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domingo, 12 de novembro de 2017

GP do Brasil: Uma final alternativa

Quando Lewis Hamilton acidentou-se ainda na sua primeira tentativa de volta veloz para a qualificação, talvez houvesse torcedores dos Vettel que pensassem “Porquê não antes?”. Por outro lado, os torcedores de Hamilton tenham tido os mais variados pensamentos quando viu o Mercedes espatifado contra a barreira de pneus: “E se...”
A verdade é que o mundial, já encerrado à favor de Hamilton no México, e com certo drama, nos deu a oportunidade de presenciarmos uma corrida bem agradável em Interlagos. Se o duelo pela vitória não foi o grande chamariz, as atuações de Hamilton e Ricciardo, partindo do fundo, foram as grandes atrações deste GP. E ainda tivemos Felipe Massa, terminando na sétima posição e sendo o melhor do “resto” e tendo a chance a chance de fazer a sua segunda despedida de Interlagos agora na casa dos pontos, uma vez que em 2016 o acidente durante a prova acabou antecedendo as homenagens.
Independente se tenha tido ajuda da asa móvel ou não, a verdade é que Hamilton esteve no seu grande dia, desfrutando ao máximo do carro que tem. Foi uma pilotagem limpa e extremamente alucinante, sabendo tirar todo o desempenho que os pneus macios e super macios lhe proporcionavam. Nem parecia aquele carro apático que ele pilotou no Hermanos Rodriguez quinze dias atrás, onde ficou travado em último por várias voltas enquanto Vettel, que também caíra para o fundo do pelotão após um toque com o inglês ainda na largada, fazia uma recuperação brilhante para terminar em quarto e ver as suas poucas chances de títulos escorrerem para o ralo. Uma prévia do que poderíamos ver de Hamilton em Interlagos foi muito bem demonstrado nos treinos livres, quando ele teve o máximo domínio das ações falhando apenas no terceiro treino livre. Na classificação, assumiu a culpa do acidente e via-se que estava realmente puto da vida com o que havia acontecido. A sua atuação no decorrer destas 71 voltas da prova paulistana sintetizou o real momento de Lewis neste seu estágio na Fórmula-1: extremamente confiante e isso acaba traduzindo em velocidade pura e tenacidade para ir buscar os resultados. Ok, você dirá que com este carro fica fácil, mas se olharmos o que fez Valtteri nestas mesmas 71 voltas, verá que tem uma enorme – gigantesca – diferença entre os dois pilotos prateados.
Sobre a disputa pela vitória, Sebastian Vettel assumiu a ponta no contorno do S do Senna e por ali ficou, sem ser incomodado por Valtteri Bottas. Foi uma atuação tranquila do alemão que não vencia desde o GP da Hungria, numa altura em que a Ferrari estava praticamente no mesmo nível que a Mercedes. Logo após a única parada de boxe, que talvez tenha sido o momento onde ele tenha tido a maior ameaça – já que a Mercedes havia chamado Bottas para a troca de pneus uma volta antes – Vettel conseguiu voltar ligeiramente à frente de Bottas e logo atrás de Lewis, cerca de 3.5 segundos de desvantagem. Assim que retomou a liderança com a ida do inglês aos boxes, conseguiu ter todo controle da prova a seu gosto e assim foi até a bandeirada final. Bottas foi apático: se conseguiu uma fenomenal pole no sábado, não teve o mesmo poder de fogo de outras grandes largadas que fizera neste ano – Rússia e Áustria – e acabou perdendo a primeira colocação para Vettel ao virar da primeira curva. Pior mesmo é que não teve muito ânimo em tentar atacar Sebastian e lutar abertamente pela liderança da prova quedaria a ele, chances de conquistas pontos importantes na disputa pelo vice-campeonato. Pior mesmo é ter visto que Hamilton esteve num dia de fúria e chegou a poucos segundos dele na classificação final. Talvez essa prova explique e muito o porque da Mercedes ter passado a dar toda atenção à Lewis no virar do mundial.
Felipe Massa teve o seu grande dia em Interlagos. Todos sabiam que furar a bolha criada por Mercedes, Ferrari e Red Bull seria extremamente difícil, mas Felipe acabou saindo dessa corrida como o vencedor do resto – ou da Classe B da categoria. Manteve Fernando Alonso todo o tempo do GP a uma distância acima de um segundo, para que o espanhol não pudesse usar asa móvel e assim foi durante todo GP. Apenas nas voltas finais, talvez com os pneus já bem desgastados, é que teve uma pressão considerável de Alonso e de Pérez neste. Aguentou bem as investidas e pôde terminar na sétima colocação e ter uma despedida mais honesta, com direito a uma fala do seu pequeno Felipinho no rádio.
E Interlagos foi mais uma vez o palco de uma corrida muito boa.

domingo, 8 de outubro de 2017

GP do Japão - Quase lá

As noticias que vinham do grid de largada, onde os mecânicos ferraristas trabalhavam apressadamente para resolver algum problema no carro de Sebastian Vettel, logo se alastraram. Quando as imagens começaram a pipocar na internet, minutos antes da volta de apresentação, as coisas pareciam ainda pior. Por mais que eles tenham conseguido entregar o carro a tempo da volta de apresentação, ainda faltava ver o desempenho deste na corrida. E foi a mais desastrosa – ou dolorosa – que se podia esperar: Vettel foi caindo de forma vertiginosa na classificação, sendo ultrapassado como se o alemão estivesse a bordo de um carro da F2. Sebastian ainda aguentou até depois da saída do Safety Car – que entrara na pista por conta do acidente de Carlos Sainz – quando teve que acatar a decisão da equipe em recolher o carro para o box. Mais tarde saberíamos que o que fez a desistência prematura tinha sido a falha de uma vela, que deve custa alguns dólares. Uma real apunhalada no ânimo de quem esperava começar reverter o jogo a partir deste GP nipônico. Se as outras derrotas ainda lhes davam uma certa esperança de tentar reagir a partir da próxima corrida, desta vez as coisas são bem diferentes. Afinal, não dependerá mais de Vettel e Ferrari para conseguirem o tão sonhado título.
Por outro lado, Hamilton conseguiu ampliar ainda mais a sua diferença sobre Sebastian colocando agora 59 pontos de vantagem para o alemão. Uma diferença tão confortável o que o deixa numa situação de nem precisar mais subir ao pódio para conquistar o seu quarto mundial. A sua vitória foi mais uma vez maiúscula, sendo que tivera um bom ritmo com os super macios no primeiro stint, conseguindo manter um (mais uma vez) brilhante Max Verstappen numa boa distância. Porém, após a troca para os macios, o desempenho teve uma queda exatamente por conta da borracha que se desgastou rapidamente deixando com que Max se aproximasse perigosamente. Com Valtteri Bottas a frente, foi preciso fazer a inversão de posições – o que acabou matando uma possível chance do finlandês tentar o pódio – para que o #77 “freasse” a ameaça rubro taurina. E isso fuincionou pelas voltas que Valtteri se manteve na frente de Verstappen e quando foi para a sua troca de pneus, Hamilton tinha já uma diferença mais confortável para o jovem holandês que foi muito bem administrada pelo tricampeão. Porém, as voltas finais foram dramáticas: a aproximação de Max era evidente e com Lewis sofrendo de fortes vibrações na parte de trás do carro – que depois foi constatado que era por conta do motor – ficava quase que claro que dependeria e muito de um tempo para que Verstappen tentasse a ultrapassagem. Mas ao encontrarem Alonso e Massa pelo caminho – que disputavam a décima colocação – estes acabaram atrapalhando as pretensões de Max de tentar uma cartada naquela volta final. O cruzar da linha de chegada foi um alivio e isso ficou bem claro quando soube-se que a Mercedes havia trocado algumas peças no carro de Hamilton que agora já está no limite da sua quarta unidade de força. Ou seja: se agora trocar algum outro componente nestas últimas quatro corridas, o inglês perderá posições. Mas com uma diferença tão grande e sem a necessidade real de chegar ao pódio nestes derradeiros GPs, chega a ser um alivio de fato.
Outro ponto importante e que deve dar uma animada – e que já está animando – é a grande crescente da Red Bull do GP de Singapura para cá. Ficou claro que o ritmo de Verstappen foi muito bom, não deixando Hamilton abrir uma enorme diferença  no primeiro stint e conseguindo acompanhar – e até ameaçar – o mercediano na parte final do GP. Interessante observar, também, é a grande forma de Verstappen nestas duas últimas provas ao conseguir extrair tudo do RB13 e dar trabalho para Hamilton e sua Mercedes. Já são 43 pontos conquistados nestas últimas corridas, sendo que esta é a sua segunda prova sem nenhum tipo de problema. Apesar de não ter conseguido seguir o ritmo de seu companheiro de equipe, Ricciardo fez o seu trivial ao conseguir mais um pódio no ano.
Por mais que o mundial esteja quase que encaminhado para as mãos de Hamilton, ainda faltam quatro etapas onde alguma reviravolta pode acontecer. Mas com um  carro a prova de bala que tem se mostrado até aqui, será um pouco difícil que aconteça algo mecânico com o Mercedes de Hamilton. Por outro lado, é bem provável que a própria equipe passe a dar uma atenção para que Valtteri chegue ao vice-campeonato, uma vez que está treze pontos atrás de Vettel. E se os vermelhos conseguirem um bom final de semana, podem medir forças com a Mercedes e também servirá para a que a Red Bull mostre em que nível está realmente. Talvez possamos ter quatro provas bem interessantes neste final. Uma prévia do que podemos esperar para 2018.

