria tanto com relação à Alonso e o espanhol soube usar a velha tática do heptacampeão e com voltas mais rápidas, conseguiu voltar na frente de Michael após seu pit stop. Com Schumacher errando na curva oito durante a perseguição à Alonso, Massa ficava mais confortável para a conquista de sua vitória.
Mesmo com toda pressão exercida sobre Alonso até o final da corrida, Schumi terminou em terceiro e Massa passou para conquistar a sua primeira vitória na F1.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Realizando um sonho

Rapaz, que boa notícia essa! Fisichella na Ferrari a partir de Monza.
Realmente gostei e muito. Sempre tive uma simpatia muito legal por ele desde os tempos da Jordan, quando em 1997 ele travava bons duelos com o outro jovem, o mano do Schumi o Ralf, e colocava tempo no alemãozinho metido e de vez em quando saia umas faíscas entre eles.
Fisichella rescindiu seu contrato, de forma amigável com a Force India, e vai correr até o final do ano ou até quando Massa voltar ao cockpit do carro numero 3.
Já para a Force India, o lugar de Fisico deverá ser ocupado, provavelmente, por Vitantonio Liuzzi piloto de testes da equipe.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Substituto de luxo

Pra ser sincero, não acreditava muito nessa negociação mas como na F1 nem tudo é mentira, também não abaixei a guarda e fiquei esperando o desenrolar desse papo. E não é que o alemão topou voltar!


Pela quantia de 8,5 milhões de doláres, por corrida, diga-se de passagem, Schumi resolveu deixar sua aposentadoria de lado para substituir o covalescente Massa a partir do GP da Europa, em Valência.


A Ferrari já começou um trabalho de preparação física, afinal Schumacher está fora de combate desde 2006 quando encerrou sua carreira e desde ano passado não treina com F1, quando testou o F2008 em abril do ano passado em Montmeló, Espanha.


Será interessante ver Schumi de volta. A F1 passou por transformções radicais desde sua saida, mas e como vai se sair o heptacampeão???


Se sabe que sua condição física não é das melhores, mas também não está gordo, porém seu ritmo de prova estará abaixo dos demais e isso vai complicar as coisas para o alemão.


Mas e se ele vencer? Claro que ai vão aparecer muitas "Mães Dinahs" dizendo "eu já sabia, afinal ele é o melhor e a F1 continua a mesma". Caso ele perca, vai muita história, tipo " não deveria ter voltado" e outras coisas mais. Essas pérolas vão sempre aparecer, mas o mais legal de tudo será a volta do maior recordista, pelo menos por essas corridas até a volta de Massa.


Schumi vai fazer o mesmo caminho dos novatos, testando em um simulador na FIAT já que os testes estão proibidos e o máximo que podem é fazer testes em linha reta.


A sua volta me fez lembrar Mansell em 94 quando foi chamado as pressas para substituir o falecido Senna na Williams. Ele retornou no GP da França daquele ano e de cara marcando a pole. Mas na prova, a partir de uma largada foguete da terceira posição, Michael Schumacher, de Benetton, ignorou a presença do leão e cravou a primeira de sete vitórias em Magny Cours e ao final do ano sagrou-se campeão.


E, 15 anos depois, Schumi se encontra na mesma condição, mas se seu desempenho será pífio como o de Mansell em 94, só depois de Valência que vamos ter essa confirmação.


Mas ainda acho que é só o tempo de pegar a mão do carro que ele ainda não teve chance de testar, mas tem informações sobre o mesmo o que pode ajudar um pouco.


Tratando-se de Schumi não se pode duvidar de nada!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Quem será???



Os últimos dias tem sido de especulação total de quem pode substituir Massa nos próximos Gps. Gené e Badoer, pilotos de testes da Ferrari, são os mais cotados para assumir o lugar do brasileiro, mas acredito eu que o espanhol é o mais forte entre os dois até pelo fato dele sempre se apresentar nas corridas como terceiro piloto caso aconteça algo com um dos 2 titulares, mas isso antes do final de semana de cada corrida, pois os pilotos participam do briefing na sexta feira de cada GP e lá fica combinado não será permitido a entrada de outro piloto reserva caso aconteça algo com o titular. Por isso que a Ferrari não colocou outro no lugar do Massa no domingo.


Mas outro nome surgiu com muita força nessas últimas horas, o nome dele, Michael Schumacher.


O heptacampeão, que tem exercido a função de consultor na Ferrari desde sua aposentadoria, junto com seu empresário Willi Weber, disseram que está fora de qualquer cogitação voltar a correr. Segundo Weber, a pressão em cima de Schumi seria enorme, pelo fato de cobrarem vitórias e também dele não ter testado esse carro ainda. Schumi andou de F1 em abril do ano passado.


Acredito eu que o substituto será mesmo Gené pelas próximas corridas, mas ainda não descarto a volta do alemão até por que, segundo o que saiu imprensa, dependendo da oferta que a Ferrari fazer ele pode até voltar, dai correndo em Spa e Monza.




O Massa ta se recuperando bem, que bom!


Hoje, segundo seu pai Titônio, ele já sentiu fome: "Pela primeira vez, o Felipe manifestou fome e o desejo de comer alguma coisa, mas ainda não é possível receber alimentação sólida. Foi também um dia movimentado pelo número de visitas. O Popó Bueno chegou e também estiveram aqui Jean Todt, Stefano Domenicali e sua esposa. Para amanhã (quarta), estamos esperando a Fernanda (irmã do Felipe) e outra vez o Luca di Montezemolo. Com tanta gente diferente, o Felipe acabou falando em português, inglês e italiano, sempre se expressando com clareza"


Os médicos estão animados com sua rápida recuperação e talvez, já na quinta, ele pode ser transferido para Paris onde dará continuação á recuperação. Depois de recuperado, ele pode ir para Mônaco ou São Paulo onde tem residência.


As marcas de Ímola

A foto é do genial Rainer Schlegelmich (extraído do livro "Driving to Perfection") tirada da reta de Ímola após uma das largadas. ...