Diego Trindade assina os textos no Blog do Trindade e por um bom período, foi o editor chefe da saudosa Revista Speed.
Hoje é ele que quem comandas as ações aqui, ao falar um pouco do GP do Brasil de 2006.
Grande Prêmio do Brasil 2006
"Nunca fui ao autódromo para acompanhar a um Grande Prêmio.
Este ano, mais uma vez, havia esboçado uma possível ida ao GP do Brasil; porém,
nada feito. Percebi que precisava ter me organizado um pouco mais cedo e contar
com mais dinheiro, digamos que $$$$.
Em 2013 eu havia ganho um ingresso da patrocinadora da
Sauber para assistir ao GP. Não me desfazendo, mas era o setor G e não cobriam
as despesas com viagem e hospedagem. A verdade é que a empresa não conseguiu me
enviar os ingressos a tempo para a corrida. Um atendente me ligou dizendo:
“Diego, o ingresso está em minhas mãos. Se enviarmos para você, não chegará a
tempo. O que eu faço?”. A minha vontade era de responde: “Coloque fogo!”.
O título de 2013 já havia sido decidido em favor de
Sebastian Vettel e a corrida nem foi tão emocionante assim. Não perdi muita
coisa.
Mas o GP de alguns anos antes, em específico 2006, esse sim,
esse foi emocionante.
Felipe Massa havia ganho uma vaga de titular ao lado do
heptacampeão Schumacher. O então garoto teria de aprender muito e colaborar no
que fosse com o alemão. Em especial no 35º GP do Brasil, Felipe Massa poderia
ter tido um papel importante na disputa, quase decida, do título daquele ano.
Isso porque Schumacher se encontrava 10 pontos atrás de Alonso na última
corrida.
Assim que os carros saíram dos boxes no Q3 da qualificação,
Schumacher teve um problema em sua Ferrari. Não recordo ao certo o que era, fiz
questão de não procurar. Lembo-me que durante a qualificação, estava junto com
um amigo meu, naquilo que seria o “sótão” da casa de seu avó. Estávamos jogando
algum game de 64 bits; Atari, se não me falha a memória. Por algum motivo,
sabe-se lá qual, eu torcia desenfreadamente para o Barrichello, enquanto o Léo,
meu amigo, torcia de mesmo modo para o Massa. Se tivéssemos apostado, Léo teria
ganho.
A verdade é que durante todo esse tempo acompanhando a
carreira do Massa na Ferrari, poucas vezes vi ele andar como naquela corrida.
Não pela disputa ou pela competitividade, mas sim pelo domínio exercido. Ok,
naquela altura do final de semana a concorrência não era muito forte, mas o
controle que Massa exerceu foi excepcional.
Até então, poucas vezes eu havia visto um brasileiro vencer
uma corrida; uma com o Massa, GP da Turquia, e umas duas com o Barrichello. Imginem
ver um brasileiro vencer em casa, 13 anos depois do grandioso Senna? Sem contar
que dois anos antes havia visto a tentativa frustrada de Barrichelo.
A corrida foi marcante. Não houve grandes duelos entre os
pilotos, porém dois se destacaram: a dupla da Ferrari. Schumaher em sua última
grande oportunidade da carreira, deu um show sem igual; desde a largada, até
mesmo no “toque” com Fisichella, ele vindo passando todo mundo lá de trás e… o
mais legal: a ultrapassagem onde foi espremido por Raikkonen no “S do Senna” a
três voltas do fim.
O outro, claro, foi Felipe Massa. O brasileiro “só” venceu a
corrida de ponta a ponta. Após a bandeirada, pegou a bandeira brasileira e fez
a “volta da vitória”; foi para emocionar qualquer um.
Para fechar a conta, pódio com vitória do Brasil, Hino
Nacional e macacão verde a amarelo.
Menção Honrosa: GP do Brasil de 2008
Eu admito. A tensão foi maior durante a corrida de decisão
do título de 2008. Convenhamos, já havia visto um brasileiro vencer em casa
dois anos antes. Imaginem agora: ver um brasileiro vencer a corrida de casa, na
chuva, e ainda levar o título mundial depois de 17 anos? Esse teria sido o
melhor GP do Brasil de todos se não tivesse acontecido o que aconteceu 20
segundo após Massa ter cruzado a linha de chegada ."