segunda-feira, 26 de maio de 2014

GP de Mônaco – Na Mosca

(Foto: Reuters)
Para os que acompanham a F1, a vitória de Hamilton em Barcelona significava praticamente um check-mate nas pretensões de Rosberg para o título. Um pouco cedo para essa colocação, mas havia quem indicasse isso principalmente por Nico ter tentado de todas as formas superar Lewis nas corridas, especialmente no Bahrein e Espanha. Mas o GP de Mônaco teve uma reviravolta, onde as coisas voltaram a se equilibrar e que daqui em diante tende a ficar mais tensa.
O erro de Rosberg na classificação deflagrou um mal estar na equipe. Não por culpa do alemão, mas sim por causa da personalidade de Hamilton que encarou aquele lance de seu companheiro como proposital. Como escrevi no texto do último sábado, a manobra de Nico foi normal: ou ele passava reto, ou se estatelava na barreira de pneus. Sem contar que ele não teve nenhum acontecimento no passado que pudesse levantar suspeitas.
Isso levou Hamilton a cometer um erro em encarar essa situação como a que acontecera com Prost/Senna há mais de 25 anos. Vale lembrar que aquela era uma condição que ia muito além da equipe e pista. Havia o fator extra-pista que contribuiu muito para endossar aquela batalha que culminou nos dois acidentes de Suzuka. O momento atual é totalmente diferente. Sim, existe uma rivalidade por estarem com o melhor carro e não ter ninguém nessa disputa, mas querer resolver as coisas "A lá Senna" é um exagero total. Lewis devia ter guardado isso como uma motivação a mais para tentar superar Nico na pista com o seu inegável talento. Reclamou tanto que a até mesmo o possível cisco em um dos olhos, que tirou dele uma parte do rendimento dele, serviu de chacota.
Para Nico Rosberg a sua falha na volta veloz do sábado acabou sendo benéfica, uma vez que, mesmo sem querer, tirou o foco de Lewis deixando-o fora de seu controle normal. E como todos sabem, Hamilton costuma errar nestas condições.
O desenrolar dessa crise na Mercedes ainda vai render até a corrida do Canadá, mas Rosberg já colocou uma certa pressão no então reino feliz de Hamilton.

A corrida
(Foto: AFP)
Como em todo santo ano, há aqueles que sempre xingam a pista cravada em Cote D'Azur por não oferecer um lugar decente para ultrapassagens. O que mais me deixa satisfeito, como um fã daquela pista, é que alguns caras arrumam espaço para tal manobra: Sutil conseguiu uma par de ultrapassagens, não na mesma quantidade que conseguira em 2013, mas fez a sua parte. Mostrou que, tendo coragem e confiando amplamente no cara que vai a frente, dá para ultrapassar em Mônaco. Precisam apenas de coragem e boa vontade.
Ricciardo voltou a ser o melhor do resto e conseguiu andar no mesmo ritmo da Mercedes, ao menos na parte final. Mas o seu desempenho e de Vettel foi importante para mostrar uma certa proximidade da Red Bull para com os Mercedes, ao menos neste tipo de circuito.
Para a Ferrari restou contentar-se com a quarta colocação de Alonso, que teve problemas elétricos no início da prova. Raikkonen foi formidável na largada ao sair de sexto para quarto e depois subir para terceiro após a saída do SC. Quando parecia que Kimi lutaria pelo terceiro lugar com Ricciardo, um toque com uma das Marussias furou um dos pneus de seu Ferrari o jogando para o pelotão intermediário. Ao menos ele está bem próximo de Alonso neste momento.
De se destacar o sétimo lugar de Massa que fez uma prova de estratégia arriscada ao usar os pneus macio por um longo tempo, e só substituí-los após a saída do segundo SC. Alguns abandonos a sua frente o ajudaram a ganhar posições - inclusive o abandono de Bottas - e colocar um ponto final em uma sequência de azares. E claro que o resultado mais festejado foi o de Bianchi que levou a Marussia aos primeiros pontos na F1 e dele também. Fato que ficou ameaçado após um segundo Drive Through que levara por ter cumprido um outro DT durante o SC. Um oitavo lugar que também salva, e muito, o orçamento da Marussia.
Montreal verá, além desse duelo intenso entre Hamilton e Rosberg, uma possível aproximação de Red Bull e Ferrari que levarão para lá atualizações.

