terça-feira, 1 de setembro de 2015

Foto 533: Alguns pensamentos sobre Stefan Bellof

(Foto: Dale Kistemaker/Poetic of Speed)

Existe uma aura em torno do nome e imagem de Stefan Bellof nestes últimos trinta anos. As marcas alcançadas por este alemão até a idade de 27 anos queira nas categorias de base, queira no World Sportscar Championship, onde a sua estrela brilhou intensamente e que serviu de base para a sua projeção para o mundo do motorsport, nos dá o total entendimento deste frisson que ainda resiste aos dias atuais. O seu precoce desaparecimento num dos trechos mais temíveis do esporte a motor, a Eau Rouge, quando resolveu desafiar Jacky Ickx numa manobra ousada e arriscada, ainda rende discussões sobre a sua coragem ou loucura em tentar efetuar algo que hoje, devido um pouco mais de juízo dos atuais competidores, tem sido feito com total sucesso, mas que ainda sim gera aquele frio na espinha só de ver a imagem.

Nestas três décadas de sua morte, o nome de Bellof ganhou o mesmo status de outros competidores que deixaram as pistas cedo demais e, devido a essas circunstâncias, geram muitas imaginações do que poderiam ter sido. Jovens pilotos como Guy Moll e Bernd Rosemeyer – anos trinta –, Ricardo Rodriguez – anos 60 –, Tony Brise e Tom Pryce – anos 70 – Gilles Villeneuve – anos 80 – só para citar alguns, geram muita curiosidade do que poderiam ter alcançado caso tivessem sobrevivido, num momento em que as suas carreiras começavam a florescer. Os sucessos alcançados pela Porsche no WSC no inicio dos anos 80, incluindo a sua fabulosa volta em Nurburgring no ano de 1983, naquela que foi a última aparição dos protótipos no colossal traçado, ainda rende admiração por ser o recorde oficial da pista alemã. O título mundial na categoria, conquistado em 1984, ainda sob os serviços da Porsche, coroou o talento que tão bem havia mostrado no ano anterior, ao desafiar senhores do calibre de um Jacky Ickx, Derek Bell, Hans Joachim Stuck e outros. Mas o seu desempenho na Fórmula-1, especialmente em Mônaco 1984 e Portugal 1985, em condições adversas, que é onde os pilotos mostram suas armas, é que deu ao piloto nascido em Giessen o status de grande promessa.

Mas Bellof teria chegado ao olimpo na categoria máxima? Difícil de saber... É claro que os pensamentos é que ele tivesse chegado a um título mundial, talvez, quem sabe, pela Ferrari, com quem estava apalavrado para a temporada de 1986. Mas a impressão é que, além de travar ótimos duelos com os grandes daquela época na F1, Bellof atingisse um nível parecido ou maior até mesmo que o alcançado por Gilles Villeneuve. Pelos depoimentos de pessoas que conviveram com ele, a sua personalidade era bem parecida com a do piloto canadense: extrovertido, leal e destemido, uma mistura que cativava muito Enzo Ferrari, que viveu numa época em que os pilotos tinham a áurea de heróis e a coragem indubitável ao volante de carros sem nenhuma segurança, talhavam a imagem de semideuses pelo público. Olhando por esta ótica e analisando a carreira de Stefan desde as categorias menores, passando pelo endurance até chegar na F1, não seria de estranhar o que ele poderia ter feito com aqueles carros vermelhos. A paixão que os tiffosi teriam por ele, seria algo estratosférico e até mesmo os não tiffosi o amariam imensamente.

A certeza que fica após trinta anos de seu desaparecimento, é que Bellof teria sido um dos grandes da F1 e mesmo que o título mundial não viesse, a sua imagem seria eternizada de qualquer forma. A sua morte em Spa-Francorchamps, num ano triste para a competição, que perdera Manfred Winkelhock semanas antes na etapa de Mosport, serviu apenas para que todos seus feitos ficassem ainda mais encravados na história. Seu desaparecimento foi um duro golpe para o automobilismo alemão. E para os amantes do motorsport também.     