domingo, 17 de setembro de 2017

GP de Singapura - Uma noite para o campeonato

Lewis Hamilton não era para ter vencido em Marina Bay. As coisas conspiravam, e muito, a favor da Ferrari. Como todos nós sabemos, o carro italiano é muito mais ágil neste tipo de traçado, vide o que Vettel conseguiu em Mônaco e Hungria, por exemplo, e a pole conquistada por ele no sábado foi uma amostra do que o tetracampeão poderia fazer na noite de Singapura. Mas a manobra – normal até, pois trata-se de um pole position defendendo a sua posição – acabou desencadeando uma situação que poderia lhe ser favorável ao final da prova noturna. Muitos irão apontar o dedo e dizer que Max Verstappen deveria ter levantado o pé e isso teria evitado a colisão que limou tanto o jovem holandês, quanto os dois pilotos da Ferrari. A verdade é que estes carros da atual F1 são bem difíceis para que o piloto possa enxergar algo, e quando um piloto aparece feito um raio do outro lado, como foi o caso de Raikkonen, precisa-se de certa destreza – e sorte – para que não dê nenhum enrosco. O movimento de Verstappen foi o reflexo da movimentação de Sebastian, que procurava bloquear o piloto da Red Bull para que este não tentasse o tudo ou nada na freada para o “S”. Mas isso gerou o enrosco assim que Raikkonen apareceu como um passe de mágica do lado esquerdo, e com Max no meio dos dois Ferraris foi impossível escapar para algum lado e daí iniciou o acidente que pode mudar os rumos deste mundial. Pior mesmo foi o pobre Alonso, que havia feito uma largada assombrosa e estava pronto para assumir o terceiro lugar, quando foi acertado pelo carro de Max Verstappen que também havia sido batido por Raikkonen. Vettel rodaria metros depois. Os dois Ferraris e mais o Red Bull abandonaram no ato, enquanto que Fernando ainda tentou continuar na prova até que parou de vez na oitava volta com grande avaria na parte de trás do radiador do lado esquerdo. Em vista do que foi a boa prova de Stoffel Vandoorne, o espanhol poderia ter luatdo pelo quarto lugar com Carlos Sainz, naquela que foi a melhor oportunidade da McLaren-Honda tentar seu brilharete neste ano. O acidente nesta largada do GP de Singapura lembrou um pouco o que acontecera cerca de cinco anos atrás, quando  Fernando Alonso – então na Ferrari – acabou sendo envolvido num acidente causado por Romain Grosjean na freada para a La Source, em Spa. Na ocasião, Alonso levava em torno de 40 pontos de vantagem sobre Vettel e dali em diante era apenas administrar a ótima vantagem para tentar chegar ao seu terceiro título. Mas o acidente e mais a segunda colocação de Sebastian – que largara na ocasião apenas em 11º - foi o inicio do desmoronamento dessa possibilidade que seria agravada na largada para o GP do Japão, quando ele se tocou com Raikkonen e teve o pneu traseiro furado o que forçou o seu abandono,  num dia que Vettel venceu tranquilamente em Suzuka.
Mas aquele que não deveria ter vencido em Marina Bay, acabou vencendo. E de forma convincente até, pois conseguiu manter boa vantagem para Ricciardo no período que a pista esteve molhada e quando esta secou, continuou com ótimo ritmo. E isso foi até certo ponto surpreendente, pois a Mercedes esperava certa dificuldade neste traçado mais sinuoso e o que se viu – especialmente com Lewis – foi uma boa velocidade que se tornou importante para anular qualquer chance de Daniel Ricciardo. Talvez Hamilton não tivesse bala suficiente para desafiar as Ferraris se estas estivessem na pista, mas ao menos o terceiro lugar estaria em pauta com o que foi mostrado em Marina Bay.
Ao contrário do que muitos pregoam após este resultado, entregando a taça para Hamilton, o campeonato ainda está aberto. Os vinte oito pontos que separam Lewis de Sebastian podem muito bem serem diminuídos numa má jornada do inglês nas seis provas restantes. Porém, Hamilton passa a ter a matemática a seu favor a partir de agora e qualquer outra vitória, com Vettel chegando, por exemplo, em terceiro, vai abrir ainda mais a possibilidade do inglês passar a marcar o alemão nas corridas seguintes. E ainda terá a ajuda de Valtteri Bottas para que isso aconteça, uma vez que o finlandês, que fechou a prova em terceiro, declarou ter em mente superar Sebastian Vettel na classificação.
Por mais que possa acontecer algo do tipo com Hamilton nas próximas etapas, a verdade é que os acontecimentos na noite de Marina Bay podem, e muito, influenciar no resultado final do mundial. E ainda teremos mais seis etapas para acompanhar essa epopeia.