sábado, 24 de maio de 2014

GP de Mônaco - Classificação - 6a Etapa

Ultimamente não tem sido difícil adivinhar como será o grid de largada frente ao domínio solitário da Mercedes com seus dois pilotos. Assim como nas outras provas, Rosberg e Hamilton se degladiaram pela busca da pole que terminou à favor do piloto alemão numa manobra que está gerando uma série de discussões.
Por outro lado, apesar deste domínio prateado, foi possível ver uma aproximação da Red Bull com relação aos carros da Mercedes tendo em Ricciardo o seu melhor piloto a cerca de três décimos pior que a marca de Rosberg. Um avanço considerável para uma equipe que tem tomado cerca de 1 segundo nas classificações e tendo como posto de segunda melhor equipe do campeonato. Mas vale lembrar que o RB10 é mais aerodinâmico e isso facilita um pouco numa pista que exige muita carga aerodinâmica. E novamente Daniel a colocar tempo em Vettel. E aí fica a curiosidade de quando eles acertarem, se a ordem continuará a mesma.
A Ferrari também mostrou uma proximidade, mas da Red Bull. Alonso e Raikkonen até que mostraram uma certa força, mas o melhor balanceamento dos Red Bulls ficou evidente e jogou o duo ferrarista para a terceira fila. Em certo momento foi possível ver Fernando e Kimi lutarem na mesma casa decimal pela melhor posição. Será interessante essa batalha caseira.
Destacar o bom trabalho dos pilotos da Toro Rosso, com Vergne saindo em sétimo e Kvyat, que nunca tinha corrido numa pista de rua, chegar ao Q3 e largar em nono. Magnussen colocou tempo em Button mais uma vez, e sairá em oitavo enquanto que o inglês ficou em 12o.
Massa teve sua dose de azar ao ser acertado por Ericsson na entrada da "Mirabeau" no final da Q1, no momento em que ele havia dado espaço para o piloto sueco e este, muito mais rápido, errou e bateu no Williams. Felipe sairá em 16o e Bottas em 13o. Um dia não muito produtivo para o Tio Frank.

Sobre o incidente de Rosberg
Olhando as imagens, fica claro que Rosberg cometeu um erro na descida para a "Mirabeau" e, para não bater, preferiu escapar para área livre que existe naquele ponto. Com as bandeiras amarelas acionadas naquele lugar, Hamilton teve que tirar o pé em seguida abortaria a volta que podia lhe dar a pole.
Fica difícil julgar algo, mas a primeira vista ele veio muito rápido e assim que apontou naquela reta totalmente irregular, ele começou a "brigar" com o volante. Certamente bateria de frente e por isso preferiu jogar para a esquerda.
Li algumas opiniões onde alguns condenavam e outros defendiam Rosberg. Se a manobra tivesse sido feita por Alonso ou Vettel, teria uma unanimidade a favor de uma pilantragem. Mas vindo de Rosberg, a dúvida ficou instalada. Se Nico optou por dar uma sacaneada, ele foi muito mais esperto que Schumacher que atravessou a Ferrari na Rascasse em 2006 para que Alonso não tomasse a sua pole. Mas acredito que Nico não tenha feito isso. O erro vem desde o início do trajeto, após a saída do cassino.

O que esperar da prova?
Creio que será uma batalha tensa entre os dois Mercedes após estes acontecimentos e isso dará aos que vem atrás, uma chance de aproveitar um possivel entrevero dos dois prateados. Em condições normais, creio numa vitória de Rosberg, acompanhado por Hamilton e Vettel.

