segunda-feira, 30 de junho de 2014

Vídeo: Tom Cruise no SCCA em 1988

Não sabia que Tom Cruise havia feito algumas provas n o campeonato do SCCA (Sports Car Club of America) no ano de 1988, pela equipe de Paul Newmann e Bob Sharp. Ele esteve ao volante de um Nissan 300ZX na classe GT3. Os vídeos são de provas disputas nas pistas de Summit Poit e em Road America, corrida qual Cruise venceu.
Talvez tenha sido um laboratório para a personagem que ele viria a interpretar anos depois no conhecido "Days Of Thunder", quando viveu o piloto Cole Trickle na NASCAR.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Vídeo: GP da Itália, 1933

Algumas imagens das duas corridas realizadas em Monza, em 10 de setembro de 1933. Primeiramente o GP da Itália, que estava em sua 11ª edição, e que foi vencido por Luigi Fagioli a bordo da Alfa Romeo Type B após um longo duelo contra a Maserati 8CM de Tazio Nuvolari.
A segunda corrida do domingo, intitulada de GP de Monza, teve três baterias de 14 voltas cada e uma final com o mesmo número de voltas. A primeira bateria foi vencida por Stanislav Czaykowisk (Bugatti T54); a segunda bateria foi marcada pelos acidentes fatais de Giuseppe Campari e Baconin Borzacchini após derraparem numa mancha de óleo que foi mal sinalizada - e limpa - na curva Parabolica, quando estavam perto de completar a primeira volta. A vitória nessa bateria ficou com Renato Balestrero (Alfa Romeo Monza); a terceira bateria foi vencida por Marcel Lehoux (Bugatti T51).
A prova final, que reuniu onze pilotos, acabou por ser vencida por Marcel Lehoux. Mas na oitava volta, Stanislav Czaykowisk, que vencera a primeira bateria, teve o mesmo destino de Campari e Borzacchini ao rodar e capotar na Parabolica. O Bugatti do conde polonês acabou por incendiar-se, matando-o instantaneamente.  

domingo, 22 de junho de 2014

GP da Áustria: E não cobrem nada do Massa

Ao estabelecer a pole para a corrida da Áustria houve uma série de "Agora vai, Massa?". Era até compreensivo devido o bom desempenho apresentado por ele em Montreal e depois na classificação, mas a algumas pessoas esquecem que Felipe não tem mais aquela velocidade constante que o levou ao vice no mundial de 2008, sem dizer das boas vitórias que teve anteriormente.
Não sou nenhum neurologista para afirmar se de fato aquela molada o prejudicou para com a sua pilotagem, mas o interessante é que foi exatamente após a sua recuperação e retorno que Massa não conseguiu dar mais que cinco ou dez voltas extremamente velozes e depois despencar vertiginosamente a sua performance. Hoje na Áustria foi um mais do mesmo que vimos nos seus derradeiros anos de Ferrari, com ele andando forte e depois ficando para trás no decorrer da prova. Você pode até argumentar que a Williams devia ter chamado ele antes para os boxes e tê-lo devolvido, pelo menos, em terceiro. Mas Felipe repetiu o mesmo de antes.
Apesar de alguns lampejos de velocidade, ele nunca deu total continuidade a isso.
Infelizmente, para aqueles que estavam otimistas, precisarão continuar a conviver com esse ritmo dele até o final doa seus dias na F1.

