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domingo, 15 de novembro de 2009

Correndo em outros mundos

Era normal na época mais romântica do automobilismo você ver pilotos de F1 correndo em outras categorias. Ora como como convidados,ora como participantes oficiais eles se aventuraram por corridas de longa duração e outras provas menos importantes. Eis aqui alguns deles:


1955- STIRLING MOSS- MERCEDES 300 SLR- MILE MIGLIA- Moss era frêgues fácil de Fangio nas provas de F1, mas em corridas de longa duração era ele quem ditava as regras e quase sempre batia o pentacampeão de F1 nestas provas. Na Mile Miglia de 55, ele chegou 32 minutos à frente de Fangio que pilotava o mesmo carro que ele.

1965- JACKIE STEWART- ROVER BRM- 24 HORAS DE LE MANS- O motivo pelo qual Stewart nunca tenha aparecido tanto em corridas de longa duração era por causa de um nervo machucado que ele tinha em um dos seus pés, mas em 65 correndo em parceria com Graham Hill ele pilotou na famosa prova e terminou em 10º.

1971- EMERSON FITTIPALDI- PORSCHE 917- 1.000 KM DE BUENOS AIRES- Emerson também deu o ar da graça em carros do Sport Protótipos no ano de 71 quando correu os 1.000 km de Buenos Aires em parceria com Carlos Reutemann válida para o Mundial de Marcas.

1972- GRAHAM HILL- MATRA MS670- 24 HORAS DE LE MANS- Além de ser Bi-campeão de F1  e vencedor das 500 Milhas de Indianápolis de 1966, Hill correu algumas vezes nas 24 horas de Le Mans e em 72 e ele foi agraciado ao vencer esta prova, em parceria com Pescarolo, sendo o único a vencer estes três grandes eventos.

1973- JOSÉ CARLOS PACE- FERRARI 312P- MUNDIAL DE MARCAS- Moco também foi piloto oficial da Ferrari em 73, pelo mundial de marcas e quase venceu a prova de Le Mans daquele ano ao chegar em segundo junto do seu parceiro Arturo Merzario.

1975- JACKY ICKX- MIRAGE GR8- MUNDIAL DE MARCAS- Ickx foi um dos mais notáveis pilotos de sua geração, mas em 75 sua carreira já estava em declive na F1. Porém, no Mundial de Marcas, ele continuava formidável e levou a vitória, junto de Derek Bell, nas 24 Horas de Le Mans.

1984- AYRTON SENNA- PORSCHE 956- 1.000 KM DE NURBURGRING- Senna começava sua caminhada na F1, mas ao meio daquele ano fora convidado a dividir o volante do Porsche do Team Joest com Henri Pescarolo e Stefan Johansson. E não fizeram feio, mesmo tendo problemas no carro que o deixaram 10 voltas atrás dos vencedores daquela prova. Foi a única participação de Senna numa prova de endurance.

1991- JOHNY HERBERT- MAZDA 787B- SPORT PROTÓTIPOS- Herbert também participou de algumas provas de endurance e em 91 foi o responsável, junto de Volker Weidler e Bertrand Gachot (piloto da Jordan na F1 em 91), pela única vitória de uma fábrica japonesa nas 24 horas de Le Mans.


1990/91- MICHAEL SCHUMACHER-SAUBER MERCEDES C11- SPORT PROTÓTIPOS- Do programa de jovens talentos da Mercedes no ínicio dos anos 90, Schumy era a grande estrela ao lado de Wendlinger e Frentzen. Ele chegou a participar de algumas provas daqueles mundiais em parceria com Mass e Wendlinger, com quem venceu a prova de Autopolis de 1991, última etapa daquele mundial. Nesta época o alemão já era uma das grandes sensações da F1 com apenas 5 provas feitas.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A primeira e única

Vencer uma prova do campeonato mundial de F1 é difícil e árduo, mas quando vence é algo inexplicável. Alguns conseguiram 2, 3, 10, 41, 51 e até 91 vitórias, mas a categoria teve aqueles que experimentaram o primeiro lugar apenas uma vez na carreira, por pura sorte ou não, mas tiveram esse grande momento registrado.

1961- GIANCARLO BAGHETTI- FERRARI 156- GP DA FRANÇA (REIMS)- Era a estréia de Baghetti no mundial de pilotos, mas ele levou a vitória após dura batalha com Dan Gurney (Porsche). A diferença de um para o outro foi de 1 décimo.

