Mostrando postagens com marcador GP do Japão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador GP do Japão. Mostrar todas as postagens

domingo, 27 de setembro de 2015

GP do Japão: A normalidade se restabelece

Sem dúvida alguma aquela prova de Cingapura tinha sido um ponto fora da curva, e essa corrida de Suzuka era uma possibilidade de vermos se tudo aquilo que acontecera semana passada era apenas acontecimento pontual, ou que as coisas haviam invertido.
Ao final dessas 53 voltas do GP japonês, pode-se ver uma Mercedes de volta a sua forma habitual. Apenas Rosberg é quem teve um maior trabalho para se recuperar após cair para quarto, depois de uma breve disputa com Hamilton pela liderança. Mas a forma como recuperou-se, mostrou bem como a equipe alemã estava de volta ao jogo.
Hamilton não teve nenhum incômodo e apenas Rosberg é que lhe deu algum trabalho na saída da segunda curva após a largada. Mas fora isso, foi mais um passeio para chegar a sua 41a vitória na F1 igualando a marca de Senna.
A verdade mesmo é que as coisas caminham para o terceiro título de Hamilton e um domínio brutal da Mercedes nestas etapas finais.

GP do Japão: O que esperar?

Os pilotos tiveram pouco tempo de pista seca em Suzuka, devido a forte chuva que esteve presente nas duas sessões de treinos na sexta. Isso atrasou, e muito, a busca por um melhor acerto para as condições de pista seca, que só foram encontradas no terceiro treino livre e na classificação. Portanto será uma prova bem interessante, pois sem ninguém ter idéia do tamanho dos desgastes no compostos, a corrida ganha um grande interesse.
Apesar da Mercedes ter voltado ao topo nesta classificação, a diferença de Rosberg até Vettel, que saí em quarto, é de sete décimos e sabendo que o ritmo da Ferrari tende a ser melhor em corrida, essa desvantagem pode despencar em certas voltas. Apesar da Williams ter Bottas em terceiro e Massa em quinto, não creio que ambos ameacem os carros vermelhos apesar de que esta pista se afeiçoe mais ao carro inglês. A Red Bull teve uma melhora consideravel e isso pode ajudar a apimentar essa disputa por aquele miolo das posições pontuáveis.
Acredito que a prova seja vencida por Lewis Hamilton, seguido por Vettel e Rosberg. Agora caso a chuva apareça, a loteria estará instalada.

sábado, 26 de setembro de 2015

Crash: Daniil Kvyat - Suzuka 2015

Botar um dos pneus ou os dois no grama num trecho de alta velocidade, é um convite ao muro. Daniil Kvyat provou dessa experiência durante a fase final da classificação em Suzuka, quando aproximava-se do hairpin. 
O piloto russo saiu bem do mega acidente e o treino teve o seu término antecipado sob bandeira vermelha.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Foto 401: Sinalização

Tenho lido bastante sobre o acidente de Jules Bianchi e na maioria dos comentários, as pessoas tem dado ênfase ao fato do bandeirinha ter acionado a bandeira verde enquanto que o carro de Sutil era retirado, onde essa maioria entende que, talvez por esse fato, Jules tenha acelerado e perdido o controle do carro ao entender que aquele ponto estivesse livre.
Bom, ninguém tem obrigação de entender de tudo na vida, mas acho que procurar se informar antes de mandar bala falando ou escrevendo bobagem, não é nada mal. Aliás faz muito bem.
Transcrevo aqui um comentário que fiz no Facebook, tentando explicar o que aconteceu durante o procedimento: "O procedimento foi o correto. O acidente aconteceu após o posto 12 que está agitando as duas amarelas, fez direito e portanto, a partir daquele momento, do posto 12 ao 13 estava proibido ultrapassagens e os pilotos deviam passar em velocidade reduzida. Quando o carro do Sutil foi retirado do local, saindo assim do trecho do posto com amarela, o bandeirinha fez o certo que foi retirar as amarelas e colocar a verde, indicando que do posto dele em diante estava ok. Portanto o posto 11 é quem estava com amarelas e aquele trecho onde o Bianchi escapou é que estava perigoso, e não do posto 12. Outro detalhe é que não há como puxar um fórmula pela traseira usando um cabo (isso só é possível com carros de turismo). Portanto o trabalho dos bandeirinhas e resgate foi correto. Errado foram os comissários não terem acionado o SC para que o carro fosse retirado com segurança."
A foto que encabeça a postagem, montada pelo site Motorsport.com, mostra bem como estava aquele local no momento da batida. 