Sobre a corrida
(Foto: Getty Images)

Acreditei que a Williams daria trabalho a Mercedes e isso aconteceu até a metade da prova, primeiramente com a dobradinha Massa-Bottas e depois com Valtteri se intrometendo no meio dos prateados. Infelizmente nem Bottas, e muito menos Massa, tiveram fôlego para continuar no encalço dos carros alemães.
Rosberg conseguiu, mais uma vez, domar Hamilton e vai aos poucos se distanciando de seu rival na tabela dos pontos. Apesar da ótima largada, Lewis não conseguiu achar um momento para tentar o bote em Nico. E novamente a Mercedes em outro nível, apesar da grande concorrência da Williams nesta prova.
A Ferrari fez mais uma daquelas corridas apagadas. Se bem que Alonso teve hipóteses de disputar a quarta posição com Massa, mas pelo que parece enfrentou algum problema que o fez diminuir o ritmo e terminar em quinto. Raikkonen seguiu a sua sina de problemas intermináveis com sua Ferrari e reclamou - gargalhadamente - da falta de potência. Sem dúvida é hora de cair na gargalhada e ligar o dane-se...
Corrida para esquecer da Red Bull em sua casa, pela primeira vez. Enquanto que Ricciardo teve que lutar contra Hulkenberg pela décima posição no final da prova, Vettel abandonou a prova após ter tido um problema eletrônico na primeira volta e após resetar - ah, estes carros eletrônicos! -, ele já se encontrava com uma volta de desvantagem para todo o pelotão. Mais tarde tocaria com Gutierrez, vindo trocar o bico. Vendo que não teria mais nada o que fazer, ele recolheu o carro para os boxes. Época pra lá de complicada para o time inteiro.
Destaque mais uma vez para Perez, que saiu em 16o e chegou a liderar a prova com a sua costumeira conservação dos pneus e ainda conseguindo salvar um sexto lugar.
Agora é esperar pela prova de Silverstone.

sábado, 21 de junho de 2014

As 24 Horas de Nurburgring - Ao Vivo


Crash: GT Tour, Spa-Francorchamps

E os recentes campeões das 24 Horas de Le Mans tomaram um susto durante a primeira bateria do GT Tour Championnat de France Des Circuits. André Lotterer, no Audi R8 do Belgian Audi Club, rodou no topo da Eau Rouge indo encostar no muro interno da curva. Mais tarde foi a vez de Benoit Tréluyer, em posse do Audi R8 da mesma equipe, rodar e bater na barreira de pneus da Eau Rouge.
Antes dos dois Audi, Laurent Cazenave bateu o seu BMW Z4 no contorno da Raidillon.

GP da Áustria - Classificação - 8a Etapa

E quem levaria fé que a pole não seria da Mercedes nesta etapa da Áustria? Melhor ainda: quem acreditaria que não houvesse ao menos um Mercedes na primeira fila? Felipe Massa e Valtteri Bottas colocaram a Williams no mesmo nível da Mercedes nesta classificação no revitalizado e agora chamado Red Bull Ring, para garantir não apenas a pole como também a primeira fila nesta etapa austríaca. Além de Felipe sair de um jejum de poles que durava desde o GP do Brasil de 2008, a Williams conquista a sua primeira pole desde a Espanha 2012 (com Maldonado) e uma primeira fila que não acontecia desde Hockenheim 2003, quando Montoya e Ralf Schumacher garantiram a primeira fila.
Foi uma voltaça de Felipe, digamos. A primeira vista, o tempo de Bottas já era muito bom e após os erros de Hamilton ficava claro que ao menos teríamos uma Williams na primeira fila, e com direito a pole. Massa teve a frieza de sua época de ouro e cravou uma volta perfeita, que foi feita quando não existia mais tempo de reação pra ninguém.
Rosberg conseguiu um terceiro lugar que no fim das contas ajudará bastante, pois Hamilton garantiu apenas o nono lugar após rodar na sua última tentativa. Apesar de seu azar, será uma beleza ver a sua prova de recuperação amanhã.
A Ferrari parece que vem tendo um final de semana decente ao menos, com a quarta colocação de Alonso e oitavo de Raikkonen. Continuando nessa toada, tem uma boa chance de tentar beliscar um pódio.
A Red Bull não foi bem até aqui no seu primeiro GP como anfitriã, tendo em Ricciardo, mais uma vez, o melhor piloto com ele largando em quinto. Vettel ficou em 13o neste que foi o seu pior fim de semana em anos.
O que esperar da corrida?
Não acredito numa vitória da Williams, puro e simplesmente por imaginar que a equipe pode se atrapalhar em algum pit-stop para com seus dois pilotos. Mas por outro lado, o carro inglês tem um bom desempenho em retas e a pista austríaca tem toda esse ingrediente para eles. Se não vencerem, darão trabalho a Mercedes amanhã.