domingo, 3 de setembro de 2017

GP da Itália: Sem chance para os demais

A classificação já era um indicativo do que poderíamos ter nesta etapa de Monza, onde a Fórmula-1 encerra sua estadia no velho continente: além do recorde de poles alcançado por Lewis Hamilton, chegando para a já mítica marca de 69 poles, a volta feita pelo inglês no encharcado asfalto italiano foi mais de um segundo veloz que o alcançado por Max Verstappen que fez o segundo tempo, mas por conta das punições, derivadas pelas trocas de motor e demais componentes, o holandês despencou para o meio do pelotão e isso proporcionou ao igualmente jovem Lance Stroll a chance de largar pela primeira vez na fila de honra, sendo assim o mais jovem a conseguir o feito. Em terceiro aparecia outra promessa que tem feito boas corridas até aqui ao volante do Force India, Esteban Ocon. A dúvida sobre o que poderíamos esperar dessa corrida, pairava sobre o que esperar do desempenho das Ferraris, especialmente de Sebastian Vettel, uma vez que ele em Spa foi um carrapato na trajetória de Hamilton na conquista deste na semana passada com um desempenho até surpreende, por se tratar de uma pista veloz e que onde esperava-se um pouco mais de facilidade para a Mercedes chegar a conquista. Mas a tarde de Monza mostrou um cenário bem diferente do que sugeria em termos de desempenhos.
Por mais que as Ferraris tenham feito um treino classificatório bem abaixo do que estamos acostumados neste ano, a performance era algo que ainda podia salvar esse pequeno desastre, mas não foi nem sombra do que apresentaram – especialmente com Vettel – em Spa. Sebastian até que chegou de forma rápida ao terceiro lugar ao superar Stroll e Ocon, mas não teve fôlego para alcançar as Mercedes que já estavam bem à frente – quando Vettel chegou ao terceiro posto, já levava cerca de 10 segundos de desvantagem para Hamilton e em tempos de voltas, tanto para o inglês, quanto para Bottas, ele perdia em torno de meio segundo a um segundo de desvantagem e isso se traduziu em mais de trinta segundos ao final da prova, quando Sebastian enfrentou alguns problemas em seu carro e teve a sombra de um soberbo Ricciardo, que vinha em grande performance na quarta colocação. Sobre Kimi Raikkonen, este já enfrentava dificuldades desde o inicio e foi sofrível para o finlandês conseguir superar Stroll e Ocon, coisa que conseguiu após a sua primeira parada de box. A verdade é que a Ferrari apostou tudo num acerto para a pista seca e não conseguiu encontrar o equilíbrio certo para o seu carro justamente na sua prova caseira. Nçao fosse as punições para os dois carros da Red Bull, as coisas podiam ter sido bem piores frente ao que fez Ricciardo que escalou o pelotão de forma magnífica para conquistar um fabuloso quarto lugar.
Sabemos bem da força da Mercedes, especialmente em circuitos velozes, mas o desempenho deles em Monza foi ainda mais brutal que o normal justamente em um ano onde as coisas estão mais equilibradas. Lewis Hamilton rechaçou qualquer possibilidade de complicações com os dois garotos ao defender-se bem na largada e quando virou a chicane na lideranças, não maiores contratempos  - fora um suposto “probleminha” que Hamilton chegou a relatar nas últimas dez voltas que não se traduziu em nada. A bem da verdade, Hamilton tem usado deste expediente em algumas etapas onde esteve na frente, mas curiosamente não trazendo nenhum dano que lhe desse maior dor de cabeça. Bottas foi magnifico nas voltas iniciais ao superar brilhantemente Raikkonen – ao fazer toda a Parabolica lado a lado com o seu conterrâneo – e depois passar Stroll e Ocon e assumir a segunda posição. As voltas velozes que ele fez em revezamento com Hamilton, mostrou o quanto que o carro estava bem acertado naquele circuito e tranquila dobradinha da equipe prateada em Monza foi apenas consequência.
Não podia deixar de falar especialmente de quatro pilotos: Ricciardo, ultimamente, tem sido o grande nome das corridas, com ultrapassagens e recuperações impressionantes e a de hoje não foi diferente; Esteban Ocon fez uma corrida tranquila, sem nenhuma atribulação – principalmente porque seu maior desafeto nesse momento, Sergio Perez, andou no meio do pelotão e isso foi bom até mesmo para a Force India que conseguiu capitalizar bons pontos nessa etapa – e mostrou grande forma. Sem dúvida um dos grandes nomes neste mundial; Stroll fez bom trabalho também e aos poucos vai começando a dissipar a pecha de piloto que “chegou lá por conta do dinheiro do papai”. Trabalho muito bem feito principalmente em condições adversas como foi a classificação, onde ficou constantemente à frente de Felipe Massa e com autoridade. Aos poucos, conforme vai aprendendo os macetes do carro e das pistas, vai ganhando auto-confiança e consequentemente experiência; Stoffel Vandoorne fez bom uso do novo motor e conseguiu bons resultados desde os treinos, sempre à frente de Fernando Alonso. Na corrida tinha até mesmo chances de pontuar, caso o motor Honda – mais uma vez – não falhasse. Foi uma corrida interessante para vermos o desempenho dos novos nomes da categoria, sem dúvida.
A grande vantagem que vimos neste GP italiano por parte da Mercedes deve ser transferido diretamente para  Ferrari, quando a categoria for para Singapura, próxima etapa. Mas caso a Mercedes vá bem na pista citadina de Marina Bay, a luz amarela ascenderá para os italianos. Será uma corrida bem interessante neste aspecto, daqui quinze dias.

domingo, 27 de agosto de 2017

GP da Bélgica: Hamilton no controle

A expressão fechada de Sebastian Vettel no pódio do GP belga, contrastava com um esfuziante Hamilton. E não era pra menos: a aposta do alemão e da Ferrari em tentar dar o bote nas voltas finais após uma parada no box para troca de pneus, durante a entrada do Safety Car, oferecida pelo entrevero da dupla da Force India, deu aos vermelhos uma chance de ouro para que pudessem atacar Lewis Hamilton naquelas derradeiras voltas. Com Vettel usando os ultramacios e Hamilton os macios, parecia ser uma questão de tempo para Sebastian atacasse o piloto inglês e partisse para uma vitória que o deixaria ainda mais confortável na liderança do mundial. O ataque maciço que ele deu sobre Hamilton após a saída do SC, levando ambos a fazerem a reta Kemmel lado a lado, não foi suficiente para tal concretização da ultrapassagem. Lewis foi perfeito na sua defesa, entregando o lado de fora para o alemão e depois desse ataque, o que se viu foi um Lewis continuando a administrar as coisas na pista belga, algo que ele fez por todo o GP: a diferença dele para Sebastian não foi superior a casa dos dois segundos, e Hamilton estava sempre pronto para responder a qualquer volta veloz de Vettel.
Os problemas enfrentados por Lewis com os pneus, que estavam a formar bolhas, não foram bem aproveitados por Vettel e Ferrari. Talvez um aperto por conta de Sebastian naquela condição, poderia ter levado uma boa vantagem sobre a Mercedes de Lewis. Mas como bem disse Vettel, ele esperou um erro de Hamilton... que jamais veio. Foi uma pilotagem segura e muito bem executada por Hamilton. Por outro lado, também temos que exaltar a ótima condução de Vettel nesta tarde onde jamais deixou sumir de seus radares a Mercedes do piloto inglês. Talvez tenha faltado aquela nesga de agressividade para que pudesse atacar com mais veemência em outros estágios da prova. Mas como são os dois principais contendores ao título mundial, também é compreensível  o cuidado de Sebastian em tentar qualquer manobra.
Enquanto que todos esperavam uma Mercedes sobrando em terras belgas, o desempenho da Ferrari, especialmente com Vettel, foi de bom agrado e isso traz um pouco de perspectiva de um restante de mundial bem mais equilibrado, uma vez que a impressão geral é que a equipe alemã começasse a abrir diferença nesta parte do campeonato. Por outro lado, também, ficou bem evidente que o carro da Mercedes parece ter uma melhor performance com os pneus macios do que com os outros dois compostos mais moles. Afinal era de se esperar uma pressão ainda maior quando Hamilton e Vettel saíram dos boxes com pneus diferentes – o alemão com o ultramacio – e o que se viu foi o inglês administrando a vantagem e até abrindo nas últimas voltas.
Apesar da cara amarrada no pódio, Vettel ainda está na jogada e a pista de Monza é o lugar perfeito para uma virada no jogo. Se perderem dentro do seu território, talvez acusem o golpe e assim Mercedes e Hamilton comecem a pavimentar o caminho para mais uma grande conquista.
Mas a pista de Monza sempre reserva algumas surpresas. E 1988 é o melhor dos exemplos.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

GP da Grã-Bretanha: Reconciliação & Reação



(Foto: RV Press)
Não é novidade que a falta de Lewis Hamilton no F1 Live, no meio da semana, nas ruas de Londres, não foi bem visto pelos fãs e também por aqueles que acompanham a categoria. Para a maioria aquilo foi uma tremenda falta de respeito para com o público. Afinal, ele foi apenas o único dos pilotos desta atual temporada que não compareceu ao festejo, alegando, mais tarde, que estava concentrando-se na disputa contra Sebastian Vettel. Mas a maioria sabe que é bem provável que o inglês tenha ido curtir o dia com os amigos em algum local.
Polêmicas à parte no que ele deve fazer ou não, a verdade é que Hamilton esteve em grande forma neste fim de semana em Silverstone, principalmente no domingo onde conseguiu um domínio absoluto com a sua Mercedes. Liderou todas as voltas, cravou a melhor da corrida, além da pole conquistada no sábado. Uma atuação que fez lembrar o de Nigel Mansell (guardadas proporções) em 1992, quando o “Il Leone” destroçou a concorrência e levou a torcida inglesa o delírio a ponto deles invadirem a pista. Lewis também conseguiu levantar a torcida em Silverstone, com direito a aplausos efusivos dos torcedores em todos os setores por onde o tri-campeão passou, em sua volta de desaceleração. E ainda teve tempo para cair nos braços dos torcedores antes de ir para a coletiva de imprensa. E esta conquista de Lewis ainda o fez igualar a marca de Jim Clark em GPs britânicos, tanto em poles e vitórias, chegando a cinco triunfos em cada uma das duas estatísticas. Um momento fabuloso em Silverstone.
Mas a alegrias não estavam apenas no fato da grande conquista de Lewis: o resultado abaixo do esperado por Sebastian Vettel, também ajudou para que a festa fosse praticamente completa. Digo isso, pois a sétima colocação de Vettel ainda lhe deu um fôlego para se aguentar na liderança do mundial até a próxima etapa, que será na Hungria. Este um ponto de vantagem dele para Lewis pode fazer uma diferença enorme mais para frente. E até que pela tragédia que se desenhava, quando o pneu dianteiro esquerdo da Ferrari dechapou, este sétimo lugar foi um lucro. Sair atrás de Hamilton na classificação seria um balde – mais um – de água gelada nele e na Ferrari. A verdade, ao que parece, é que a equipe italiana parece ter estagnado na evolução do carro ou então as novidades que tem trazido ultimamente, não surtiram grande efeito. A  Mercedes conseguiu uma melhora com atualizações feitas para o GP da Espanha e de lá para cá, eles conseguiram uma bela evolução e não parece que possam cair de rendimento.
Por mais que tenha sido uma prova emblemática, ao mostrar o nível de pilotagem de Hamilton e também do poderio dos carros da Mercedes, ainda está longe das coisas se definirem. A prova da Hungria deve ser encarada como um tira teima para os carros prateados, uma vez que o desempenho deles em Mônaco, uma pista travada por conta de sua natureza citadina, foi bem pífia e agora prestes a encarar a pista de Hungaroring devemos ver a sua real força. Para a Ferrari e a chance de conseguir uma reação e as lembranças de um final de semana perfeito nas ruas de Monte Carlo, podem ser reavivadas na pista húngara.
Por mais que a corridas não tem agradado numa forma geral, o campeonato está bem interessante. E isso não podemos negar.

