sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Grandes Atuações – Kimi Raikkonen, Suzuka 2005


O inicio de carreira de Kimi Raikkonen na Fórmula-1 foi dos mais comentados da história da categoria até aquele começo de década: um piloto com apenas algumas dezenas de corridas em monopostos poderia tomar partido dos já brutais carros da F1 em 2001? As respostas começaram aparecer no teste que ele fez em Mugello pela Sauber e os seus resultados foram os melhores possíveis, a ponto da FIA lhe conceder uma licença especial para a sua estréia na categoria em 2001 pela equipe de Peter Sauber.
Após um período de rápida aprendizagem naquele carro azul da equipe suíça, Raikkonen foi alçado a piloto titular na McLaren exatamente no lugar de seu conterrâneo bi-campeão mundial Mika Hakkinen. Assim como fizera na Sauber, Kimi mostrou do que sabia e rapidamente dominou o quase decano David Coulthard e só não conquistou a sua primeira vitória naquela temporada porque escorregou no óleo deixado por Allan Mcnish na freada para hairpin em Magny-Cours, quando liderava o GP francês com uma pequena diferença para Michael Schumacher que veio a vencer a corrida e cravar o seu quinto título mundial. Conquistaria a sua primeira vitória em Sepang, 2003 e naquele mesmo ano, por muito pouco, não levou o título que foi ceifado por causa das inúmeras quebras assim como acontecera em 2004, com um problemático MP4-19 que precisou ser revisado algumas vezes devido a sua fragilidade que foi acusada nos testes de resistência da FIA, forçando o uso de uma versão B deste carro. A sua vitória em Spa naquele ano, acabou por salvar a temporada da McLaren. 2005 poderia ter sido o ano da desforra para Raikkonen, não fosse os inúmeros problemas no motor Mercedes que arrancaram dele algumas possibilidades de vitórias, mas azares extras, como em Nurburgring, também ajudaram a tirar dele essa chance. Por mais que aquela temporada tenha sido decepcionante no plano da confiabilidade, esta serviu para confirmar o grande talento de Kimi Raikkonen a bordo de um carro de corrida e a etapa de Suzuka, a penúltima prova daquele ano, celebrou a grande velocidade do finlandês.
Naturalmente como acontecia nos tempos em que Adelaide sediava o final do campeonato e com este já definido, Suzuka recebeu a penúltima corrida daquele ano com um ar amistoso. Com pilotos mais relaxados, a tendência é que tivéssemos uma prova mais animada, desamarrada daquela tensão natural pela decisão de um mundial de pilotos como acontecera semanas atrás em Interlagos. O mais novo campeão do mundo, Fernando Alonso, já acenava que voltaria à velha forma de sempre depois de ter feito as últimas corridas apenas para colecionar os pontos que o levariam ao primeiro campeonato de sua carreira. Mesmo com toda essa animação, ainda havia um campeonato em jogo: o mundial de construtores estava em aberto, com a McLaren a liderar a tabela com apenas dois pontos de vantagem sobre a Renault (164x162). Isso significaria que, apesar dos pilotos das duas equipes estarem mais à vontade, ainda teriam algo para conquistar para seus respectivos times. Com a aproximação de um tufão nas redondezas de Suzuka – o que levantou a hipótese de possível cancelamento da classificação – o treino que definiu o grid de largada viu uma formação bem atípica: enquanto que Toyota e Honda formavam uma primeira fila em seu território – pole para Ralf Schumacher e segunda posição para Jenson Button –,os figurões pegaram chuva exatamente na suas voltas lançadas – naquela época, cada piloto tinha direito a uma volta lançada para obter a sua melhor marca, sendo que o primeiro a classificar era o último colocado da prova anterior e assim seguia até o último piloto, exatamente o vencedor do último GP – e viu um fundo de grid formado por Michael Schumacher (14º), Fernando Alonso (16º), Kimi Raikkonen (17º) e Juan Pablo Montoya (18º). Kimi ainda teve o agravante de ter o motor quebrado na sua volta veloz, o que obrigou a troca deste, mas sem que tomasse punição.