Grid de largada para o Grande Prêmio da Áustria - 8ª Etapa

Pos Piloto                Equipe                 Tempo     Dif  
 1. Felipe Massa          Williams-Mercedes    1m08.759s
 2. Valtteri Bottas       Williams-Mercedes    1m08.846s  +0.087
 3. Nico Rosberg          Mercedes             1m08.944s  +0.185
 4. Fernando Alonso       Ferrari              1m09.285s  +0.526
 5. Daniel Ricciardo      Red Bull-Renault     1m09.466s  +0.707
 6. Kevin Magnussen       McLaren-Mercedes     1m09.515s  +0.756
 7. Daniil Kvyat          Toro Rosso-Renault   1m09.619s  +0.860
 8. Kimi Raikkonen        Ferrari              1m10.795s  +2.036
 9. Lewis Hamilton        Mercedes
10. Nico Hulkenberg       Force India-Mercedes
11. Sergio Perez          Force India-Mercedes 1m09.754s  +0.780s
12. Jenson Button         McLaren-Mercedes     1m09.780s  +0.806s
13. Sebastian Vettel      Red Bull-Renault     1m09.801s  +0.827s
14. Pastor Maldonado      Lotus-Renault        1m09.939s  +0.965s
15. Jean-Eric Vergne      Toro Rosso-Renault   1m10.073s  +1.099s
16. Romain Grosjean       Lotus-Renault        1m10.642s  +1.668s
17. Adrian Sutil          Sauber-Ferrari       1m10.825s  +1.311s
18. Esteban Gutierrez     Sauber-Ferrari       1m11.349s  +1.835s
19. Jules Bianchi         Marussia-Ferrari     1m11.412s  +1.898s
20. Kamui Kobayashi       Caterham-Renault     1m11.673s  +2.159s
21. Max Chilton           Marussia-Ferrari     1m11.775s  +2.261s
22. Marcus Ericsson       Caterham-Renault     1m12.673s  +3.159s

sexta-feira, 20 de junho de 2014

GP da Áustria - Treinos Livres - 8ª Etapa

Lewis Hamilton: "Eu realmente não acho que a pole vai ser a coisa mais importante, porque há uma longa reta até a curva dois"Mas eu ainda gostaria de obter essa pole e esse é o meu objetivo"Mesmo depois de minhas primeiras voltas em FP1, eu estava me sentindo muito confortável."Eu estava sempre encontrando tempo com novas linhas e coisas diferentes. Para ser tão rápido foi uma sensação muito boa."
Nico Rosberg: "Parece que será entre nós dois a disputa da pole-position, e é muito importante, pois o ritmo de corrida será bem próximo. Chegar em primeiro na curva inicial será uma grande vantagem"


Sebastian Vettel: “Sofremos um pouco pela manhã, mas de tarde foi melhor. Nós não estávamos muito bem com os pneus duros, acredito que amanhã será diferente, até pela mudança na temperatura"

Felipe Massa: “Eu achei que o carro se comportou muito bem nesta pista, tanto na parte da manhã quanto agora à tarde. Acho que até no long-run, na simulação de corrida, com tanque cheio, o carro se comportou bem também. Então, estou bastante confiante e acho que poderemos ter um bom carro nesta pista
“O circuito é muito bom, bacana de pilotar, sem dúvida. Não é uma pista fácil, é difícil, na verdade. Até para acertar o balanço do carro não tem sido fácil. Aqui nunca vai ser uma corrida fácil, é sempre um lugar onde muita coisa acontece”