domingo, 9 de julho de 2017

GP da Áustria: O pulo de Bottas

(Foto: autoweek)
Não saberemos exatamente como estará o campeonato quando chegar o mês de novembro. A nossa expectativa, de início, é que essa batalha entre Vettel e Hamilton se arraste até a última corrida do calendário e isso, certamente, é aposta geral de que estes dois rapazes estejam na luta quando o final do mundial se apresentar. Porém, o que vimos hoje no Red Bull Ring, foi uma atuação bem interessante de um cara que até então, era cravado como um mero escudeiro de Lewis Hamilton. A vitória de Valtteri Bottas foi maiúscula, incluindo, também, uma largada fenomenal que beirou a suspeita de queima por conta do piloto finlandês. Mas a sua esperteza ao ver o apagar as luzes vermelhas e “dar no pé”, deixando um Sebastian Vettel “comendo poeira”, foi o lance que deu a ele a chance de virar a primeira curva com toda tranquilidade na frente.
O melhor disso foi o seu desempenho: quem se lembra da sua vitória na Rússia, pode muito bem fazer uma alusão ao que foi feito na pista austríaca, quando conseguiu partir muito bem deixando as duas Ferraris para trás e fazendo voltas iniciais com um ritmo diabólico, sempre cravando as melhores voltas sem dar tempo para que Vettel se ambientasse ao começo da prova. Hoje ele fez da mesma forma e abriu bons seis segundos para Sebastian e essa margem de segurança deu a Bottas a chance de administrar a vantagem quando os retardatários aparecessem. Melhor: após ficar um bom par de voltas na pista usando os pneus ultramacios, conseguiu voltar na frente do piloto alemão e ainda lutar contra um cambaleante Kimi Raikkonen, que foi facilmente superado por ele para depois administrar a diferença de três segundos que ficou oscilando por conta do tráfego. As últimas três voltas, com Vettel tentando pressioná-lo na luta pela liderança, não abalou a confiança de Valtteri – que coincidentemente também havia sofrido pressão de Sebastian nas voltas finais em Sochi – mostrando uma frieza para aguentar tamanha pressão.
Com um campeonato tão equilibrado, onde Vettel vem se aproveitando bem da maré de azares de Hamilton, e este último não conseguindo transformar a real superioridade da Mercedes neste momento em resultados concretos, Bottas vem aos poucos conquistando seus pontos e chegando devagarinho para tentar surpreender o duo que é favorito ao campeonato. No momento a sua desvantagem para Vettel é de 35 pontos, enquanto para Lewis é de 15 pontos. Um azar duplo deste dois principais contendores e uma nova vitória de Valtteri, deixaria o mundial bem embolado e também uma dúvida bem interessante na cabeça de Toto Wolf. A bem da verdade, se isso acontecer já na prova de Silverstone, seria interessante para o decorrer do mundial.

Talvez a ótima largada de Bottas na Áustria também acabe sendo o início de uma reação interessante por parte dele no mundial. O que não é nada mal para alguém que estava sendo tachado de “segundão” até pouco tempo atrás. E um azarão é sempre bem vindo nesta altura do mundial.

domingo, 25 de junho de 2017

GP do Azerbaijão: Uma bakunça bem vinda

Confesso que ano passado olhei bem pouco  para esta pista de Baku. Exatamente por estar extasiado pela final das 24 Horas de Le Mans de 2016, que acontecera minutos antes, a prova do Azerbaijão foi bem apagada mostrando o tamanho da burrada que foi colocá - la no mesmo dia e minutos depois da grande clássica francesa. Mas de toda forma, também não foi das melhores aquela prova que foi vencida por Rosberg na ocasião. Talvez os pilotos estivessem mais receosos, sei lá.
Porém, um ano depois, as coisas foram bem diferentes e muito agradáveis com pilotos mais bem familiarizados com o tratado.  Uma corrida bem doida, onde ineficiência do trabalho do resgate foi um ponto negativo ao demorarem além da conta para retirar o carro de Kvyat. Os vários toques entre os pilotos e também nos muros, que ajudaram a espalhar uma série de pedaços de carro para todo canto forçando a entrada do SC e mais adiante uma bandeira vermelha. E o que dizer do entrevero de Hamilton e Vettel, onde Lewis diminuiu o ritmo e Sebastian acertou-o por trás para depois bater contra o inglês, indicando a sua revolta com a possível conduta do piloto da Mercedes. É uma discussão que renderá muito pano para manga, principalmente por conta, também, da demora dos comissários em resolver o assunto. Enquanto que Vettel tomou um stop&go de 10 segundos - que na verdade foram 32 segundos, se somarmos os dez da punição mais os 22 entre entrada e saída de box - Lewis não foi punido, mas o encosto de cabeça que soltou - se,  obrigou uma parada extra.
Quem se beneficiou foi Ricciardo, que se recuperou bem na prova para estar no lugar certo quando os dois líderes do mundial sofreram seus problemas e vencer uma corrida que não desenhava de modo algum para Red Bull, apesar do bom rendimento mostrado por eles nos dois primeiros treinos livres - fico imaginando o que se passou na cabeça dos caras da Force Índia quando viram o resultado de Daniel. Melhor ainda foi ver Lance Stroll escapar das armadilhas que essa corrida reservou para fazer um trabalho sólido e sem erros e conseguir um pódio que até  semanas atrás, se alguém ousasse falar isso, seria taxado de louco sonhador e "Lancete". Talvez seu único erro tenha sido nas voltas finais, quando relaxar demais e deixou que Bottas se aproximasse demais para perder o segundo lugar na linha de chegada para o finlandês. Aliás, Bottas conseguiu recuperar-se bem para terminar num improvável segundo lugar. Boas provas de Ocon, que a cada prova vai incomodando e mais e mais Sérgio Pérez - o incidente dos dois nessa etapa também vai render bastante na Force Índia - Kevin Magnusse, que chegou a flertar com o pódio e Fernando Alonso, que enfim teve uma prova limpa de problemas e que escalando o pelotão e escapando como podia dos acidentes e incidentes para marcar os dois primeiros pontos dele e da Mclaren no ano.
Foi um GP magnífico em Baku, justamente num lugar onde eu pouco esperava algo assim.
Agora imaginem uma prova ali com chuva