domingo, 5 de outubro de 2014

GP do Japão: Erro calculado

Quando você é apenas um espectador, talvez pouco se importe para os pormenores de um evento. Você não se importará por falta de atenção, ou porque não quer ficar preso a estas situações. Quer apenas sentar, abrir uma boa bebida, comer algo, xingar o piloto que você julga o mau dos males da categoria e torcer para o seu piloto preferido. Nenhum defeito com isso.
Antes de me tornar comissário de pista em 2002, pouco prestava atenção a esses detalhes que podem colocar em risco a vida de pilotos, comissários e espectadores. Talvez aquela famosa largada em Spa, 1998, tenha feito com que eu passasse a prestar mais atenção nestes detalhes, quando a FIA ignorou pedidos de equipes e pilotos para que a largada fosse feita com SC. Pedido negado e o resultado foi aquela carambola na descida após a La Source.
Quando trabalhei no meu primeiro GP do Brasil em 2003, fiquei exatamente próximo do cemitério de carros que se tornou a curva do sol. Estranhei naquele domingo o fato do trator entrar para retirar os carros acidentados e nenhuma menção a entrada do SC ter sido pronunciada. E foi um duplo susto ter visto o Ferrari de Schumacher escapar exatamente no momento em que retiravam outros bólidos daquele local. Além dos comissários que estavam no resgate a pé e que pularam rapidamente para cima dos pneus, ainda tinha um trator. O pau comendo a solta na pista e os caras retirando carros num canto onde de vez em quando escapava alguém. Michael escapou e por tremenda sorte, por todos os lados, nada aconteceu. E isso se repetiu outras vezes no decorrer dos anos.
O que aconteceu hoje em Suzuka com Jules Bianchi, podemos tratar como uma fatalidade, mas devemos lembrar que naquele exato momento tinha voltado a chover forte e aquela curva de raio longo, após os esses, tende a jogar o carro para fora. E na chuva piora demais. Alguns colocarão a culpa em Bianchi por não ter aliviado o pé num local que estava sinalizado com bandeiras amarelas, mas devido o forte spray - caso ele estivesse atrás de outro carro - é quase impossível enchergá-las. Também é dever da equipe avisar o piloto de zonas com bandeira amarela e na chuva, isso devia ser reforçado constantemente.
Martin Brundle passou por isso exatamente no mesmo local durante o GP do Japão de 1994 - que foi realizado em situação até pior que a de hoje -, quando escapou e acabou atropelando um comissário que tentava resgatar um carro que havia saído no mesmo ponto. Segundo Brundle, ele por muito pouco não acertava o trator.
O acidente de Bianchi acaba sendo algo que tem sido - infelizmente - corriqueiro na F1. Como disse, tivemos alguns exemplos no passado com relação a isso. Este ano, em Hockenheim, o Sauber de Sutil ficou travado após uma rodada na entrada da reta e num atitude estúpida e que por muito pouco não terminaria em algo trágico, mandaram os comissários retirar o carro apenas tendo como segurança as bandeiras amarelas. Foram algumas voltas apreensivas, mas que tudo se aliviou quando os comissários conseguiram retirar o bólido. Fora da F1, mas que aconteceu neste ano, foi numa etapa da F3 Britânica em Silverstone e que deram largada com um trator de resgate andando pelo canto da reta Hanghar Straithg, após este ter feito a retirada de um carro que se acidentara anteriormente. Não sabemos exatamente como é o treinamento e/ou instruções que são dados para aqueles que exercem essas funções desde a torre de controle até o chefe do grupo de comissários. Mas é bem provável que o problema vem da raíz do evento, afinal de contas são eles quem comandam todas as peças desse tabuleiro.
Ainda nesse quesito, foi oferecido aos organizadores do GP a oportunidade de adiantar a corrida para às 11 horas local. E não foi apenas uma vez, mas duas e isso foi rechaçado por eles devido o medo de ter pouco público no horário. Ora, mas os interesses estão acima de qualquer coisa. Aprendemos bem isso o Ímola, 1994...
Também haverá uma discussão severa do porque da desintegração do santoantonio, intem que deveria ter ficado intacto - ou próximo disso - e que talvez tivesse aliviado as consequências do acidente com Bianchi. Mas o problema, também, é saber em que ângulo foi o acidente. Creio que isso se arrastará  por meses.
Por fim, acredito que a FIA e seus comissários que estão presentes em todos - ou quase todos - GPs devam se reunir a partir de agora e rever os conceitos em relação a resgatar carros com o auxílio do trator. Tivemos a sorte de nada mais grave ter acontecido no passado, mas agora que aconteceu com Jules, é bem provável que repensem estes métodos. E isso vale para todos os cantos do mundo onde haja corridas de automóveis.
E aqui fica a nossa torcida para a pronta recuperação de Jules Bianchi, que já foi operado e apesar de seu estado ser crítico, respira de forma espontânea. E isso é animador.

sábado, 4 de outubro de 2014

GP do Japão - Classificação - 15a Etapa

Foi uma jornada tranquila esta da Mercedes em Suzuka, para a obtenção da pole. Como tem sido normal, a única dificuldade foi saber qual dos dois sairia na frente. Nico Rosberg resolveu o assunto com uma bela volta, quase dois décimos melhor que a de Hamilton. E isso dá ao piloto alemão uma chance e ouro para a corrida de amanhã pois, com a eminência do Tufão Phanfone, a largada pode ser dada com SC e apenas duas voltas atrás do carro de segurança lhe dará 12,5 pontos, caso a prova encerre em seguida. Um cenário de sonho para Nico.
Enquanto havia uma batalha pela pole, a Williams tratava de fazer a sua parte e assegurar a segunda fila, com um soberbo Bottas enfiando 4 décimos em Massa. Não tão longe assim, o futuro ex-funcionário da Ferrari Fernando Alonso abre a terceira fila com três décimos de desvantagem para Massa e três de vantagem para Ricciardo. Magnussen, Vettel (que também já é um futuro ex-funcionário da Red Bull), Raikkonen e Button, fecham os dez primeiros.

O que esperar da corrida?
Ainda está um pouco confuso devido a possível chegada do tufão: a corrida pode terminar cedo demais, pela metade ou até mesmo ter a sua totalidade.
Mas a verdade é que o duelo, caso a prova transcorra normalmente, será interessantíssima. Mesmo com a forte possibilidade de a corrida iniciar com pista molhada, acredito que Nico venderá caro essa vitória. Os acontecimentos de Cingapura ainda estão bem vivos, e Rosberg sabe que qualquer ponto que seja perdido para Hamilton poderá ser fatal. Por outro lado, se a corrida for realizada no seco, espera-se que os dois prateados sumam na frente e passem a se marcar constantemente, como se fosse um jogo de xadrez.
Para o restante, o resto mesmo e talvez dê uma das Williams no terceiro posto.