Treino Livre 1:
 
Pos Piloto                Equipe                   Tempo       Dif   Voltas
 1. Nico Rosberg          Mercedes               1m11.295s           19
 2. Lewis Hamilton        Mercedes               1m11.435s  +0.140s  32
 3. Fernando Alonso       Ferrari                1m11.606s  +0.311s  23
 4. Felipe Massa          Williams-Mercedes      1m11.756s  +0.461s  27
 5. Jenson Button         McLaren-Mercedes       1m11.839s  +0.544s  33
 6. Sergio Perez          Force India-Mercedes   1m12.009s  +0.714s  33
 7. Nico Hulkenberg       Force India-Mercedes   1m12.072s  +0.777s  20
 8. Valtteri Bottas       Williams-Mercedes      1m12.114s  +0.819s  21
 9. Kevin Magnussen       McLaren-Mercedes       1m12.313s  +1.018s  36
10. Jean-Eric Vergne      Toro Rosso-Renault     1m12.364s  +1.069s  30
11. Kimi Raikkonen        Ferrari                1m12.365s  +1.070s  21
12. Daniil Kvyat          Toro Rosso-Renault     1m12.372s  +1.077s  35
13. Daniel Ricciardo      Red Bull-Renault       1m12.570s  +1.275s  28
14. Esteban Gutierrez     Sauber-Ferrari         1m12.984s  +1.689s  19
15. Sebastian Vettel      Red Bull-Renault       1m12.988s  +1.693s  25
16. Romain Grosjean       Lotus-Renault          1m13.168s  +1.873s  28
17. Pastor Maldonado      Lotus-Renault          1m13.642s  +2.347s  27
18. Jules Bianchi         Marussia-Ferrari       1m13.738s  +2.443s  26
19. Max Chilton           Marussia-Ferrari       1m13.857s  +2.562s  28
20. Kamui Kobayashi       Caterham-Renault       1m14.611s  +3.316s  24
21. Adrian Sutil          Sauber-Ferrari         1m14.691s  +3.396s  9
22. Marcus Ericsson       Caterham-Renault       1m17.501s  +6.206s  8
 
 Treino Livre 2:

Pos Piloto                Equipe                   Tempo       Dif   Volta
 1. Lewis Hamilton        Mercedes               1m09.542s           37  
 2. Nico Rosberg          Mercedes               1m09.919s  +0.377s  50 
 3. Fernando Alonso       Ferrari                1m10.470s  +0.928s  40 
 4. Valtteri Bottas       Williams-Mercedes      1m10.519s  +0.977s  44 
 5. Felipe Massa          Williams-Mercedes      1m10.521s  +0.979s  39 
 6. Sebastian Vettel      Red Bull-Renault       1m10.807s  +1.265s  39 
 7. Jenson Button         McLaren-Mercedes       1m10.813s  +1.271s  44 
 8. Daniel Ricciardo      Red Bull-Renault       1m10.920s  +1.378s  36 
 9. Kevin Magnussen       McLaren-Mercedes       1m10.936s  +1.394s  45 
10. Jean-Eric Vergne      Toro Rosso-Renault     1m10.972s  +1.430s  39 
11. Kimi Raikkonen        Ferrari                1m10.974s  +1.432s  45 
12. Daniil Kvyat          Toro Rosso-Renault     1m11.261s  +1.719s  45 
13. Sergio Perez          Force India-Mercedes   1m11.296s  +1.754s  36 
14. Esteban Gutierrez     Sauber-Ferrari         1m11.491s  +1.949s  42 
15. Pastor Maldonado      Lotus-Renault          1m11.765s  +2.223s  30 
16. Adrian Sutil          Sauber-Ferrari         1m11.806s  +2.264s  42 
17. Nico Hulkenberg       Force India-Mercedes   1m11.935s  +2.393s  39 
18. Max Chilton           Marussia-Ferrari       1m12.229s  +2.687s  43 
19. Romain Grosjean       Lotus-Renault          1m12.262s  +2.720s  46 
20. Jules Bianchi         Marussia-Ferrari       1m12.279s  +2.737s  36 
21. Kamui Kobayashi       Caterham-Renault       1m12.937s  +3.395s  24 
22. Marcus Ericsson       Caterham-Renault       1m13.596s  +4.054s  48 
 

