Após três semanas de ausência no cenário automobilístico, a
F1 retomou seus trabalhos na em Barcelona para a disputa do GP espanhol.
Esperava-se um confronto mais direto entre a Mercedes e Ferrari, principalmente
pelo que foi visto nas últimas quatro corridas onde a equipe italiana esteve no
encalço dos alemães, conseguindo até uma vitória na Malásia com Vettel e boas
atuações do mesmo e de Kimi Raikkonen na última corrida. Mas a Mercedes ficaria
de braços cruzados frente a essa evolução da Ferrari? Certamente não. Afinal de
contas, estamos falando de uma equipe que aniquilou a concorrência em 2014 sem
piedade alguma.
Apesar de uma largada bem melhor de Vettel sobre Hamilton, ficou
claro que alguma vantagem a Mercedes tinha na manga ao vermos que Rosberg
estava com voltas extremamente velozes no início do GP e em pouco tempo, tinha
aberto quase toda a reta dos boxes de distância para Sebastian, que estava com
Hamilton na sua cola. Lewis pareceu um pouco apático nas duas vezes que estava
atrás do piloto da Ferrari, sempre dizendo que era impossível aproximar-se de
Vettel para tentar uma manobra. Até que conseguiu chegar perto, mas as
tentativas nunca aconteceram e enquanto ele se matava na terceira posição, Nico
continuava tranquilamente na ponta da corrida que perdeu apenas nas suas
paradas de box.
Porém, após a sua segunda parada de box, é que veio a grande
cartada de Hamilton: com pneus duros, conseguia andar até dois segundos mais
rápido que Vettel – ele rodava na casa de 1’29-1’30, enquanto que Sebastian
ficava na casa de 1’31-1’32 – e a diferença foi despencando até que o alemão
foi para os boxes fazer a sua segunda e última parada. Com um ritmo tão bom que
apresentava, após um belo par de voltas com aqueles pneus duros, até a hipótese
de ir ao fim da corrida com aqueles compostos podia ter sido considerada, mas o
terceiro pit-stop foi feito – como era esperado – e Lewis conseguiu voltar com
três segundos de vantagem sobre Vettel, que em poucas voltas aumentou para
sete, depois dez... até chegar aos 45 segundos finais. Uma lavada que pouca
gente considerava após quatro corridas bem interessantes realizadas no outro
lado do mundo.
Apesar de Sebastian Vettel achar que os tráfego o prejudicou
na tentativa de garantir a segunda colocação, creio que seria muito difícil
segurar Lewis devido a performance que este teve hoje. Para Nico Rosberg, que
vinha tendo um desempenho bem abaixo do esperado, foi uma prova revitalizante
para suas pretensões no mundial e com a próxima corrida sendo num lugar que ele
costuma se dar bem – GP de Mônaco – tende a ser uma oportunidade de ouro para
que possa sair dessa pequena fase européia com ânimo ainda mais elevado.
Por mais que esta prova de Barcelona não tenha sido a melhor
das cinco disputadas até aqui, serviu apenas para mostrar em que passo se
encontra a Mercedes. Pode ser também que a pista tenha ajudado, mas vale
lembrar que todas – ou quase – equipes levaram atualizações para esta corrida e
a Mercedes só não fez o que quis por completo porque Hamilton passou uma parte
do GP encaixotado em Vettel.
Mas a próximas provas nos darão uma real sensação se a
Mercedes está andando apenas em 60% da sua capacidade técnica – como foi dito
no paddock espanhol neste fim de semana – e caso seja isso, eles poderão usar
os 40% restantes a qualquer momento. E na corrida de hoje, a julgar pelo
desempenho do seu duo, usaram esta sobra... ou apenas um pouquinho dela.