terça-feira, 10 de março de 2020

Foto 837: Alain Prost, GP da França 1981


A primeira do Professor. Alain Prost com o Renault RE30 no grid de largada para o GP da França de 1981, disputado em Dijon-Prenois. Na ocasião Alain saiu da terceira posição atrás de John Watson (McLaren) e do pole René Arnoux, então seu companheiro de Renault.
Alain teve caminho aberto para tentar a vitória com a má largada de Arnoux, que caiu para sétimo, mas Prost precisou lutar contra problemas na asa traseira e no câmbio além, claro, de batalhar a dianteira da prova contra  Nelson Piquet. A sorte mudou quando a prova foi interrompida na volta 58 por causa de uma forte chuva e na relargada ele assumiu a dianteira, conseguindo abrir boa vantagem sobre o brasileiro e assumir a liderança absoluta  da prova - uma vez que os tempos eram somados com a primeira parte antes da bandeira vermelha. Alain ainda teve que aguentar a pressão de Watson, conseguindo sobressair para garantir a sua primeira vitória na Fórmula 1. John Watson ficou em segundo e Piquet em terceiro.
Prost ainda venceria mais dois GPs naquele 1981 na Holanda e Itália.

sábado, 7 de março de 2020

Foto 836: Walter Rohrl, Rally Safari 1979

Walter Rohrl e o seu FIAT 131 Abarth - ou o que restou dele - durante o Rally Safari de 1979.
Foi um rally complicado para a FIAT, apesar de Markku Alen e seu navegador Kivimäki Ilkka terem fechado em terceiro - nessa que foi a primeira participação de Alen neste Rally.
Walter enfrentou problemas em todos os dias do evento, passando pela baixa competitividade do 131; a perda do para-brisa por causa da colisão com um pássaro; o atraso por causa de pequeno trecho de rio que estava com o nível acima do normal devido as fortes chuvas - sem contar no susto em ver Mercedes 450 SL de Bjorn Waldegaard quase ser levado pela correnteza, quando este tentou a travessia sem ajuda; e depois um buraco acabou tirando a oportunidade de Walter Rohrl/ Christian Geistdorfer de conquistar uma melhor posição, forçando a dupla a fechar na oitava colocação. A vitória ficou para Shekhar Mehta/ Mike Dougthy com um Datsun 160J.
Segundo Rohrl, o Rally do Safari não era o seu preferido.
Hoje o grande piloto alemão completa 73 anos.

Foto 835: Michael Schumacher, GP da Alemanha 1995

A festa de uma torcida. A bela foto do momento em que Michael Schumacher vence o GP da Alemanha de 1995 com o Benetton B195 Renault. Foi a quinta vitória dele naquela temporada.
Schumacher tornou-se o primeiro alemão a vencer o GP caseiro desde a conquista de Rudolf Caracciola no distante ano de 1939, quando ele venceu em Nurburgring com a Mercedes W154 - porém, Michael Schumacher voltaria a vencer em território alemão naquele ano de 1995 ao ganhar uma corrida em Nurburgring, mas esta nomeada de GP da Europa.

sexta-feira, 6 de março de 2020

Foto 834: Ferrari, GP de Mônaco 1962


Os Ferrari 156 no final de semana do GP de Mônaco de 1962. Em primeiro plano o Ferrari #40 de Willy Mairesse, logo atrás o #36 de Phil Hill e ao lado o #38 de Lorenzo Bandini - que foi pilotado também por Ricardo Rodríguez num dos treinos.
A pole foi de Jim Clark (a primeira dele na Fórmula 1), mas o escocês acabou abandonando na volta 55 por problemas na embreagem do Lotus. Bruce McLaren (Cooper) venceu o GP, seguido pelas Ferrari de Phil Hill e Lorenzo Bandini. Willy Mairesse terminou em sétimo - apesar de ter abandonado na volta 90 por queda na pressão do óleo.
A corrida ficou marcada pela morte do  bandeirinha Ange Baldone, que foi acertado pelo pneu do BRM de Ritchie Ginther após este ter se envolvido num enrosco na antiga curva do gasômetro.