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Foto 532: Justin Wilson, Super Nissan World Series, Interlagos 2002


O clique do meu amigo Rubem Ferresi Jr., capturando Justin Wilson durante a volta de desaceleração em Interlagos, após a sua sensacional vitória na corrida dois da rodada dupla do Telefonica Super World Series by Nissan em dezembro de 2002 em Interlagos.

Só para terem uma idéia as duas provas – a primeira foi vencida por Franck Montagny – foram realizadas debaixo de muita chuva, sendo que a segunda foi iniciada com mais chuva intensa, mas que foi cessando rapidamente a ponto de terminar com a pista bem seca até.

Para os que viram a condução de Justin Wilson naquela tarde em Interlagos, foi umas das melhores, com o piloto britânico ultrapassando quem estivesse na frente sem tomar muito conhecimento, devido a sua pilotagem segura num terreno extremamente molhado como estava aquele dia em Interlagos.

Aquela havia sido a sua segunda conquista no autódromo paulistano, já que um ano antes vencera na etapa que a F-3000 fez como evento suporte da F1. 

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Foto 531: Justin

(Foto: Sportscar365.com)

(Foto: Perry Fague)
Tive a oportunidade de vê-lo apenas uma vez, exatamente em 2003 quando ele fez seu ano de estréia na Fórmula-1 pela Minardi. Naquele estacionamento que virou a curva do Sol em Interlagos, durante o chuvoso GP do Brasil daquele ano, Justin foi um dos que acabaram deixando seu carro estacionado ali, mas fora o único a não bater: rodou na curva e conseguiu controlar o carro, mas este acabou apagando e deixando o britânico à pé naquele GP.
Para quem o conheceu mais de perto, apenas para uma rápida foto, uma entrevista e/ou apenas um olá, o piloto inglês sempre foi muito solicito e atencioso. E pelas fotos que pode-se ver pela internet afora, era um pai de família bastante presente, como é o caso desta segunda que está nesta postagem. 
Infelizmente Justin se foi, não conseguindo resistir aos ferimentos na cabeça após o choque contra uma das peças do carro de Sage Karam, que havia se acidentando durante as 500 Milhas de Pocono. 
O nosso esporte é apaixonante, mas cobra um preço caríssimo e irreparável. Abençoado aquele que consegue sobreviver e continuar para contar a história. E como tantos outros que se foram, a memória de Justin Wilson será preservada e lembrada com força. 
E lá se vai mais um... Descanse em paz, Justin!

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Vídeo: Guy Ligier em Le Mans, 1966

O Ford GT40 de Guy Ligier/ Bob Grossmann durante as 24 Horas de Le Mans 1966


É curto o vídeo - cerca de 2:41 minutos - onde Guy Ligier, então piloto da Ford Francesa naquela edição, partilhando com o americano Bob Grossmann o volante de um Ford GT40, mostrou um pouco do traçado de Sarthe em um carro de rua. A dupla terminaria aquela edição no 25º lugar na tabela, após abandonar a corrida por causa de problemas na ingnição.

Guy teve quatro aparições em Le Mans nos anos 60 - 1964-1967 - sendo que disputou apenas as edições de 65, 66 e 67, sem nunca ter completado nenhuma delas. Em 1968 disputaria junto de seu amigo Jo Schelesser a clássica do endurance, mas a morte de Jo em Reims, quando este corria pela Honda na Fórmula-1, acabou encerrando uma parceria que iria além das provas de endurance, já que ambos haviam adquirido uma Mclaren de F2 para a disputa do certame daquele ano.

