Muitos motores ainda serão estourados, mas acredito que a Mclaren voltará para a briga (Foto: Autosport) |
Desde que a parceria McLaren Honda foi anunciada, foram
inúmeros vídeos, fotos, matérias e comentários, exaltando a retomada da velha
parceria que rendeu aos dois fabricantes nada mais que oito títulos em quatro
anos (quatro de pilotos e quatro de construtores). Nada mais justo que
relembrar tudo isso e tentar fazer uma projeção do que poderá ser no futuro.
Mas a McLaren não teria exagerado na dose?
Acredito que, talvez, tenham tentando reviver em suas mentes
o que se sucedeu em 1988 com aquele inicio brutal onde Prost e Senna
praticamente pulverizaram a concorrência a pó com performances eletrizantes,
mostrando ao mundo da F1 um domínio tão forte quanto o da Alfa Romeo em 1950 e
da Mercedes em 1955. O motor V6 Turbo ajustou-se perfeitamente ao MP4/4
concebido por Steve Nichols e Gordon Murray a ponto de dar ao duo
franco-brasileiro, uma facilidade na pilotagem tamanha o equilíbrio do
conjunto. A diminuição na pressão do turbo para 2.5 bar, naquela que foi o
último ano dos turbos na categoria, ajudou bastante na preservação do motor que
apresentou poucos problemas naquela temporada. E mesmo com a mudança de
regulamento para 1989, quando a categoria passou a adotar motores atmosféricos
de 3.500cc, o domínio, apesar de não ter sido o mesmo do ano anterior,
continuou firme.
Mas a McLaren acreditava num cenário parecido? Acredito que
não, mas talvez em algo mais tranqüilo para que conseguissem cravar alicerces e
aí sim partir para um novo domínio. Os inúmeros problemas enfrentados, que são
bem maiores que as demais equipes tiveram em 2014, quando iniciou a era dos
turbo híbridos, assusta um pouco e que faz agora as duas partes terem os pés no
chão. Não que antes tivessem um ar de arrogância, mas no fundo acreditavam numa
nova parceria com águas mais calmas para serem navegadas.
As tempestades enfrentadas desde a pré-temporada e que foram
mostradas ao vivo no domingo na prova de abertura, será o grande desafio a ser
superado para que voltem ao topo. Naquele ano de 1988, o Honda era o melhor
motor que havia disponível e o sucesso foi estrondoso no primeiro ano de
parceria, mas para atingir aquele nível os nipônicos tiveram que gastar muitos
motores com a Spirit em 1983 e posteriormente com a Williams, até chegar ao
primeiro título em 1987 com a equipe do Tio Frank.
E agora será a vez da McLaren ter esse trabalho duro para
que ambas as partes cheguem ao topo, mas para isso muitos motores irão pelos
ares.
A própria Renault que teve um ano com o retorno dos turbos está tendo problemas, quanto mais um motor que está apenas recomeçando.
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