quarta-feira, 4 de março de 2020

Foto 833: Jim Clark, GP da Holanda 1963

Houve um período dos anos 60 que para barrar a genialidade de Jim Clark talvez fosse preciso ajuda da polícia. Os holandeses levaram a brincadeira para Zandvoort, quando dois homens da lei "enquadraram" Jim Clark após o GP da Holanda de 1963. Também pudera: o escocês não apenas venceu o GP holandês em Zandvoort como também arrasou a concorrência ao colocar uma volta em todos os competidores, naquela que foi uma de suas melhores apresentações no campeonato mundial. Foi a quinta vitória de Jim na Fórmula 1.
No fim das contas, nem mesmo os policiais podiam com Jim Clark.
Hoje o espetacular escocês faria 84 anos.

terça-feira, 3 de março de 2020

Foto 832: 1953, O Canto do Cisne para os Pilotos Italianos



Ao fim da temporada de 1953 havia muito o que se comemorar: Ferrari campeão pela segunda vez e com seu pupilo Alberto Ascari mais uma vez ao volante da Ferrari 500, arrasando a concorrência sem piedade. Foi uma época espetacular para a Scuderia de Enzo Ferrari que passava a ser o grande nome do esporte a motor naqueles tempos, principalmente na então juvenil Fórmula-1 onde a equipe herdou o trono deixado pela Alfa Romeo, após a mítica fábrica de Milão ter deixado a categoria ao final de 1951 quando conquistou seu segundo e derradeiro título na categoria. A Ferrari, uma força emergente naquele ano, foi a sucessora natural dos seus coirmãos.
Aquela temporada de 1953 não foi nada mais que extensão do sucesso ferrarista sobre os demais: já em 1952, quando a Fórmula-1 iniciou o regulamento de Fórmula 2 – numa tática de tentar encher o grid, uma vez que estava desfalcada da Alfa Romeo e também da BRM para aquele ano – a equipe italiana logo se impôs de forma absoluta nas corridas. Somente naquela primeira temporada do regulamento, a Ferrari venceu sete dos oito GPs daquela temporada, perdendo apenas a Indy 500 onde ela se fez presente com Alberto Ascari, mas não levou. Ascari e Piero Taruffi foram os responsáveis pelas sete conquistas da Ferrari, sendo que Alberto venceu seis provas e Taruffi apenas uma. Alberto Ascari foi coroado campeão do mundo na corrida da Alemanha, realizada em Nurburgring, com duas provas de antecedência.
Quando o campeonato de 1953 iniciou, esperava-se algum equilíbrio e isso se devia ao fato da Maserati ter conseguido algum ganho em relação a Ferrari no final de 1952, quando Jose Froilan Gonzalez foi um rival a altura de Ascari no GP da Itália. Apesar de se imaginar o quanto que seria difícil bater uma equipe onde o regulamento era praticamente o mesmo do ano anterior, ainda havia um pingo de esperança para que houvesse uma batalha. De certa forma a Maserati teve uma melhora, principalmente no intervalo entre os GPs da Argentina e Holanda, onde Gioacchino Colombo e Valerio Colotti fizeram modificações que foram testadas por seus pilotos Jose Froilan Gonzalez, Juan Manuel Fangio e Felice Bonetto, mas mesmo assim ainda faltava algo para alcançar Alberto Ascari: o piloto italiano continuou arrasador naquele inicio de campeonato ao cravar três vitórias seguidas (isso se deixarmos de lado a Indy 500, onde nenhuma equipe do campeonato mundial se fez presente) nos GPs da Argentina, Holanda e Bélgica. Porém foi exatamente na corrida da Holanda onde a Maserati mostrou a sua velocidade em volta lançada, quando Juan Manuel Fangio conseguiu se posicionar em segundo e ameaçar a pole de Ascari. Essa velocidade da Maserati seria comprovada no próprio GP holandês – onde Jose Froilan Gonzalez fez uma corrida recuperação espetacular – e depois nas provas seguintes, onde Fangio cravou a pole na Bélgica e ainda teve o bônus da melhor volta feita por Froilan Gonzalez e o pódio do então novato argentino Onofre Marimon. O primeiro grande embate entre as duas fábricas italianas se deu no GP da França quando Fangio e Mike Hawthorn, que foi para a Ferrari naquele ano, entraram em grande duelo pela vitória – isso sem contar na disputa Gonzalez e Ascari pela terceira posição – com a Maserati se aproveitando bem das grandes retas do circuito de Reims. A vitória ficou para Hawthorn (a primeira dele na Fórmula-1), mas o desempenho d a Maserati tinha sido convincente, mas eles precisavam de um pouco mais de confiabilidade para desafiar a Ferrari e vencê-la. Isso foi notável em Silverstone, quando Gonzalez perseguiu Ascari pelas primeiras voltas até apresentar um vazamento de óleo que lhe custou