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domingo, 11 de fevereiro de 2018

Foto 684: Há 45 anos

Muito sol e água. Após um ano da prova extra-oficial que apresentou a Fórmula-1 ao público brasileiro, a categoria retornava a Interlagos para o seu primeiro GP oficial. E naquele sol escaldante do já distante 11 de fevereiro de 1973, o jeito foi refrescar a galera com banho de mangueira.
O "sofrimento" naquele calor valeria - e muito - a pena ao final daquele domingo: Emerson Fittipaldi arrebatou a vitória na sua casa, abrindo a sequência de três vitórias brasileiras no GP do Brasil. Acompanharam o brasileiro no pódio, Jackie Stewart e Denny Hulme.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Foto 675: A coroação de um grande ano

Não é de hoje que costumo falar que Daniel Serra é um dos melhores pilotos brasileiros em atividade aqui no país. E isso vem desde os seus tempos de GT3, onde fazia miséria quando estava ao volante da Ferrari F430 da Via Italia que ele dividia com o Chico Longo.
Aliás, nos GTs, é onde Daniel revelou-se o grande piloto que ele é. Impossivel esquecer do GP Cidade de São Paulo – de 2008, se a memória não estiver ruim – onde a bordo de uma Maserati (dividida com Chico Longo), tirava diferença com maestria para o Lamborghini que ia na liderança - conduzido por ninguém menos que Ingo Hoffmann - debaixo de um aguaceiro típico do mês de janeiro. A quebra do eixo traseiro nas últimas horas de prova, quando as coisas pareciam clarear para o duo da Maserati, acabou com essa chance. Mas Daniel já havia mostrado do que era capaz com um carro de GT.
E essa habilidade foi mostrada por várias vezes na finada GT3 Brasil e também algumas vezes onde pôde pilotar o carro italiano nas 24 Horas de Daytona. Mesmo não conseguindo vencer na sua classe, Serra sempre esteve entre os principais destaques devido a sua condução agressiva e segura.
Este ano de 2017 foi a desforra para Daniel: logo em sua primeira aparição em Sarthe, cravou seu nome na história dos vencedores da principal prova de endurance do mundo ao vencer na classe LMGTE-PRO pela Aston Martin, e sempre com uma competente pilotagem nos turnos onde esteve ao volante do carro inglês. Uma estreia pra lá de perfeita.
A Stock foi o fechamento de um ano sensacional para ele. Se em outros tempos havia uma certa desconfiança de suas qualidades na principal categoria nacional, estas se dissiparam neste ano com uma conquista merecidíssima neste que foi o seu primeiro título na Stock, lugar onde seu pai Chico Serra conquistou três campeonatos.
Para Daniel Serra foi um grande ano, sem dúvida. E para aqueles que acompanham a sua carreira há muito tempo e sabiam bem das suas qualidade, foi apenas a confirmação do grande piloto que é Daniel Serra.