Resultado 
Grid de largada para o Grande Prêmio de Mônaco 
6ª Etapa

Pos Piloto                Equipe                  Tempo       Dif    
 1. Nico Rosberg          Mercedes              1m15.989s         
 2. Lewis Hamilton        Mercedes              1m16.048s  +0.059s
 3. Daniel Ricciardo      Red Bull-Renault      1m16.384s  +0.395s
 4. Sebastian Vettel      Red Bull-Renault      1m16.547s  +0.558s
 5. Fernando Alonso       Ferrari               1m16.686s  +0.697s
 6. Kimi Raikkonen        Ferrari               1m17.389s  +1.400s
 7. Jean-Eric Vergne      Toro Rosso-Renault    1m17.540s  +1.551s
 8. Kevin Magnussen       McLaren-Mercedes      1m17.555s  +1.566s
 9. Daniil Kvyat          Toro Rosso-Renault    1m18.090s  +2.101s
10. Sergio Perez          Force India-Mercedes  1m18.327s  +2.338s
11. Nico Hulkenberg       Force India-Mercedes  1m17.846s  +1.492s
12. Jenson Button         McLaren-Mercedes      1m17.988s  +1.634s
13. Valtteri Bottas       Williams-Mercedes     1m18.082s  +1.728s
14. Romain Grosjean       Lotus-Renault         1m18.196s  +1.842s
15. Pastor Maldonado      Lotus-Renault         1m18.356s  +2.002s
16. Felipe Massa          Williams-Mercedes                        
17. Esteban Gutierrez     Sauber-Ferrari        1m18.741s  +1.184s
18. Adrian Sutil          Sauber-Ferrari        1m18.745s  +1.188s
19. Jules Bianchi         Marussia-Cosworth     1m19.332s  +1.775s
20. Max Chilton           Marussia-Cosworth     1m19.928s  +2.371s
21. Kamui Kobayashi       Caterham-Renault      1m20.133s  +2.576s
22. Marcus Ericsson       Caterham-Renault      1m21.732s  +4.175s*

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Vídeo: Indy 500, 1988

Mais um vídeo das 500 Milhas de Indinápolis, desta vez o da edição de número 72 da prova que foi disputada no dia 29 de maio de 1988 e viria a coroar Rick Mears pela terceira vez em sua carreira como vencedor da corrida. Emerson Fittipaldi fechou em segundo e Al Unser Sr. em terceiro.

Foto 345: Mônaco, 1967

Jim Clark controlando a saída de sua Lotus 33 durante o GP de Mônaco de 1967. Atrás do piloto escocês, Dan Gurney e sua bela Eagle Weslake. Nenhum dos dois viria a completar a prova: Gurney abandonou com problemas no sistema de combustível na quarta volta e Clark com problemas de transmissão na 42ª volta.
A vitória ficou com Denny Hulme, seguido por Graham Hill e Chris Amon.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Foto 344: Peterson Ericsson

Confesso ser avesso a essa história de pilotos trocarem de capacete a toda corrida. Sou da velha escola, onde os capacetes eram a identidade deles na pista e de longe ficava fácil reconhecê-los. Hoje em dia é uma dificuldade imensa em saber quem é quem nos carros. E o pior é que nem sempre é um belo design...
Mas se é pra fazer essa mudança, que faça algo útil. Em Mônaco tem sido clássico vermos os pilotos saudando os pilotos do passado, como Raikkonen usando um casco com o design que foi usado por James Hunt ou de Vergne, que homenageou François Cevert ano passado quando completava 40 anos da morte do piloto francês. Dessa vez quem homenageia um dos botas do passado é o suceo Marcus Ercisson, que usará um capacete com o mesmo layout que fora usado por Ronnie Peterson.
Nem precisa perguntar se ficou bonito, não é mesmo? Apesar de andar na Caterham, que o velho Ronnie inspire o garoto... Uma bela homenagem numa altura em que completa 40 anos da vitória de Peterson em Mônaco, no já distante ano de 1974.

GP de Mônaco - Treinos Livres - 6ª Etapa

Lewis Hamilton: "Foi ótimo. Fiquei realmente surpreso que as coisas tenham começado tão bem. O carro está incrível, e vamos dando um passo de cada vez
"A pista também é incrível. O carro tem um comportamento que é bem melhor que tinha aqui no ano passado, em minha opinião"

Daniel Ricciardo: “Ainda é cedo, mas acho que se conseguirmos acertar tudo, podemos desafiar no sábado
“Sempre. Ainda é cedo, mas parece que estamos por perto deles. Então com algumas pequenas mudanças nas próximas 24 horas e eu acho que no sábado, se conseguirmos tudo como queremos, aí vamos dar trabalho"