Grid de largada para o Grande Prêmio do Japão - 15ª Etapa

PosPilotoCarroTempoDif
1Nico RosbergMercedes1m32.506s -
2Lewis HamiltonMercedes1m32.703s 0.197s
3Valtteri BottasWilliams/Mercedes1m33.128s 0.622s
4Felipe MassaWilliams/Mercedes1m33.527s 1.021s
5Fernando AlonsoFerrari1m33.740s 1.234s
6Daniel RicciardoRed Bull/Renault1m34.075s 1.569s
7Kevin MagnussenMcLaren/Mercedes1m34.242s 1.736s
8Jenson ButtonMcLaren/Mercedes1m34.317s 1.811s
9Sebastian VettelRed Bull/Renault1m34.432s 1.926s
10Kimi RaikkonenFerrari1m34.542s 2.036s
11Sergio PerezForce India/Mercedes1m35.089s -
12Daniil KvyatToro Rosso/Renault1m35.092s -
13Nico HulkenbergForce India/Mercedes1m35.099s -
14Adrian SutilSauber/Ferrari1m35.364s -
15Esteban GutierrezSauber/Ferrari1m35.681s -
16Romain GrosjeanLotus/Renault1m35.984s -
17Marcus EricssonCaterham/Renault1m36.813s -
18Jules BianchiMarussia/Ferrari1m36.943s -
19Kamui KobayashiCaterham/Renault1m37.015s -
20Max ChiltonMarussia/Ferrari1m37.481s -
21Jean-Eric VergneToro Rosso/Renault1m34.984s -
22Pastor MaldonadoLotus/Renault1m35.917s -

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

GP do Japão - Treinos Livres - 15ª Etapa

Lewis Hamilton: "Não entendo. Muda de pista para pista, eu não entendo. É incrível o que esse time tem feito, estando apto a vir a um dos circuitos mais exigentes para o downforce e ser fantástico, tão competitivo.
O carro não estava espetacular pela manhã, mas com os pneus mais macios estava bastante bom"

Nico Rosberg: "O carro é bom em todos os lugares - uma única volta, situação de corrida, tudo. A equipe realmente trouxe um excelente carro para cá, é ótimo de ver. Acho que essa pista se encaixa com nosso carro.
Estou um pouco surpreso pela vantagem, mas o carro está muito bom. Me sinto confortável na pista, e é muito bom de guiar. Tudo é positivo"

Fernando Alonso: "É sempre legal andar em Suzuka, já que é um dos circuitos que provém  o maior prazer e entusiasmo para os fãs. Apesar das interrupções do TL2, conseguimos completar nosso programa sem problemas, trabalhar nos ajustes em condições secas e molhadas. No momento, a incerteza do clima faz impossível tomar muitas decisões, ainda que sobre os pneus. Aqui, comparado às outras pistas, a diferença entre os compostos é mínima e sua performance é similar."

Valtteri Bottas: "Desde a primeira volta, o equilíbrio do carro estava bom, então demos um bom passo para a frente. As atualizações que trouxemos funcionaram bem, o que é positivo de ver.
Vai ser interessante ver onde estaremos amanhã quando as pessoas começarem e tirar mais de seus carros. Ainda que a Mercedes ainda pareça forte, terá uma boa luta com as Ferrari e as Red Bull"

Jenson Button: "Tradicionalmente, ficamos atrás dos nossos rivais na sexta, então é legal ter esse desempenho. Naturalmente, ainda tem mais no que trabalhar, mas o carro funcionou bem. A primeira sessão não foi ruim, mas nós pudemos fazer algumas mudanças produtivas no carro conforme a pista ganhava mais aderência e a temperatura aumentava. A maior parte das mudanças foi em relação ao ritmo de corrida. 
 
Ainda há muita degradação, muita mudança de direção em alta velocidade, o que é típico de Suzuka e muito duro sobre os pneus. Já esperávamos isso. Certamente estamos chegando, o que é bom de ver. Espero que o clima fique seco, só quero vencer a corrida."

Sebastian Vettel: "Acho que, definitivamente, podemos fazer mais do que um quinto lugar, mas talvez atinjamos o limite quando chegarmos ao terceiro posto! A Mercedes parece ser muito rápida aqui, mas acho que podemos melhorar, especialmente nos short-runs. Seria bom lutar com a Mercedesn na corrida. Quem sabe, se chover. Do contrário, será contra a Williams e a McLaren, que parecem mais fortes aqui, e a Ferrari."