duas voltas de atraso para fosse reparado, e depois na corrida da Suiça quando os motores de Fangio e Marimon quebraram. Foi apenas na Itália onde a Maserati esteve 100% e se beneficiou das escapadas de Ascari e Farina para que Fangio vencesse a corrida – então primeira vitória da equipe de Alfieri Maserati na categoria. A força da Ferrari naquela temporada que mesmo quando Alberto Ascari não estava no seu melhor dia os outros pilotos conseguiam suprir essa “ausência”, como foram os casos dos GPs da França (vencido por Mike Hawthorn) e Alemanha (conquistado por Giuseppe Farina). Com isso a Scuderia manteve um domínio amplo de vitórias: exceto a Indy 500, a Ferrari venceu 14 corridas entre 1952 e 1953, sendo onze somente com Ascari  (o piloto italiano venceu nove corridas seguidas entre 52 e 53 estabelecendo naquela época um recorde que foi igualado apenas em 2013, quando Sebastian Vettel ganhou nove seguidas naquele ano) e as outras três conquistas por parte de Piero Taruffi, Mike Hawthorn e Giuseppe Farina. Apesar do campeonato ter ficado polarizado entre Ferrari e Maserati, outras equipes acabaram por ser meras coadjuvantes: a Gordini conseguiu alguns lampejos principalmente em qualificações com Maurice Trintignant, porém seu carro com motor V8 jamais saiu do papel para aquele ano deixando que Trintignant, Behra e Harry Schell corressem o campeonato todo com seu Tipo 16 com motor de seis cilindros. As equipes inglesas estiveram presentes, mas sem ameaçar o poderio dos italianos, claro: Connaught e Cooper correram em quase todos os GPs, seja como equipe oficial ou apenas representados com inscrições particulares. Falando em inscrições por conta própria, Emmanuel de Graffenried foi o melhor neste quesito ao tomar posse do Maserati A6GCM – o mesmo usado pela equipe oficial – e conseguir marcar sete pontos.
Apesar de Alberto Ascari ter sido o piloto do ano mais uma vez, ao conquistar seu segundo título mundial confirmado no GP da Suíça, ele teve seus oponentes. Talvez o mais próximo dele tenha sido Jose Froilan Gonzalez que praticamente igualava em velocidade pura com o italiano, mas que acabava ficando pelo caminho devido os problemas que a Maserati apresentava. Quando Gonzalez ficou fora do restante do campeonato após seu acidente em Portugal, durante uma corrida de carros sport, foi a vez de Juan Manuel Fangio ser o oponente mais perigoso para Ascari. Fangio havia ficado de fora de quase todo Campeonato de 1952 após um acidente numa prova extra-campeonto em Monza e quando retornou, ele não estava na sua melhor forma física vindo recuperá-la no decorrer do
campeonato de 1953 e num momento importante para a Maserati, que ficara sem Gonzalez. Todo esforço da equipe e de Fangio foi recompensado com a conquista no  GP italiano, que marcou a primeira vitória do argentino desde a corrida da Espanha de 1951 assim como a primeira da Maserati na Fórmula 1. Por mais que Ascari foi o homem da Ferrari naquele Campeonato, Mike Hawthorn e Giuseppe Farina conseguiram suas vitórias exatamente em dias que o bicampeão mundial não esteve em grande forma e/ou com problemas como foram os casos das corridas da França e Alemanha. Talvez a grande revelação daquele ano de 1953 tenha ficado por conta do argentino Onofre Marimon, que assumiu o quarto assento na Maserati no GP da Bélgica (onde foi o terceiro colocado) e fez boas corridas e até mesmo com chances de vitória, como foi o caso na corrida da Itália.
Para os italianos foi um momento especial, mas como tudo na vida nem sempre percebemos as transformações. Foi o terceiro título italiano no Mundial de Pilotos (
1950 com Farina e o bicampeonato de Ascari 52/53), todos com equipes italianas (Alfa Romeo e Ferrari); equipes invictas desde 1950 (se tirarmos fora a Indy 500), e outras marcas mais. Aquele ano de 1953 encerrou um período glorioso para os pilotos italianos que se iniciou no pós Primeira Guerra Mundial e que foi interrompido parcialmente com o domínio das Silver Arrows na segunda metade dos anos trinta, sendo retomada logo após a Segunda Guerra Mundial e que se estendeu até o final de 1953, que marcou a última vitória de Giuseppe Farina na Fórmula 1 e o derradeiro título de um piloto italiano (Alberto Ascari conquistou sua última vitória e, consequentemente, pódio no GP da Suiça em 53), encerrando uma era marcante.
Em poucos meses a Fórmula 1 seria retomada e a história seria bem diferente a partir daquele ano de 
1954.