Foto: Duda Bairros

domingo, 12 de novembro de 2017

GP do Brasil: Uma final alternativa

Quando Lewis Hamilton acidentou-se ainda na sua primeira tentativa de volta veloz para a qualificação, talvez houvesse torcedores dos Vettel que pensassem “Porquê não antes?”. Por outro lado, os torcedores de Hamilton tenham tido os mais variados pensamentos quando viu o Mercedes espatifado contra a barreira de pneus: “E se...”
A verdade é que o mundial, já encerrado à favor de Hamilton no México, e com certo drama, nos deu a oportunidade de presenciarmos uma corrida bem agradável em Interlagos. Se o duelo pela vitória não foi o grande chamariz, as atuações de Hamilton e Ricciardo, partindo do fundo, foram as grandes atrações deste GP. E ainda tivemos Felipe Massa, terminando na sétima posição e sendo o melhor do “resto” e tendo a chance a chance de fazer a sua segunda despedida de Interlagos agora na casa dos pontos, uma vez que em 2016 o acidente durante a prova acabou antecedendo as homenagens.
Independente se tenha tido ajuda da asa móvel ou não, a verdade é que Hamilton esteve no seu grande dia, desfrutando ao máximo do carro que tem. Foi uma pilotagem limpa e extremamente alucinante, sabendo tirar todo o desempenho que os pneus macios e super macios lhe proporcionavam. Nem parecia aquele carro apático que ele pilotou no Hermanos Rodriguez quinze dias atrás, onde ficou travado em último por várias voltas enquanto Vettel, que também caíra para o fundo do pelotão após um toque com o inglês ainda na largada, fazia uma recuperação brilhante para terminar em quarto e ver as suas poucas chances de títulos escorrerem para o ralo. Uma prévia do que poderíamos ver de Hamilton em Interlagos foi muito bem demonstrado nos treinos livres, quando ele teve o máximo domínio das ações falhando apenas no terceiro treino livre. Na classificação, assumiu a culpa do acidente e via-se que estava realmente puto da vida com o que havia acontecido. A sua atuação no decorrer destas 71 voltas da prova paulistana sintetizou o real momento de Lewis neste seu estágio na Fórmula-1: extremamente confiante e isso acaba traduzindo em velocidade pura e tenacidade para ir buscar os resultados. Ok, você dirá que com este carro fica fácil, mas se olharmos o que fez Valtteri nestas mesmas 71 voltas, verá que tem uma enorme – gigantesca – diferença entre os dois pilotos prateados.
Sobre a disputa pela vitória, Sebastian Vettel assumiu a ponta no contorno do S do Senna e por ali ficou, sem ser incomodado por Valtteri Bottas. Foi uma atuação tranquila do alemão que não vencia desde o GP da Hungria, numa altura em que a Ferrari estava praticamente no mesmo nível que a Mercedes. Logo após a única parada de boxe, que talvez tenha sido o momento onde ele tenha tido a maior ameaça – já que a Mercedes havia chamado Bottas para a troca de pneus uma volta antes – Vettel conseguiu voltar ligeiramente à frente de Bottas e logo atrás de Lewis, cerca de 3.5 segundos de desvantagem. Assim que retomou a liderança com a ida do inglês aos boxes, conseguiu ter todo controle da prova a seu gosto e assim foi até a bandeirada final. Bottas foi apático: se conseguiu uma fenomenal pole no sábado, não teve o mesmo poder de fogo de outras grandes largadas que fizera neste ano – Rússia e Áustria – e acabou perdendo a primeira colocação para Vettel ao virar da primeira curva. Pior mesmo é que não teve muito ânimo em tentar atacar Sebastian e lutar abertamente pela liderança da prova quedaria a ele, chances de conquistas pontos importantes na disputa pelo vice-campeonato. Pior mesmo é ter visto que Hamilton esteve num dia de fúria e chegou a poucos segundos dele na classificação final. Talvez essa prova explique e muito o porque da Mercedes ter passado a dar toda atenção à Lewis no virar do mundial.
Felipe Massa teve o seu grande dia em Interlagos. Todos sabiam que furar a bolha criada por Mercedes, Ferrari e Red Bull seria extremamente difícil, mas Felipe acabou saindo dessa corrida como o vencedor do resto – ou da Classe B da categoria. Manteve Fernando Alonso todo o tempo do GP a uma distância acima de um segundo, para que o espanhol não pudesse usar asa móvel e assim foi durante todo GP. Apenas nas voltas finais, talvez com os pneus já bem desgastados, é que teve uma pressão considerável de Alonso e de Pérez neste. Aguentou bem as investidas e pôde terminar na sétima colocação e ter uma despedida mais honesta, com direito a uma fala do seu pequeno Felipinho no rádio.
E Interlagos foi mais uma vez o palco de uma corrida muito boa.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Foto 580: Mil Milhas 1966