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Vídeo: A Porsche em Le Mans

Para os fãs da marca de Weissach a volta da grande fábrica ao endurance - na classe principal - já era um grande motivo de festejo. Liderar algumas fases da 24 Horas de Le Mans neste  final de semana passado, foi ainda mais satisfatório principalmente por passarem perto de conquistar uma vitória justamente no ano de seu retorno.
A Porsche ficou com o gosto de "quase" em Sarthe, mas já estão a se preparar para 2015. E vale lembrar que o mítico 917 também teve uma estréia atribulada em 1969: foram os mais rápidos nos treinos (marcando a primeira fila com Rolf Stommelen / Kurt Ahrens, Jr. no #14 e Vic Elford / Richard Attwood no #12) e durante a corrida perderam os três 917 inscritos, com o acidente fatal de John Woolfe com o #10 ainda na primeira volta; o #14 saindo da corrida por vazamento de óleo e o #12 abandonando quando era líder na 21ª hora de prova.

Vídeo: O resumo da Audi sobre a sua vitória em Le Mans

E aí fica mais um belo vídeo da Audi sobre a sua 13ª vitória em Sarthe.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

24 Horas de Le Mans: Outra lição da Audi



(Foto: John Dagys/ Sportscar 365)
Quando escrevi o meu texto sobre as expectativas para com a prova deste final de semana, eu tinha em mente que apenas algum problema poderia parar a Toyota em Sarthe. Não querendo desdenhar do poderio da Audi neste tipo de corrida, mas apenas por entender que a fábrica japonesa estava em um momento melhor. As duas etapas anteriores foram interessantes para vermos este aspecto: a durabilidade dos japoneses foi sempre elogiada, sendo que em nenhum instante das provas em Silverstone e Spa eles tivessem tido algum contratempo mecânico. Outra coisa interessante foi a velocidade deles, que foi confrontada apenas pela Porsche em Spa, mas ainda sim não tendo um duelo que estendesse por um longo tempo, afinal a equipe alemã enfrentaria problemas durante o certame. Por outro lado a Audi tinha feito uma corrida desastrosa a ponto de não chegar ao fim com nenhum dos seus dois carros em Silverstone. Um duro golpe para eles que não tinham um resultado tão negativo desde a corrida de Sebring de 2009. Em Spa as coisas voltaram ao normal, completando a prova com os três carros inscritos, mas mesmo assim sem ter um desempenho tão próximo da Toyota. Olhando por todos estes acontecimentos, era normal que a maioria apontasse a fábrica nipônica como favorita para Sarthe. Mas lá a história é outra. A prova tem dezoito horas a mais que as habituais seis das demais pistas do calendário; tráfego pesado durante a corrida; o terror noturno, principalmente quando se vai dobrar algum retardatário; a fadiga mecânica, etc, etc, etc...
A prova deste ano foi uma das mais caóticas neste sentido, principalmente na LMP1. Quem imaginaria que quase todos os protótipos das três principais equipes enfrentariam problemas mecânicos ou eletrônicos? Foi uma loteria que quase premiou a Porsche em seu retorno à classe principal após 15 anos, e isso só não foi possível porque um problema da bomba de óleo tirou o 919 #20 de combate justamente quando Mark Webber tomou posse do carro no lugar de Timo Benhard, que havia feito um bom stint e liderado um bom par de voltas. Talvez não conquistassem a vitória, pois o desempenho do Audi R18 e-tron #2 nas mãos de Marcel Fässler e Andre Lotterer nas horas finais foi irretocável. Eles sabiam que tinham que dar tudo para conseguir recuperar uma prova que escapou das mãos da fábrica de Ingolstadt por duas vezes, devido à
