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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Foto 420: Mastroianni

E nem mesmo o grande ator italiano Marcello Mastroianni, falecido em 1996 após um cancêr no pâncreas, resistiu aos encantos do automobilismo.
Na foto ele se prepara para assumir o comando de um Stanguellini-Fiat da Fórmula Júnior na pista de Monza, em 1960.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Vídeo: GP da Itália, 1967

Foi uma matéria feita pelos japas da Honda e que na época acabaram por ver a equipe de fábrica vencer o GP da Itália com John Surtees, chegando míseros dois décimos à frente de Jack Brabham.
Mas claro que a estrela do dia acabaria por ser Jim Clark com a sua apresentação de gala em Monza, no que foi um dos melhores desempenhos de um piloto na história da F1. Senão, a maior.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Vídeo: GP da Itália, 1933

Algumas imagens das duas corridas realizadas em Monza, em 10 de setembro de 1933. Primeiramente o GP da Itália, que estava em sua 11ª edição, e que foi vencido por Luigi Fagioli a bordo da Alfa Romeo Type B após um longo duelo contra a Maserati 8CM de Tazio Nuvolari.
A segunda corrida do domingo, intitulada de GP de Monza, teve três baterias de 14 voltas cada e uma final com o mesmo número de voltas. A primeira bateria foi vencida por Stanislav Czaykowisk (Bugatti T54); a segunda bateria foi marcada pelos acidentes fatais de Giuseppe Campari e Baconin Borzacchini após derraparem numa mancha de óleo que foi mal sinalizada - e limpa - na curva Parabolica, quando estavam perto de completar a primeira volta. A vitória nessa bateria ficou com Renato Balestrero (Alfa Romeo Monza); a terceira bateria foi vencida por Marcel Lehoux (Bugatti T51).
A prova final, que reuniu onze pilotos, acabou por ser vencida por Marcel Lehoux. Mas na oitava volta, Stanislav Czaykowisk, que vencera a primeira bateria, teve o mesmo destino de Campari e Borzacchini ao rodar e capotar na Parabolica. O Bugatti do conde polonês acabou por incendiar-se, matando-o instantaneamente.  

sábado, 5 de outubro de 2013

Foto 262: 1000 devaneios

E não é que o blog chegou aos mil posts após quatro anos de existência? Enfim, o que me resta é mais uma vez agradecer a toda galera que passou - e que passa por aqui - todo dia. Pra quem tem blog sabe bem o trampo aqui é puxado e a recompensa é a popularidade e reconhecimento que o seu trabalho alcança. Mas então, a brincadeira não pára por aqui.
Vamos para mais 1000 posts, ou seja, Mil devaneios? Vamos nessa!

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Pole Lap: Rubens Barrichello, Monza 2004

Por mais que a galera curta tirar um sarro de Rubens Barrichello, a volta mais rápida durante uma classificação pertence ao piloto brasileiro e foi estabelecida durante o qualy para o GP da Itália de 2004, no auge dos saudosos motores V10 - que segundo relatos da época, estavam beirando os 1000cv de potência.
Barrichello fez a pole com o tempo de 1'20''089, numa média de 260.395 Km/h. Mas a marca de Rubens só foi homologada pelo fato de ter sido conquistada durante a classificação. Juan Pablo Montoya, durante a pré-classificação, com o tempo de 1'19''525 com a média de 262,242 Km/h com a sua Williams BMW e por ser um treino não-oficial, a sua marca não foi considerada a mais veloz da história da categoria. 


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Pole Lap: Kimi Raikkonen, Monza 2006

Final de treino vertiginoso aquele para o GP da Itália de 2006, com Michael Schumacher cravando uma volta com a marca de 1'21''486 contra 1'21''621 de Kimi Raikkonen. Até parecia que o alemão já estava com pole garantida e em meio a festa da torcida italiana naquela tarde, Raikkonen respondeu com estilo bateu a marca de Schumi em dois milésimos. Mas ainda faltava Alonso, que já vinha penando com a falta de ritmo do Renault, que saltou de nono para quinto na sua última tentativa.
A pole era do sensacional finlandês.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Foto 192: A largada dos 1000Km de Monza, 1970