Daniel Ricciardo: "Eu cometi um erro. Eu dei a minha primeira volta rápida e todo mundo tira o pé depois disso. Dá uma volta rápida, uma volta devagar e depois vai rápido de novo. Na minha volta lenta, havia uma bandeira amarela, então fui mais devagar ainda, para que, quando começasse minha volta rápida, a bandeira amarela tivesse sido recolhida e eu pudesse forçar.
Os pneus provavelmente esfriaram muito e, saindo da última chicane, eu acelerei, deu uma balançada e não consegui segurar.
Fizemos algumas mudanças entre o TL1 e o TL2, e definitivamente elas pareceram ter funcionado. Seria bom se tivesse continuado andando, mas estamos bem"

Max Verstappen: "Eu estava bem relaxado. Apenas fiz o que tinha de fazer. Não estava perto do limite, apenas guiando com cuidado sem fazer nenhuma loucura e tentando dar muitas voltas.
O grande desafio foi me adaptar ao carro. Os sistemas, os botões do volante...
Ele só me disse para ir ganhando confiança volta após volta e que o dia não era sobre os meus tempos de volta. Ele pareceu bem contente"
Resultado dos dois treinos livres para o Grande Prêmio do Japão - 15ª Etapa

TL1

PosPilotoCarroTempoDifVoltas
1Nico RosbergMercedes1m35.461s- 27
2Lewis HamiltonMercedes1m35.612s 0.151s 26
3Fernando AlonsoFerrari1m36.037s 0.576s 19
4Valtteri BottasWilliams/Mercedes1m36.576s 1.115s 25
5Kimi RaikkonenFerrari1m37.187s 1.726s 19
6Kevin MagnussenMcLaren/Mercedes1m37.327s 1.866s 24
7Daniel RicciardoRed Bull/Renault1m37.466s 2.005s 27
8Jenson ButtonMcLaren/Mercedes1m37.649s 2.188s 24
9Sebastian VettelRed Bull/Renault1m37.686s 2.225s 26
10Daniil KvyatToro Rosso/Renault1m37.714s 2.253s 26
11Felipe MassaWilliams/Mercedes1m38.012s 2.551s 22
12Max VerstappenToro Rosso/Renault1m38.157s 2.696s 22
13Sergio PerezForce India/Mercedes1m38.324s 2.863s 10
14Nico HulkenbergForce India/Mercedes1m38.582s 3.121s 9
15Romain GrosjeanLotus/Renault1m38.851s 3.390s 21
16Adrian SutilSauber/Ferrari1m39.046s 3.585s 19
17Pastor MaldonadoLotus/Renault1m39.097s 3.636s 26
18Esteban GutierrezSauber/Ferrari1m39.318s 3.857s 18
19Marcus EricssonCaterham/Renault1m40.031s 4.570s 18
20Roberto MerhiCaterham/Renault1m41.472s 6.011s 24
21Jules BianchiMarussia/Ferrari1m41.580s 6.119s 10
22Max ChiltonMarussia/Ferrari1m41.757s 6.296s 15

TL2
 
PosPilotoCarroTempoDifVoltas
1Lewis HamiltonMercedes1m35.078s- 28
2Nico RosbergMercedes1m35.318s 0.240s 27
3Valtteri BottasWilliams/Mercedes1m36.279s 1.201s 24
4Jenson ButtonMcLaren/Mercedes1m36.409s 1.331s 28
5Sebastian VettelRed Bull/Renault1m36.436s 1.358s 24
6Kimi RaikkonenFerrari1m36.529s 1.451s 19
7Fernando AlonsoFerrari1m36.637s 1.559s 26
8Kevin MagnussenMcLaren/Mercedes1m36.714s 1.636s 31
9Daniil KvyatToro Rosso/Renault1m36.943s 1.865s 27
10Daniel RicciardoRed Bull/Renault1m37.186s 2.108s 3
11Jean-Eric VergneToro Rosso/Renault1m37.219s 2.141s 19
12Nico HulkenbergForce India/Mercedes1m37.504s 2.426s 16
13Romain GrosjeanLotus/Renault1m37.563s 2.485s 31
14Felipe MassaWilliams/Mercedes1m37.700s 2.622s 18
15Sergio PerezForce India/Mercedes1m37.786s 2.708s 8
16Pastor MaldonadoLotus/Renault1m37.798s 2.720s 27
17Adrian SutilSauber/Ferrari1m38.010s 2.932s 25
18Esteban GutierrezSauber/Ferrari1m38.365s 3.287s 9
19Marcus EricssonCaterham/Renault1m39.069s 3.991s 22
20Jules BianchiMarussia/Ferrari1m39.306s 4.228s 20
21Max ChiltonMarussia/Ferrari1m39.333s 4.255s 24
22Kamui KobayashiCaterham/Renault1m42.760s 7.682s 3

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Senna, The First - Parte Final