1964- LORENZO BANDINI- FERRARI 156- GP DA ÁUSTRIA (ZELTWEG)- Foi a única vitória da grande promessa italiana que morreria mais tarde após queimaduras do seu grave acidente em Mônaco 66.

1965- RICHIE GHINTER- HONDA RA272- GP DO MÉXICO (CIDADE DO MÉXICO)- A Honda também tinha grandes ambições naquela sua primeira participação no campeonato da F1, e deu a chance de Ghinter vencer sua única prova na F1 e a primeira dos japoneses.

1966- LUDOVICO SCARFIOTTI- FERRARI 312/66- GP DA ITÁLIA (MONZA)- Fez a grande festa dos italianos em Monza ao vencer o GP. Mas esta conquista foi a última de um italiano, pilotando uma Ferrari,  no GP da Itália.

1971- PETER GETHIN- BRM P160- GP DA ITÁLIA (MONZA)- As disputas em Monza eram de tirar o fôlego e esta não foi diferente. Gethin venceu sua única prova na F1 ao chegar uma lasquinha à frente de Peterson (March) no que foi a menor diferença da história da categoria (10 milésimos). Foi a última prova de Monza em seu traçado sem chicanes.

1971- FRANÇOIS CEVERT- TYRRELL 002- GP DOS EUA (WATKINS GLEN)- Cevert era a grande estrela da França na F1 e estava em ascensão quando venceu nos EUA. Ironicamente foi onde encontrou a morte  dois anos mais tarde num acidente durante os treinos.

1972- JEAN PIERRE BELTOISE- BRM P160B- GP DE MÔNACO (MONTE CARLO)- Beltoise não tomou conhecimento da pole de Fittipaldi e o ultrapassou antes da primeira curva, e abriu caminho meio a chuva infernal que caiu naquele dia para vencer sua única prova na F1 e a última da BRM. Nem o mestre em pista molhada, Ickx, foi páreo para ele.

1975- JOSÉ CARLOS PACE- BRABHAM BT44B- GP DO BRASIL (INTERLAGOS)- Jarier tinha feito miséria nos treinos e na corrida era líder absoluto, quando sua Shadow quebrou na curva do Sol. Assim abriu caminho para Pace conquistar uma das vitórias mais memoráveis do Brasil no campeonato mundial. E de quebra Emerson Fittipaldi foi segundo com sua Mclaren, no que caracterizou-se a primeira dobradinha de pilotos brasileiros na F1.

1975- JOCHEN MASS- MCLAREN M23 FORD- GP DA ESPANHA (MONTJUIC PARK)- Foi a prova que nem deveria ter acontecido. Guard-rails mal fixados e outras condições inseguras, fizeram Emerson e outros pilotos desistirem da corrida no ínicio em forma de protesto. E eles estavam certos. Stommelen (Hill GH1 Ford) perdeu a asa traseira e vôou de encontro ao público, matando 5 pessoas e deixando outras tantas feridas, entre elas o próprio piloto. Mass foi declarado vencedor antes do término da prova e Lella Lombardi (March 751 Ford) chegou em sexto, marcando o único meio ponto de uma mulher na F1. Montjuic não voltou mais ao calendário da categoria.

1975- VITTORIO BRAMBILLA- MARCH 751 FORD- GP DA ÁUSTRIA (ÖSTERRECHRING)-Debaixo de uma chuva torrencial do ínicio ao fim, Brambilla venceu sua única prova na F1. E ficou tão feliz que ao levantar as mão para festejar a conquista, acabou perdendo o controle do carro batendo ele nos guard-rails da reta dos boxes. Marcante e divertidissíma vitória do "Gorila de Monza" como era chamado.

1977- GUNNAR NILSSON- LOTUS 78 FORD- GP DA BÉLGICA (ZOLDER)- O bom piloto sueco venceu de forma tranquila na Bélgica após a saída de Andretti da prova, mostrando que os carros asa eram uma ameça a ser considerada.

1989- ALESSANDRO NANNINI- BENETTON B189 FORD- GP DO JAPÃO (SUZUKA)- Essa prova é mais conhecida pela famosa batida de Prost em Senna na entrada da chicane. O piloto brasileiro foi ao box, trocou o bico, alcançou Nannini 5 voltas depois ultrapassando-o na chicane, venceu a prova mas não levou sendo desclassificado. O bom piloto italiano não tinha nada com isso e ficou com a conquista a única em sua carreira.

1995- JEAN ALESI- FERRARI 412T2- GP DO CANADÁ (MONTREAL)- Schumi estava com a vitória garantida, mas um problema em seu Benetton mandou-o para o box rebaixando ele para a quinta posição. Alesi que vinha logo atrás, aproveitou o raro momento de azar do campeão do mundo para vencer sua prova e fazer uma festa e tanto em Montreal.