Semanas atrás publiquei uma foto do Porsche 917 e Ferrari 512S descendo a reta dos boxes durante os 1000Km de Monza de 1970.
Pois bem, aí fica o instantâneo do grid passando pela reta oposta e entrando na Parabólica. Na foto, o Porsche 917 K #10 de Vic Elford/ Kurt Ahreins Jr. seguido pelo Porsche 917 K #7 de Pedro Rodriguez/ Leo Kinnunen; a Ferrari 512S #3 de Ignazio Giunti/ Nino Vaccarella/ Cris Amon e mais atrás a outra Ferrari 512S pilotada por John Surtees/ Peter Schetty. A primeira fila foi formada pelo Porsche 917 K #8 de Jo Siffert/ Brian Redman e a Ferrari 512S de Chris Amon/ Arturo Merzario.
A prova foi vencida por Pedro Rodriguez e Leo Kinnunen.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Foto 181: 1000Km de Monza, 1970

O duelo que monopolizava as atenções no Mundial de Marcas do início dos anos 70. Aqui a Ferrari 512 S Spyder #3 (Spa Ferrari SEFAC) do trio Ignazio Giunti/ Nino Vaccarella/ Chris Amon na cola do Porsche 917K #7 (J.W. Automotive Engineering) de Pedro Rodriguez/ Leo Kinnunen durante os 1000Km de Monza, quarta etapa do Mundial de Marcas de 1970.
A dupla da Porsche venceu o desafio frente ao trio Ferrarista, com uma vantagem de 1min e 26s após 174 voltas completadas. Na terceira colocação ficou a outra Ferrari 512 S #2 da dupla John Surtees/ Peter Schetty.
Chris Amon ainda fez turno numa outra Ferrari 512 S de #1, onde formou dupla com Arturo Merzario e veio a terminar na quarta colocação.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Foto 147: Elly e o Auto Union

(Foto: Divulgação)
A senhora que está sentada no Auto Union Type C é Elly Beinhorn, então esposa de Bernd Rosemeyer, um dos melhores pilotos alemães da década de 30 e da história.
Na foto acima ela recebe algumas instruções de Ernest Von Delius, companheiro de equipe de Rosemeyer, Stuck e Varzi. O teste foi feito em Monza (não se sabe extamente o ano, mas talvez em 1936) a pedido de Bernd.
Em seu livro "Rosemeyer!", escrito em 1989 junto de Chris Nixon, Elly conta como foi dar aquelas voltas na poderosa Type C: "Os mecânicos me empurraram. Era como uma corrida. Eu cuidadosamente pisei no acelerador e quinhentos cavalos de potência rugiram atrás de mim. No começo eu estava um pouco atordoada e levei uma volta para começar a encontrar o rumo. Milagrosamente, o monstro poderia ser conduzido lentamente. Não muito lentamente, é verdade - mas lentamente, e a caixa de câmbio foi muito fácil de lidar. Nas estreitas chicanes eu tive que ser muito cuidadosa para que a longa cauda, com seu motor traseiro, não ficasse na primeira esquina ! Céus, mas isto foi bom! “Oh Bernd,’ Eu pensei, ‘Se eu me arrastando com isso (Auto Union) me dá muito prazer, imagino que deve ser assim para você quando o está dirigindo tão rápido”
Apesar de andar com o Type C em baixa velocidade, Elly era acostumada a altas velocidades: ela foi aviadora dos 21 até os 72 anos, quando entregou sua licença em 1979.

domingo, 30 de setembro de 2012

Vídeo: GP da Itália, 1989

Décima segunda etapa do campeonato de 1989, o Autódromo Nacional de Monza abrigava mais uma vez o GP da Itália. Ayrton foi o pole (1'23''720), seguido por Gerhard Berger, Nigel Mansell e Alain Prost, que venceria a corrida. Berger e Boutsen completaram o pódio.
Senna abandonou na volta 44 com motor estourado; Piquet saiu na volta 23; Gugelmin abandonou na 14ª passagem e Roberto Pupo Moreno não passou da pré-qualificação.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O início de algo grandioso