Um dos dois Alpine durante as Mil Milhas de 1966. Dois estiveram naquela prova, destinadas a Bird Clemente/ Carol Figueiredo (#46) e Luiz Pereira Bueno/ Luiz Fernando Terra Smith (#47).
As Mil Milhas de 1966 é conhecida por ser uma das mais dramáticas da história do automobilismo nacional, quando a quatro voltas do fim o Malzoni DKW #7 de Emerson Fittipaldi/ Jan Balder apresentou problemas em um dos cilindros forçando Jan - que estava ao volante no momento - a parar nos boxes para reparos, meio que a contragosto do piloto que havia assumido a responsabilidade de tentar levar o carro daquele modo até o fim. Era um desafio e tanto, já que a carretera Corvette Chevrolet #18 de Eduardo Celidonio/ Camilo Christófaro, com Eduardo ao volante e já sabendo dos problemas do Malzoni #7, estava a voar naqueles estágios finais em Interlagos.
Mesmo com a parada para a troca de velas, Balder voltou a pista e ainda teria uma chance quando o Corvette parou nos boxes para um reabastecimento. O suspense para saber que levaria aquela edição aumentou ainda mais quando a carretera não pegou na primeira vez e nem na segunda... indo apenas funcionar na terceira tentativa, conseguindo sair dos boxes poucos metros à frente do Malzoni #7 de Balder. Foi o suficiente para Eduardo Celidonio e Camilo Christófaro conseguirem uma das mais épicas vitórias que Interlagos já presenciou. E foi também a última vitória de uma carretera, encerrando uma era de ouro para estes carros.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Foto 566: Interlagos









Algumas fotos do que ainda resta dos boxes de Interlagos e o que ainda estar por construir


Trabalhar num local onde você já se acostumou a freqüentar há mais de 13 anos e se deparar com uma situação dessa, chega a ser estranho. Num final de semana normal de corridas, todo este espaço é ocupado por equipes e a parte de trás, o paddock, é tomado por pessoas e pelos “Food Trucks” e a sensação que a sua casa perdeu os móveis, foi sentida neste fim de semana quando foi realizada a quarta etapa do Campeonato Paulista de Velocidade no Asfalto. Toda acomodação das equipes, direção e secretaria de provas e cronometragem, ficaram localizadas na região próxima a Curva do Laranjinha, aproveitando parte do antigo traçado e um complexo onde ficam montados os Hospitality Center de provas nacionais e internacionais. 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

GP do Brasil: Engessado

Se havia alguma forma que pudesse dar alguma emoção ao GP de ontem, a Mercedes tratou de matar qualquer chance.
O engessamento de Hamilton frente a estratégia adotada pelo time para seus dois pilotos, deixou claro que apenas um erro crasso de Rosberg é que poderia abrir a possibilidade de um duelo mais intenso pela primeira posição, mas a adoção do plano de fazer Lewis parar apenas uma volta após Nico fez a corrida entrar naquele parafuso monotono.
Apesar das investidas de Lewis em algumas oportunidades, onde ele chegou a ficar cinco, seis décimos atrás de Rosberg, este conseguia livrar-se dos possiveis ataques do companheiro ao sair mais veloz da Junção. A aproximação demasiada ao carro de Rosberg, fez com que Lewis abrandasse os ataques visando apenas conservar os pneus já que qualquer ataque significava perda de tempo dele em relação à Sebastian Vettel.
A verdade é que a Mercedes nem deu ouvidos ao pedido de Hamilton em adotar um plano B na estratégia, o que deixaria ele com chances de tentar ficar mais um tempo na pista e ganhar a posição nos pits. Por outro lado, é claro que a Mercedes daria total atenção à Nico nessas provas derradeiras para que ele conquistasse - como acabou conquistando - o vice de pilotos frente a Vettel.
Com as coisas definidas, espera-se uma maior liberdade dos dois pilotos da Mercedes para a prova de Abu-Dhabi  a derradeira do mundial.