Sebastian Vettel: “Nós potencialmente estamos um pouquinho mais perto aqui, mas, no momento, é tudo um chute. Acho que a grande vantagem nesta pista é que aqui não tem tantas retas, mas vamos ver
“Não fizemos muitas voltas aqui, mas pareceu bom. Foi limitado em termos do que conseguimos aprender, mas acho que melhoramos um pouco o carro, ao menos foi o que pareceu nesta manhã
“Acho que se existe uma chance, temos que aproveitá-la”


Felipe Massa: "Hoje foi um dia difícil. Tive alguns problemas na manhã, com o sensor da unidade de força, o que limitou meu limite de voltas ou pelo menos o quanto pude forçar
"À tarde, estava molhado, então, só saí no fim da sessão, e sofri com o trânsito. O carro está rápido, Valtteri mostrou isso. A classificação, no sábado, será muito importante"

Resultado dos dois treinos livres em Monte Carlo
1º Treino Livre
 
Pos Piloto                Equipe                     Tempo      Dif    Vol
 1. Lewis Hamilton        Mercedes                 1m18.271s           32
 2. Nico Rosberg          Mercedes                 1m18.303s  +0.032s  31
 3. Daniel Ricciardo      Red Bull-Renault         1m18.506s  +0.235s  37
 4. Fernando Alonso       Ferrari                  1m18.930s  +0.659s  31
 5. Sebastian Vettel      Red Bull-Renault         1m19.043s  +0.772s  33
 6. Kimi Raikkonen        Ferrari                  1m19.467s  +1.196s  31
 7. Valtteri Bottas       Williams-Mercedes        1m19.494s  +1.223s  31
 8. Sergio Perez          Force India-Mercedes     1m19.666s  +1.395s  29
 9. Kevin Magnussen       McLaren-Mercedes         1m19.789s  +1.518s  29
10. Nico Hulkenberg       Force India-Mercedes     1m19.856s  +1.585s  38
11. Jenson Button         McLaren-Mercedes         1m20.033s  +1.762s  35
12. Esteban Gutierrez     Sauber-Ferrari           1m20.118s  +1.847s  33
13. Romain Grosjean       Lotus-Renault            1m20.207s  +1.936s  33
14. Pastor Maldonado      Lotus-Renault            1m20.241s  +1.970s  38
15. Jean-Eric Vergne      Toro Rosso-Renault       1m20.260s  +1.989s  36
16. Felipe Massa          Williams-Mercedes        1m20.517s  +2.246s  25
17. Adrian Sutil          Sauber-Ferrari           1m20.736s  +2.465s  18
18. Daniil Kvyat          Toro Rosso-Renault       1m20.914s  +2.643s  37
19. Jules Bianchi         Marussia-Ferrari         1m21.310s  +3.039s  27
20. Marcus Ericsson       Caterham-Renault         1m22.063s  +3.792s  40
21. Kamui Kobayashi       Caterham-Renault         1m22.492s  +4.221s  38
22. Max Chilton           Marussia-Ferrari         1m25.817s  +7.546s   7
 
 
2º Treino Livre 
*Realizado parcialmente com a pista molhada, secando mais para o fim do treino


Pos Piloto                Equipe                     Tempo       Dif   Vol
 1. Fernando Alonso       Ferrari                  1m18.482s           15
 2. Lewis Hamilton        Mercedes                 1m18.901s  +0.419s  12
 3. Sebastian Vettel      Red Bull-Renault         1m19.017s  +0.535s  15
 4. Jean-Eric Vergne      Toro Rosso-Renault       1m19.351s  +0.869s  14
 5. Valtteri Bottas       Williams-Mercedes        1m19.421s  +0.939s   9
 6. Sergio Perez          Force India-Mercedes     1m19.668s  +1.186s   9
 7. Nico Hulkenberg       Force India-Mercedes     1m19.712s  +1.230s  10
 8. Jenson Button         McLaren-Mercedes         1m19.721s  +1.239s  16
 9. Daniel Ricciardo      Red Bull-Renault         1m19.779s  +1.297s  11
10. Kevin Magnussen       McLaren-Mercedes         1m20.230s  +1.748s  16
11. Felipe Massa          Williams-Mercedes        1m20.394s  +1.912s   8
12. Daniil Kvyat          Toro Rosso-Renault       1m20.622s  +2.140s  13
13. Adrian Sutil          Sauber-Ferrari           1m20.811s  +2.329s   8
14. Pastor Maldonado      Lotus-Renault            1m20.977s  +2.495s   7
15. Esteban Gutierrez     Sauber-Ferrari           1m21.467s  +2.985s   8
16. Romain Grosjean       Lotus-Renault            1m21.700s  +3.218s   6
17. Kamui Kobayashi       Caterham-Renault         1m21.924s  +3.442s   6
18. Jules Bianchi         Marussia-Ferrari         1m21.937s  +3.455s  13
19. Max Chilton           Marussia-Ferrari         1m22.683s  +4.201s  13
20. Nico Rosberg          Mercedes                 1m22.862s  +4.380s  11
21. Marcus Ericsson       Caterham-Renault         1m23.164s  +4.682s   6
22. Kimi Raikkonen        Ferrari                  1m45.509s  +27.027s  4