Emerson comemorando o título de 1972, conquistado em Monza.
(Foto: Sutton Images)
Um país que tem cultura monoesportiva como o Brasil, é quase que impossível fazer com que o público goste de outro esporte que não seja aquele a qual estão acostumadas. O futebol sempre foi o esporte mais difundido, discutido, praticado e o título da seleção na Copa do México de 1970, só reforçou essa paixão. Algo mais do que normal. Na mesma época, um rapaz de costeletas longas e cheias, começava a traçar seu caminho numa categoria quase que desconhecida por aqui. Emerson Fittipaldi fez sua estréia na F1 em Brands Hatch; pontuou na corrida seguinte em Hockenheim; presenciou a morte de Jochen Rindt na Itália e conquistou a vitória que rendeu o título póstumo ao austríaco em Watkins Glen. No ano seguinte os problemas na Lotus o privaram de conseguir algo melhor, mas sempre esteve entre os primeiros. Em 1972 tudo parecia melhor: carro confiável, quatro vitórias e a chance de conquistar o mundial na Itália. Mas os azares de dias antes do GP italiano foram aos montes: carro destruído num acidente; mecânico ferido; combustível vazando horas antes de largar... Emerson conseguiu ir para a corrida e vencer a prova e o receio de algum outro problema que viesse acontecer. Emerson Fittipaldi, do alto dos seus 25 anos, era campeão mundial de F1.
O feito de Emerson se alastrou pelo país e era normal naquela altura ver pessoas, ainda que com alguma dificuldade, falar sobre a categoria tentar pronunciar nomes difíceis como Ronnie Peterson, Jackie Stewart, Colin Chapman, Clay Regazzoni, Jacky Ickx e outros. Os garotos se entusiasmaram e as pistas de kart passaram a ficar mais freqüentadas, cheias. A aparição de José Carlos Pace pouco tempo depois, só ajudou a colocar o Brasil no mapa do automobilismo mundial e ajudar a popularizar a F1 por aqui. As disputas com Stewart foram o ponto alto daqueles dias seguintes; o carro negro e dourado da Lotus era sinônimo de vitória e Emerson era um dos pilotos mais respeitados e temidos do grid. Um esforço que se iniciou em 1969 e agora estava sendo recompensado. 
Uma vez com o caminho aberto, foi fácil presenciar a ida de um piloto brasileiro para a F1: Ingo Hoffman, Alex Dias Ribeiro, Nelson Piquet, Roberto Pupo Moreno, Ayrton Senna, Mauricio Gugelmin e outros tantos até chegar aos dias de Massa e Bruno. O resultado subseqüente de tudo isso, após o segundo título de Emerson em 1974, foram mais outros seis mundiais e 87 vitórias.
E aquela última volta do GP da Itália de 1972 representou algo muito além do título de Emerson Fittipaldi: o Brasil também poderia fabricar pilotos tão bons quanto os de qualquer outra parte do mundo.

 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Os 90 anos do Circuito Nacional de Monza



Cartaz da primeira corrida disputada no Parque Nacional de Monza,
em 3 de setembro de 1922.