troca do turbo no #1 e posteriormente no #2. Estes problemas nos turbos dos dois carros pegaram a equipe de surpresa: primeiramente o #2 teve este contratempo quando liderava folgadamente à frente do Porsche #20 com três voltas de vantagem na 16ª hora. Esta vantagem foi importante, pois o carro foi recolocado à pista e depois teve que retornar para fazer algum reparo. Quando voltou definitivamente, tinha quase uma volta de desvantagem para o #20 que agora contava com os trabalhos de Brendon Hartley na segunda posição. Marc Gene assumiu a liderança no Audi #1 e fez um stint muito bom, a ponto de colocar quase duas voltas sobre o Porsche #20 de Timo Benhard. Mas exatamente quando o comando do carro #1 foi passado para Tom Kristensen, entre a 20ª e 21ª hora, o mesmo problema do turbo aparecera agora no #1. Outro longo período nos boxes e o carro foi devolvido com três voltas de desvantagem para o Porsche #20 que ainda estava sob os cuidados de Benhard, mas a sombra do #2 da Audi já se fazia presente com o ótimo turno apresentado por Lotterer que cravava voltas extremamente velozes – algumas cerca de dez segundos melhor que o do Porsche, tanto que a melhor volta da prova foi feita exatamente nesta caçada. Um duelo dos bons viria pela frente! Com Webber já no volante do #20, ele entrou nos boxes para fazer mais um pit stop, momento que Lotterer assumiu a liderança. Mark voltou em segundo e quando todos esperavam uma briga direta pela liderança, já que Andre havia feito a sua parada, a bomba de óleo do Porsche deixou o australiano na mão. O carro veio lento para os boxes e a batalha ficou apenas na imaginação. O #14 também teve o mesmo problema do seu gêmeo, tanto que os dois tinham sido declarados fora da prova. Mas a Porsche arrumou o problema e entregou os dois carros para recebessem a quadriculada, ato que rendeu aplausos de todos nos boxes. E para a Audi, só restou baixar a adrenalina – que havia sido altíssima nas últimas horas – para levar os dois carros juntos para a bandeirada. Um final de prova justo para eles que chegavam a sua 13ª conquista em Sarthe. A estratégia de sempre levar três carros para a prova – apesar de ter perdido o #3 ainda na segunda hora de corrida, devido o acidente com o Toyota #8 e Ferrari #81, fazendo com que corresse “manca” pelas 22 horas seguintes – mostrou-se eficaz mais uma vez.
Para a Toyota restou apenas o gosto do terceiro lugar obtido pelo #8. Foi uma pena para o time japonês que teve na segunda hora de prova este mesmo carro envolvido num acidente na Mulsanne, quando desabou o segundo aguaceiro. Segundo Nicolas Lapierre, ele buscou o freio assim que viu alguns carros à sua frente sem o uso da luz de chuva – que é obrigatório neste tipo de condição – e no momento da
travagem percebeu que alguém havia tocado o seu carro, que foi de frente no guard-rail. Sam Bird, com a Ferrari #81 da GT AM, passou feito um raio e encontrou mais à frente o Audi #3 que estava sob o comando de Marco Bonanomi. O acidente forçou a entrada do Safety Car para a retirada dos carros acidentados. Milagrosamente o Toyota #8 voltou para os boxes com a frente danificada, mas o #3 da Audi e o Ferrari #81 não tiveram a mesma sorte e abandonaram. O Toyota ficou por um bom tempo nos boxes e voltou após os reparos, com uma desvantagem descomunal para os ponteiros. A performance deste trio formado por Nicolas Lapierre/ Sebastien Buemi/ Stéphane Sarrazin mostrou o quanto que o carro estava bem acertado e resistente. A quebra do #7 foi uma tremenda dose de azar, que fica ainda mais reforçada quando se lembra do que aconteceu na segunda hora de corrida com o #8, que ainda salvou um terceiro lugar. Certamente o fantasma do GT ONE deve ter sido lembrado por aquelas bandas...
Das três grandes fábricas, eu não tinha grandes expectativas para com a Porsche, exatamente pelos problemas que eles enfrentaram nas duas primeiras corridas. Mas havia um trunfo na mão que era a velocidade, e isso ficou bem claro desde as classificações e foi reforçado com o bom andamento do #20 por quase todo certame e que ainda viria a ter a hipótese de vencer. O #14 teve uma série de problemas, principalmente no início da prova – onde ele acabou ficando um bom  tempo nos boxes e voltando bem atrás na classificação – e depois na parte final. Mas também pôde mostrar um bom ritmo durante a sua recuperação. Com um pouco mais de durabilidade, será um forte concorrente para o restante do campeonato. Foi uma boa surpresa, confesso.