Os links dos textos das nove etapas do campeonato de 1953, feitas para o site F1 Templo: GP da Argentina; Indy 500; GP da Holanda, GP da Bélgica, GP da França; GP da Grã-Bretanha; GP da Alemanha; GP da Suíça; GP da Itália

segunda-feira, 2 de março de 2020

Fórmula 1 2020 – Incógnitas


(Foto: FIA)
Não podemos negar que existe há décadas uma tradição em querer adivinhar o que existe naqueles tempos de voltas em cada dia de testes, principalmente quando alguém crava o melhor tempo. Porém, também, existe o velho mantra de quem pode estar escondendo o jogo. Essa é uma parte ainda mais difícil de analisar, pois a ilusão criada por um Team que dominou amplamente os testes nem sempre se concretiza quando a coisas começam para valer. A Ferrari nos últimos anos é o exemplo mais recente sobre o que não pode se confiar em marcas assombrosas. Dessa forma, é uma a aventura sentar e escrever sobre algo que às vezes nos passa a perna e ainda "tira um sarro" assim que as primeiras corridas são feitas.
Nesta pré temporada de seis dias realizadas religiosamente no Circuito da Catalunha, as coisas pareceram ainda mais confusas se repararmos nos que as equipes apresentaram: Mercedes ainda é a equipe a ser o alvo, porém os problemas de motor fizeram ascender o alerta na equipe alemã. A carta na manga que eles apresentaram na primeira semana, o DAS, pode ajudar bastante, porém ainda não se sabe quantas vezes vão usar nas corridas desta temporada - uma vez que o sistema já está com os dias contados, já que será banido para  2021. A Ferrari foi bem diferente do que acostumamos ver nos outros anos, onde a equipe italiana colocava as cartas na mesa e mostrava um ritmo alucinante logo de cara, porém nem sempre era traduzido em resultados concretos e a equipe morria na praia. O duro golpe de 2019 os fez adotar uma postura mais metódica nestes testes, focando num melhor entendimento do seu SF1000 para que este tenha um melhor manuseamento para o uso de Sebastian Vettel e Charles Leclerc. As voltas não foram alucinantes, mas mostram um ritmo de corrida bem melhor. As falas de Mathia Binotto em torno do desempenho do carro, onde ele diz que estão atrás de Mercedes e Red Bull, mostra o quanto que a postura foi mudada. Mesmo assim, com a equipe mais comedida, os fãs não transbordam de confiança - afinal de contas, gato escaldado tem medo de água fria. A Red Bull mostrou ter sido a que mais aproximou da Mercedes. Sabemos bem que o maior problema da equipe energética desde os tempos que usava o motor Renault era o seu atraso inicial frente a Mercedes e Ferrari, e isso era um fator que prejudicava as suas ambições. Era sempre comum ver Max Verstappen comboiando os primeiros sem ter grandes chances de vencer na primeira parte do mundial, para aparecer uma melhora significativa na parte decisiva onde o holandês mostrava o verdadeiro potencial. Agora a jogada é marcar de perto a Mercedes - e quem sabe a Ferrari, também - para não ter o atraso dos últimos anos. O desempenho de Max Verstappen e Alex Albon nos testes traz uma luz de esperança de uma luta acirrada desde as primeiras corridas.