Os dias do automobilismo italiano eram os melhores na distante década de 20, mais precisamente no seu início. Ainda era uma época de reconstrução da Europa, que havia sofrido os horrores da Primeira Guerra Mundial, mas as competições tinham retornado de forma tímida em 1919 ao ser realizado a Targa Florio com a participação de 17 carros. Um bom número, diga-se, mas em sua maioria carros italianos. Os franceses que estavam na frente antes do estouro da Guerra, não estavam em condições financeiras para colocar seus carros em competições e muito menos apoiar pilotos privados. E isso se refletiu na organização de corridas, em especial o seu tradicional GP do ACF – ou GP da França, como queiram - que ficou engavetado até 1921 quando foi realizado no circuito de Le Mans. De certa forma, não foi um regresso muito feliz para o Automóvel Clube da França que esperava uma vitória caseira: Jimmy Murphy, pilotando um Duesenberg, aniquilou a concorrência francesa e marcou uma vitória histórica para o automobilismo americano por ser a primeira de um carro construído nos EUA a vencer na Europa.
Para os italianos, que estavam no encalço dos franceses desde o final da primeira década daquele século XX, o domínio no automobilismo europeu se deu exatamente na casa dos seus rivais em 1922, quando o GP da França foi disputado na pista de Estrasburgo. Apesar de ter sido uma corrida trágica, com a morte do sobrinho de Felice Nazzaro, Biaggio, que capotou seu FIAT após este ter um eixo quebrado – o mecânico que o acompanhava também morreu -, o seu tio conquistou uma importante vitória naquela corrida e dando à Itália a supremacia no automobilismo daquele continente que tanto ambicionavam.
Assim como seus rivais franceses as corridas na Itália eram disputadas em ruas ou estradas, mas comercialmente não eram vantajosas. Era preciso uma pista permanente e que desse ao público, e pilotos, a sensação de estarem num circuito de estrada. Dessa forma o Automóvel Clube de Milão conseguiu alugar, por 30 anos, uma parte do terreno que ficava nos jardins do Palácio de Monza junto ao estado e o plano era fazer um circuito naquele local em quatro meses para abrigar o GP da Itália, em setembro. As obras começaram em maio, com uma cerimônia que teve a presença de Felice Nazzaro e Vincenzo Lancia, ex-parceiros de FIAT e dois dos melhores pilotos italianos do início do século, que lançaram a primeira pá de pedras naquele circuito. A pista ficou pronta em agosto e os projetistas fizeram uma combinação de oval, com curvas altamente inclinadas, e um circuito que poderiam ser usados separadamente ou em conjunto formando um traçado de aproximadamente de 10 km. O GP italiano, em sua nova casa, também ofereceria prêmios em dinheiro, algo em torno de 500 mil liras para o vencedor.
A inauguração aconteceu em 3 de setembro com a presença de 200 mil espectadores – talvez nem todos pagantes, claro – e duas corridas para serem realizadas: o Grande Prêmio para carros pequenos (Gran Premio Delle Vetturette) e o Grande Premio da Itália (Gran Premio d’Itália). Para a corrida dos carros pequenos – ou Voiturettes – dos 23 inscritos, apenas nove alinharam para a corrida. As equipes da França e Inglaterra, prevendo um massacre italiano por parte da FIAT, não quiseram participar. Sendo assim, foi, de fato, um passeio dos FIATs comandados por Pietro Bordino que venceu a prova seguido por Enrico Giaccone, Evaio Lampiano, e Carlo Salamano.
O grid para o GP da Itália (que também foi o primeiro a levar a nomenclatura de GP da Europa), também teve um grid magro pelo mesmo motivo que deixou vazio o da prova anterior: a supremacia italiana. Dos 31 inscritos nove estiveram presentes nos treinos, mas apenas oito largaram já que Gregor Khun, piloto alemão da Austro - Daimler, morreu durante um teste. Apesar de a corrida ter ficado com apenas três carros na disputa nas últimas 28 voltas de corrida – de um total de 80 – o duelo entre Pietro Bordino e o velho Felice Nazzaro foi o ponto alto. Pierre de Vizcaya, piloto espanhol que estava no comando de um Bugatti T30, ainda teve fôlego para disputar com os FIATs dos dois ases italianos, mas um problema nas velas acabou com a sua remota chance de vitória. Mesmo com a sua experiência de muitos anos e com uma recente e aclamada vitória no GP francês, Nazzaro não conseguiu acompanhar o ritmo da nova estrela do automobilismo italiano Pietro Bordino que acabou por vencer a corrida após 5 horas e 43 minutos de corrida, terminando com duas voltas de avanço sobre Felice Nazzaro. Vizcaya ainda voltou para a corrida, fechando em terceiro com quatro voltas de atraso.
A inauguração de Monza acabou por ver uma troca de guarda entre gerações de pilotos, com o jovem Bordino a tornar-se o melhor piloto daquele país frente à Felice Nazzaro que também já havia sido um dos melhores. Curiosamente Bordino tinha iniciado a sua carreira em 1904 trabalhando como mecânico da FIAT diretamente nos carros de Vincenzo Lancia e Felice Nazzaro.
Ele havia aprendido bem a lição.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Foto 65: Lauda, 63 anos

Falar sobre Niki Lauda é, de imediato, relembrar do acidente que quase lhe tirou a vida em 1º de agosto de 1976, em Nuburgring. Mas deixemos de lado aquele dia. O bom mesmo é lembrar que, em 1975, do alto da sua juventude, Lauda dominou aquela temporada do jeito que bem quis: a bordo da Ferrari 312T ele destronou Regazzoni, marcou 9 poles, 2 melhores voltas, venceu 5 provas e levou o título de pilotos com uma prova de antecedência, conquistada em Monza. 
E hoje ele completa 63 anos de vida. 
Parabéns, Lauda!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Monza, 1967

Jim Clark concentrado antes da aula que aplicaria naquele GP italiano, disputado à 10 de setembro de 1967. Fiz um post sobre esta prova e é só clicar aqui para ler.

