quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Foto 475: O último dos dianteiros


Com a aparição avassaladora dos motores traseiros no fim da primeira metade dos anos 60, pouco se viu de carros dotados de motor dianteiro no final daquela década. Os Rodsters, que haviam dominado as competições na terra dos ianques dos anos 1950 até metade dos 1960, tinham sido aniquilados por aqueles carros pequeninos e elegantes, mas alguns entusiastas ainda mantinham viva a chama por estes carros de motor dianteiro. Jim Hurtubise, um dos ótimos pilotos americanos das décadas de 50 e 60, foi o último a classificar um carro deste tipo para a Indy 500 de 1968, depois de ter falhado em 1967. Mesmo assim, continuou a tentativa de alinhar estes carros durante boa parte dos anos 1970 com variações do seu Herk Mallard (ele mesmo que havia construído), cujo carro ele alinhou pela primeira vez em 1964.

Com a aparência de um dragster, devido a enorme distância entre-eixos, o Herk Mallard dotava do poderoso motor Offenhauser e desde a sua criação em 1964 até a sua ultima aparição em Indianápolis - em 1981- sofreu inúmeras mudanças no chassi, desde o formato em cunha na frente até a adoção de asas dianteiras e traseiras. Jim Hurtubise sempre esteve à frente deste carro e conseguiu qualificá-lo para a primeira 500 Milhas de Pocono de 1971 na 33ª posição e terminando em trigésimo. Assim como na Indy de 1968, foi a última vez que um Roadster fez parte de um grid para uma corrida da Indy.

Hurtubise continuou a tentar classificá-lo para a Indy 500 até 1971, sem obter nenhum sucesso. Em 1972, quando conseguiu o 13º lugar com um Coyote Ford, levou o Herk Mallard para a linha de classificação e quando chegou a sua vez o horário limite para tal havia expirado (18:00 horas), mas em seguida ele abriu a carenagem do motor para mostrar a todos que não havia nenhum propulsor ali, mas cinco caixas cheias de cerveja Miller que o patrocinava e que foram distribuídas para os teams que ali estavam. Na corrida, ele abandonou na volta 94.

Além de 1972, ele tentou outras qualificações para a Indy 500 entre os anos de 1973 à 1975 com carros de motor traseiro, mas conseguiu um lugar no grid em 1974 quando obteve a 28ª posição com um Mclaren Offenhauser. Na corrida ele acabaria abandonando na volta 31 com problemas no motor. 

Apesar dessa curta aventura com carros de motor traseiro, Hurtubise não havia desistido de colocar o seu Mallard no grid da famosa prova. Tentativas frustradas em 1976 e 1977 não o desencorajaram e em 1978 ele teria uma situação bem constrangedora - para ele e o público. 

A situação se deu no Bump Day de 21 de maio quando ele e demais pilotos tentavam as últimas vagas no grid. Jim foi impedido de fazer a sua tentativa pela USAC que alegava dele não ter atingido a marca minima de 180 Mph (290 Km/h) que foi estabelecida pela entidade para que o piloto pudesse tentar ingressar nas qualificações. Apesar de alguns indicarem que Hurtubise teria conseguido essa marca - atingindo 184 Mph (296 Km/h), mas foi rechaçada pela USAC que aferiu a marca de 175 Mph (282 Km/h) e desse modo tirando dele a oportunidade de entrar na disputa. Isso despertou a ira do piloto do Mallard #56, que passou a indicar que aquela situação era um complô entre USAC, Goodyear e IMS para que ele não fosse à pista tentar o seu sonhado lugar no grid com um carro de motor dianteiro após tantos anos. Após uma discussão com Tom Binford - que era o Comissário Chefe da Indy 500 e também estava à frente da USAC, cargo que ele ficou até 1995, e ele tentaria a presidência da FISA naquele ano, perdendo a votação para Jean Marie Balestre - Jim partiu para uma pequena rebelião ao subir no Eagle Offy de Bob Harkley que estava para fazer sua tentativa. Harkley conseguiu entrar em seu carro e ligá-lo, mas Hurtubise ficou em frente do Eagle e saiu de lá apenas quando alguns seguranças o tiraram de lá. 

Quando as coisas pareciam controladas, já com Bob Harkley tentando a sua qualificação, Jim Hurtubise reapareceu para continuar o seu protesto, agora com o agravante de tentar entrar na pista e atrapalhar as voltas de Bob. Ele foi contido por John Martin - que também estava na luta para tentar uma vaga - e alguns policiais. Essa atitude de Jim Hurtubise o fez ficar de fora de algumas provas como suspensão e automaticamente, o deixou em más lençóis com o público que o sempre apoiou em suas tentativas com o Mallard. 

