terça-feira, 31 de maio de 2011

Sobre Lewis Hamilton

Nestes dois últimos dias após os acontecimentos de Mônaco, li bastante sobre a repercussão do que Hamilton fez dentro e fora da pista, com manobras desastradas e declarações infelizes. Vou redigir a minha opinião que tenho sobre ele formada já há algum tempo.
Primeiramente, gosto do seu estilo ousado de atacar os pilotos numa disputa de posição e o único piloto que se compara com ele no grid atualmente neste quesito, é Kobayashi. Eles não medem esforços para tentar uma posição e sempre conseguem de uma forma ou outra. Aí é que está. Desde que surgiu em 2007 como um furacão, Hamilton atraiu fás e detratores como uma voracidade tão maior quanto à sua vontade de vencer. Acredito que isso é pelo fato dele não ter passado por uma equipe menor e ter aprendido lá os macetes da F1, sofrido, comido o pão que o diabo amassou, para quando chegar numa equipe maior, estar totalmente preparado para enfrentar os outros pilotos. Não que ele estivesse preparado na época, até porque conseguiu tirar Alonso do sério fazendo-lhe cair a máscara de bom moço que ele carregava desde os tempos da Renault. Ele estava preparado, mas não como devia. Acho que um tempo em equipes medianas, como um Toro Rosso, por exemplo, ou até mesmo uma Williams, que não deixa de ser um time grande, poderia ter lhe dado mais quilometragem antes de assumir um papel de estrela como ele pegou na Mclaren. Ele perdeu o mundial de 2007 por erros primários e quase que o de 2008 foi pelo ralo por condições idênticas, que viriam a se repetir de modo grotesco em 2010. O outro fator de criticas pesadas, são dos acidentes exagerados. Pilotos como ele, que são arrojados ao extremo, está propenso a cometer erros infantis. Em 2010, como já citei aqui, ele deixou de disputar o título por duas manobras infelizes: uma em Monza, quando bateu na traseira da Ferrari do Massa e abandonou logo após a largada e a outra em Cingapura, quando enrroscou-se com Webber e também abandonou. Foram situações que poderiam ter sido evitadas, afinal ele tinha muito mais carro que estes dois contendores. Visto estas situações e agregando outras como sua atuação alucinada em Monza 2008, quando vinha recuperando posições e chegou a bater rodas com Alonso e Webber na reta dos boxes e depois jogando de modo agressivo o Glock para fora da pista, alguns o chama de perigoso. Realmente nessas ele exagerou um pouco e juntando com Mônaco este ano, os acidentes poderiam ter sido de proporções absurdas. Entendo a cabeça dele. É normal um piloto que tenha essa sede de vitória insaciável e que vê em qualquer brecha uma chance de ultrapassar e tentar a vitória a todo custo. Estas manobras me lembram muito as dos simuladores, onde você arrisca tudo e que o piloto da frente se dane. O problema é que nem ele, e muito menos os outros, estão numa pista virtual. Ele não deve e nem pode mudar o seu estilo de pilotagem, pois isso tiraria o brilho de suas manobras, mas ao menos deveriam ser mais calculadas. Isso evitaria punições e possíveis acidentes.
Por outro lado as declarações foram infelizes, e só fez as coisas piorarem. Acredito que após o rompimento que ele teve com seu pai Anthony e o afastamento de Ron Dennis para cuidar do carro de rua da Mclaren, Lewis ficou sem quem pudesse filtrar suas declarações. Digo isso, porque sempre achei superficial todos os comentários de Hamilton. Pareciam manipulados, frases feitas, sem sal. Mas pode ser um engano meu também, pois ele começou a descer o pau na equipe nos últimos meses chegando a cogitar que poderia sair da equipe caso eles não entregassem um bólido competitivo, ao dizer que toda a história de amor tem um fim. Mas também há o fato dele se comparar ao Senna em algumas situações, como ele comparou recentemente ao dizer que ele era o Ayrton e Alonso o Prost, quando os dois dividiram o espaço na Mclaren. Num modo ele até tinha razão. No domingo ele voltou a enfatizar isso, quando disse que todos estavam contra ele. Sinceramente, ele anda a ver muito este documentário e querer se espelhar no Ayrton. O fato de ter tomado três punições no fim de semana não quer dizer esteja sendo perseguido. Aliás ele próprio foi uma tanto protegido pela FIA entre 2007 e 08, ao cometer algumas infrações e sair ileso delas. Exemplos: a prova de Nurburgring, onde ele ficou encalhado na brita e voltou com auxilio de um trator e a outra, mais uma vez, foi em Monza 2008 quando ele pilotou feito um louco e só pela manobra sobre o Glock ele deveria ter sido punido. O Ayrton em 89-90 arrumou uma briga danada com o Balestre por ter descido a lenha na entidade, principalmente após os acontecimentos de Suzuka 89 e por todo o ano de 90. Hamilton, talvez esteja querendo arrumar uma encrenca onde não exista e sua declaração de tudo está acontecendo por ser negro, pegou muito mal. Está na hora dele parar de frescura e procurar ser mais responsável dentro da pista e focar tudo no próximo GP, em Montreal, onde ele consegue ser insuperável. E se der para proibi-lo de assistir a este documentário do Senna, será bom também. Está fazendo mal a cabeça dele.

FOTO: ITV.COM

Um comentário:

  1. É um ótimo piloto, e o que importa é isso!
    Daqui a pouco as coisas acabam se acertando, ele também!
    E nós vamos ganhar , mais espetáculos dos grandes dessa época.. Ele é um deles, sem dúvidas..
    Vamos esperar o Canadá, lá vai ser "F"..

    Gp to

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