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Pole Lap: Jarno Trulli, Monte Carlo 2004

Quando a F1 adotou o sistema de entrada um por um nas classificações em 2003, houve quem criticasse. Mas por outro lado, ficou interessante observar o trabalho do piloto sem que perdêssemos nenhum lance. E claro que em meio de tantas voltas naquele sistema, sempre tivesse alguma que roubasse a cena.
A pole de Jarno Trulli pela Renault, em 2004, foi um caso desse. Primeiramente que o piloto italiano já estava merecendo esse resultado há tempos e a sua velocidade em classificações nunca foi contestada - muito ao contrário do que acontecia nas corridas, onde seu ritmo era bem abaixo daquele apresentado nas "Flying Laps". Os carros se alinhavam atrás dele por um longo período nas corridas, o que rendeu o apelido de "Trem do Trulli".
Mas em Mônaco as coisas fluíram perfeitamente: a sua volta foi espetacular, colocando-o mais de meio segundo à frente de Michael Schumacher e na corrida, onde acostumava acontecer o "Trem do Trulli", a sua pilotagem foi precisa e ele nem se deu conta do caos que se formou atrás dele.
Um final de semana inesquecível para ele e paras os fãs da F1.

Foto 343: Ginástica

Jim Clark fazendo o seu "aquecimento" antes de assumir o controle do Lotus 29 Ford em Indianápolis, 1963. Foi a primeira aparição dele e da equipe de Colin Chapman no templo maior do automobilismo mundial e com o apoio da Ford, desafiaram os "monstros" de motores dianteiros da Indy que eram empurrados pelos míticos Offenhauser.
Apesar de não ter conseguido a vitória, Clark e Lotus deixaram a comunidade automobilística americana boquiabertos após ter levado aquele pequenino carro de motor central ao segundo lugar na edição daquele ano.
Foi o primeiro marco que viria mudar as corridas de monospostos por aquelas bandas nos anos seguintes. 

terça-feira, 20 de maio de 2014

Foto 342: Sesta

A noitada deve ter sido das boas para o fotógrafo. Mas se eu fosse ele, não ficaria naquele local...
Keke Rosberg contornando a Lowes durante o fim de semana do GP de Mônaco de 1985.
Mais uma do ótimo acervo de Dale Kistemaker.

Vídeo: Indy 500, 1962

A 46ª Indy 500, realizada em 30 de maio de 1962, marcou a primeira vez em que um piloto ultrapassou a barreira das 150 mph (240Km/h) durante a classificação, tempo que foi alcançado por Parnelli Jones no seu Watson-Offenhauser da equipe Agajanian Willard Battery.
Apesar de um domínio amplo por quase toda a prova, Parnelli acabou por terminar em sétimo. A vitória foi de Roger Ward com o Watson-Offenhauser da Leader Card 500 Roadster.
Essa foi a última edição da Indy 500 que contou com um grid formado por pilotos estadunidenses.


