segunda-feira, 12 de maio de 2014

GP da Espanha: Outra categoria



Após um período de dois finais de semana com a Fórmula-1 fora de combate, alguns esperavam com certa ansiedade por esta etapa espanhola que deu início a parte européia do campeonato – digamos que apenas uma passagem, afinal a sétima etapa será realizada em Montreal no mês de junho – para ver em qual estágio Mercedes e seus oponentes estavam. O que se viu foi o domínio de sempre e talvez ainda mais cruel do que nas etapas anteriores.
Tanto Hamilton, quanto Rosberg tinham um passo extremamente forte neste final de semana conseguindo uma primeira fila na classificação com certa folga e uma corrida totalmente particular, sem ter ameaça de ninguém. A marca feita por Lewis na obtenção da pole foi de 1 segundo de vantagem para Ricciardo, que aparecia em terceiro. Durante a prova, a diferença por volta chegava à quase 1,3 segundos de vantagem para Bottas e Daniel que disputavam a terceira posição. Algo tão assombroso quanto à recente época que Red Bull dava as cartas com Sebastian Vettel. Aliás, ele conseguiu a melhor volta da prova nas voltas finais quando estava em uso dos pneus médios, enquanto uma parte dos que iam a sua frente já usava os duros. A marca alcançada pelo tetra-campeão foi cerca de quatro décimos mais veloz que Hamilton, que utilizava os duros. Apesar da excepcional volta, ainda assim percebe-se o quanto que o carro prateado está acima dos demais.
Foi a quinta vitória da Mercedes no ano, em cinco corridas. Foi também a quinta pole consecutiva da equipe e a quarta dobradinha, o que faz deste início um dos melhores da história. Comparando com outras épocas em que tivemos uma equipe dominante assim no início, dá para pensar que a Mercedes possa liquidar os dois mundiais a seu favor. Apenas o de pilotos é que pode se arrastar até as últimas etapas, pelo foi visto até aqui entre essa disputa aberta entre seus dois pilotos.
Abaixo uma pequena comparação com outras temporadas em que uma equipe dominou as cinco primeiras corridas:

McLaren Honda Turbo – 1988 – Alain Prost/Ayrton Senna

1-      Brasil: 1º Prost – Senna (Desclassificado)
2-      San Marino: 1º Senna – 2º Prost
3-      Mônaco: 1º Prost – Senna (Fora)
4-      México: 1º Prost – 2º Senna
5-      Canadá: 1º Senna – 2º Prost

Williams Renault – 1992 – Nigel Mansell/Ricardo Patrese

1-      África do Sul: 1º Mansell – 2º Patrese
2-      México: 1º Mansell – 2º Patrese
3-      Brasil: 1º Mansell – 2º Patrese
4-      Espanha: 1º Mansell – 2º Schumacher
5-      San Marino: 1º Mansell – 2º Patrese

Ferrari – 2004 – Michael Schumacher/Rubens Barrichello

1-      Austrália: 1º Schumacher – 2º Barrichello
2-      Malásia: 1º Schumacher – 2º Montoya
3-      Bahrein: 1º Schumacher – 2º Barrichello
4-      San Marino: 1º Schumacher – 2º Button
5-      Espanha: 1º Schumacher – 2º Barrichello

Mercedes – 2014 – Lewis Hamilton/Nico Rosberg

1-      Austrália: 1º Rosberg – 2º Magnussen
2-      Malásia: 1º Hamilton – 2º Rosberg
3-      Bahrein: 1º Hamilton – 2º Rosberg
4-      China: 1º Hamilton – 2º Rosberg
5-      Espanha: 1º Hamilton – 2º Rosberg

Visto que Red Bull e Ferrari, por exemplo, acenam com algumas mudanças significativas apenas para a etapa do Canadá, que será realizada em junho, dificilmente teremos alguma mudança de forças até lá. O que nos faz pensar que o domínio das “Silver Arrows” seja ainda mais forte em Mônaco.
E tirar uma desvantagem de 1 segundo, ou mais, não será de uma corrida para outra, não será nada fácil.