O meio do pelotão desfragmentado?
Racing Point e Mclaren durante os testes em Barcelona
(Foto: FIA)
Se teve algo na Formula 1 que fez sucesso nos últimos anos, foi o pelotão intermediário onde as equipes com orçamento mais próximo sempre apresentaram um equilíbrio impressionante levando essa turma a receber o apelido de "Fórmula 1 B". Mas dessa vez as coisas podem ser diferentes com o desgarramento de dois ou até três times para um bloco a parte. A Racing Point é a equipe que pode ser a sensação da temporada pelo simples fato do RP20 ser praticamente a cópia do campeão W10 da Mercedes. Apesar do esperneio de alguns, essa prática é normal e os benefícios que pode trazer a equipe de Lawrence Stroll são bem interessantes, isso se eles souberem trabalhar bem esse carro já apelidado de "Mercedes Rosa". Sergio Perez e Lance Stroll ficaram animados e confiantes com o carro, apesar de ainda ser um mundo novo para eles e equipe de engenheiros que procuraram entender melhor o comportamento desta nova jóia que pode levá-los ao quarto posto entre as equipes - existe uma confiança enorme levando-os acreditar que podem estar até mesmo à frente da Ferrari. Apesar de achar um grande exagero, as simulações de corrida mostraram um ritmo bem próximo entre as duas equipes, mas este tipo de resposta virá em breve quando as coisas forem feitas nos conformes. A McLaren é de quem se espera mais, principalmente pelo que foi apresentado ano passando quando saíram do limbo para uma excelente quarta colocação no Mundial de Construtores, ganhando o título moral do "resto". Mas nestes testes a McLaren não chamou tanta atenção quanto podiam esperar com seus dois pilotos trabalhando com um carro imprevisível - principalmente nos dias de vento forte e devemos lembrar que também não brilharam nos testes do ano passado, reservando o melhor para o decorrer da temporada de 2019 onde conseguiram bons resultados e a conquista do quarto lugar entre os Construtores. O que a McLaren tem a comemorar é a confiabilidade do motor Renault, que não refugou em momento algum dos seis dias. Mas em relação ao carro, este sim é algo que precisarão trabalhar intensamente. A Renault leva o asterisco da incógnita, apesar de Daniel Ricciardo ter feito um bom tempo na manhã do último dia de testes, mas a exemplo da McLaren, a fábrica francesa não impressionou e o carro parece difícil de ser entendido por Ricciardo e o novo recruta Esteban Ocon. Mas a durabilidade de seu motor, o único a não apresentar problemas nestes testes, é algo a ser comemorado. Apesar de ser uma equipe nova, toda a estrutura da AlphaTauri é herdada da Toro Rosso e isso sugere que eles estarão na luta pelo meio do pelotão. O AT01 pareceu ser bem manejado por Pierre Gasly e Daniil Kvyat e o motor Honda não apresentando grandes problemas, darão as eles a oportunidade de tentarem reviver alguns dos bons resultados que conseguiram em 2019. A Alfa Romeo foi a única a usar o piloto de testes com Robert Kubica que fez a melhor marca do quarto dia de testes, repetindo o feito de Kimi Raikkonen que fez a melhor marca no segundo dia. Mas a Alfa não impressionou em mais nada e isso sugere que a equipe ainda precisa entender muito mais sobre o seu novo carro para que possa dar a Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi oportunidade de lutar com as demais do seu pelotão. A Haas é a outra incógnita para esse ano, afinal 2019 foi terrível para equipe que enfrentou problemas aerodinâmicos no seu carro - e quando as coisas podiam ir bem, Magnussen e Grosjean davam um jeito de estragar. Por conta de um 2019 abaixo da expectativa, estes dias de testes foram de concentração para tentar achar possíveis defeitos que passaram despercebidos nos testes do ano passado e que atormentaram a equipe. Talvez, por isso, a impressão que ficou após estes seis dias é que o carro deste ano não seja bom o suficiente e a Haas passe a lutar contra a Williams na rabeira do grid. Falando na Williams, a mais querida das equipes certamente espera um 2020 muito melhor que os últimos que tem passado, principalmente o de 2019. Os problemas no motor Mercedes atrasaram um pouco o cronograma, mas mesmo assim a equipe conseguiu uma jornada convincente sendo a única equipe a melhorar seu desempenho de tempos em relação ao teste de 2019, conseguindo uma melhora de 1,3 segundos. Mesmo assim, George Russell confessou que o carro ainda é lento.
Apesar de ficarmos tentados sempre em colocar a nossa opinião na mesa e bancar o adivinho, sabemos bem que as respostas virão após o encerramento da prova de abertura e até lá apenas a imaginação é que vai trabalhar a espera do início da 71a temporada da história da Fórmula 1.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Foto 831: Ingo e Mario