Uma olhada rápida na formação das dez primeiras posições indicava que Giancarlo Fisichella seria o favorito para a prova, afinal de contas os grandes adversários estavam saindo do fundo do grid e ultrapassar em Suzuka nunca foi uma grande facilidade. Isso ficou ainda mais claro quando o italiano da Renault conseguiu uma saída bem melhor que Button e virou a primeira curva em segundo, já na cola de Ralf Schumacher. Mais atrás, Takuma Sato e Rubens Barrichello escapam para fora da pista, mas conseguem retornar. Enquanto que Schumacher, Alonso e Raikkonen avançam o pelotão, Montoya se vê fora da pista até encontrar a barreira de pneus, após uma dura disputa com Jacques Villeneuve que vendeu caro a posição. Isso forçou a entrada do Safety Car para a remoção do McLaren do colombiano e essa manobra de Villeneuve lhe rendeu 25 segundos de acréscimo no seu tempo total como punição. Com a prova reiniciada, Alonso tentou uma ultrapassagem sobre Christian Klien na freada da chicane, mas ele acabara cortando. Devolveu a posição, mas na freada para a curva 1 ele retomou a posição. Para os comissários a manobra ainda estava errada e entraram em comunicação com a equipe francesa para que o espanhol devolvesse a posição ao piloto rubro-taurino. Essa manobra lhe custou segundos preciosos que fariam falta no final, mas algumas curvas depois, enfim, Fernando conseguia superar o austríaco sem contratempos.
Enquanto que iniciava a primeira rodada de pit-stops que deixaria Fisichella na liderança, um embate interessante acontecia no meio do pelotão entre Schumi, Alonso e Raikkonen: algumas voltas de estudos procurando o local certo para a tal manobra, Fernando efetuou uma das melhores ultrapassagens da temporada e uma das melhores da história, ao atacar Michael por fora na veloz e traiçoeira 130R. Apesar de todo esse esforço, o atual campeão teve que ir aos boxes e dessa vez a batalha ficaria entre Raikkonen e Schumi, mas o finlandês não conseguiria a ultrapassagem antes do seu primeiro pit-stop. Após a parada dos dois, voltando à frente de Alonso, Kimi conseguiu a manobra e agora estava no encalço de Webber e Button, enquanto que Alonso começava a sua investida sobre Michael, que resultaria em outra ultrapassagem, mas desta vez na curva 1. A opção por duas paradas de Alonso o forçou a fazer outro pit-stop na volta 36, deixando o caminho aberto para a retomada de Schumacher.  Fisichella, que estava 20 segundos à frente, também foi aos boxes, despencando para quarto na classificação logo atrás de Webber, Button e Raikkonen.
O bote final: Raikkonen começa o movimento para a grande manobra sobre Fisichella
Apesar de uma diferença larga que poderia ter dado a Fisichella a chance de vencer a prova em Suzuka, as possibilidades começaram a mudar quando Webber e Button pararam nos boxes e deixaram caminho aberto para Raikkonen efetuar uma boa série de voltas – entre elas a melhor da corrida, com o tempo de 1’31’’540 – e tentar pegar Giancarlo nas voltas seguintes. Quando Kimi voltou de seu pit-stop, toda aquela diferença de mais de vinte segundos que o separava de Fisichella havia despencado para um pouco mais de cinco segundos. Uma atuação que só por si já valeria o dia, mas Raikkonen queria mais... As últimas oito voltas foram vertiginosas, com o italiano tentando como podia distanciar-se do perigo prateado que se aproximava cada vez mais. Enquanto esse jogo de gato e rato acontecia na frente, Alonso continuava a sua escalada: após superar Schumi pela terceira vez na corrida, tinha deixado Coulthard para trás e agora buscava incansavelmente Webber e Button que foram superados impiedosamente pelo espanhol, que chegara ao terceiro posto após uma grande corrida. O desperdício de tempo nas devoluções de posições para Klien atrasaram-no bastante.
Ganhando cerca de um segundo por volta sobre Fisichella, Raikkonen tinha o italiano na sua alça de mira faltando três voltas para o fim. Apesar de defender-se bem de algumas investidas do finlandês, o desfecho foi favorável ao piloto da McLaren: conseguindo grudar no vácuo do Renault, Kimi teve a sua passagem bloqueada por Fisichella que lhe fechara a parte de dentro da grande reta, mas Raikkonen conseguiu levar o carro para esquerda e arriscar a manobra por fora na freada da curva 1. Certamente foi de cortar a respiração e Raikkonen estava à frente de Giancarlo naquela volta final e o finlandês tratou de continuar na mesma tocada para vencer por uma margem de 1’6 segundos sobre Fisichella. A saudação dos membros da McLaren e das pessoas que ali estava no parque fechado foi estrondosa.
Foi a sétima vitória dele no campeonato e a nona na carreira, e que acabou por ser a sua última pela McLaren. Mas certamente foi a melhor de sua carreira, num dos melhores GPs da década passada.  