domingo, 4 de setembro de 2011

Grande Prêmio da Itália, 1982 - Vídeo

Semana que vem acontecerá em Monza a 13ª etapa do mundial de Fórmula 1. Para ir aquecendo fica o vídeo, completo, do GP da Itália de 1982 (15ª etapa) vencido por René Arnoux com um Renault:

terça-feira, 5 de julho de 2011

Foto 24: Slipstreamer

As retas de Monza proporcionavam algo especial para os pilotos, que era utilizar, em sua totalidade, o vácuo por toda extensão da pista italiana. Um conjunto de carros formando uma coluna para aproveitarem-se do vácuo, era popularmente chamado de Slipstreamer, algo como deslizar pelo vácuo. Na foto acima, tirada durante o GP da Itália de 1970, temos uma idéia do que é isto com Jackie Oliver liderando o pelotão, seguido por Clay Regazzoni, Jackie Stewart, Jacky Ickx, Denny Hulme, Rolf Stommelen e François Cevert. Esta foi  a prova em que Reggazoni conseguiu seu triunfo, 24 horas após a morte de Jochen Rindt.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Alguns circuitos nestes 60 anos de F1

Em 2008 Nick Heidfeld deu duas voltas no lendário Nurburgring com o carro da Sauber BMW, numa demonstração da grande fábrica para o público local. Foram belas imagens que fizeram os mais antigos lembrarem-se dos tempos em que a F1 corria por lá, e quando o velho autódromo recebia as mais importantes corridas no seu traçado original. Mas o vídeo também serviu para mostrar que, por mais que adoramos estes traçados desafiadores, infelizmente eles não cabem mais na filosofia da atual F1 que é de segurança total. Uma prova no velho Nurburgring seria excitante, mas imaginem um acidente ali, em uma das muitas curvas cegas do circuito? Certamente o resultado seria desastroso.
Rindt na Eau Rouge, 1970

A desafiadora Masta Kink

A Eau Rouge nos dias atuais

Os circuitos antigos eram desafiadores e perigosos e isso atraía muito, tanto os pilotos, como o público, fotógrafos. Correr em Nurburgring, Rouen, Silverstone, Zandvoort e em outros tantos circuitos eram extramente prazeroso e desafiador. Mas novas opções de circuitos, como o da Bugatti em Le Mans, não eram bem vindas. Esta pista construída no interior do famoso traçado das 24 Horas de Le Mans, não sobreviveu às críticas lançadas pelos pilotos em 1966 por causa do seu layout um tanto sem graça. A pista nunca mais voltou para a categoria, porém aquele modelo de traçado seguro com grandes áreas de escape era o modelo a ser seguido pelo autódromo do futuro.
Montjuich era maravilhoso, mas...

Jerez era insuportável e entediante. Mas ao menos nos deu a chance de ver um duelo dos bons entre Senna e Mansell em 1986... 

... e quase a sensação da morte, com o violento acidente de Martin Donnelly em 1990.

