sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Foto 537: Um pódio simbólico

Há exatos dez anos o GP do Brasil era realizado em Interlagos e que sediava pela primeira vez na sua história, a possibilidade de um piloto sagrar-se campeão do mundo. Engraçado que hoje o tempo aqui em São Paulo está bem parecido com o daquela ocasião: nublado, abafado e com chuvas em alguns locais. Naquele dia, pela manhã, a chuva havia caído de  forma moderada, mas na hora da largada a pista estava bem seca, com pequenos pontos ainda úmidos.
O desfecho daquela edição do GP do Brasil acabou por coroar Fernando Alonso, que conquistava o seu primeiro mundial e tornara-se o mais jovem até então a vencer o campeonato, desbancando uma marca que era de Emerson Fittipaldi que durava 32 anos. Completaram o pódio, Juan Pablo Montoya - que vencera a prova - e Kimi Raikkonen em segundo, que lutava diretamente contra Alonso pelo título daquele ano. Um pódio formado por três caras que tinham muito a oferecer e a conquistar na Fórmula-1 pelos anos seguintes.
Não há como negar que olhando naquela época, qualquer um poderia dizer que os três poderiam dominar a categoria mesmo com a presença de Schumacher: velocidade pura e crua, habilidade nas mais diversas condições e extremamente arrojados, fazia daquele trio que estreara em 2001 um dos mais promissores para o futuro. Mas os caminhos foram  ficando tortuosos: se Fernando Alonso voltaria ao final de 2006, no mesmo Interlagos, para selar o seu segundo mundial derrubando nada mais que Michael Schumacher, Kimi Raikkonen teve que amargar um ano dificil na Mclaren naquele ano para apossar do lugar de Michael na Ferrari em 2007, para enfim chegar ao seu primeiro e único título na categoria. Já Montoya, com seu jeito explosivo, entrou em rota de colisão com os homens da Mclaren (leia-se Ron Dennis) e deixou a equipe no meio do campeonato daquele ano para voltar aos EUA e correr na NASCAR em empanturrar-se de fast foods e churrascos.
A verdade é que a carreira dos três passaram - ou ainda passam - por momentos nada animadores, mas talvez apenas Juan Pablo Montoya é quem ainda tenha motivos para sorrir: voltou aos monopostos ano passado pela Indycar na Penske e este ano esteve muito perto de vencer o campeonato, que perdera no final para Scott Dixon. Mas ainda sim conseguiu mais uma Indy 500 para a sua carreira, algo que não conquistava desde 2000. Kimi Raikkonen teve suas aventuras no Rally após a sua breve aposentadoria na F1, mas ao voltar em 2012 pela Lotus, mostrou que ainda estava com os reflexos em dia ao fazer ótimas apresentações naquele ano e em 2013. O seu retorno à Ferrari em 2014 talvez não tenha sido das melhores escolhas e não tem sido nem sobra do velho Raikkonen de outros tempos. O temperamento dificil de Fernando Alonso o privou de uma continuidade na Mclaren, onde ele abriu fogo contra o time de Ron Dennis, e sua volta para a Renault em 2008 serviu apenas de trampolin para que conseguisse a tão sonhada vaga na Ferrari à partir de 2010. Apesar de exibições marcantes no carro vermelho e com possibilidades claras de vencer os mundiais de 2010 e 2012, Alonso e a Ferrari nunca estiveram em grande sintonia e ambos os lados só ouvia mais farpas do que elogios. Os seus dias na Mclaren, atualmente, não rendem boas perspectivas.
A verdade é que estes três pilotos aproveitaram como puderam os seus bons momentos na categoria, mas passados dez anos parece que, enquanto um vive um bom momento do outro lado do Atlântico, a linha final da carreira dos outros dois parece chegar ao fim, mas de toda a forma foram grandes naquela época. 

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