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Foto 540: Michael Schumacher, 15 anos atrás

O ápice de um grande momento do esporte. Assim podíamos ter definido aquele final do GP do Japão de 2000, quando Michael Schumacher chegou ao tão desejado tri-campeonato e tirou a Ferrari da famosa e incômoda fila de 21 anos sem o título de pilotos. Foi uma festa tremenda.
A corrida foi a mais tensa possível, com Schumi e Hakkinen a se marcarem implacavelmente de perto, desde uma pole apertadíssima à favor do alemão até uma prova pautada pelo nervosismo e estratégia, que acabou brindando um trabalho que começou em 1996 no meio de um caos em Maranello que foi aos poucos sendo arrumado. Se 1996 as condições não eram favoráveis, 97 eles estiveram próximos da conquista senão fosse a burrada de Michael em jogar o carro contra Jacques Villeneuve em Jerez, ou até mesmo o duplo azar na prova final em Suzuka 98; o acidente de Silverstone em 99 o impossibilitou de chegar ao título, algo que parecia bem possível, mas 2000 essa não escapou.
A verdade é que aquela conquista em 8 de outubro desencadearia uma época dourada para ele e a Ferrari.
A Fórmula-1 entrava na era do vermelho escarlate.

sábado, 3 de outubro de 2015

Foto 539: Divisão

Ferrari 187 milhões de euros em 2014; Marussia 10 milhões.
A disparidade financeira - e consequentemente técnica - nas divisões do dinheiro na categoria.
(Infográfico: Marca)

F-Truck: As fotos do acidente de David Muffato em Guaporé

Assustou e muito o acidente de David Muffato hoje pela manhã em Guaporé, quando ele teve o acelerador travado na já temida curva da "Vitória" da pista gaúcha. Lembrou bastante o que aconteceu com Diumar Bueno anos atrás, lá mesmo.
David, que saiu sem nenhuma consequência, relatou o acontecido: "O caminhão estava muito rápido, nunca tinha tracionado tão bem. Só que aí travou o acelerador quando fui tomar a curva (da Vitória). Freei, acionei embreagem, mas vi que seria inevitável bater. Quando meu caminhão foi cruzar a pista, já tirei as mãos do volante e pus no peito, pra esperar a batida. Só deu uma pancada forte, que foi no toco de uma árvore que existia atrás do guard-rail e foi cortada. Meu caminhão despencou pelo menos uns 10 metros. Existem muitas árvores ali, elas amorteceram bastante o impacto. Parei com as rodas para o ar e com o motor já apagado. Mesmo de ponta-cabeça ainda desliguei a chave geral que fica no teto da cabine e uns outros instrumentos do painel e saí do caminhão. Foi uma pena, é sempre chato quando acontece um acidente, e sobretudo agora, porque meu caminhão tinha ficado muito competitivo depois das mudanças que fizemos na parte da suspensão traseira."
O caminhão não pode ser recuperado para amanhã, tamanho os danos e David ficará de fora dessa etapa.