Ayrton assume a liderança e o milagre acontece em Monza

A F1 continuava a sua clássica sequência de pistas velozes e desta vez era Hockenheim que receberia a categoria para a relização do GP da Alemanha, que abria a segunda parte do campeonato. Após o inundado GP da Grã-Bretanha de quinze dias atrás esperava-se uma prova realizada no seco, mas as coisas se esvaíram quando o domingo amanheceu chuvoso. Se bem que mais brando do que em Silverstone, mas isso era uma boa notícia para Senna e os carros dotados de motor atmosférico que não teriam qualquer chance contra os turbos caso a corrida se realizasse no seco.
Ayrton voltou ao seu lugar de hábito e cravou a sétima pole no ano, com Alain a ficar 0’’277 décimos do tempo do seu rival. Berger, Alboreto, Piquet e Nannini fecharam os seis primeiros. Destaque para o bom trabalho de Capelli que levou o March para o sétimo lugar e Gugelmin, que marcou o décimo tempo.
Senna sumiu na frente após a largada e mais uma vez conseguiu uma vitória tranqüila, a quinta dele na
(Foto: Sutton Images)
temporada. Prost caiu para quarto na largada, mas já estava em segundo após dez voltas e de lá não saiu mais. A pista molhada ainda reservou uma ótima atuação de Nannini, que brigou com Berger pela terceira posição até sofrer um contratempo que o fez perder três voltas e o tirar de vez dessa batalha. O consolo foi a melhor volta que alcançara. Nelson Piquet teve a sua prova encerrada ainda na primeira volta após bater na chicane, quando corrida de pneus slick na pista molhada. Gugelmin não pôde repetir a performance de Silverstone e fechou em oitavo. Além da dobradinha da McLaren, as outras posições pontuáveis foram completadas por Berger, Alboreto, Capelli – em outra boa jornada do March – e Boutsen. Prost foi a 60 pontos, três a mais que Senna; Berger continuou em terceiro, agora com 25 pontos; Alboreto foi ao quarto lugar com 16 pontos; Piquet caiu para quinto com 15 e Boutsen em sexto com 12 pontos.
O travado Hungaroring recebia pela terceira vez na a F1 e vira uma batalha aberta entre turbos e aspirados. Senna cravou mais uma pole, mas foi o único dos turbos a ficar entre os seis primeiros: Mansell, Boutsen, Capelli, Nannini e Patrese apareciam logo em seguida no mesmo segundo do brasileiro. Outro carro com motor turbo ficou na sétima colocação e não era nada mais que o líder do mundial Alain Prost. Berger foi o terceiro carro turbo naquele top ten, saindo em nono ao lado de Caffi, que conseguira uma classificação sensacional para a novata Scuderia Itália. Gugelmin aproveitou do bom momento da March e fez o oitavo tempo e Piquet saiu em 13º.
Ayrton teve uma forte oposição oferecida por Mansell que por muito pouco não virou a primeira curva como líder. Até a 12ª volta Nigel perseguiu Senna de muito perto, mas acabaria por rodar após tentar uma manobra sobre o McLaren nº 12. O inglês, que contraíra Varicela dias antes e estava correndo no sacrifício, não baixou os braços até que a exaustão por causa da doença o venceu na 60º volta obrigando o seu abandono. Senna ainda teve certa pressão de Patrese que abandonara com problemas no motor. Mais atrás  
(Flickr)
Prost fazia a sua corrida de recuperação e após superar Boutsen, estava no encalço de Ayrton. Na 49ª volta quase houve um repeteco do que acontecera em Paul Ricard: Senna estava prestes a dobrar os carros de Dalmas e Tarquini quando Prost aproveitou o momento e atacou os três, conseguindo efetuar a ultrapassagem. Mas com a velocidade que veio para tal manobra, o forçou travar tudo e com isso Ayrton mergulhou por dentro ainda na primeira curva para reassumir a ponta. O brasileiro tratou de abrir boa vantagem – algo em torno de 10 segundos – que o deixou confortável na liderança e nem mesmo uma nova reação de Prost perto do fim do GP pôde incomodar Senna. Boutsen, Berger, Gugelmin – que enfrentara problemas de câmbio e depois com a garrafa de líquido, ficando sem se hidratar até o fim da corrida - e Patrese fecharam os seis primeiros. Piquet envolveu-se num enrosco com Martini e terminou em oitavo. Senna assumia liderança do mundial pela primeira vez, ainda sim que empatado com Prost em 66 pontos; Berger seguia em terceiro com 28; Boutsen saltou de sexto para quarto com os mesmos 16 pontos de Alboreto e Piquet caía para sexto com 15.
Após uma corrida onde os turbos tiveram pela primeira vez uma ameaça real dos aspirados, as coisas voltaram ao normal em Spa-Francorchamps durante a disputa para o GP da Bélgica. Essa foi, também, a primeira vez que – até onde se sabe – Prost tentou mudar o jogo contra Senna e o que se revelou num grande erro do “Professor”.
Ayrton fez a pole com quatro décimos de avanço sobre Prost, com as Ferraris a “escoltá-los” tendo Berger e Alboreto na segunda fila e Patrese e Boutsen na terceira. Piquet marcou o nono tempo e Gugelmin o 13º lugar. A baixa nessa corrida foi a ausência de Mansell no grid, devido a sua varicela ele teve o veto médica para guiar nesse GP. O seu substituto acabou sendo Martin Brundle, que estava a serviço da Jaguar TWR no Mundial de Esporte Protótipos – que viria a sagrar-se campeão naquele ano.
Antes do inicio da prova, ainda no Warm-Up, Prost decidiu trocar o acerto do seu carro a fim de
diferenciá-lo do de Ayrton. O francês sabia que o brasileiro, desde a corrida de abertura, vinha copiando o acerto do seu carro e naquela corrida da Bélgica não fora diferente. Por isso a mudança que acabou não surtindo efeito.
Alain ainda conseguiu partir melhor que Ayrton, mas este conseguiu a ultrapassagem no final da Kemmel para desaparecer na frente e vencer a prova com uma larga vantagem de 30 segundos sobre o francês. Esta corrida não foi também uma boa para Ferrari, que viu os dois carros abandonarem por problemas mecânicos e assim, com dobradinha feita pela McLaren, a pífia chance de tentar algo contra o time de Woking no Mundial de Construtores fora para o limbo – a McLaren, com esse resultado, chegara aos 147 pontos contra 44 da Ferrari e encerrava ali a disputa pelo título nos Construtores. Outra que não teve uma boa jornada foi a Benetton: apesar dos seus dois pilotos (Boutsen e Nannini, respectivamente) chegarem logo atrás do duo mclariano, os carros foram desclassificados após a vistoria técnica onde foi descoberto o uso de gasolina ilegal. Desse modo, Ivan Capelli herdou o terceiro lugar – a sua melhor posição de chegada até então na F1 – com Piquet em quarto, Warwick em quinto e Cheever em sexto. Agora Senna assumia a liderança isolada do mundial com três pontos sobre Prost (75x72); Berger em terceiro com 28; Piquet subiu novamente para quarto com 18 pontos e Boutsen seguia empatado com Alboreto em 16 pontos, na quinta posição.
No intervalo da prova belga para a italiana, a comunidade automobilística italiana – e porque não, a mundial também – perdeu o seu expoente maior: Enzo Ferrari falecera em 14 de agosto por insuficiência renal. O ano da Ferrari, que já vinha sendo complicado no campo político e técnico, sofreu um grande golpe naquela temporada. No final de semana seguinte o GP da Itália seria disputado e nada mais válido do que um bom resultado para honrar a memória de Enzo. Uma vitória? Difícil, ainda mais tendo dois espetaculares pilotos no comando dos MP4/4 Honda Turbo que não haviam falhado em nenhum momento. Mas...
A verdade é que se havia alguma esperança para os “Tiffosi”esta começou a se esvair nos treinos quando Senna cravou outra pole para a sua coleção, com Prost logo em seguida. Berger apareceu em segundo com Alboreto em terceiro, seguido pelos Arrows de Cheever e Warwick. Piquet foi o sétimo e Gugelmin mais uma vez em 13º.
Prost fez uma bela saída, mas perdera a liderança para Senna ainda na primeira volta e após isso o francês viu o Mclaren nº12 desaparecer aos poucos do seu campo de visão. Mas o problema maior é o que veio
nas voltas seguintes para o bi-campeão do mundo: o motor Honda começou a apresentar falhas exatamente após a largada e isso foi aumentando até que Alain foi obrigado a ir para os boxes na volta 34 e lá constatar que a sua prova já havia terminado por causa destas falhas. Pela primeira vez no ano a McLaren perdia um carro por falha mecânica.
Senna continuava forte na liderança da prova, mas agora com Berger 26 segundos atrás. A falha do motor Honda no Lotus de Satoru Nakajima na volta 15 e depois a de Prost na 34, fez com que a luz amarela ascendesse na McLaren que imediatamente pediu a Ayrton para que ele baixasse a pressão do turbo e procurasse enriquecer a mistura de combustível. Faltando em torno de 18 voltas, era viável tomar essa cautela para preservar o motor e tentar sair de Monza com uma diferença confortável para Prost – em caso de vitória, Senna iria a 84 pontos contra 72 de Prost.
Ayrton já havia acatado a idéia e nem mesmo a aproximação de Berger naquelas voltas finais, não assombrava o piloto brasileiro. Mas na penúltima volta, quando ele levava quatro segundos sobre Berger, o inesperado aconteceu: Senna enroscara a rodas com o Williams de Jean Louis-Schllesser – que substituía o convalescente Nigel Mansell – na primeira chicane de Monza ficando impossibilitado de voltar para a prova. A torcida veio abaixo e Gerhard só precisou conduzir o Ferrari F187 para uma vitória improvável e para deleite da torcida enlouquecida, Alboreto fechou em segundo. Enzo Ferrari havia sido homenageado da melhor forma possível: com uma vitória e dobradinha em Monza, a casa da Ferrari. Completando os seis primeiros, a duas Arrows de Cheever e Warwick, com Capelli em quinto e Boutsen em sexto. O mundial continuou com Senna na frente de Prost (75x72); Berger em terceiro, mas subindo para 37 pontos; Alboreto indo para quarto com 22 pontos; Piquet quinto com 18 e Boutsen o sexto com 17.