GP do Brasil: E foi chato

Quando vê um piloto como Kimi Raikkonen reclamar que a prova foi chata do inicio ao fim, ele resume apenas o sentimento da maioria dos espectadores e telespectadores que assistiram ao 43o Grande Prêmio do Brasil. Puxando pela minha memória, o último GP do Brasil que havia sido um porre tinha sido o de 1992 quando Mansell e Patrese marcaram as duas primeiras posições com folga sobre Michael Schumacher, que terminara em terceiro.
Se houve alguma emoção nesta corrida, ficou reservada a Max Verstappen que fez belas manobras em Perez e Nasr ao ultrapassá-los na marra no S do Senna. Fora isso, nada demais aconteceu. As Mercedes desde cedo manteram uma distancia confortável para Vettel, que não foi incomodado por Raikkonen que também não teve nenhum contratempo com Bottas, que foi o único dos cinco primeiros a ganhar posições graças a uma bela largada ao pular de sétimo para quinto. Ainda entre as Mercedes, de onde poderia sair algo, Lewis até que esboçou um ataque à Rosberg que sempre respondia com uma bela saída da Junção, não deixando margem para que o inglês usasse o vácuo para facilitar a ultrapassagem. Hamilton até reclamou que não conseguia chegar próximo de Nico, devido a perda da dianteira do carro causado pela turbulência. Também é de se destacar que a Mercedes não lhe deu chance de ousar na estratégia, fazendo com que ele parasse no pit sempre uma volta depois de Rosberg.
Para os brasileiros, foi um fim de semana para esquecer: enquanto que Massa não achou um bom acerto para a Williams - numa pista que tão bem conhece - a sua oitava posição era um consolo, mas o descuido da equipe com o pneu esquerdo traseiro, que se apresentou com temperatura e pressão elevada na hora do alinhamento do grid, jogou essa colocação pela janela com a exclusão do brasileiro logo após o GP. Nasr teve até chance de pontuar, mas uma queda de rendimento o fez despencar na tabela de classificação. Chegou a estar em nono.
Foi um GP chato, sem sal. A zoeira de Fernando Alonso ontem na classificação, acabou por salvar um fim de semana catastrófico em termos de emoção.
O bom número de espectadores - 136 mil - em Interlagos merecia um espetáculo melhor.
Foi tão chato que nem a chuva veio.

sábado, 14 de novembro de 2015

Foto 547: O canto do Alonso

Fernando Alonso parace ter gostado do "Mergulho do Lago", trecho que antecede a curva da "Junção" em Interlagos. Ontem ele havia parado ali quando o motor Honda abriu o bico e hoje voltou a ter o mesmo problema, parando no mesmo local.
Mas dessa vez foi diferente: pegou o banquinho de pesca - que deve ser de algum bombeiro - sentou-se e foi assistir o restante do Q1, como se estivesse na sala de casa ou na praia. Trocou algumas palavras com um rapaz do resgate à pé e ainda deu uma piscada para a câmera, que filmou boa parte daquele momento rilex do piloto espanhol. Após retornar aos boxes, ele e Button ainda foram tirar um sarro no pódio, cumprindo "a meta" que eles e a Mclaren Honda haviam traçado no início do ano, antes de caírem na real e verem o tamanho da encrenca que tinham pela frente.
O bom de tudo é que adotaram um importante mantra: melhor rir do que chorar!
E isso tem rendido ótimas montagens.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

O meu Grande Prêmio do Brasil, Por Paulo Alexandre Teixeira

Paulo Alexandre Teixeira, o Speeder76, dispensa maiores apresentações: com o seu Continental Circus há quase dez anos no ar, é uma das referências na blogosfera dedicada ao Motorsport.
E hoje é ele quem nos conta sobre um GP do Brasil muito especial, que aconteceu há 25 anos.


Grande Prêmio do Brasil, 1990

(Foto: Agência Estado)

"Nunca coloquei os pés num autódromo brasileiro, apesar da minha admiração por Jacarépaguá e Interlagos, situados em cidades diferentes e que, de uma certa forma, marcaram o automobilismo da minha infância, na década de 80. Especialmente numa altura em que os “testes no Rio” eram uma referência e a corrida era sempre a primeira do calendário.

Para recordar alguma corrida em especifico pra o espaço do Paulo, vou recuar um quarto de século no tempo. Digo isto por alguns motivos, um deles um pouco mais pessoal: quando esta semana folheava um livro antigo na minha biblioteca, descobri um recorte de jornal de 1989 onde se mostrava um desenho de Interlagos antes do definitivo, onde se mostravam, entre outras coisas, uma chicane do tipo “Bus Stop” de Spa-Francochamps pouco depois da Curva 3. Tudo isto antes de Ayrton Senna ter entrado em cena e feito o famoso “S” com o seu nome.