F1 Battles: Juan Pablo Montoya vs Kimi Raikkonen vs Michael Schumacher - Magny-Cours 2002

A corrida que garantiu a Michael Schumacher o seu quinto titulo mundial, mas antes disso ele teve que suar o macacão para superar os dois super novatos que já faziam das suas naquela época: Juan Pablo Montoya e Kimi Raikkonen valorizaram bastante aquela corrida histórica, dando uma canseira em Schumacher ao mostrar que se tivessem carros ao nível da Ferrari do alemão, certamente as coisas seriam bem mais apertadas.
Montoya fechou a prova em quarto, enquanto que Raikkonen parecia que venceria o seu primeiro GP na F1 quando escorregou no óleo deixado pelo Toyota de Allan Mcnish e entregou a primeira colocação para Schumi, que venceu a prova. O pódio foi completado por David Coulthard

Crash: ADAC GT Masters - Hockenheim 2015

A tumultuada largada do ADAC GT Masters em Hockenheim. Pior para Niklas Mackshin que levou um toque e foi direto na barreira de pneus, destruindo totalemente a frente do seu BMW. Os comissários levaram um belo susto, diga-se.Mais à frente outros carros se enroscaram, mas sem grandes danos.
A prova foi interrompida com bandeira vermelha e reiniciada 25 minutos depois.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O calendário da Fórmula 1 pra 2016

E saiu o calendário do certame 2016 da Fórmula-1, que é o mais longo da história compreendendo 21 corridas entre 20 de março, com a abertura em Melbourne,  e o encerremento em 27 de novembro em Yas Marina.
A novidade fica por conta da entrada do Azerbaijão no calendário, com a pista citadina de Baku uma semana depois da prova em Montreal. Ela coincidirá com as 24 Horas de Le Mans.
A outra novidade passa a ser a inversão das provas da Malásia e Rússia: Sochi passará a ser a quarta prova, enquanto o de Sepang vai para depois da etapa de Cingapura. Outro detalhe é que o mês de julho terá corridas em todos os fins de semana, antecedendo o recesso do meio do campeonato que voltará apenas em 28 de agosto com o GP da Bélgica.
Sinceramente não sou um fã de campeonato tão extenso assim. Para mim o máximo deveria ser de 16/17 provas, mas como não é eu que faço o calendário, tenho que ficar na minha.
Eis o intinerário para o ano que vem da F1:
20 de março - Austrália (Melbourne)
3 de abril - Bahrein (Shakir)
17 de abril - China (Xangai)
1 de maio - Rússia (Sochi)
15 de maio - Espanha (Barcelona)
29 de maio - Monaco (Monte Carlo)
12 de junho - Canadá (Montreal)
19 de junho - Azerbeijão (Baku)
3 de julho - Austria (Red Bull Ring)
10 de julho - Grã-Bretanha (Silverstone)
24 de julho - Hungria (Budapeste)
31 de julho - Alemanha (Hockenheim)
28 de agosto - Bélgica (Spa-Francochamps)
4 de setembro - Monza (Itália)
18 de setembro - Singapura
2 de outubro - Malásia (Sepang)
9 de outubro - Japão (Suzuka)
23 de outubro - Estados Unidos (Austin)
6 de novembro - México (Hermanos Rodriguez)
13 de novembro - Brasil (Interlagos)
27 de novembro - Abu Dhabi

Foto 538: Martin Donnelly, 25 anos atrás

Para os mais jovens, que assistem a Fórmula-1 de forma livre, sem ter que mergulhar de cabeça na história da categoria, o nome de Martin Donnelly não causa nenhum tipo de curiosidade. Mas ao ver as imagens do seu acidente em Jerez, 1990, a primeira palavra a ser proferida certamente é "Morreu!" - isso se não sair um palavrão, tamanha é a força daquela imagem.  
Antes que acontecessem toda aquele fim de semana negro de abril/maio de 1994, o momento era impactante: Donnelly saiu forte de uma seção de curvas velozes à direita e espatifou a sua Lotus Lamborghini no guard-rail. A pancada foi tão violenta que o cockpit desintegrou-se e Martin, ainda preso ao banco, foi lançado para o meio da pista. Com graves lesões nas pernas e crânio esperava-se o pior - principalmente devido a forte cena -, mas o piloto irlandês teve uma longa recuperação e safou-se. Não voltou à categoria, mas Eddie Jordan ainda lhe ofereceu um teste pela sua equipe em 1993.
Martin dedicou-se a uma equipe na Fórmula Vauxhall e alguns anos depois, voltou a pilotar no turismo britânico. Em 2011, no Festival de Goodwood, Donnelly voltou ao cockpit do Lotus 102 Lamborghini que pilotou em 1990.