1996- OLIVIER PANIS- LIGIER JS43 MUGEN HONDA- GP DE MÔNACO (MONTECARLO)- Enquanto a turma da frente, Schumi, Hill, Villeneuve entre outros se davam mal, Panis escapava das armadilhas da tarde chuvosa de Mônaco e passou para vencer o divertidissimo GP daquele ano que foi o único de sua carreira e o último da Ligier na F1.

2004 - Jarno Trulli - Renault R24 - GP DE MÔNACO (MONTECARLO) -  Jarno foi absoluto em Montecarlo: venceu de forma impecável, enquanto os demais se metiam em encrencas. A pole, naquele sistema de volta única, foi sensacional.

domingo, 8 de novembro de 2009

Belos e malditos

Alguns carros de F1 marcaram época por serem bonitos e vitoriosos, mas, por acaso do destino, acabaram também por levar no seu histórico a marca da tragédia. Aqui alguns exemplos de carros vencedores, e outros nem tanto, que ficaram marcados negativamente:

1970- LOTUS 72 (JOCHEN RINDT- TREINOS PARA O GP DA ITÁLIA)- A grande obra de Chapman estava arrasando no mundial daquele ano quando desembarcaram para a disputa do GP da Itália, 10ª etapa. Jochen Rindt era o líder do campeonato e a vitória em Monza o deixaria mais próximo da conquista. Durante os treinos de sábado o piloto austríaco foi para a pista sem usar a asa traseira em seu Lotus 72 e também sem a parte de baixo do cinto de segurança, que segundo ele tinham sido o responsável da morte de seu amigo Piers Courage em Zandvoort quando este morreu carbonizado ao não conseguir se soltar dos cintos. Assim Rindt foi para a pista, mas seu destino estava marcado. Ao frear na entrada da curva parabólica os freios in-board do Lotus falharam, arremessando seu carro contra o guard-rail que destruiu de imediato. Rindt, com o impacto, escorregou para frente sendo degolado pela aresta do cockpit. Jochen morreu instantaneamente. Ele ainda venceu o campeonato postumamente quando Emerson Fittipaldi garantiu a vitória no GP dos EUA, última etapa do campeonato mundial, tirando assim as chances de Ickx ganhar o titulo.



1977- SHADOW DN8 (TOM PRYCE- GP DA ÁFRICA DO SUL) A Shadow tinha mudado as cores dos seus carros do preto para o branco naquela temporada, mas ainda, nas duas primeiras etapas, Argentina e Brasil, usaram as cores negras. Na terceira corrida, em Kyalami, eles estrearam os novos DN8 que foram entregues a Tom Pryce e Renzo Zorzi. Durante a corrida, Zorzi teve um principio de incêndio no seu carro, que parou na beirada da reta principal de Kyalami. Dois comissários, com extintores, correram para tentar evitar o incêndio. O primeiro passou, mas o segundo foi acertado em cheio pelo carro de... Pryce que descia reta em perseguição à Stuck. O extintor que o azarado do comissário levava, acertou a cabeça de Tom que morreu de imediato. Ele ainda completou toda a reta dos boxes acertando o Ligier de Jacques Laffite. Quando o socorro chegou não tinham mais nada que pudessem fazer, Pryce estava morto.




1978- LOTUS 78 (RONNIE PETERSON- GP DA ITÁLIA) Os carros asa da Lotus estavam fabulosos e seus dois pilotos, Mario Andretti e Ronnie Peterson, eram o únicos que poderiam vencer aquele mundial. Na prova da Itália, Andretti largava da pole e Peterson, na outra Lotus 78, já que havia batido a 79 no warm-up, largava em 5º. Na largada, Peterson largou mal caindo algumas posições e ao chegar à freada da primeira chicane, foi tocado pelo carro de Hunt que tinha sido espremido pela Arrows de Patrese. O carro de Peterson foi lançado contra o guard-rail e incendiou-se de imediato. A prova foi paralisada e o fogo do carro de Peterson foi controlado. O piloto sueco foi tirado vivo do carro, mas suas pernas estavam totalmente esmagadas. Foi levado ao hospital e operado. Na manhã de segunda-feira ele teve uma embolia múltipla que o matou.