A corrida

Tradicionalmente a prova na Espanha, em especial nesta pista de Barcelona, não é grande coisa. É a tal história de que todos conhecem bem o traçado, principalmente por ter sido usada por longos anos como pista de testes da pré-temporada. As curvas de raio longo também dificultam um pouco para o carro que vai atrás, para que consiga manter uma distância suficiente e não perca a dianteira em algum ponto devido à turbulência do carro da frente. Não é à toa que a maioria das ultrapassagens foi feitas nas freadas das duas retas do circuito catalão.
Sebastian Vettel foi quem mais fez ultrapassagens na corrida, em especial na parte final onde usou integralmente seus pneus médios para atacar Raikkonen e Bottas e subir para uma quarta posição, que parecia improvável após os percalços de sexta e sábado e tendo largado da 15ª colocação. Além de mais uma ótima apresentação de Ricciardo, que conseguiu seu pódio, o desempenho de Sebastian foi importante para constatar que a Red Bull é sim a segunda força do campeonato, e apesar de uma melhora, ainda está anos luz da Mercedes. As palavras de Vettel em tentar alcançar os prateados durante o ano soam como um bom motivo para entusiasmar a equipe, mas todos sabem que, no fundo, esse trabalho será quase impossível.
O duelo que eu estava esperando desde a primeira etapa enfim aconteceu: Raikkonen e Alonso tiveram um embate interessante nesta corrida, sendo totalmente baseada no cronometro. Se Kimi ia bem em uma volta, Fernando respondia na seguinte. E isso valia também para os trechos do circuito catalão. A diferença entre ambos - descontando os momentos do pit-stop e no finalzinho, onde Alonso passou Raikkonen e abriu certa vantagem – não foi além de quatro décimos a um segundo, mas sempre com espanhol a perseguir o finlandês. Fernando conseguiu chegar à frente de Raikkonen devido o uso dos pneus médios, frente aos duros de seu companheiro que já estavam bem desgastados. Apesar do duelo entre eles, ficou claro que a Ferrari ainda tem muito que melhorar daqui para frente. Assim como a Red Bull, eles preparam algumas modificações apenas para Montreal.
Destacar a ótima prova de Valtteri Bottas que andou sempre entre os primeiros, sucumbindo apenas ao assédio dos pilotos da Red Bull. Enquanto Bottas marcava mais alguns pontos para a Williams, Massa andava para trás vindo a terminar na 13ª posição. Menção honrosa, também, ao belo trabalho de Romain Grosjean que levou a Lotus ao quinto lugar na classificação e depois ao oitavo na prova, sendo que andou na quinta colocação até a primeira rodada de pit-stops. Apesar de ter falado que ainda tem muito que melhorar no E22, é de louvar o que conseguiu em Barcelona frente ao que estavam fazendo nas primeiras etapas do mundial. Sobre Pastor Maldonado, um gancho de uma prova lhe cairia bem. Um exemplo claro disso vem de dentro da equipe...
Agora é esperar pela prova de Mônaco, onde não creio que grandes mudanças acontecerão.

sábado, 10 de maio de 2014

GP da Espanha - Classificação - 5ª Etapa



Grid de Largada para o Grande Prêmio da China - 5ª Etapa



Pos  Piloto                Equipe                Tempo      Dif
 1.  Lewis Hamilton        Mercedes              1m25.232s
 2.  Nico Rosberg          Mercedes              1m25.400s  +0.168s
 3.  Daniel Ricciardo      Red Bull-Renault      1m26.285s  +1.053s
 4.  Valtteri Bottas       Williams-Mercedes     1m26.632s  +1.400s
 5.  Romain Grosjean       Lotus-Renault         1m26.960s  +1.728s
 6.  Kimi Raikkonen        Ferrari               1m27.104s  +1.872s
 7.  Fernando Alonso       Ferrari               1m27.140s  +1.908s
 8.  Jenson Button         McLaren-Mercedes      1m27.335s  +2.103s
 9.  Felipe Massa          Williams-Mercedes     1m27.402s  +2.170s
10.  Nico Hulkenberg       Force India-Mercedes  1m27.685s  +1.597s
11.  Sergio Perez          Force India-Mercedes  1m28.002s  +1.914s
12.  Daniil Kvyat          Toro Rosso-Renault    1m28.039s  +1.951s
13.  Esteban Gutierrez     Sauber-Ferrari        1m28.280s  +2.192s
14.  Kevin Magnussen       McLaren-Mercedes
15.  Sebastian Vettel      Red Bull-Renault*                
16.  Jean-Eric Vergne      Toro Rosso-Renault
17.  Adrian Sutil          Sauber-Ferrari        1m28.563s  +1.799s
18.  Max Chilton           Marussia-Ferrari      1m29.586s  +2.822s
19.  Jules Bianchi         Marussia-Ferrari      1m30.177s  +3.413s
20.  Marcus Ericsson       Caterham-Renault      1m30.312s  +3.548s
21.  Kamui Kobayashi       Caterham-Renault      1m30.375s  +3.611s
22.  Pastor Maldonado      Lotus-Renault