Nunca tinha visto Interlagos, e no alto dos meus 14 anos, tinha altas expectativas sobre ele. Os mais velhos falavam bem dela, de como era desafiadora para os carros e para os pilotos, e no verão brasileiro, era penalizador para os motores e restantes componentes do carro. E em 1990, sem Alain Prost no caminho, toda a gente dizia que iria ser um “passeio” para ele, o nativo de São Paulo, que tinha começado a andar no kartódromo ao lado da pista, em tenra idade.

Para piorar as coisas, seguia bem de perto a atualidade brasileira: Collor estava no poder e tinha congelado tudo, desde o salário até as pensões, numa tentativa (vã) para controlar a inflação. Havia expectativas altas, pois ele tinha sido eleito recentemente, e parecia que tentava controlar o “dragão” (como vocês chamam à inflação) mas com os piores métodos possíveis. E para melhorar as coisas, o ódio do brasileiro a Jean-Marie Balestre, o presidente da então FISA era ao ponto de gozar na cara deles, afirmando que eles não tinham dinheiro “nem para atirar tomates contra a sua cara”. Balestre, o arrogante francês, sendo… Balestre.

E tudo estava encaminhado para aí: Senna tinha feito a pole-position e liderava a prova,
distanciando-se de Alain Prost. Parecia que era desta, a vingança de Senna sobre Prost, pois os eventos de Suzuka tinham sido escassos meses antes, e essa sede era enorme. E com a situação do país, então, teria sido mais um motivo de orgulho de um povo que se via humilhado a cada encrenca que acontecia.

Mas surgiu um japonês pelo caminho… e as coisas complicaram-se. Não tanto por culpa de Satoru Nakajima, mas sim por causa da já lendária falta de paciência para os retardatários. Foi o que tinha acontecido ano e meio antes em Monza, quando Jean-Louis Schlesser estava no caminho de Senna, e este estragou as coisas impedindo uma vitória da McLaren a cem por cento e proporcionou uma lendária dobradinha à Ferrari, apenas um mês após a morte do Commendatore. Bico danificado e trocado e no final, Alain Prost comemorava a sua sexta (e última) vitória no Brasil, ainda por cima na casa do seu “nemesis”. E perante um público que sentiu tudo isso como nova humilhação.
Mas no ano seguinte, as coisas foram totalmente diferentes. E em circunstâncias que tiveram o seu quê de épico."


domingo, 8 de novembro de 2015

O meu Grande Prêmio do Brasil, Por Tati Coimbra

Para quem acompanha os blogs sobre automobilismo certamente conhece um pouco da Tati Coimbra, uma das comandantes do Blog Octeto Racing Team (que completou 8 anos de existência no dia 4 de novembro) que trata, especificamente, dos pilotos preferidos de cada uma das integrantes. E a Tati é fã confessa de Fernando Alonso.
Enfim, a Tati nos mostrará o GP do Brasil preferido dela.

Grande Prêmio do Brasil 2006


(Foto: Tati Coimbra)


"22 de outubro de 2006. GP do Brasil em Interlagos. Fernando Alonso campeão. O bicampeão do mundo mais jovem da história. Este recorde já não “nos” pertence mais, mas as lembranças daquele dia ainda estão guardadas no meu coração. Vivas e inesquecíveis.

Foi naquele domingo ensolarado que tive a minha experiência consciente em um autódromo (quando criança fui ao saudoso Jacarepaguá, mas não me lembro) e em uma corrida de F1. E logo de cara, tive a sorte de ver o meu piloto e equipe favorita campeões do mundo. Ao vivo e em cores. Pertinho de mim.


Tudo naquele fim de semana foi especial. Lembro-me ter chegar logo cedo ao autódromo, para tão famosa fila para o setor A, ainda tudo escuro, mas já com minha bandeira das Asturias pendurada nas costas. E sob os olhares curiosos e perguntas soltas no ar: “que bandeira é esta?!”, eu desfilava o orgulho de carregar as cores do meu piloto campeão. Azul e amarelo, as mesmas da minha equipe. Ô que saudades que tenho dos bons tempos de Renault.