 



1982- FERRARI 126C (GILLES VILLENEUVE- TREINOS PARA O GP DA BÉLGICA) A briga entre a FISA e a FOCA estava no seu auge e algumas equipes não tinham comparecido na prova de San Marino, 4ª etapa. A briga tinha sido entre Ferrari e Renault no ínicio da prova, mas o motor turbo do carro de Arnoux não agüentou e estourou, deixando caminho livre para a dupla da Ferarri, Villeneuve e Pironi, fazerem o espetáculo junto do tiffosi. Mas Pironi quebrou um acordo que ele e Villeneuve tinham feito de não ultrapassar quem estivesse na frente do outro na última volta. O francês ignorou e tomou a posição de Gilles, que ainda tentou de todas as formas reconquistar a posição que foi fracassada. Villeneuve reclamou com os dirigentes da Ferrari que deram de ombros aos reclames de sua estrela. No pódio a expressão de Gilles era de ódio.
Quinze dias depois, nos treinos para o GP da Bélgica disputado em Zolder, Villeneuve tentava superar Pironi que tinha o melhor tempo até então naquele treino. Ao se aproximar do March de Mass, que estava lento no circuito, Gilles tentou ultrapassa-lo pelo lado direito, mas o piloto alemão mudou para o mesmo local. A Ferrari de Villeneuve tocou na trseira do March e foi catapultada para fora da pista, batendo contra o solo e depois rodopiando no ar aos pedaços. Gilles foi arremessado para longe, caindo junto de uma cerca de arame. Ele foi socorrido e levado ao hospital, mas o valente canadense tinha morrido por estrangulamento do cinto de segurança. Mas o calvário do 126C não tinha terminado e nos treinos do GP da Alemanha, 12ª etapa disputada em Hockenheim, Pironi já tinha a pole no bolso quando colidiu na traseira do Renault de Prost que voltava lentamente para os boxes. Estava chovendo e Pironi não viu o carro de seu compatriota. O acidente foi idêntico ao que tirou a vida de Gilles, mas desta vez ele quebrara as duas pernas e não voltaria mais a pilotar um carro de F1 numa corrida. O consolo da Ferrari foi o título de construtores, mas a tragédia tinha tirado muito mais deles.




1986- BRABHAM BT55 (ELIO DE ANGELIS- TESTES EM PAUL RICARD) Gordon Murray tinha projetado o carro mais baixo de toda a F1, o Brabham BT55 que foi batizado, também , de “SKATE” por causa de sua baixa estatura. O conceito do carro era bom. Ao ser baixo o carro ganharia mais alguns Hps e melhoraria sua estabilidade em curvas, mas acabou sendo um fracasso. Mas antes do final daquela temporada, em testes privados no circuito de Paul Ricard, Elio de Angelis encontrou a morte quando seu carro perdeu a asa traseira ao se aproximar dos esses de “ La Verriere”. O Brabham foi projetado ao ar, voando para fora da pista e batendo contra os barrancos. Incendiou-se de imediato e alguns pilotos que estavam presentes, entre eles Prost, ajudaram a apagar o incêndio, mas o jovem italiano não agüentou os ferimentos e veio morrer horas depois num hospital local.




1994- WILLIAMS FW16 (AYRTON SENNA- GP DE SAN MARINO) A Williams ainda era o carro a ser batido naquela nova temporada, mas agora sem os recursos eletrônicos que tinham feito dela imbatível nos últimos anos. Senna tinha se juntado a equipe e mais do que nunca eram favoritos disparados, mas o brasileiro reclamava aos montes do novo carro que era instável. Mesmo marcando as poles nas provas do Brasil e Pacifico Senna não completara nenhuma e via Schumacher e sua Benetton vencer ambas as corridas. Para a terceira etapa, disputada em Ímola, o ar de tragédia era pesado. Barrichello escapara da morte na sexta e Ratzenberger não teve sorte idêntica ao falecer quando sua Simtek espatifou na curva Villeneuve no sábado, durante os treinos de classificação. A prova começou complicada com um acidente entre Lamy e Lehto que tinha ficado parado no grid e acertado pelo lotus do português. O safety ficou na pista por 6 voltas e quando saiu, Senna abriu a sétima passagem. Ao se aproximar da curva Tamburelo, o Williams de Ayrton passou direto e acertou o muro. Seu carro destruiu por quase inteiro e parou quase perto da pista com Senna desacordado. O atendimento médico demorou a aparecer. O piloto foi levado ao hospital e lá foi feita a tentativa de ressuscitamento, mas sem sucesso e assim foi declarada morte cerebral de Senna.

As marcas de Ímola

A foto é do genial Rainer Schlegelmich (extraído do livro "Driving to Perfection") tirada da reta de Ímola após uma das largadas. ...