*E Vettel acabou sendo punido com a perda de cinco posições devido a troca do câmbio. Portanto, ele largará na 15ª colocação 

sexta-feira, 9 de maio de 2014

GP da Espanha - Treinos Livres - 5ª Etapa

Lewis Hamilton: “A primeira sessão foi tudo bem. Na verdade, tivemos um pouco de dificuldade com o equilíbrio do carro. Mas aí fizemos algumas mudanças neste sentido entre os dois treinos, e eu fiquei particularmente contente com o acerto que encontramos no fim
“Os pneus não parecem tão ruins. Quando me disseram que eu tinha de fazer 14 voltas com os médios, eu achei que estavam loucos e pensei que seria impossível, mas eu acho que fiz muito mais que isso. É surpreendentemente incrível e muito melhor
“Realmente, eu não sei. E nem pensei nisso ainda, na verdade. Mas talvez duas paradas não seja assim tão impossível”

Nico Rosberg: "Não sei. Hoje parece bom para nós. Não sei quanto a Red Bull, por exemplo, colocou de combustível. E temos que esperar amanhã para saber vendo na classificação"

Daniel Ricciardo: “Nós estamos progredindo, mas infelizmente a Mercedes não parece diminuir o ritmo, então eles estão um pouco distante
“Estou um pouco frustrado, sim. Mas não surpreso com essa diferença. Eles já vinham sendo muito mais rápidos. Mas espero que possamos reduzir essa diferença, que está grande neste momento”

Fernando Alonso: “Não fomos bem por uma combinação de fatores. A pista não estava com muita aderência e, no geral, sofremos um pouco devido a alguns fatores, incluindo isto, a pista menos emborrachada que o normal. Ainda por cima, tivemos menos pressão aerodinâmica, além da escolha conservadora dos pneus para esta pista
“Agora temos muito trabalho pela frente, precisamos mexer no balanço do carro e melhorá-lo, mesmo que as condições não sejam favoráveis a nós. Precisamos acertar tudo e deixar o carro pronto para a hora da classificação”

Kimi Raikkonen teve uma boa sexta-feira em Barcelona, conseguindo a quinta colocação e ficando há um décimo de Fernando Alonso

Kevin Magnussen: "Gosto do circuito, o carro parece melhor que em Xangai, então espero melhorar esse final de semana. Acredito que nossas atualizações estão funcionando - elas não vão mudar o mundo completamente, mas são um pequeno passo na direção certa, e precisamos continuar dando esses pequenos passos. Se fizermos tudo certo neste fim de semana, acredito que podemos lutar bem no grupo do meio. Obviamente não é onde queríamos estar, mas é um passo adiante em relação ao último GP. Então, acredito que possamos estar um pouco mais animados com as evoluções que tivemos. Qualquer coisa que nos ponha à frente, é boa." 
 

Resultado - Treinos Livres - Grande Prêmio da Espanha  - 5ª Etapa



Pos Piloto                Equipe                Tempo       Dif    Vol
 1. Lewis Hamilton        Mercedes              1:25.524s           33
 2. Nico Rosberg          Mercedes              1:25.973s  +0.449s  36
 3. Daniel Ricciardo      Red Bull-Renault      1:26.509s  +0.985s  38
 4. Fernando Alonso       Ferrari               1:27.121s  +1.597s  33
 5. Kimi Raikkonen        Ferrari               1:27.296s  +1.772s  33
 6. Kevin Magnussen       McLaren-Mercedes      1:27.788s  +2.264s  37
 7. Jenson Button         McLaren-Mercedes      1:27.811s  +2.287s  29
 8. Felipe Massa          Williams-Mercedes     1:27.824s  +2.300s  31
 9. Pastor Maldonado      Lotus-Renault         1:27.866s  +2.342s  42
10. Daniil Kvyat          Toro Rosso-Renault    1:28.049s  +2.525s  35
11. Nico Hulkenberg       Force India-Mercedes  1:28.074s  +2.550s  31
12. Jean-Eric Vergne      Toro Rosso-Renault    1:28.246s  +2.722s  30
13. Adrian Sutil          Sauber-Ferrari        1:28.284s  +2.760s  33
14. Valtteri Bottas       Williams-Mercedes     1:28.698s  +3.174s  33
15. Esteban Gutierrez     Sauber-Ferrari        1:29.105s  +3.581s  24
16. Sergio Perez          Force India-Mercedes  1:29.129s  +3.605s  34
17. Romain Grosjean       Lotus-Renault         1:29.463s  +3.939s  26
18. Jules Bianchi         Marussia-Ferrari      1:29.991s  +4.467s  26
19. Sebastian Vettel      Red Bull-Renault      1m30.942s  +3.919s   4
20. Max Chilton           Marussia-Ferrari      1:31.148s  +5.624s  28
21. Kamui Kobayashi       Caterham-Renault      1:31.338s  +5.814s  38
22. Marcus Ericsson       Caterham-Renault      1:31.586s  +6.062s  39