As outras categorias

Na LMP2 o domínio foi quase que constante do Ligier JSP2 #35 Nissan de Alex Brundle/ Jan Mardenborough/ Mark Shulzhitskiy durante boa parte da corrida, tendo em alguns momentos a oposição do outro Ligier JSP2 #46 Nissan de Pierre Thiriet/ Ludovic Badey/ Tristan Gommendy. Porém, problemas mecânicos com tiraram o Ligier #35 de combate já na fase final da prova, deixando caminho aberto para o
outro Ligier #46 chegar à vitória. Mas o Zytek Z11SN Nissan #38 de Simon Dolan/ Harry Tincknell/ Oliver Turvey deu o bote na hora final após um ótimo duelo com o Ligier #46 e chegando assim a sua vitória nesta classe. A terceira colocação ficou com o Alpine A450 Nissan de Nelson Panciatici/ Pierre Chatin/ Oliver Webb. Para os protótipos que disputam regularmente o Mundial de Endurance, foi uma jornada desastrosa em Le Mans, sendo que o único a chegar ao final foi o Oreca 03 Nissan #27 da SMP. Os demais saíram por acidente ou falha mecânica.
A LMGTE PRO manteve a sua sina de nunca desapontar os fãs desta classe ao oferecer ótimos duelos pela liderança, que teve certos momentos que quatro ou até cinco carros estiveram discutindo a posição de honra. Coube à Ferrari 458 #51 da AF Corse de Giancarlo Fisichella/ Gianmaria Bruni/ Toni Villander conquistar a vitória com uma certa folga até, depois de longas horas sob batalha duríssima contra os Corvetes, Porsches e Aston Martin, em especial o #97 de Darren Turner/ Bruno Senna/ Stefan Mücke. Infelizmente o Aston Martin #97 teve problemas hidráulicos na 19ª extamente quando Bruno lutava contra Villander pela liderança da classe. Foi uma pena, pois tanto ele quanto os outros dois companheiros de Aston, estavam em perfeita sintonia: o trio liderou a classe da 7ª hora até a 19ª, quando aconteceu o problema, excetuando-se os momentos em que paravam para o pit-stop. Foi mais um duro golpe para a equipe inglesa, que também teve azar ano passado com o acidente de Fred Makowiecki – que este ano pilotou para a Porsche – num momento em que estava bem na GTE PRO. Na segunda posição, com uma volta de desvantagem, ficou o belo Corvete C7 #73 de Jan Magnussen/ Andy Taylor/ Antonio Garcia e a terceira com o Porsche 911 #92 de Marc Holzer/ Fred Makowiecki/ Richard Lietz.
Se na GT PRO a Aston não teve sorte, na LMGTE AM as coisas foram muito positivas com a vitória irretocável do trio dinamarquês formado por Nicki Thiim/ David Heinemeier-Hänsson/ Kristian Poulsen no Aston Martin #95, o mesmo carro com o qual Allan Simonsen perdera a vida lá mesmo em Le Mans. O domínio deles foi tão grande que a equipe se deu ao luxo de recolher o carro para os boxes e fazer um rápido check-up e entregar o carro de volta à pista, sendo que a vantagem que eles tinham sobre o Porsche 911 #88 de Klaus Bachler/ Khaled Al Qubaisi/ Christian Ried era de três voltas quando foram para o pit stop, e ainda voltaram com duas de folga. A terceira posição ficou para a Ferrari 458 #61 da AF Corse conduzido por Luis Perez-Companc/ Mirko Venturi/ Marco Cioci.