Prost ameaça e Senna vence o mundial em Suzuka

Estoril presenciou o ápice do duelo entre Prost e Senna naquela temporada. Se nas etapas anteriores, principalmente onde eles se confrontaram diretamente pela vitória, houve certa lealdade por ambas as partes, em Portugal a aparente calmaria na casa da McLaren começou a ruir após duas manobras onde os dois astros estiveram presentes. E na reta final que o mundial ingressava, todo cuidado e panos quentes por parte de Ron Dennis seriam bem vindos.
Aquele não foi um fim de semana bom para Ayrton: ele perdera a pole para Prost e a sua corrida fora sofrível devido o consumo de combustível, que o relegou para a sexta posição e que por muito pouco não foi tomada por Mansell.
A prova teve duas largadas, sendo que a primeira foi anulada após um acidente entre Warwick, De Cesaris, Nakajima e Sala. Depois que todo procedimento foi refeito, os carros foram para a segunda largada, que passou sem nenhum acidente. Lá na frente, descendo o retão, Prost acaba espremendo um pouco Ayrton para a grama a fim de defender a sua posição. Mas conscientemente, Alain recua e dá o espaço para Ayrton, que assume a liderança. Os dois Mclarens na frente já era um sinal de um possível passeio, mas isso 
foi esquecido por todos quando os dois carros chegaram juntos na reta dos boxes para completar a primeira volta e Prost tentou a ultrapassagem por dentro, que foi logo rechaçada de um modo bem bruto por Senna, que o espremeu no muro interno dos boxes fazendo com que os mecânicos recolhessem as placas imediatamente. Foi um lance de arrepiar, afinal um movimento brusco de um dos dois e o acidente seria catastrófico naquela velocidade. Mais tarde Ayrton diria aos jornalistas que esta manobra fora uma “chamada de atenção a Prost pelo que ele havia feito na primeira volta”. De fato, Senna havia exagerado na dose...
Após este lance, Ayrton já aparecia atrás de Prost e daí em diante o piloto francês abriu boa vantagem para chegar a sua sexta vitória no ano. Capelli foi mais uma vez brilhante ao volante do seu March e conseguiu chegar ao segundo lugar, com Boutsen em terceiro. A quarta posição foi de Warwick, seguido por Alboreto e Senna que se safou dos ataques de Mansell no fim da prova. Piquet abandonou na volta 34 com problemas na embreagem e Gugelmin teve o motor Judd estourado na 59ª passagem. Alain retomou a liderança do campeonato, agora somando 81 pontos e Senna caiu para segundo com 76; Berger era o terceiro com 37; Alboreto foi para 24 pontos na quarta posição; Boutsen subiu para quinto com 21 e Piquet ficava em sexto com 18.
A F1 atravessou a fronteira e foi para Jerez onde se realizou o GP da Espanha, antepenúltima etapa do mundial. E aquela corrida foi nada mais que uma continuação dos percalços que Senna havia tido no Estoril na semana anterior.
Desta vez, ao contrário de Portugal, Ayrton havia voltado ao seu lugar habitual, a pole-position, com Prost em segundo e tendo Mansell – que já voltara da sua doença em Portugal – fazendo um belo trabalho com a sua Williams e a levando ao terceiro posto. Boutsen foi quarto, Nannini quinto e Capelli o sexto. O primeiro turbo, depois dos Mclarens, era a Ferrari de Berger na oitava posição. Piquet ficou em nono e Gugelmin em 11º.
Senna teve uma péssima largada e perdera posições para Prost e Mansell e agora se encontrava em terceiro, mas sempre no encalço do inglês que se defendeu bem dos ataques do McLaren nº12. Enquanto que Alain abria grande vantagem para Mansell, Ayrton caía de rendimento devido o consumo de combustível e também por problemas no câmbio. A pressão exercida por Capelli e Patrese resultou na perda da terceira posição para o italiano da March, que repetira o bom desempenho de Estoril, mas que
desta vez não trouxe nenhum lucro a ele quando o motor pifou na 45º volta. Prost venceu a corrida com 26 segundos de diferença sobre Mansell e Nannini completou o pódio. Senna salvou um quarto lugar após ter caído para sétimo na sua troca de pneus; Patrese e Berger fecharam os seis pontuáveis. Gugelmin terminou em sétimo e Piquet em oitavo, todos na mesma volta do vencedor. No mundial Alain foi a 90 pontos e Senna a 79; Berger foi para 38 pontos, Alboreto permaneceu com 24; Boutsen também manteve os seus 21 a exemplo de Piquet com os 18.
Devido o regulamento, onde os cinco piores resultados eram descartados, Prost aparecia na segunda posição da tabela de pontos com 72 contra 75 de Ayrton. A vantagem do piloto brasileiro era que ele havia contado com dois abandonos (Brasil – onde foi desclassificado – e Mônaco), uma não pontuação em Monza e um sexto e um quarto lugares (Portugal e Espanha). Prost teve dois abandonos (Grã-Bretanha e Monza) e os outros descartes provinham de três segundas posições. Portanto para Prost a vitória era vital para que ele continuasse com chances de título, caso contrário bye, bye um terceiro título. E para Ayrton o caso era igual: vencer ou vencer e se não acontecesse isso, a decisão iria para Adelaide.
