No grid de largada para o GP da Austrália de 2000 havia três jovens estreantes, mas dois desses, em especial, carregavam uma futura esperança que as suas nações automobilísticas depositavam neles: o inglês Jenson Button e o alemão Nick Heidfeld. O terceiro debutante era o argentino Gaston Mazzacane. Com relação a Luciano Burti, este fez apenas a corrida da Áustria pela Jaguar em substituição a Irvine que estava doente, então não cabe como análise esta sua única participação em 2000.
Os dois primeiros eram jovens e velozes e tinham um destino que, suas respectivas nações, acreditavam que eles eram os salvadores da pátria. Para Jenson significava levar a Inglaterra ao topo da F1 novamente, que já que estes não tinham um piloto de classe desde a aposentadoria de Nigel Mansell e que Damon Hill, mesmo vencendo o mundial de 96, nunca tinha inflado a torcida como nos tempos do “Leão”. Já para Nick, este era apontado como o sucessor natural de Schumi quando este aposentasse e suas qualidades mostradas em duas belas temporadas na F3000 (vice em 98 e campeão em 99) e sendo assistido pela Mercedes, tanto que foi piloto de testes da Mclaren nestes dois anos, deixava a crítica alemã totalmente certa que ali estava a figura de um campeão. Mazzacane não teria grandes aspirações, pois era o mais velho dos três e seu currículo pré-F1 não empolgava multidões.
Destes três Button, então com 20 anos, tinha sido o mais privilegiado ao estrear pela Williams que estava se reestruturando com a chegada da BMW para o fornecimento de motores. Ele também teria como companheiro Ralf Schumacher, que por mais que fosse jovem também, apenas 24 anos, tinham já em suas costas três temporadas completas e de alguma forma isso seria um grande aprendizado para o inglês. Ele teve sua idade questionada quanto a pouca experiência em monopostos, que era resumida a dois anos de F-Ford (98) e F3 (99) todas na Inglaterra, mas isso dissiparia no decorrer do daquele mundial. Heidfeld, com 23 anos, foi correr na Prost Grand Prix sendo talvez uma péssima escolha e teria a companhia do veterano Jean Alesi. Gaston estava na Minardi e como todos sabem a equipe não tinha muito a oferecer-lhe, a não ser experiência em corridas de F1.
Mazzacane só fez figura durante aquele ano e foi superado com facilidade pelo seu companheiro Marc Gené. Das 17 provas daquele ano, largou treze vezes em último
Passados dez anos, Button e Heidfeld tiveram suas carreiras quase que esquecidas dentro da categoria, simbolizando um fracasso do que poderiam ter conseguido com o talento que os reservava. Jenson passou pela Renault em 2002, esquentando lugar para Fernando Alonso, e em 2003 desembarcou na mutante BAR (que mais tarde tornar-se-ia Honda, BrawnGP e agora MercedesGP) onde viveu o céu e o inferno. Ótimas temporadas em 2003, 04 e uma mediana em 2005. Em 2006, ano que a equipe se tornou Honda, venceu na Hungria mas o campeonato foi complicado e pioraria ainda mais nos dois anos seguintes. A estréia arrasadora do seu compatriota Lewis Hamilton em 2007, deixou Button ainda mais esquecido entre fãs e imprensa britânica. A sorte lhe sorriu quando a Honda saiu e deu lugar a BrawnGP, onde conseguiu o seu campeonato mundial em 2009. Heidfeld sempre foi discreto e mesmo sendo mais rápido que seus companheiros desde a sua entrada na Sauber em 2001, sempre ficou para trás os vendo conquistar vitórias e títulos, Foi assim com Kimi Raikkonen em 2001 e Massa em 2002, superou-os com tranqüilidade, mas ficou pelo caminho quando estes foram para equipes melhores, com Raikkonen indo para a Mclaren em 2002 e Massa saindo para ser piloto de testes na Ferrari e voltando em 2004 pela Sauber muito mais experiente. Nick ainda correu pela Jordan em 2004 e pela Williams em 2005, onde obteve até hoje seu melhor resultado geral na categoria ao marcar a pole para o GP da Europa em Nurburgring. Voltou para a Sauber em 2006 e assim como em outros tempos, foi suplantado por Kubica que estava muito melhor que ele nos dois últimos anos da associação BMW Sauber. Sem emprego, foi ser piloto de testes da Mercedes e neste segundo semestre, foi escolhido pela Pirelli para testar seus pneus que serão usados em 2011.
Mazzacane ainda correu 4 provas pela Prost Grand Prix em 2001. Depois saiu da F1 e vagueou por outras categorias, entre elas a já extinta ChampCar e a Fórmula Truck brasileira, atualmente corre em categorias do seu país natal, a Argentina.