domingo, 14 de maio de 2017

GP da Espanha: O esperado duelo

Fazia um bom tempo que os fãs destes dois pilotos e, também, os da F1, esperavam por este embate. Em outros anos, enquanto um tinha o melhor equipamento o outro não estava em condições de enfrentar, exatamente por conta do carro não permitir tal possibilidade.
O dia de hoje em Barcelona foi uma amostra do que veremos em outras oportunidades neste mundial, onde Sebastian Vettel e Lewis Hamilton se entregaram a uma batalha interessante regida pela melhor conservação dos pneus. E nisso, com uma Mercedes que parece estar começando a entender o funcionamento destes compostos no seu carro, a tendência é que desafiem cada vez mais a Ferrari nestas provas que vão seguir.
Se o início da corrida pareceu pender para o lado de Vettel, a parte final foi de um Hamilton pilotando como nos velhos tempos.
Sebastian esteve num dos seus melhores dias. Ainda sim, para mim, foi uma de suas melhores apresentações do tetracampeão, partindo para cima dos adversários sem nenhum pudor. A sua ultrapassagem sobre um cambaleante Bottas, que tentava como podia se equilibrar em pneus já gastos, certamente entrará para os melhores momentos da categoria no ano e da década. E que tal a batalha entre ele e Hamilton, quando este último saía dos boxes e racharam a primeira curva quase que "misturando as tintas"? Sebastian levou a melhor naquele momento. Mas ainda tinha mais...
Lewis passou a prova conversando o que podia ser feito para recuperar a posição perdida para Vettel, ainda na largada. Compassivamente e enfrentando alguns problemas de superaquecimento nos pneus - ou seria um blefe? -, que variavam de volta a volta, Hamilton e sua equipe continuavam a traçar as idéias para um possível ataque final. A troca de pneus de Lewis após a saída do virtual safety car, foi decisiva.
A volta veloz que imprimiu após seu pit stop, foi importante para encostar e tentar pegar um Vettel desprevenido recém saído dos boxes. Foi brilhante o duelo deles nas curvas a seguir, com Sebastian ganhando o duelo momentaneamente. O tráfego pesado que eles pegaram logo a seguir também foi vital para que não se desgarrassem - porém, mesmo antes de encontrar os retardatários, Hamilton conseguia acompanhar o ritmo de Vettel que usava naquela parte final pneus médios, contra os macios de Hamilton. O melhor desempenho da Ferrari com este composto é conhecido desdes os testes lá mesmo em Barcelona, mas a surpresa foi a rapidez da Mercedes com os macios e também a boa conservação destes por Lewis, que possibilitou a chegada do inglês e também a manobra que resultou na ultrapassagem que ele faria sobre Vettel no final da reta dos boxes. Só restou ao inglês abrir uma boa vantagem e levar o Mercedes a conquista do GP espanhol.
Para nosso deleite, ainda mais numa pista onde aconteceram tantas provas sonolentas, a corrida de hoje foi uma jóia após aquele modorrento GP em Sochi.
E talvez assim será até o fim, com Vettel se esbarrando em Hamilton em algumas corridas e provas extremamente chatas como a de Sochi.
Uma mescla interessante que se desenha desde Melbourne e que começou a surtir efeito agora em Barcelona.

domingo, 30 de abril de 2017

GP da Rússia: Uma vitória maiúscula

Sinceramente, eu era um dos que apontavam uma conquista fácil de Vettel hoje em Sochi. O grande domínio por parte dele e também de Raikkonen desde os treinos de sexta, indicavam uma conquista tranquila da Ferrari até mesmo por conta do desempenho que os carros vermelhos tem apresentado até aqui. Mas como bem sabemos, o que vale mesmo é o domingo quando as forças são colocadas em prova. Neste quesito, Valtteri Bottas guardou a melhor forma para o momento que valia.
A fabulosa largada do finlandês decidiu parte da prova para si, conseguindo resolver uma futura dificuldade num lance espetacular. A segunda parte do plano era tentar sustentar a dianteira prova e cuidar bem dos pneus e claro, tentar construir uma distância que desse a ele uma condição confortável para que pudesse fazer a sua parada de box e tentar voltar à frente de Vettel. Essa parte foi importante, pois a diferença entre ele e o piloto alemão chegou a bater na casa dos cinco segundos e meio num ritmo que, confesso, me surpreendeu bastante visto o quanto que a Mercedes sofreu com os compostos ultramacios nas etapas anteriores.
Mesmo após as trocas de pneus, com Vettel esticando ao máximo o seu stint, tentando repetir a manobra de Melbourne, Bottas conseguiu sustentar a primeira posição. Apesar dos erros que quase jogaram seu fabuloso trabalho pelo ralo, o finlandês teve sangue frio para abrir vantagem no primeiro setor e se sustentar nas demais partes para que Vettel não ganhasse terreno e tentasse fazer uso do DRS na grande reta.
A discussão se Felipe Massa foi fator decisivo para o desfecho - com Vettel se irritando com o brasileiro - é algo a parte, mas a verdade é que Bottas fez um trabalho acima da média neste fim de semana. Conseguir domar um tricampeão do mundo como foi feito por ele desde a sexta feira, e sempre com uma diferença considerável que variava entre dois e cinco décimos, é algo louvável e que merece todo tipo de elogios. Valtteri chegou a sua primeira vitória após 80 GPs e de uma forma imponente e importante para ele. Afinal, ele ainda precisa mostrar mais e mais as suas qualidades para que possa, quem sabe, esticar sua estadia na equipe alemã. E essa conquista veio em boa hora.
Ainda tem muito o que acontecer, mas o finlandês vai mostrando as suas qualidades. E o campeonato agradece

domingo, 16 de abril de 2017

GP do Bahrein: Estratégia na medida certa

O lance capital da prova talvez tenha sido mesmo o acidente entre Sainz e Stroll, quando ambos contornavam a primeira curva e o espanhol - que saía dos boxes - foi extremamente confiante em tentar atacar o jovem canadense e acabou batendo na lateral do Williams. O carro de Lance parado na parte externa foi o suficiente para a direção de prova colocar o SC na pista. Foi o momento que a galera foi aos boxes - inclusive o duo da Mercedes - e deixar caminho aberto para Vettel assumir a ponta, uma vez que ele já havia feito sua parada voltas antes e colocado os supermacios. Com uma relargada bem feita e se defendendo dos ataques de Bottas, Sebastian fez o que se espera dele quando está no comando de um GP que é abrir uma boa vantagem e apenas administrar. A tática foi perfeita ao final das 57 voltas, quando a idéia de tirar o alemão da segunda posição e levá-lo aos boxes para tentar voltar à frente de Valtteri foi melhor que a encomenda quando o SC foi à pista. E exatamente naquele momento, Hamilton dava um tiro no próprio pé ao atrapalhar Ricciardo na saída dos boxes e levar 5 segundos de punição que foram pagos na sua segunda parada de box.
É claro que para nós que não temos todas as informações em mãos, aquelas bem minuciosas, que apenas as equipes tem em mãos, parecia que Sebastian perdia terreno para Hamilton no final por estar com pneus gastos. Segundo o alemão, ele tinha reservas para contra-atacar e Matias Binotto, responsável pelo bólido vermelho, confirmou ao dizer que eles estavam tranquilos pois as coisas estavam sobcontrole devido administração de Vettel. Portanto, mesmo se tivesse tempo, Hamilton não conseguiria atacar Sebastian. Por outro lado, vendo que Lewis pisou feio na bola e que a Mercedes o deixou mais tempo na pista antes de fazer a sua segunda parada, as coisas poderiam ter sido diferente. Afinal, mais próximo de Vettel, o piloto inglês teria mais tempo para arriscar uma manobra. E Sebastian um contra-ataque. Teria sido umas dez voltas finais eletrizantes com os dois contendores brigando abertamente. Olhando desta forma, o final deste GP foi parecido com o de Shangai semana passada.
A forma decidida da Ferrari, com uma postura mais atirada em arriscar as estratégias de pit-stop - que deu certo na Austrália e hoje no Bahrein - e mais uma postura igualmente arrojada de Vettel em se livrar do tráfego quando volta do pit-stop, tem surtido um grande efeito e se transformado em vitórias. E isso tem anulado uma Mercedes que anda errando bastante nas táticas.
Será interessante quando as duas acertarem a mão numa corrida.