Apesar de estar do outro lado da tela, há centenas de quilômetros da pista francesa, foi mais uma vez muito agradável acompanhar às 24 Horas de Le Mans que merecidamente, segundo a National Geographic, é o melhor evento esportivo do mundo. A volta da Porsche, a batalha entre Toyota e Audi e os inúmeros duelos nas demais classes, deram o tom para esta edição - a 82ª da história – que foi uma das mais dramáticas e tensas dos últimos anos, rivalizando com a prova de 2010 e 2011 – a meu ver, pelo menos.
E assim, como nas edições de 2010 e 2011, a Audi deu mais uma lição de como vencer em Sarthe. E pela 13ª vez na sua história.


domingo, 15 de junho de 2014

Foto 360: E dá-lhe Audi

E acabou as 24 Horas de Le Mans, a 82a edição da mítica prova. E após uma série de dramas e suspense que só cessaram nas duas últimas horas, a Audi fez valer a sua experiência e cravou a sua 13a em Sarthe com o #2 conduzido por Benoit Tréluyer/ Marcel Fassler Andre Lotterer e para completar a festa, o #1 de Lucas Di Grassi/ Tom Kristensen/ Marc Gene na segunda colocação.
Para a Toyota restou o consolo da 3a posição alcançada por Davidson/ Buemi/ Lapierre a bordo do #8. A Porsche fez um belo trabalho, mas teve seus dois carros retirados da prova antes do fim por problemas na bomba de óleo. Mas eles não baixaram a guarda e recolocaram -nos na pista para a quadriculada, o que valeu palmas ao grande time.
Enfim, mais uma Le Mans para a conta da casa de Ingolstadt.

Foto 359: Roleta russa em Le Mans

E esta edição das 24 Horas de Le Mans já é uma das mais imprevisíveis desde a edição de 2010. Se quando pensávamos que o Audi #2 tinha a prova sob controle, ele teve que entrar nos boxes para trocar o turbo e perder três voltas. O Audi #1 assumiu o comando e o mesmo sentimento de "Ok, agora está tudo sob controle", principalmente quando Gene fez um longo stint e entregou o carro para Kristensen com uma volta de vantagem sobre o Porsche #20, o mesmo problema se abateu sobre o #1. E a Porsche #20, com Dumas ao volante, era o novo líder. Mais atrás, Lotterer tirando tudo no braço quando, enfim, entrou na mesma volta do #20 - não podemos esquecer que houve a entrada do SC que ajudou essa aproximaçäo.
Lotterer, cravando voltas em cerca de dez segundos, ou mais, que o Porsche #20, reassumiu a liderança com a parada do líder. Infelizmente, quando Mark Webber assumiu o comando no lugar de Benhard, o Porsche apresentou problemas.
E a Audi ganha um pouco de fôlego... e a dobradinha até aqui.
UFA!!!!

As marcas de Ímola

A foto é do genial Rainer Schlegelmich (extraído do livro "Driving to Perfection") tirada da reta de Ímola após uma das largadas. ...