A batalha entre os dois contendores se iniciou nos bastidores, quando Balestre mandou um comunicado à Honda pedindo igualdade nos equipamentos para os dois pilotos. Claro a Honda respondeu ao Senhor Balestre, mas de um modo não muito amigável...
Ayrton fez a sua 12ª pole no ano e mais uma vez com Alain ao seu lado. Berger, que chegou a incomodar as Mclarens na sexta com uma segunda posição, ficou em terceiro com o sempre surpreendente Capelli ao seu lado. Piquet e Nakajima, dando o ar da graça para o seu público, fecharam os seis primeiros. Gugelmin marcou o 13º tempo.
A largada foi o momento que o campeonato poderia ter ido pelo ralo para Ayrton: devido ao nervosismo ele não conseguira engatar a marcha e seu McLaren ficou parado no grid, enquanto que os carros que vinham atrás escapavam como podiam. Senna conseguiu fazer o carro pegar aproveitando o embalo da descida da reta de Suzuka, e quando virou a primeira curva estava no meio do pelotão. Ele ainda conseguira se recuperar bem e aparecer em oitavo na primeira volta.
Apesar de já estar entre os dez primeiros, não seria tão fácil chegar em Prost. A diferença subia progressivamente entre os dois, mesmo com Ayrton ganhando posições. Na 10ª volta Senna já estava em quarto, onze segundos atrás de Prost e no caminho entre os dois, o Ferrari de Berger (3º) e Capelli (2º). Aliás, Ivan foi era grande nome da prova junto de Ayrton: ele estava em segundo e se aproximava perigosamente de Prost, tanto que na 14ª volta Capelli tenta a manobra e por muito pouco não consegue assumir a liderança de vez, já que ele conseguira ficar a frente de Alain por alguns metros. Infelizmente problemas elétricos na 20ª volta privaram-no de um bom resultado no Japão.
Senna já estava na segunda posição quando uma leve garoa começou a cair na pista. Foi o momento que ele precisava para se aproximar de Alain e preparar o momento certo para o ataque, e mesmo com uma breve secagem do asfalto, que possibilitou o francês abrir uma pequena vantagem de dois segundos.
Mas foi na 27ª volta que aconteceu o lance da corrida: Prost teve um pequeno contratempo com Andrea De Cesaris na chicane e mais um erro na troca de marchas – que já vinha afligindo a sua pilotagem – permitiu a chegada de Senna que não perdeu tempo e preparou a manobra, colocando o McLaren do lado direito e com Alain forçando um pouco a barra. Mas nada disso adiantou e Ayrton estava na ponta do GP.
O piloto brasileiro aumentou gradativamente a diferença até bater na casa dos 5,2 segundos, momento que Prost ignorou os problemas de câmbio e foi para cima reduzindo para 1,2 segundos. Mas a velha aliada de Ayrton, a chuva, voltou a cair em Suzuka e todo trabalho que Alain teve para conseguir chegar próximo de seu rival não valeu de nada e o novo campeão do mundo cruzava a linha de chegada 13 segundos à frente de Prost. Boutsen terminou em terceiro, seguido por Berger, Nannini e Patrese. Piquet desistiu da corrida na 34ª volta por indisposição e Gugelmin mais uma vez, a exemplo do que acontecera na prova da Hungria, ficou sem se hidratar a prova toda e terminando em décimo. Já com os descartes contados, Senna foi aos 84 pontos e Prost aos 78. Berger continuou em terceiro, agora com 41 pontos; Boutsen foi aos 25, subindo para quarto; Alboreto ficou em quinto com 24 pontos e Piquet com 18 em sexto.
O GP da Austrália foi mais de festa do que de disputa em si. Com os dois mundiais decididos e os pilotos mais relaxados, a prova tinha tudo para ser a melhor da temporada. Senna havia machucado a mão durante um jogo de futebol, mas isso não o privara de alcançar a 13ª pole no ano. Prost ficou em segundo, Mansell terceiro – aproveitando-se bem do rendimento dos motores aspirados naquele tipo de pista – Berger quarto; Piquet o quinto e Patrese o sexto. Gugelmin não teve uma boa classificação e marcou apenas a 19ª posição.
Alain pulou na liderança da corrida e Senna foi logo pressionado por Berger, que o superaria na terceira volta e iria ao ataque pra cima de Prost. Gerhard fez uma corrida espetacular com uma pilotagem acima do limite, extraindo o que podia – e não podia – até passar por Prost na 14ª volta e abrir uma boa vantagem. Parecia que McLaren perderia a sua segunda prova no ano, mas Berger, ao tentar dobrar Arnoux, acabou batendo com o francês que não olhara no retrovisor. Fim de prova para Berger e caminho aberto para Alain vencer o seu sétimo GP do ano, com Senna se arrastando com a sua McLaren, que enfrentava problemas de câmbio, e com Piquet que vencer o duelo com Patrese pelo terceiro lugar. Três campeões mundiais dividindo o pódio na última corrida do ano, para coroar uma temporada histórica para a equipe de Ron Dennis. As demais posições foram ocupadas por Patrese, Boutsen e Capelli. Mauricio Gugelmin encerrou a sua corrida na 46º passagem quando bateu com Nakajima. A pontuação final (contando com os descartes) apresentava Senna com 90 pontos; Prost em segundo com 87; Berger terceiro com 41; Boutsen quarto com 27; Alboreto quinto com 24 e Piquet sexto com 22.
 