Dia de grandes pilotos.
Na primeira foto, Ingo Hoffmann no final de semana do GP do Brasil de 1977 quando terminou na sétima colocação com o Fittipaldi FD04, naquela que foi a sua última corrida na Fórmula-1.
Ainda em 1977, agora no GP de Mônaco, Mario Andretti em ação com o Lotus 78 no qual o americano fechou em quinto.
Hoje é aniversário dos dois pilotos: enquanto que Ingo chega aos 67 anos, Mario completa 80 anos.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Foto 830 - Alain Prost, 65 anos

Um efusivo Alain Prost após vencer o GP da Austrália em Adelaide, que acabou por lhe dar o título mundial de 1986 após uma ferrenha disputa contra as Williams de  Nelson Piquet e Nigel Mansell, naquele que foi um dos melhores campeonatos da década de 80 e também da história da Fórmula 1.
O tetra campeão completa hoje 65 anos.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Testes de Pré Temporada 2020 - Barcelona, Dia 3

Resultado

Testes de Pré Temporada 2020 - Dia 3

Circuito de Barcelona - 21/02

 Valtteri Bottas fez a melhor marca do dia, assim como a dessa primeira semana de testes em Barcelona ao utilizar os pneus mais macios (C5). Com os mesmos pneus, Lewis Hamilton fez a segunda melhor marca, onde se destacou uma nuvem de fumaça do motor Mercedes. No entanto foi um dia produtivo para a equipe alemã, onde registraram mais uma boa quilometragem. A Ferrari também foi assunto no dia, com Mattia Binotto admitindo que a equipe italiana está um tanto atrás de suas rivais - lembrando que a Mercedes usou do mesmo artifício nos testes de 2019, quando indagados do rendimento do carro. No entanto, o cronograma dos italianos nestes primeiros dias de testes ficou reservado a entender melhor o comportamento do SF1000 para os dois estilos de seus pilotos - na próxima semana algumas mudanças serão feitas já com vista para o GP da Austrália e também para explorar a performance do carro. Sebastian Vettel esteve no comando do carro hoje.
O teste de hoje teve quatro paralisações por bandeira vermelha, sendo três por problemas mecânicos (Sebastian Vettel, Nicolas Lattifi e Daniel Ricciardo) e um por incidente (Kevin Magnussen, após rodar por conta de um furo de pneu).
A segunda e última bateria de testes continuarão na próxima semana, nos dias 26, 27 e 28.