Monza, Monte Carlo, Spa Francorchamps e Silverstone são as únicas pistas ainda remanescentes desde a abertura do mundial, mas também tiveram que passar por algumas plásticas para sobreviver na categoria. Monza, conhecida por sua velocidade assombrosa, teve seu desenho original alterado em 1972 com a introdução de três chicanes por entender que as velocidades ali atingidas eram vertiginosas e perigosas. Com certeza o recorde de volta e média horária da prova em 71 acendeu a luz vermelha para a CSI tomar as devidas precauções com os trenzinhos formados pelos carros nas longas retas da pista italiana. Mais ou menos, como o caso de Monza, Silverstone também teve uma chicane cortando a maravilhosa Woodcote, que era feita com pé cravado. Mas a introdução desta chicane deixou a curva mansa, mas não menos desafiadora. Era legal ver os carros saltando ao beliscar as zebras desta chicane, mas também poderia causar um acidente e tanto como aconteceu em 81 quando Gilles Villeneuve saltou e aterrissou com o pneu de sua Ferrari furado, causando uma confusão danada para quem vinha atrás. Silverstone ainda passou por mais reformas nos anos 90, que deixaram a pista mais lenta e agora, recentemente, em 2010, passando a usar o traçado National, que fica na parte interna da pista eliminando a curva Bridge. Monte Carlo continua com o desenho quase fiel ao original, de 1928, ano da primeira prova realizada lá, porém não existe mais a curva do gasômetro (atual Rascasse e Anthony Nohges), a veloz chicane do porto e a antiga reta de chegada que ficava logo após a curva da Tabacaria, hoje cortada pelos esses da Piscina. Por mais que se discuta sobre o fato de não haver ultrapassagens, é ainda um belo lugar que ainda conserva toda a áurea do automobilismo de outrora. Quanto a Spa-Fraconcorchamps, este sofreu a o boicote de 1969 liderado por Jackie Stewart pelo fato do circuito de mais de 13Km não oferecer um pingo de segurança. Jackie sabia do que estava falando. Em 66 quase morreu ao derrapar na pista molhada indo bater numa casa, que ficava ao lado do traçado. Foi salvo antes que o carro pudesse pegar fogo. Spa tinha o layout do circuito perfeito: era formado genuinamente por estradas e eram poucas curvas. Se você se encanta atualmente com a Eau Rouge, a Masta Straight e Kink eram ainda mais hipnotizantes e letais. Masta Straight era feita de pé embaixo, porém com um aumento gradativo na dificuldade de curvá-la e ao chegar à Masta Kink a dificuldade aumentava ainda mais por ser um "S" feito de cano cheio. As condições metereológicas também variavam muito, como acontece até hoje. Podia estar seco um trecho e você mergulhar numa parede d'água mais à frente. Foi numa dessas que Jackie sofreu seu acidente em Spa. Arame farpado, colocado por fazendeiros ao redor de seus terrenos, eram tão comuns como os fardos de feno ladeando o circuito de Mônaco. Alan Stacey teve a cabeça arrancada quando seu Lotus passou por debaixo de uma dessas cercas, em 1961. Seguindo o exemplo de Nurburgring, Spa foi remodelada e em 1983 voltou a fazer parte do calendário da F1. Mesmo perdendo metade do traçado original, os engenheiros fizeram um ótimo trabalho deixando-a muito técnica.
O boicote à prova em Spa de 1969, abriu um caminho até então ignorado pelos pilotos que era a falta de segurança. Na cabeça deles, o que era totalmente comum, o acidente que aconteceu com o outro não iria acontecer com ele. Mais ou menos assim pensava Jackie Stewart antes do seu quase acidente fatal em Spa. Foi uma luta incessante que acabou surtindo algum efeito com a chegada de pistas mais seguras, como Nivelles e Zolder (que substituiram Spa), Interlagos, Anderstorp, Paul Ricard, apenas para citar algumas. Foram pistas que apareceram nos anos 70 já com a idéia de segurança bem visível a todos. Mas apenas Interlagos e Paul Ricard sobreviveram. Nivelles foi odiada pelos pilotos e mais tarde limpada do mapa. Zolder e Anderstorp ainda existem, porém não fazem mais parte do calendário da categoria, sediando apenas provas de categorias menores.
Falando em Paul Ricard, foi uma pena este circuito cair fora da F1. Mas os interesses políticos na França em levar a prova a um lugar distante com apenas uma via de acesso, sepultaram o belo circuito à beira da praia. Magny-Cours entrou no seu lugar em 1991 e o que tinha de bom, apenas, era o seu asfalto liso, sem nenhuma ondulação. De resto, era um estorvo e isso piorava se houvesse um engarrafamento ou até mesmo greve dos caminhoneiros, que parou a França nos anos 90. Paul Ricard, vira e meche, tem seu nome dito para voltar a receber a F1 no futuro. Até seria fácil, pois Bernie Ecclestone é o dono do circuito. Mas até agora nada e a França continua sem o seu GP desde 2009. E olha que o país cedeu para a F1 ótimas pistas no passado como Reims, Clermont Ferrand (lindíssimo circuito), Rouen e Dijon Prenois.
 
Paul Ricard era um lugar genial para a F1, com boas provas e a Mistral Straight sendo a grande vedete da pista...