Depois dessa perda, Ligier partiu para a construção de carros de competição onde ele entregou essa função para Michel Tetu que desenvolveu o JS1 (as iniciais JS eram em homenagem a Jo Schelesser). A estreia de seus carros se deu na edição de 1970 de Le Mans, quando dividiu o volante do JS1-Ford Cosworth com Jean Claude Andruet, mas eles nem terminariam a corrida por avaria no distribuidor.

Em 1971, com Patrick Depailler, Guy Ligier alinhou o JS3 e terminou na 13ª colocação; em 1972 ele alinhou três Ligier, mas nenhuma delas chegaram ao final; outras três foram inscritas para 1973 e apenas a Ligier JS2 de Claude Laurent/ Martial Delalande (Ligier que era de propriedade de Laurent), terminou em 19ª lugar na geral; com dois Ligier JS2 Maserati na prova de 1974, Jacques Laffite/ Alain Sepaggi conseguiram a melhor colocação da equipe em Le Mans até então, ao terminaram em 8º; a edição de 1975 poderia ter rendido a Guy Ligier uma grande desforra em Le Mans, mas infelizmente o Ligier JS2 Ford Cosworth de Jean Louis Lafosse/ Guy Chasseuil acabam em segundo, uma volta atrás do vencedor Gulf Mirage Ford conduzido por Derek Bell/ Jacky Ickx.

Com a compra da estrutura da Matra ao final de 1975, Guy Ligier transferiu todas as forças para a F1 a partir de 1976 e as provas de endurance ficaram pelo caminho.

Mas de certa forma, foram um importante alicerce para que o ex-jogador de Rugby do final dos anos 40, conseguisse construir uma das equipes mais legais do motorsport europeu e mundial.
Guy Ligier faleceu ontem aos 85 anos.


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Áudio: Osmar Santos narrando o GP da Argentina de 1978

Já faz uns catorze, treze anos que passei a ouvir as transmissões da F1 pelo rádio, por entender que lá, além de você conseguir uma melhor memorização das ações da prova, também é possível colher informações que nem sempre chegam à transmissão da TV. Comecei a ouvir pela Jovem Pan, mas infelizmente a rádio paulistana deixou de transmitir as provas do mundial tem uns dois anos. Uma pena...
Recentemente descobri algo que nem sabia: Osmar Santos, um dos maiores - e talvez melhor - narradores esportivos do rádio do Brasil, também narrou provas da Fórmula-1 no início de 1978 quando a Rádio Globo passou a transmitir as corridas do mundial. Além dele nesse transmissão do GP da Argentina, estiveram presentes Castilho de Andrade (comentários) e Roberto Carmona (repórter). Ele também veio a narrar o GP do Brasil daquele ano, que foi a sua última em uma corrida.
Osmar Santos era mais popular nas narrações do futebol, principalmente com seus bordões históricos como "Ripa na chulipa e pimba na gorduchinha" e "E que GOOOOOOOOOOOOOOL...".
Osmar encerrou a carreira após um grave acidente de carro em dezembro de 1994, onde a principal sequela foi a dificuldade na fala.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Vídeo: A última de Peterson, há 37 anos

E Ronnie Peterson chegava a sua última conquista na F1, numa corrida onde chuva esteve presente e que forçou até mesma a sua interrupção, devido a sua intensidade.
Ronnie liderou a prova nos dois estágios - antes e depois da interrupção - sem ter o incômodo de ninguém, nem mesmo de Mario Andretti, que abandonara a contenda na primeira parte ao colidir com Carlos Reutemann.
O pódio foi completado por Patrick Depailler e Gilles Villeneuve.
 

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Documentário: Manfred Winkelhock - Vida no Limite

E aqui fica um documentário feito pela TV  alemã sobre os trinta anos da morte de Manfred Winkelhoc (Winkelhoc - Ein Leben Limit), contando a trajetória da sua carreira até o seu desaparecimento em Mosport no ano de 1985, quando estava a serviço da Porsche no Mundial de Sportscar.
O documentário foi dirigido por Phillip Somer.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...