domingo, 27 de setembro de 2015

GP do Japão: Chutando a porta na casa da Honda

Sabe-se que Fernando Alonso é um cara hábil e não apenas dentro da pista, mas também fora dela. Trabalhar com o piloto espanhol quando a situação é favorável, deve ser das melhores. No entanto, quando não saem a seu gosto, tende a ser um inferno.
Não culpo o piloto espanhol por suas palavras hoje durante o GP em Suzuka, quando bateu forte na tecla relacionada ao motor japonês ao chamá-lo de "motor de GP2" devido a falta de performance frente a outros concorrentes.
Alonso foi bem até: subiu para nono após a largada, mas o rendimento do seu conjunto não o possibilitou sustentar ou até mesmo avançar o pelotão. Talvez sentisse que aquele momento era propício para ganhar mais uns pontinhos, mas a falta de potência e aderência não deixaram. Mesmo assim, ainda deu combate a Sainz, Kvyat e Verstappen até onde pôde e terminou em 11o. Apesar de ter sido uma boa atuação frente a essa atual situação, sabe-se que a paciência foi ralo abaixo e toda a suas declarações foram ao ar pela FOM, que sabe bem o tamanho do estrondo que as palavras proferidas por Fernando podem causar, pro bem ou pro mal.
A verdade mesmo é que ninguém ali da Mclaren está satisfeito, mas cada um agi do jeito que lhe convém: enquanto que Ron Dennis escreve uma carta para a Honda cobrando atitude, Button critica de uma forma mais "lordesca" possível, Alonso chuta a porta para o mundo ver.
Não se esqueçam: ele é de sangue latino e como tal, agirá assim sempre. Sem rodeios.

GP do Japão: A normalidade se restabelece

Sem dúvida alguma aquela prova de Cingapura tinha sido um ponto fora da curva, e essa corrida de Suzuka era uma possibilidade de vermos se tudo aquilo que acontecera semana passada era apenas acontecimento pontual, ou que as coisas haviam invertido.
Ao final dessas 53 voltas do GP japonês, pode-se ver uma Mercedes de volta a sua forma habitual. Apenas Rosberg é quem teve um maior trabalho para se recuperar após cair para quarto, depois de uma breve disputa com Hamilton pela liderança. Mas a forma como recuperou-se, mostrou bem como a equipe alemã estava de volta ao jogo.
Hamilton não teve nenhum incômodo e apenas Rosberg é que lhe deu algum trabalho na saída da segunda curva após a largada. Mas fora isso, foi mais um passeio para chegar a sua 41a vitória na F1 igualando a marca de Senna.
A verdade mesmo é que as coisas caminham para o terceiro título de Hamilton e um domínio brutal da Mercedes nestas etapas finais.

GP do Japão: O que esperar?

Os pilotos tiveram pouco tempo de pista seca em Suzuka, devido a forte chuva que esteve presente nas duas sessões de treinos na sexta. Isso atrasou, e muito, a busca por um melhor acerto para as condições de pista seca, que só foram encontradas no terceiro treino livre e na classificação. Portanto será uma prova bem interessante, pois sem ninguém ter idéia do tamanho dos desgastes no compostos, a corrida ganha um grande interesse.
Apesar da Mercedes ter voltado ao topo nesta classificação, a diferença de Rosberg até Vettel, que saí em quarto, é de sete décimos e sabendo que o ritmo da Ferrari tende a ser melhor em corrida, essa desvantagem pode despencar em certas voltas. Apesar da Williams ter Bottas em terceiro e Massa em quinto, não creio que ambos ameacem os carros vermelhos apesar de que esta pista se afeiçoe mais ao carro inglês. A Red Bull teve uma melhora consideravel e isso pode ajudar a apimentar essa disputa por aquele miolo das posições pontuáveis.
Acredito que a prova seja vencida por Lewis Hamilton, seguido por Vettel e Rosberg. Agora caso a chuva apareça, a loteria estará instalada.