O fim dos turbos e Senna chega ao topo



Após onze anos de presença nos grids da Fórmula-1, os motores Turbos saíram de cena como já havia previsto a FIA desde a temporada de 1987. Neste período a tecnologia introduzida pela Renault durante o GP da Grã-Bretanha de 1977 teve participação fundamental em dois episódios que mudaram os rumos da categoria: o turbo foi um dos pilares que deram sustentação para a famosa batalha entre FISA x FOCA iniciada ainda nos indos de 1979, onde a entidade representando a FIA defendia o uso desta nova tecnologia enquanto que a FOCA apoiava veemente a permanência do efeito-solo para as equipes privadas. Entre idas e vindas, onde a FISA foi limitando o uso do efeito-solo, os turbos venceram a briga e tomaram
de assalto o Campeonato Mundial já em 1983. Nessa chegada dos turbos outro fato importante aconteceu: o desenvolvimento em larga escala dos propulsores. A cada temporada a potência aumentava e passou a existir motores específicos para classificação que chegaram a debitar 1.200, 1.300 até beirar os 1.500cv no penúltimo ano dos turbos da F1. Para se ter uma idéia, os Ford Cosworth, que venceram quase tudo entre 1968 até 1983 - ano da sua última vitória na categoria - tinham ganhado cerca de 100cv de potência neste período de quinze anos. Os turbos haviam elevado a potência em cerca de 400, 450cv em onze anos (isso nos motores de corrida). Foi uma época de ouro para a F1 e para o automobilismo.
Para Ayrton Senna, o novato que havia vencido por onde passara nas categorias de base, o olimpo tinha sido conquistado, enfim. A sua gana em derrotar Prost, como certa vez disse Jo Ramirez, foi recompensada com um título vindo de forma dramática em Suzuka, mas o que se vira durante todo o ano foi a sua determinação em cumprir esse desejo de vencer o "Professor" em qualquer tipo de situação. Ele não apenas queria aniquilar Alain nas corridas, mas também psicologicamente. Foi neste período que Prost percebeu o quanto que Senna desejava este titulo e tudo se confirmou no GP de Portugal com a famosa espremida no muro que levara de Ayrton. Ali foi plantada a semente da discórdia que o francês usaria a seu favor em 1989.
Mas de toda forma, foi um ano de ouro para a F1. Para a Mclaren. Para Senna.
(Foto: Abril)

As marcas de Ímola

A foto é do genial Rainer Schlegelmich (extraído do livro "Driving to Perfection") tirada da reta de Ímola após uma das largadas. ...