Foto 341: 22

Numa época onde os números nos carros de F1 não eram fixos, as equipes tinham, que se virar para colocá-los antes das atividades de pista. Nesta foto um garoto e um homem estão a pintar o número 22 no W196 que Hans Hermann utilizou na estréia da Mercedes no GP da França de 1955, disputado em Reims.
Hermann abandonou na 16ª volta com problemas no motor, mas antes disso garantiria a melhor volta da prova com a marca de 2'32''900.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Foto 340: Brabham e Piquet



Certa vez alguém comparou Jack Brabham e Nelson Piquet. Não apenas pelo fato deles terem sido tri-campeões do mundo, ou até mesmo pelo fato de terem sido campeões pela Brabham. Mas o modo dos dois levarem o automobilismo de competição, aquele puro sem qualquer tipo de oba-oba, onde os carros eram tão brutos e selvagens quanto um cavalo e eles procurando o máximo para domá-los. Ou seja, aquele automobilismo das antigas, onde o piloto tinha um olho na pista e outro para a garota do lado de fora. Época em que as perguntas inteligentes eram respondidas de forma correta e com brilhantes, enquanto que as idiotas tinham respostas sarcasticamente históricas. Isso, sem contar, que os dois sobrenomes foram de fácil relação nos início dos anos 80 e perdura até hoje. Impossível não lembrar de Piquet e não mencionar Brabham em uma conversa.
Começaram cedo a se envolver com os carros, se iniciando ainda na adolescência; foram campeões nos seus respectivos países e rapidamente ganharam a Europa para mais tarde conquistar os seus títulos mundiais na Fórmula-1. Turrões, de forte opinião e com humor negro, se destacaram não apenas pela pilotagem precisa, mas também por serem ótimos acertadores de carros. Também formaram parcerias piloto-projestista que lhe renderam bons frutos – Jack Brabham e Ron Tauranac, além de serem sócios na equipe Brabham, ergueram a equipe até o primeiro título mundial em 1966, para depois torná-la uma das maiores da categoria. Coincidentemente, após dez anos da aposentadoria de “Black Jack” (apelido que foi lhe dado devido ao seu humor negro), Nelson Piquet e Gordon Murray, exatamente na equipe Brabham, reeditaram essa parceria que rendeu ao piloto brasileiro seus dois primeiros títulos mundiais.
Tentaram também a sorte nas 500 Milhas de Indianápolis algumas vezes, mas sem obter sucesso. A coincidência entre eles continua quando olhamos para a prole: cada um tem três filhos que estão envolvidos com automobilismo. Geoff correu nos anos 80 nos EUA onde fez carreira na Indy e na IMSA enquanto que Gary e David Brabham chegaram à F1, mas sem obter sucesso. Pelo lado de Nelson Piquet, ele teve a oportunidade de pavimentar o caminho de Nelsinho à categoria máxima até a metade dos anos 2000. Geraldo Piquet é piloto da Fórmula Truck e agora Pedro Piquet, que começou neste ano a trilhar a sua história no mundo dos monopostos, é o mais novo do clã a tentar chegar à F1.  Nelson Piquet é um fã confesso de Jack Brabham, a quem ele admira pelo fato de ter conquistado um mundial de pilotos pilotando o próprio carro, feito que dificilmente será igualado nesta F1 de hoje. E vale lembrar que o velho Jack foi quem indicou Nelson a Bob Sparshot no final dos anos 70, para que ele contratasse o piloto brasileiro para a sua equipe BS. Certamente Brabham deve ter ficado feliz quando viu Piquet vencendo dois mundiais na equipe que levava o seu nome.
Jack morreu. Chegou ao fim da vida de 88 anos ontem na sua casa em Gold Coast, na Austrália numa altura em que a terceira geração dos Brabham começa a ganhar destaque no automobilismo mundial com a presença de Matthew – filho de Geoff – que está a ganhar destaque na Indy Lights enquanto que Sam – filho de David – está iniciando suas atividades na F-Ford na Grã-Bretanha.
E para aquele cara que sobreviveu a uma das épocas mais cruéis do automobilismo, onde pilotar era como “fumar um charuto cubano numa banheira cheia de gasolina” – frase de Graham Hill – e conseguiu chegar a um título mundial pilotando o seu próprio carro, aqui fica o nosso respeito e admiração.  

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Foto 339: Na rua

Lorenzo Bandini e a sua Ferrari na subida do cassino, durante o GP de Mônaco de 1967. Ao lado os fotógrafos na calçada, algo impensável nos dias de hoje e totalmente normal naquela época.
Outros tempos.

4 Horas de Interlagos - Solidariedade e vitória para Queirolo e Muffato

  Enfim, a vitória de Pedro Queirolo/ David Muffato (Foto: Paulo Abreu) Em Goiânia, quando o Império Endurance Brasil abriu a temporada 2024...