WEC: A segunda para a Toyota



Após uma abertura de campeonato onde a Toyota fez um início irretocável, era de se esperar que as outras duas principais fábricas que estão na briga também estivessem no mesmo nível dos japoneses. De certa forma elas estiveram próximas nos nipônicos, mas ainda assim a turma chefiada por Pascal Vasselon teve mais uma boa jornada em terras belgas.
O que faltou para a Toyota durante o final de semana das 6 Horas de Spa? Apenas a pole – que ficou com a Porsche – e uma dobradinha – que por muito pouco não saiu, com o outro TS040 ficando em terceiro. Novamente a fábrica japonesa apresentou uma boa forma nesta etapa e, apesar da oposição vinda do Porsche #14, que foi o pole, eles tiveram uma jornada sem nenhum contratempo, com os seus três pilotos (Anthony Davidson, Sébastien Buemi e Nicolas Lapierre) conduzindo o #8 com tranquilidade. Por outro lado, ao contrário do que foi em Silverstone, a proximidade da Porsche foi vista nesta etapa o que é bom para o time japonês. Apesar de um carro confiável e rápido como este TS040, a equipe não dormirá por sobre estas duas conquistas – podemos considerar três, se pegarmos a etapa final do campeonato de 2013 onde eles saíram vencedores, lá em Sakhir – até porque a próxima corrida é em Le Mans, um antigo sonho da fábrica que lhe foi tirado no biênio 98/99. Mas isso não descredencia a equipe do automático favoritismo para essa lendária prova e certamente Vasselon já deve estar lembrando a todos que a corrida só acaba depois da quadriculada.
A Audi teve um bom final de semana após uma abertura terrível em Silverstone, e por mais que tenha lutado contra um dos Toyotas pela segunda posição, eles não parecem numa grande forma. Apenas o carro #1, conduzido por Di Grassi / Duval / Kristensen, é que teve uma boa apresentação em Spa principalmente pelo fato da equipe optar por trocar de pneus apenas a cada segunda parada para reabastecimento, numa forma de poder economizar tempo para os carros a gasolina, sendo que o desempenho dos e-ttron estavam bem abaixo com relação à estes. Foi lucrativa essa estratégia, tanto que Duval pôde voltar na frente do Toyota #7 e brigar pela segunda posição, que ficou com eles no final. A confiabilidade ainda é uma questão que deve ser cuidada na Audi, uma vez que o carro #2 teve problemas na parte elétrica que deixou o trio Marcel Fässler / André Lotterer / Benoît Treluyer sem poder usar toda a força do sistema híbrido. E para piorar, na parte final, ainda tiveram a perda de pressão e um dos pneus que o relegaram para a quinta posição. A fábrica de Ingosltadt ainda levou um terceiro carro que foi entregue à Filipe Albuquerque e Marco Bonanomi, e apesar de terminarem na sexta colocação, tiveram um bom ritmo e desempenharam bem o papel que lhes foi confiado, que era de testar algumas inovações aerodinâmicas visando Le Mans.
Para a Porsche a prova de Spa serviu, mais uma vez, como aprendizado após esta sua volta à categoria principal dos protótipos. Eles tiveram a alegria em ver o #14 (Romain Dumas, Neel Jani e Marc Lieb) tomando a pole na sexta e liderando com autoridade uma boa parte da corrida no sábado, mas problemas de juventude deste 919 Hybrid jogaram o carro para a quarta posição na tabela final da corrida. Pior foi o #20 de Timo Bernhard, Brendon Hartley e Mark Webber que enfrentou uma série de problemas técnicos e acabou ficando há 23 voltas do vencedor. Um péssimo dia para eles. Mas algo de positivo pode ser notado em Spa, e que já havia sido a grande marca da Porsche no “Prologue”: a velocidade destes carros. A duas melhores voltas gerais no final de semana – contando treinos livres, classificações e corrida – ficaram para eles. O tempo de Marc Lieb (1’59’’887 feito no TL2) e de Neel Jani na classificação (2’00’’334) foram os melhores daqueles três dias em Spa. O fato de terem andado bem e de ter completado a prova com os dois carros – apesar destes não estarem em boas condições – foi muito bem recebido pelo time alemão.
Dia 1º de junho as equipes estarão em Sarthe para os testes visando a clássica prova, que terá a sua realização nos dias 11, 12, 14 e 15 do mesmo mês. Será uma boa oportunidade de ver o que as três grandes fábricas farão por lá.   

92ª 24 Horas de Le Mans - Uma Epopéia em La Sarthe

A segunda da Ferrari após o seu retorno à La Sarthe (Foto: Ferrari Hypercar/ X) Começar um texto sobre algo tão fantástico não é das melhore...