Passei “fome”, sede e senti muito calor, MUITO mesmo, mas nada disso me fez sair do lugar até que a corrida terminasse e eu pudesse respirar aliviada com o mais um título assegurado. Embora o campeonato estivesse praticamente decidido, era contra Schumacher e a ferrari (com letra minúscula mesmo) que estávamos disputando, e com contra eles era fundamental bom manter os
(Foto: Tati Coimbra)
olhos abertos, tanto para o bem quanto para o mal.


Mas o meu piloto venceu. Deu tudo certo. Tudo foi perfeito. Emocionante. E mesmo depois de 9 vezes indo a Interlagos (este ano será minha 10ª. vez consecutiva) e algumas derrotas dolorosas, eu ainda me arrepio e sinto a mesma emoção da primeira vez que estive lá. Isso porque sei que foi lá que Fernando Alonso fez seu nome, por duas vezes.  E foi lá vivi de um dos dias mais felizes da minha vida."

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

O meu Grande Prêmio do Brasil, Por Diego Trindade

Diego Trindade assina os textos no Blog do Trindade e por um bom período, foi o editor chefe da saudosa Revista Speed.

Hoje é ele que quem comandas as ações aqui, ao falar um pouco do GP do Brasil de 2006.

Grande Prêmio do Brasil 2006




"Nunca fui ao autódromo para acompanhar a um Grande Prêmio. Este ano, mais uma vez, havia esboçado uma possível ida ao GP do Brasil; porém, nada feito. Percebi que precisava ter me organizado um pouco mais cedo e contar com mais dinheiro, digamos que $$$$.

Em 2013 eu havia ganho um ingresso da patrocinadora da Sauber para assistir ao GP. Não me desfazendo, mas era o setor G e não cobriam as despesas com viagem e hospedagem. A verdade é que a empresa não conseguiu me enviar os ingressos a tempo para a corrida. Um atendente me ligou dizendo: “Diego, o ingresso está em minhas mãos. Se enviarmos para você, não chegará a tempo. O que eu faço?”. A minha vontade era de responde: “Coloque fogo!”.

O título de 2013 já havia sido decidido em favor de Sebastian Vettel e a corrida nem foi tão emocionante assim. Não perdi muita coisa.

Mas o GP de alguns anos antes, em específico 2006, esse sim, esse foi emocionante.
Felipe Massa havia ganho uma vaga de titular ao lado do heptacampeão Schumacher. O então garoto teria de aprender muito e colaborar no que fosse com o alemão. Em especial no 35º GP do Brasil, Felipe Massa poderia ter tido um papel importante na disputa, quase decida, do título daquele ano. Isso porque Schumacher se encontrava 10 pontos atrás de Alonso na última corrida.

Assim que os carros saíram dos boxes no Q3 da qualificação, Schumacher teve um problema em sua Ferrari. Não recordo ao certo o que era, fiz questão de não procurar. Lembo-me que durante a qualificação, estava junto com um amigo meu, naquilo que seria o “sótão” da casa de seu avó. Estávamos jogando algum game de 64 bits; Atari, se não me falha a memória. Por algum motivo, sabe-se lá qual, eu torcia desenfreadamente para o Barrichello, enquanto o Léo, meu amigo, torcia de mesmo modo para o Massa. Se tivéssemos apostado, Léo teria ganho.

A verdade é que durante todo esse tempo acompanhando a carreira do Massa na Ferrari, poucas vezes vi ele andar como naquela corrida. Não pela disputa ou pela competitividade, mas sim pelo domínio exercido. Ok, naquela altura do final de semana a concorrência não era muito forte, mas o controle que Massa exerceu foi excepcional.

Até então, poucas vezes eu havia visto um brasileiro vencer uma corrida; uma com o Massa, GP da Turquia, e umas duas com o Barrichello. Imginem ver um brasileiro vencer em casa, 13 anos depois do grandioso Senna? Sem contar que dois anos antes havia visto a tentativa frustrada de Barrichelo.