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Testes de Pré Temporada 2020 - Barcelona, Dia 2

Resultado

Testes de Pré Temporada 2020 - Dia 2

Circuito de Barcelona - 20/02
Kimi Raikkonen foi o mais veloz do dia nesta segunda bateria de testes em Barcelona, superando o tempo que Sergio Perez fez pela manhã. Porém o finlandês acabou tendo problemas e ficando parado na pista, ocasionando a primeira bandeira vermelha destes testes. Sebastian Vettel treinou hoje, mostrando estar parcialmente recuperado da gripe que atrapalhou o seu cronograma ontem. A Ferrari têm optado por trabalhar de uma forma mais discreta, procurando concentrar-se no ritmo de prova do que em velocidade pura - em contraste do que fizera em 2019 e em outros anos. A Mercedes ganhou atenção pelo dispositivo que ajuda no melhor alinhamento dos pneus dianteiros, assim que o piloto puxa para trás o volante e depois voltando ao normal assim que é empurrado para frente. É usado apenas nas retas.
A equipe alemã também concentrou-se no ritmo de prova.
Abaixo a tabela de tempos, assim como a melhor marca de cada piloto com o composto que foi usado.



Testes de Pré Temporada 2020 - Barcelona, Dia 1

Resultado
Testes de Pré Temporada 2020 - Dia 1
Circuito de Barcelona - 19/02

Tempo: Ensolarado
Temperatura:  10ºC pela manhã e 17ºC a tarde
Asfalto: 11ºC pela manhã e 28ºC a tarde


Lewis Hamilton com a nova Mercedes W11 durante os testes em Barcelona. O piloto inglês estabeleceu a melhor marca na parte da tarde quando assumiu o comando do carro, derrubando em três décimos o tempo feito por Valtteri Bottas pela manhã. Treino foi bastante proveitoso para todas as equipes, uma vez que não houve interrupção por bandeira vermelha. As equipes completaram uma boa quilometragem sem nenhum problema mecânico grave. Sebastian Vettel estava escalado para andar na SF1000 pela manhã, mas por conta de uma forte gripe acabou substituído por Charles Leclerc por todo dia.


A melhor marca de cada piloto com o composto que foi utilizado

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Mil Milhas do Brasil - Retomada

(Foto: Claudio Kolodziej)

O retorno de uma grande corrida é sempre marcado com enorme expectativa e não foi diferente com essa edição de 2020 das Mil Milhas do Brasil. Porém o que se viu pelas redes sociais e comentários in loco, foi do grid de apenas 12 carros para esta etapa. Existe um ar de saudosismo sobre a corrida e não há nada de errado disso, muito pelo contrário, é até interessante que exista isso, pois mantém o evento criado pelo Barão Wilson Fittipaldi e Eloi Gogliano no distante ano de 1956 ainda em voga. Mas temos que admitir que, uma corrida desse porte não pode ficar por tanto tempo engavetada como se fosse um objeto apenas de culto, cujo passado foi glorioso e serviu para ajudar a indústria automobilística desse pais a crescer e junto de outras grandes corridas, como os 500km de Interlagos, 12 Horas de Tarumã e 1000km de Brasilia, eram – na visão deste que vos escreve –  as jóias do automobilismo nacional. Hoje ainda temos as 12 Horas de Tarumã e 500Km de Interlagos acontecendo todo ano, mas infelizmente os 1000Km de Brasília está esquecido pelo simples fato do circuito de Brasilia ainda estar em ruinas, marcando mais um capítulo triste do nosso automobilismo brasileiro. No entanto as Mil Milhas, que teve a sua última edição realizada em 2008, foi resgatada.
Apesar de entender a frustração de muitos com o grid magro a corrida teve, precisamos exaltar o grande trabalho da Elione Queiroz e sua equipe que estiveram engajados ao máximo desde o inicio do ano passado para que esta edição acontecesse. É claro que aqueles grids gigantes que povoam as lembranças dos mais experientes que viveram a grande fase de ouro da competição acabe fazendo com que torçam o nariz para o pequeno grid, mas o que precisa ser dito é que o primeiro passo de uma corrida que não era feita desde 2008 foi dado e as coisas podem ser ainda melhores para 2021. O fato de ter uma largada noturna, algo que não acontecia desde 2005, foi um ponto importante para o resgate de uma prática que foi o grande “carro chefe” desde a primeira edição.  Isso sem contar na ótima organização do evento num todo.
A corrida em si foi boa, diga-se. Mesmo que houvesse o risco de quebras, o que é totalmente compreensível numa corrida de longa duração como esta, os doze carros partiram para a disputa quando bateu a meia noite de sábado para domingo e infelizmente o protótipo MCR Tubarão (Mauro Kern/ Paulo Sousa/ Tiel Andrade) – que foi o pole – teve problemas com a temperatura do óleo e acabou abandonando a corrida prematuramente, com apenas 40 minutos de atividade.  Restou ao Ginetta G55 (Esio Vichiese/ Renan Guerra/ Oliver Turvey) e  Mercedes AMG GT4 (Leandro Ferrari/ Flavio Abrunhoza/ Marcelo Brisac/ Renato Braga) duelarem por quase toda a madrugada pela liderança da corrida. Infelizmente problemas de freios e com os pneus acabaram tirando o quarteto do Mercedes #20 da briga pela vitória, terminando em segundo. Para o Ginetta #16 a prova foi feita com carga total do carro, não aliviando o ritmo em quase todo certame, devido o duelo com o Mercedes que se estendeu até a nona hora quando o quarteto do carro #20 teve os problemas já citados. O único susto para o trio do Ginetta foi o principio de incêndio numa das paradas quando o dia já estava claro, e que foi logo controlado. Como bem disseram numa das postagens do Ginetta Racing Team Brasil no Instagram “o que era para ser um teste da máquina, valeu super a pena...” e de fato o G55 aguentou bem o tranco para vencer a prova em 11 horas e 01 minuto, entrando para o panteão de carros gringos que já venceram a clássica brasileira. A terceira colocação ficou para o protótipo MRX Honda #56 que foi conduzido pelo quarteto formado por Gustavo Simon/ Rafael Simon/ Rafael Cardoso/ Sérgio Cardoso – e que também venceram na categoria P3.