domingo, 9 de abril de 2017

GP da China: De volta ao comando

Após uma derrota como aquela em Melbourne duas semanas atrás, era de se esperar que a Mercedes voltasse com carga total para contra-atacar o avanço da Ferrari na etapa chinesa. A pole de Hamilton no sábado foi um bom indício, mas ainda assim a sombra de Vettel estava bem próxima e isso indicava uma batalha daquelas para o domingo.
O misto de pista seca/ molhada/ úmida em alguns setores forçou o uso dos pneus intermediários e também fazia imaginar que as primeiras voltas seriam de total caos. O incidente de Stroll e mais o acidente de Giovinazzi no início da prova, forçaram o uso do Safety Car Virtual e o Safety Car tradicional e isso acabou sendo importante para o desfecho da corrida que acabou vendo uma vitória tranqüila de Hamilton em solo chinês. Todo esse rolo nas voltas iniciais acabou levando a Ferrari a tirar Vettel do segundo lugar e levá-lo para os boxes e trocar os intermediários pelos macios. O que não contavam é que o tetra-campeão ficasse tanto tempo atrás de Ricciardo, Verstappen e Raikkonen - mais tarde Max se livraria de Daniel com uma bela manobra na curva 5 – para depois ficar outro tanto de tempo assistindo Raikkonen tentar ameaçar a terceira colocação de Ricciardo. Vettel ligou o “modo de ataque” e foi para frente ao concretizar uma bela manobra sobre Kimi e depois realizar sobre Ricciardo outra bonita manobra a ponto de baterem até rodas para conquistar o terceiro lugar, e algumas voltas mais tarde se beneficiaria do erro de Max no final da reta oposta para garantir o segundo posto. Daí em diante, mesmo com pista livre e fazendo boas voltas, era quase impossível alcançar Lewis que respondia prontamente a qualquer ataque do piloto alemão. Hamilton parecia estar com tudo sob controle a tal ponto de dizer que o carro estava perdendo rendimento numa volta e na outra cravar a melhor marca até então. Talvez mesmo que o SC não tivesse sido acionado e dado a Vettel a chance de lutar diretamente com ele, acho que seria difícil do piloto alemão bater Lewis hoje. O inglês estava bem seguro na pilotagem e as suas voltas velozes em resposta as que foram conquistadas por Sebastian, eram um bom indicativo de como estava o nível de Hamilton hoje. Por outro lado, as indicativas de que a Mercedes parece render melhor em temperaturas mais baixas, parece ser verdadeiro e isso é um ponto bem interessante para o desenrolar da temporada.
A Red Bull, ainda com certo déficit para Mercedes e Ferrari, foi bem nesta etapa chinesa. Interessante foi a fenomenal largada de Max Verstappen ao sair de 16º e passar em 9º no complemento da primeira volta, o que facilitou bastante o seu trabalho. A manobra sobre Ricciardo para conquistar o segundo lugar foi digna de aplausos, mas nas voltas finais se viu acossado pelo companheiro de equipe. Uma melhor saída de curva por parte do holandês, ajudou bastante para que ele se mantivesse no terceiro lugar.
Outros bons destaques dessa prova chinesa ficam por conta de Fernando Alonso, que figurou entre os dez primeiros desde o início do GP após uma boa largada e sempre duelando contra Sainz e Bottas. De certa forma, foi até surpreendente ver o ritmo dele e da McLaren, uma vez que já sabemos bem do tanto de problemas que este conjunto reserva. Tanto que ele e Vandoorne nem completaram a corrida; Magnussen foi bem e conquistou os primeiros pontos da Haas no ano; o duo da Force India chegou em nono e décimo (Perez e Ocon), em mais uma corrida puxada para eles. Se dividíssemos a F1 em grupos, o formado por Haas, Force India, Renault, Toro Rosso e, eventualmente, a McLaren, seria um dos mais equilibrados. As decepções ficam por conta de Bottas, que errou após o seu pit-stop e perdeu uma boa chance de tentar um lugar no pódio e assim teve que escalar o pelotão até onde pôde (6º lugar) e para a Williams que, segundo Felipe Massa, não conseguia achar aderência com nenhum dos jogos de pneus e isso o fez despencar de forma drástica na tabela final do GP ao ficar à frente apenas da Sauber de Marcus Ericsson. A Renault também não foi bem com seus pilotos, uma vez que teve em Nico Hulkenberg uma boa chance de conquistar pontos nessa corrida já que o alemão tinha conseguido um excelente sétimo lugar – porém Hulkenberg acabou por estragar a sua corrida, ao cometer ultrapassagens durante os períodos dos SC virtual e tradicional e resultado em penalidades que somaram quinze segundos.
A corrida chinesa foi pródiga em bons momentos exatamente por conta da audácia dos pilotos em arriscarem as manobras de ultrapassagens. Nem mesmo o uso do DRS na grande reta do circuito chinês, proporcionou grande número de ultrapassagem como no passado. Mas de todo modo, foi uma corrida interessante para vermos o comportamento de Ferrari e Mercedes após a prova inicial do campeonato e também do abismo que separa ela da Red Bull até aqui.

Bahrein será outro capitulo bem legal dessa batalha entre Mercedes e Ferrari.    

domingo, 26 de março de 2017

GP da Austrália: A Vettel do que seria de Vettel

Se vocês lembrarem de como foi no ano passado, talvez entendam que a conquista de Sebastian Vettel neste GP australiano foi como uma vitória que acabou voltando para as suas mãos após o erro crasso da Ferrari de não ter trocado seus pneus após aquele tremendo acidente de Fernando Alonso, que ocasionou uma bandeira vermelha e deu à Mercedes a chance de reverter o jogo quando tirou os macios do carro de Nico Rosberg e calçou os médios. O resto da história é conhecida, com o hoje aposentado alemão abrindo caminho para o seu futuro título. Para a Ferrari, naquela ocasião, ficou apenas o gosto amargo de uma chance de ouro em derrotar a Mercedes em condições iguais onde Vettel estava numa forma espetacular naquelas 14 primeiras voltas e que poderia ter se convertido numa vitória.
Passado um ano, mais uma vez, a Ferrari estava com Vettel em grande forma, mas nesta com o piloto alemão perseguindo de forma brilhante um Lewis Hamilton que precisou andar no limite sempre para tentar escapar de futuras investidas do carro vermelho. A não colaboração dos pneus ultramacios, que teimavam em superaquecer, acabou adiantando as coisas para a Ferrari: Lewis foi aos boxes na volta 18 para colocar os macios e apesar de ter voltado com boa velocidade, acabou encaixotado atrás de Max Verstappen. Aliás, um ano atrás, o inglês também ficara um bom tempo atrás do jovem holandês - este ainda pela Toro Rosso - o que prejudicaria a sua tentativa de recuperar-se de uma má largada. Neste período (voltando agora para 2017) em que Lewis tentava uma melhor aproximação, Vettel passou a virar voltas velozes para parar apenas na passagem 24 e voltar milimétricamente à frente de Max, que ainda tentou uma ultrpassagem na freada para a terceira curva. Inteligentemente, Sebastian conseguiu dar o lado de fora para o impetuoso holandês que não pôde concluir a manobra. Com isso foi possível ver Vettel desaparecer rapidamente e Hamilton ainda sofrer algumas voltas, até que Max foi para os boxes. Os problemas de pneus no Mercedes de Hamilton impossibilitaram uma aproximação a Vettel, que continuava tranquilamente à frente. Os problemas de Lewis até deram uma chance para aproximação de Bottas, mas que nunca se desenhou uma grande ameaça. No final, foi possível ver a primeira conquista de Vettel e Ferrari desde o GP de Cingapura de 2015 com uma diferença de quase dez segundos sobre a Mercedes de Hamilton. Algo impensável há alguns meses. Porém a conquista do alemão acabou voltando para ele após um ano, e contando com um pequeno erro de cálculo da Mercedes que acabou chamando Hamilton cedo para os boxes por acharem que os pneus não aguentariam. Imagino a cara deles quando viram que o pneu ainda estava em boas condições. Toto deve ter murrado mesas e paredes...
Mas o bom gerenciamento da Ferrari com os pneus acabaram sendo determinantes para a conquista de Vettel. Também é de ser dito que o piloto alemão teve um desempenho clássico ao qual nos acostumamos desde a sua era de ouro na Red Bull, que é de ter uma tocada infalível quando está na dianteira da corrida. Para a Mercedes, vai ficar a luz amarela para um melhor estudo do desempenho do carro com os pneus. Se o ultramacio usado por Hamilton no primeiro stint ainda estava em boas condições, a variação de temperatura deles podem passar o erro de um possível desgaste e nisso Hamilton acabou sendo afobado ao pedir para entrar nos boxes para trocá-los. O péssimo stint com os macios em seguida, foi ainda mais doloroso para eles. É algo que precisarão resolver no decorrer das provas antes que a Ferrari consiga mais outros bons resultados.
Para muitos o tira teima dessa conquista da Ferrari se dará em Xangai. Pista permanente e com menos ondulações, pode dar uma idéia de como estão as reais forças entre Mercedes e Ferrari. Como bem disse Jock Clear, engenheiro da Ferrari, fica difícil saber quem tem o melhor carro pois um real confronto não foi visto nesta etapa, sem a chance dos dois principais contendores se pressionarem nesta etapa.
De toda forma, a possível vitória de Vettel um ano atrás acabou voltando para ele neste ano que promete ser dos bons. Mas a Mercedes não baixará os braços.
E aí é que estará a chave para um mundial que pode ser eletrizante.