sábado, 26 de setembro de 2015

Crash: Daniil Kvyat - Suzuka 2015

Botar um dos pneus ou os dois no grama num trecho de alta velocidade, é um convite ao muro. Daniil Kvyat provou dessa experiência durante a fase final da classificação em Suzuka, quando aproximava-se do hairpin. 
O piloto russo saiu bem do mega acidente e o treino teve o seu término antecipado sob bandeira vermelha.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Foto 537: Um pódio simbólico

Há exatos dez anos o GP do Brasil era realizado em Interlagos e que sediava pela primeira vez na sua história, a possibilidade de um piloto sagrar-se campeão do mundo. Engraçado que hoje o tempo aqui em São Paulo está bem parecido com o daquela ocasião: nublado, abafado e com chuvas em alguns locais. Naquele dia, pela manhã, a chuva havia caído de  forma moderada, mas na hora da largada a pista estava bem seca, com pequenos pontos ainda úmidos.
O desfecho daquela edição do GP do Brasil acabou por coroar Fernando Alonso, que conquistava o seu primeiro mundial e tornara-se o mais jovem até então a vencer o campeonato, desbancando uma marca que era de Emerson Fittipaldi que durava 32 anos. Completaram o pódio, Juan Pablo Montoya - que vencera a prova - e Kimi Raikkonen em segundo, que lutava diretamente contra Alonso pelo título daquele ano. Um pódio formado por três caras que tinham muito a oferecer e a conquistar na Fórmula-1 pelos anos seguintes.
Não há como negar que olhando naquela época, qualquer um poderia dizer que os três poderiam dominar a categoria mesmo com a presença de Schumacher: velocidade pura e crua, habilidade nas mais diversas condições e extremamente arrojados, fazia daquele trio que estreara em 2001 um dos mais promissores para o futuro. Mas os caminhos foram  ficando tortuosos: se Fernando Alonso voltaria ao final de 2006, no mesmo Interlagos, para selar o seu segundo mundial derrubando nada mais que Michael Schumacher, Kimi Raikkonen teve que amargar um ano dificil na Mclaren naquele ano para apossar do lugar de Michael na Ferrari em 2007, para enfim chegar ao seu primeiro e único título na categoria. Já Montoya, com seu jeito explosivo, entrou em rota de colisão com os homens da Mclaren (leia-se Ron Dennis) e deixou a equipe no meio do campeonato daquele ano para voltar aos EUA e correr na NASCAR em empanturrar-se de fast foods e churrascos.
A verdade é que a carreira dos três passaram - ou ainda passam - por momentos nada animadores, mas talvez apenas Juan Pablo Montoya é quem ainda tenha motivos para sorrir: voltou aos monopostos ano passado pela Indycar na Penske e este ano esteve muito perto de vencer o campeonato, que perdera no final para Scott Dixon. Mas ainda sim conseguiu mais uma Indy 500 para a sua carreira, algo que não conquistava desde 2000. Kimi Raikkonen teve suas aventuras no Rally após a sua breve aposentadoria na F1, mas ao voltar em 2012 pela Lotus, mostrou que ainda estava com os reflexos em dia ao fazer ótimas apresentações naquele ano e em 2013. O seu retorno à Ferrari em 2014 talvez não tenha sido das melhores escolhas e não tem sido nem sobra do velho Raikkonen de outros tempos. O temperamento dificil de Fernando Alonso o privou de uma continuidade na Mclaren, onde ele abriu fogo contra o time de Ron Dennis, e sua volta para a Renault em 2008 serviu apenas de trampolin para que conseguisse a tão sonhada vaga na Ferrari à partir de 2010. Apesar de exibições marcantes no carro vermelho e com possibilidades claras de vencer os mundiais de 2010 e 2012, Alonso e a Ferrari nunca estiveram em grande sintonia e ambos os lados só ouvia mais farpas do que elogios. Os seus dias na Mclaren, atualmente, não rendem boas perspectivas.
A verdade é que estes três pilotos aproveitaram como puderam os seus bons momentos na categoria, mas passados dez anos parece que, enquanto um vive um bom momento do outro lado do Atlântico, a linha final da carreira dos outros dois parece chegar ao fim, mas de toda a forma foram grandes naquela época. 

As marcas de Ímola

A foto é do genial Rainer Schlegelmich (extraído do livro "Driving to Perfection") tirada da reta de Ímola após uma das largadas. ...