A corrida foi marcante. Não houve grandes duelos entre os pilotos, porém dois se destacaram: a dupla da Ferrari. Schumaher em sua última grande oportunidade da carreira, deu um show sem igual; desde a largada, até mesmo no “toque” com Fisichella, ele vindo passando todo mundo lá de trás e… o mais legal: a ultrapassagem onde foi espremido por Raikkonen no “S do Senna” a três voltas do fim.

O outro, claro, foi Felipe Massa. O brasileiro “só” venceu a corrida de ponta a ponta. Após a bandeirada, pegou a bandeira brasileira e fez a “volta da vitória”; foi para emocionar qualquer um.
Para fechar a conta, pódio com vitória do Brasil, Hino Nacional e macacão verde a amarelo.

Menção Honrosa: GP do Brasil de 2008
Eu admito. A tensão foi maior durante a corrida de decisão do título de 2008. Convenhamos, já havia visto um brasileiro vencer em casa dois anos antes. Imaginem agora: ver um brasileiro vencer a corrida de casa, na chuva, e ainda levar o título mundial depois de 17 anos? Esse teria sido o melhor GP do Brasil de todos se não tivesse acontecido o que aconteceu 20 segundo após Massa ter cruzado a linha de chegada ."

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O meu Grande Prêmio do Brasil, Por Hiram Guidorizzi

Hoje é a vez de Hiram Rondello Guidorizzi, que trabalha comigo na Speed Fever e que trabalhou do GP de 1991 até o de 2008, a escrever suas lembranças do Grande Prêmio de 1991 vencido por Ayrton Senna.

Com a palavra, Hiram:

Grande Prêmio do Brasil, 1991


"Assistindo a vários GPs pela arquibancada, sempre tive vontade de estar participando do lado de dentro da pista, até que me tornei um membro da equipe Speed Feever e com o retorno da F1 para Interlagos, finalmente tive a oportunidade de participar de um GP.

Fui escalado para trabalhar no Resgate à Pé, com o grupo posicionado entre a curva depois do Lago e o Laranjinha  e fomos os primeiros a trabalhar naquele GP, pois logo que iniciou o pré qualifying uma Fondmetal saiu de box e ao fazer a curva do lago escapou e foi para na grama. Como havia chovido e haviam feito uma obra de recuo do muro do lago, com a compactação recente, ao fazer o resgate do carro, atolamos na lama até o joelho. Quando o carro foi removido para o asfalto,  verificamos que todos os parafusos de fixação da suspensão traseira do lado direito tinham caído e o assoalho ficou encostando no chão. Mesmo assim o piloto (Olivier Grouillard,que seria substituido por Gabrielle Tarquini no decorrer da temporada), muito nervoso,  pedia para empurrar o carro para que retornasse ao treino que teve que ser interrompido para resgate do carro aos boxes.

O primeiro treino livre daquela sexta-feira  foi com chuva e lá pela metade o Mansell perdeu o controle de sua Williams ao fazer a curva após a descida do lago e foi “roçar” a grama, danificando o carro e ficando em local perigoso. Tivemos que remover o carro para o outro lado da pista, na agulha junto ao muro. Pudemos perceber a disciplina e consciência do perigo que tem um piloto de ponta, no caso o Mansell, que aceitou as orientações nossas para posicionar o carro em local seguro, ao contrario do piloto da Fondmetal que não aceitou nossas orientações querendo continuar no treino.

Nosso trabalho terminou aí, pois não fomos mais acionados em todo o restante do final de semana.

Pudemos então assistir a prova e acompanhar a dificuldade do Senna com a perda de marchas nas últimas voltas da corrida na liderança e a ameaça de Patrese que se aproximava perigosamente, mas finalmente pude assistir a primeira vitória de Senna em Interlagos e o tumulto que se formou quando o carro parou no final da reta oposta após a bandeirada.

O primeiro GP, por si só é inesquecível, mas o GP de 1991 foi muito marcante pelos acontecimentos, culminando com uma vitória épica de um brasileiro no GP Brasil."

Foto 1039 - Bernd Rosemeyer, Roosevelt Raceway 1937

  (Foto: Adam Gawliczek)  Um momento de descontração antes do embate dos europeus vs americanos pela 13ª edição da Vanderbilt Cup, realizada...