domingo, 27 de novembro de 2016

GP de Abu-Dhabi: Tensão, na medida certa

A decisão de hoje em Yas Marina não foi de todo mal. Também não podemos dizer que tenha sido fabulosa, pois foi uma corrida tensa e que qualquer lance a favor de qualquer um dos dois contendores, decidiria as coisas no ato.
Lewis Hamilton fez a sua estratégia, seguindo o seu instinto de que fizesse um ritmo mais lento, jogaria Rosberg na boca dos leões e assim pudesse ter tempo de abrir uma grande diferença para garantir com folga o possível título. As voltas finais foram agoniantes para os fãs de Rosberg e se pudesse, tiraria o carro do inglês da liderança com a mão. Certamente a força mental para que isso acontecesse, foi tão grande que poderiam até mesmo mover um vagão.
Mas como todo bom suspense, os coadjuvantes tiveram um papel quase que decisivo. A presença de Max Verstappen na segunda posição, após uma recuperação pautada por ultrapassagens e por esticar ao máximo a sua primeira parada, deu o primeiro tom dramático quando Rosberg esteve logo atrás do holandês estudando um melhor momento para atacar. Max até que resistiu, mas não teve muito o que fazer quando Nico foi pra briga e conquistou, na raça, o segundo lugar. Sebastian Vettel foi o outro coadjuvante e de forma brilhante, entrou na briga para deixar as coisas ainda mais tensas. Aproveitando-se de uma estratégia muito boa em usar os ultramacios nas últimas quinze voltas, subiu de sexto para terceiro com ultrapassagens disputadas a tapas, principalmente contra os "Red Bull Boys". Talvez o desgaste dos pneus nesta escalada tenha prejudicado um possível ataque final às Mercedes.
Finalmente Rosberg, que teve toda paciência e estudo necessário para não cair na estratégia que Hamilton colocara em prática. Se ele não atacou Lewis, ao menos esteve em grande forma para atacar e ultrapassar Verstappen de modo brilhante e quando Sebastian esteve com chances de ameaçá-lo, Nico teve sangue frio para defender e seguir em frente para garantir um segundo lugar que lhe garantiu o primeiro título mundial.

domingo, 12 de junho de 2016

GP do Canadá: Erradamente calculado

A forma com a qual Sebastian Vettel esteve hoje em Montreal, nos fez lembrar do velho Seb que aterrorizava e comandava os mundiais do início da desta década com uma tocada veloz e segura. As mudanças que a Ferrari levou para este GP do Canadá, lhe deu a oportunidade de arriscar um ataque maciço ao domínio da Mercedes e por muito pouco não deu certo: largou feito um foguete para assumir a ponta e teve um ritmo convincente para manter uma distância de um pouco mais de um segundo para Lewis, até que as paradas de box começassem a resolver o assunto.
Mesmo trocando para pneus supermacios e mantendo a velocidade intacta, Vettel conseguiu diminuir bem a diferença para Hamilton e quando este foi para a sua única parada - já que ele estava perdendo terreno para Sebastian -, o piloto alemão esteve na liderança e com uma margem que variava entre os nove e dez segundos. A obrigatoriedade em usar o pneus macios, acabou momentaneamente com as chances de Vettel, que foram reativadas quando seu ritmo era fortissímo e chegou a casa do 4.4 segundos, o que dava uma esperança de Sebastian conseguir uma épica vitória em Montreal. Mas os erros de Vettel - pelo fato de andar no limite extremo - e as rápidas respostas de um inteligente Hamilton, que souber gerenciar um pneu macio que durou incriveis 46 voltas sem mostrar desgaste, acabaram matando essa possibilidade. E no fim, Hamilton chegou a sua segunda vitória no ano e de forma consecutiva.
Para Sebastian, resta amargar uma terceira derrota onde tinha grandes chances de vencer. Melbourne e Barcelona foram os outros dois locais onde a vitória estava na mão e a estratégia da Ferrari acabou atrapalhando. Mas ele encarou o resultado com otimismo, uma vez que as novidades parecem ter surtido efeito.
Ainda precisamos avaliar bem os efeitos que essa melhora da Ferrari em Montreal possa refletir nas provas seguintes. Sabemos bem que a Ferrari tem ótimas informações dos três tipos de pneus macios e eles sabem usar muito bem isso. Portanto saber como vai ser o desempenho em temperaturas mais altas, será uma boa para vermos em que pé está a Ferrari.
A primeira vista, estão no caminho certo.

domingo, 20 de março de 2016

GP da Austrália: Os pneus, a grande chave para os duelos

Após uma largada perfeita e com um ritmo de prova que foi constante, conseguindo manter uma diferença confortável para a Mercedes de Rosberg mesmo após este ter superado Kimi Raikkonen depois dos pit-stops, teria Sebastian Vettel conseguido vencer a prova de abertura em Albert Park? Tal pergunta pode ser resolvida com apenas um simples sim, mas a verdade é que após bandeira vermelha ocasionada pelo brutal de acidente de Fernando Alonso com Esteban Gutierrez, as coisas passaram a favorecer a Mercedes quando esta tratou de trocar os pneus de Rosberg no novo alinhamento no pit Lane. Saindo de pneus macios e mudando para os médios, os alemães conseguiram anular a possível vantagem de Sebastian que ainda se encontrava com os super macios.
A tendência natural é que estes compostos de banda vermelha se deteriorassem mais rapidamente e foi o que aconteceu com Vettel, que chegou abrir uma boa vantagem para Rosberg logo após a relargada e que foi despencando dos quatro segundos que conseguira para um pouco menos de dois segundos. Com Sebastian indo para os boxes trocar pelos macios, a Mercedes teve em Rosberg um certo conforto para conseguir reverter um quadro que mais parecia favorável à Ferrari após uma péssima largada de seus dois pilotos. Lewis Hamilton sofreu com seu erro na largada e passou um bom tempo atrás da Toro Rosso de Max Verstappen em duas ocasiões, conseguindo superá-lo apenas nas paradas de box. Foi o primeiro dos dois Mercedes a optar pelos médios, algo que acabou funcionando pois não precisou para mais, mas por outro lado a interrupção da prova acabou quebrando um pouco a sua chance tentar subir na classificação. Nesse caso, um Safety Car teria sido muito melhor para ele.
O grande erro da Ferrari foi em não ter dado a Vettel a oportunidade de sair para a relargada com pneus novos, que daria a ele a chance de abrir uma boa vantagem e quem sabe, até, arriscar outra parada e tentar solucionar as coisas numa caçada à Nico Rosberg. Infelizmente isso não foi possível e quando a Ferrari decidiu trocar os pneus do carro #5, jogou por terra toda essa chance de iniciar o mundial já na frente. Ainda sim, Sebastian teve a chance de conseguir pressionar Hamilton na briga pela segunda posição, mas um erro do tetra campeão na penúltima curva do circuito acabou sacramentando seu terceiro lugar na prova. Para Kimi Raikkonen só restou o gosto de ter subido para segundo após a largada e ter ficado por lá até o momento da bandeira vermelha, vindo abandonar logo após a relargada com aparente problema no motor.
Apesar da melhora considerável da Ferrari em sua performance para a este ano, que foi muito bem vista nesta prova de abertura, fica evidente que a Mercedes ainda tem um tanto a sua frente. Por outro lado, percebe-se que a Mercedes continua com a mesma dificuldade em andar no tráfego, ou seja, quando se tem que ganhar posições. É um carro perfeito – como bem vimos nos dois últimos anos – em andar de cara pro vento, mas quando precisa batalhar posições, as coisas se complicam um pouco – isso ficou bem evidente em corridas do ano passado, como em Silverstone, Hungaroring e Singapura.
Outro fator que devemos observar neste inicio de campeonato, é o desempenho das duas grandes favoritas com os pneus que ficam a disposição das equipes neste ano: me pareceu claro que o ritmo da Mercedes com os compostos mais macios os deixam mais vulneráveis, não dando tanta chance dos pilotos poderem usar todo potencial do carro com receio de deteriorá-los  rapidamente – lembrando que a Red Bull, em 2013, também sofria com isso até os estouros de pneus em Silverstone. Porém, quando passam a usar os médios, as coisas ficam mais fáceis e o carro não aparenta desgastar tanto. Em relação a Ferrari, o uso dos três tipos de pneus macios parece que favorece bem o conjunto, tanto que quando usaram o mesmo tipo frente a Mercedes os dois pilotos ferraristas conseguiam ser mais velozes. O não uso do pneu médio nesta prova, pode comprovar que eles não estejam confortáveis com este tipo, mas isso é algo que será respondido no decorrer da próximas provas. E que fique bem lembrado que Ferrari usou muito mais estes três tipos de pneus macios, assim como a Mercedes que trabalhou quase que exclusivamente com os médios na pré-temporada.