 
... mas os interesses politicos deixaram ela de lado para dar chance à Magny Cours, à partir de 1991

Aqui no Brasil, Interlagos é o único que tem condições reais de receber a F1, mas suas instalações são antigas e o paddock apertadíssimo. Jacarepaguá era outra boa opção, isso se os políticos do Rio não tivessem mutilado-a em prol aos jogos Pan-americanos e Olimpíadas de 2016. Daqui alguns anos, o resto da pista, deixarão de existir de vez. Uma pena. Um pouco mais abaixo, a Argentina também deixou de sediar provas da F1 por falta de dinheiro, mas a pista de Oscar Galvez não era mais tão interessante assim quando retornou em 1995 ficando até 98 sem empolgar ninguém. Atualmente os "hermanos" tem o circuito de San Luís que é simplesmente genial, feito à beira mar lembra um pouco o de Bathurst, na Austrália, e é muito seletivo. Ah, e a beleza do local coloca a pista de Abu Dhabi e Cingapura no bolso. Bom, isso não é tão difícil, convenhamos. Ímola também era sensacional, mas os eventos de 1994 desfiguraram a rápida Tamburello e a Villeneuve.
Atualmente as pistas, em geral, estão providas de chicanes e áreas de escape extremamente extensas. A caixa de brita quase não existe mais em lugar algum, o que deixa o piloto mais avontade para tirar o máximo de seu carro. Caso erre, o asfalto no lugar das velhas britas, o salvarão. Isso foi muito importante, por exemplo, com Hamilton quando quase bateu rodas com Alonso em Interlagos, na decisão de 2007. Ele escapou na curva do lago e se tivesse brita, teria encalhado. Talvez fosse melhor ter acontecido isso, pois acabou passando uma baita vergonha ao apertar o neutral ao passar na mesma curva e dar adeus de vez, às suas já remotas chances de título. Circuito que é um bom exemplo em áreas de escapes é o se Sepang, na Malásia. Extensas e com britas em boa parte, desacelera o carro caso este saia direto. Mas também não há como se sentir atraído quando os carros contornam curvas rápidas com os guard rails bem perto. Suzuka ainda nos proporciona isso quando os carros fazem aquelas sessões de Esses quase de pé embaixo.
As curvas velozes também mudaram um pouco, mas ainda oferecem algum perigo. Na F1 estas curvas foram caçadas como bruxas e sinceramente, hoje existem apenas duas: Eau Rouge em Spa e a 130R em Suzuka. A Eau Rouge já foi mais discutida e até ameaçada e ser cortada por uma chicane. Isso acabou acontecendo em 94 na febre de segurança que se espalhou após o 1º de maio. A chicane foi instalada no pé da curva a fim de diminuir a velocidade altíssima que alcançaria ao chegar ao topo. Fora isso, sempre foi o grande desafio da F1 moderna para ver quem poderia fazê-la de pé cravado. Nunca mencionaram quem conseguiu o tal feito, mas digo que alguns acidentes naquele ponto foram assustadores: Zanardi em 93; Jacques Villeneuve 98 e 99; Ricardo Zonta 99 foram os mais famosos. Ainda sim, principalmente nos acidente de Villeneuve e Zonta, os muros estavam mais longe. Zanardi não teve a mesma sorte e por pouco não morreu ao seu carro bater forte no guard rail interno para depois, rodopiando, ir parar do outro lado. Bellof, em 1985, durante os 1000Km de Spa perdeu a vida ao bater de frente no muro de concreto no início da curva.
A 130R em Suzuka também é fascinante e um tanto menos perigosa quanto a Eau Rouge. Mas isso não sugere que o piloto vá fazê-la sem o mínimo cuidado. Ela é feita de pé cravado girando levemente o volante para a esquerda, mas se colocar uns dos pneus pra fora do traçado pegando sujeira ou entrar de modo errado, é muro na certa. Mais ou menos assim foi o que aconteceu com Allan Mcnish na classificação de 2002, quando o inglês escapou com tudo e a sua Toyota simplesmente atravessou o guard rail. Ele não sofreu nada, mas não pode participar da corrida no domingo. E assim como a Eau Rouge, o piloto tem que ser corajoso para efetuar uma manobra ali. Alonso o fez com perfeição ao pegar Schumacher por fora em 2005.
Nos anos 2000 a F1 visitou novos lugares em busca de novos horizontes, deixando um pouco a Europa que estava à caça da publicidade de cigarros que com o tempo, desapareceu da F1, menos a Marlboro, que ainda apóia a Ferrari sem expor seu nome, mas disfarçada como código de barras. Malásia, China, Bahrein, Cingapura, Abu Dhabi, Turquia e Coréia todos eles feitos por Hermann Tilke, sã exemplos de como a F1 está hoje mais interessada no dinheiro do que na qualidade das pistas. De todas essas, excluo apenas a da Turquia que foi o único acerto de Tilke. É uma boa pista com trechos velozes e a curva 8 que, tendo três pernas, leva o piloto a um grande desafio ao contorná-la. As outras pistas, juntando todas, não formam uma que preste. E o problema pode aumentar nos próximos anos, quando a F1 vai visitar pela primeira vez a Índia em 2011, Rússia em 2014 e tentar conquistar os EUA de novo em 2013 com a pista que será feita em Austin.
Sobre os EUA, não é de hoje que a F1 tenta, em vão, conquistá-los. Isso até ocorreu entre os anos 60 e 80, quando a categoria se estabeleceu em Watkins Glen e depois em Long Beach. Glen ficou de fora a partir de 1981 por estar já ultrapassado e os proprietários não terem dinheiro para fazer as reformas pedidas pela FISA. Long Beach foi dinheiro, afinal Ecclestone queria mais e Chris Pook, então organizador da prova não quis liberar mais dinheiro ameaçando o velho de Bernie se caso pedisse mais dinheiro, ele acertaria com a CART. O que se deu, no final, foi que a F1 ficou sem sua casa e passou a vaguear pelos EUA sem um lugar certo. Dallas, Phoenix, Detroit passaram pelo calendário sem entusiasmar. Quando as coisas poderiam dar certo, com um remendo de Monza com Hungaroring feita no Indianápolis Motor Spedway, a F1, na sua guerra de pneus, deu um tiro no próprio pé ao realizar a famosa prova de 2005 com apenas 6 carros. Realizou a prova de 2006 e de lá para cá, nunca mais foi realizada. É um tanto tontos, afinal os EUA possuem ótimas pistas, como o Road America, Road Atlanta, e a fabulosa Laguna Seca que poderiam, e muito bem, sediar uma prova do campeonato mundial. No meu ver, seria um sucesso.
A F1 continuará pelos próximos anos a sair cada vez mais da Europa. E isso, infelizmente, nos privará cada vez mais de vermos ótimas pistas, como Estoril, Brands Hatch entre outras ficarem de fora por opções menos interessantes e mais longe para público, pilotos e equipes. É a nova era da F1.