Por mais que a corrida não tenha sido aquela imaginada, ao não contar com os grandes nomes do automobilismo brasileiro e também a cooperação de tantos que bradavam pelo retorno da Mil Milhas, o evento foi realizado. A palavra Coragem tem sido usada por todos os cantos e com  justiça, pois mesmo com estes percalços a prova esta de volta e já com data confirmada para a sua realização em 2021, no dia 25 de Janeiro fazendo parte das comemorações do aniversário da Cidade de São Paulo.


Resultado Final
Mil Milhas do Brasil 2020
Dias 13, 14, 15 e 16 de Fevereiro
Autódromo de Interlagos



1º - Esio Vichiese, Renan Guerra e Stuart Turvey (Ginetta G55) - 360 voltas em 11h01min00s312

2º - Leandro Ferrari, Flávio Abrunhoza, Marcelo Brisac e Renato Braga (Mercedes AMG GT4) - a 5 voltas

3º - Gustavo Simon, Rafael Simon, Rafael Cardoso e Sérgio Cardoso (MRX) - a 51 voltas

4º - José Vilela, Pipa Cardoso e Tinoco Soares (Spyder) - a 
107 voltas

5º - Ciro Paciello, Álvaro Vilhena e Evandro Camargo (Omega) - a 125 voltas

6º - Marcelo Servidone, Luiz Finotti e Jorge Machado (Tubarão) - a 168 voltas

7º - Ney Faustini, Ney de Sá e Marcos Philippi (Cobalt) - a 183 voltas

8º - Sérgio Martinez, Eduardo Pimenta e Luiz Oliveira (Spyder) - a 247 voltas

9º - Ricardo Rodrigues, Marcos Cassoli, Valter Barajas (Astra) - a 325 voltas

10º - Carlos Antunes, Yuri Antunes, Mauro Auricchio e Lucas Marotta (MRX) - a 332 voltas

11º - Edras Soares, Juarez Soares e Leandro de Almeida (Vectra) - a 336 voltas

12º - Mauro Kern, Paulo Sousa e Tiel de Andrade (MCR Tubarão) - a 337 voltas

As marcas de Ímola

A foto é do genial Rainer Schlegelmich (extraído do livro "Driving to Perfection") tirada da reta de Ímola após uma das largadas. ...