Pelo menos, para mim, a chave inicial para esta batalha entre Mercedes e Ferrari se repousará neste quesito.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Foto 550: O ano de Sebastian Vettel

        

Temos que reconhecer que além do seu talento indiscutível, Sebastian tem uma estrela altamente brilhante. A sua mudança para uma Ferrari em reconstrução foi um ponto importante para a fase de ambos, uma vez que os dois lados vinham de uma temporada onde os bons resultados passaram bem longe. Vettel se adaptou rapidamente ao ambiente ferrarista e assim, como nos tempos da Red Bull, passou a liderar o time com todo entusiasmo e isso foi importante para esta fase de renovação italiana.
Suas três vitórias no ano foram o ponto alto – ou melhor, o ponto fora da curva – numa temporada onde as coisas estavam bem previsíveis e apenas alguns problemas é que poderíamos ter algo de diferente. E foi nestes erros e problemas da Mercedes, que Vettel estava apenas na espreita para aproveitar o momento certo de dar o bote. Essa temporada serviu para (começar) dissipar as dúvidas frente ao seu real potencial, que sempre foi posto em cheque devido os anos em que esteve a bordo do melhor carro do grid – senão fosse numa temporada inteira, como em 2011 e 2013, ele tinha a chance de um carro revigorado na segunda parte do mundial, como em 2012 – mas este 2015 com uma Ferrari que, teve o segundo melhor carro, porém bem distante da Mercedes, conseguiu incomodar e bem os carros prateados.
Sem dúvida, com uma Ferrari mais próxima da Mercedes em 2016, as coisas podem brilhar ainda mais para e a equipe, nesta que se desenha como a terceira renascença da mais popular equipe da Fórmula-1. 

domingo, 20 de setembro de 2015

GP de Cingapura: Como nos velhos tempos

Olhar a pilotagem de Sebastian Vettel hoje em Cingapura, me fez relembrar os seus velhos tempos na Red Bull, onde ele dominava amplamente enquanto o restante fazia o que podia para tentar acompanhá-lo. A verdade é que a sua pilotagem nesta pista citadina fica ainda mais vistosa, sabendo onde colocar o carro em cada centímetro do traçado de Marina Bay.
E tem sido interessante ver também a sua condução num carro que é claramente a segunda força no mundial e que neste fim de semana este muito superior aos demais, inclusive a Mercedes que tem sido o carro a
ser batido.
Apesar de Sebastian ainda alimentar a esperança de vencer o campeonato, mesmo estando 49 pontos atrás de Lewis, a prova de semana em Suzuka é que indicará se realmente a Ferrari ressurgiu ou que se essa prova foi apenas um ponto fora da curva.
Mas ao mesmo tempo, é inegável que o horizonte que se enxerga para 2016 para os lados de Maranello é o mais promissor.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

GP da Itália: Conquistando os Tiffosi

A primeira aparição de Sebastian Vettel frente aos tiffosi em Monza a serviço da Ferrari, só não foi melhor porque a vitória não aconteceu.
Desafiar o poderio da Mercedes neste atual estágio, é quase impossível e para vencê-los apenas uma quebra ou erros de estratégia e que poderiam ajudá-lo a chegar ao topo.
Mas de toda forma foi um dia sensacional para ele e a grande torcida da Ferrari. As palavras em italiano, o festejo junto da torcida e o desejo explícito em ter o GP italiano no calendário para o próximo ano, foi a chave para despertar de vez a paixão da torcida por Vettel.
Sebastian sabe muito bem como trabalhar o emocional da equipe e torcida e isso será importante para as demais temporadas na Rossa.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Foto 516: Cavando a própria crise

As lições do ano anterior não parecem ter sortido efeito na Mercedes. Para quem tem uma memória muito boa, lembra-se perfeitamente das rusgas entre Hamilton e Rosberg que foram cessadas com longas reuniões de onde sempre se ouvia que "aquilo não voltaria acontecer". A famosa manobra de Nico na Mirabeau, um erro que até hoje gera opiniões distintas - e que vai atravessar os anos, afinal de contas ninguém sabe se foi erro ou de propósito - e o entrevero dos dois no final da Kemmel, que forçou a saída de Hamilton e onde o relacionamento de dois caras que se conheciam desde a infância, naufragou inteiramente. Naquela ocasião, Lewis saiu fortalecido de toda aquela encrenca e isso foi fundamental para que ele chegasse ao seu segundo título mundial, dominando amplamente Rosberg que parecia perdido naquela fase final do mundial.
O acontecimento de ontem em Monte Carlo poderiam muito bem ter sido contornado com um não de Hamilton para o chamado que recebeu para a troca de pneus no fim da corrida. Lewis tinha em torno de onze segundos quando o Safety Car foi acionado após o acidente de Verstappen e Grosjean, e até então não havia nada à respeito aos seus pneus se estavam desgastados. Fiquei surpreso quando vi o piloto inglês trocando os pneus e pelos cálculos seria impossível ele voltar à frente de Nico e Sebastian, principalmente porque o tempo total na parada de box em Mônaco era de 25 segundos em média. Ou seja, não precisaria ser um matemático de primeira linha em saber que não daria tempo de voltar na primeira colocação. E depois, num duplo desespero por conta do próprio piloto e Mercedes, ficou a dúvida se ele teria voltado na frente de Vettel e que foi logo rechaçada com repetições da FOM na hora em que saíra dos boxes com Sebastian seguindo logo à frente. E como todos sabem, passar em Monte Carlo não é fácil e mesmo com pneus novinhos ele ficou encaixotado atrás da Ferrari e ainda tinha de se cuidar para não perder a terceira colacação para Ricciardo que estava em grande forma.
Os erros em Monte Carlo foram de ambas as partes. Não dá para salvar a pele dos caras da Mercedes, assim como a de Hamilton e ele, com uma experiência de quase dez temporadas e dois mundiais na conta, deveria ter ignorado a ordem e ter aguentado o tranco naquelas últimas voltas. Se brincar, conseguiria até mesmo abrir uma vantagem que o deixaria em paz com relação à Rosberg. Este último, aliás, venceu pela terceira vez no Principado e de forma consecutiva, igualando à Graham Hill, Alain Prost e Ayrton Senna. Para quem estava praticamente dominado pelo companheiro no mundial, estas duas últimas provas foram revitalizantes para ele.
A Mercedes precisa corrigir estes pequenos erros. Foi assim que perdeu em Sepang para Vettel e Ferrari e numa dessas, se Rosberg quebra ou bate, poderia ter jogado o trabalho de um fim de semana todo pelo ralo. Apesar de ainda terem o melhor carro, a Ferrari não está tão longe e se os dois pilotos se deflagrarem numa batalha sem fim, Sebastian e Ferrari estarão à espreita para pegar a taça no fim do ano.  

As marcas de Ímola

A foto é do genial Rainer Schlegelmich (extraído do livro "Driving to Perfection") tirada da reta de Ímola após uma das largadas. ...