domingo, 12 de dezembro de 2010

Emerson Fittipaldi, 64 anos

Hoje Emerson Fittipaldi completa 64 anos de uma vida muito bem vivida e emocionante. Como não tive tempo algum para escrever algo sobre o mestre, deixo para vocês um vídeo da prova de Monza de 1972 quando ele venceu a prova e o campeonato mundial após as desistências de Jackie Stewart e Jacky Ickx, seus rivaus diretos na briga pelo título. O vídeo tem apenas o som natural da prova, sem narração alguma.

domingo, 5 de setembro de 2010

GP da Itália, 1971

Ronnie Peterson (March), Peter Ghetin (BRM), François Cevert (Tyrrel), Howden Ganley (BRM) e Mike Hailwood (Surtees) travaram um duelo dos melhores nas voltas finais do GP da Itália, disputado em Monza. Utilizando o vácuo dos adversários, este cinco se revezaram na liderança do GP na últimas voltas e na volta final Peterson ultrapassou Cevert na entrada da Parabólica, mas como de costume, acabou derrapando um pouco para fora da curva deixando a parte de dentro para Ghetin emparelhar com e ele e vencer a prova por míseros 10/1000!
A diferença entre ele e Ganley, quinto colocado, foi de 0''61/10 e de quebra havia sido a prova mais veloz da história com a média de 241,61 Km/h, superado 32 anos depois por Schumi que venceu em Monza 2003 com a média de 247,58 Km/h. De se destacar que em 71 foi o último ano da prova no traçado original. A partir de 72 a pista recebeu as chicanes no final da reta dos boxes e o "S" na curva Ascari, dimunuindo assim sua velocidade alucinante.
Abaixo o resumo deste GP com áudio natural, sem narração:

Foto 1039 - Bernd Rosemeyer, Roosevelt Raceway 1937

  (Foto: Adam Gawliczek)  Um momento de descontração antes do embate dos europeus vs americanos pela 13ª edição da Vanderbilt Cup, realizada...