Sua última tentativa foi para a edição de 1981, quando o motor do Mallard pifou em sua tentativa.
 
Jim Hurtubise morreu em 1989 aos 56 anos - coincidentemente o número que ele usava em seus carros - após uma parada cardíaca.


O Herk Mallard Offenhauser com Jim Hurtubise na última corrida de um Roadster numa prova de 500 Milhas, em Pocono 1971



segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Foto 474: A maior festa de Interlagos

Fico imaginando tamanha festa que foi aquele ensolarado e caloroso 26 de Janeiro de 1975, quando ocorreu a segunda etapa do Mundial de F1 em Interlagos. Se inicialmente a vitória parecia caminhar para as mãos de Jean Pierre Jarier com a sua Shadow, que estava num passo incrivelmente espetacular, igualmente a de dias atrás em Buenos Aires, a cena voltou-se a repetir com o carro negro estacionando lentamente na curva do Sol com uma avaria no motor e deixando o azarado Jarier, mais uma vez, com o gosto de quase vitória na boca.
Foi a deixa para que Interlagos presenciasse uma das maiores festas que o automobilismo já teve, com a vitória de um cara que era querido por muitos e que certamente sabiam que aquela conquista viria com o passar do tempo, devidamente por sua velocidade pura e habilidade. Mas, como costumam dizer, os deuses do autombilismo deu uma ajudinha para que fosse exatamente naquele território que ele tão bem conhecia. José Carlos Pace administrou bem a vantagem para Emerson Fittipaldi, dosando a velocidade nas últimas voltas para que não tivesse a surpresa de uma quebra ou até mesmo de um erro. Venceu com um pouco mais de cinco segundos para Fittipaldi, formando assim a primeira dobradinha de pilotos brasileiros na F1 numa corrida, e exatamente no solo onde foram formados. Pace, ao chegar nos boxes, não foi retirado do carro, mas sim "arrancado" de lá pela multidão que estava presente na área dos boxes e foi carregado nos braços por eles. E no pódio, mesmo desgastado fisicamente devido o forte calor, Pace ainda teve fôlego para festeja aquela merecida conquista. Uma cena histórica e devidamente registrada em fotos.
Passados quarenta anos fico com a impressão de que foi a maior festa que Interlagos teve. Sim, as vitórias de Ayrton Senna foram emocionantes, conseguidas à fórceps, mas aquela de Pace era muito mais saborosa, ainda mais por ser a primeira da sua carreira e na frente do seu povo, na sua casa.
E esse sentimento é reforçado quando dois anos após esse grande dia, Pace desapareceu num acidente de avião na Serra da Cantareira, numa altura em que a sua carreira parecia florescer para grandes conquistas na F1.   

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Vídeo: Footwork em Snetterton, 1992

Ainda numa época em que as equipes podiam testar à vontade e até mesmo em locais pouco usuais para a F1, a Footwork Arrows levou seus dois FA13 para a (ótima) pista de Snetterton para testes e aproveitou para fazer uma bela filmagem, ao instalar várias câmeras no carro de Aguri Suzuki.
O mais interessante são os posicionamentos destas, que anos mais tarde, em vídeo games mais avançados, mostrariam exatamente - ou quase todas - as visões que temos nos jogos atuais.
Michele Alboreto também esteve nos testes, como podem ver nas filmagens.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Foto 473: E pelo jeito...

As fotos saíram agora pouco no site do Jalopnik, que crava que este é o tão falado Nissan GT-R LM Nismo, que vem tirando o sono dos grandes fãs e especialistas sobre endurance no mundo.
E pelo layout do carro, ele fica muito idêntico ao desenho que foi divulgado um tempo atrás onde o protótipo mais parecia uma carpa, devido a sua enorme entrada de ar e bem larga.
E o outro rumor também confirma-se, que é o uso do motor dianteiro pela marca.
Além das fotos, aqui fica o link da matéria que também disponibilizou o vídeo do carro no circuito das Américas. 

Um dos primeiros desenhos do que seria o GT-R LM Nismo...

...e do carro flagrado ontem no circuito das Américas




Foto 472: 1000Km de Monza, 1971

A largada para os 1000 Km de Monza, de 1971. A Ferrari 312PB #15 de Jacky Ickx/ Clay Regazzoni assumindo a liderança da prova, seguido pelas Ferrari 512M #8 (Scuderia Filipinetti) de Mike Parkes/ Jo Bonnier. Tentando recuperar-se da má partida da pole e com o carro quase "atravessado", o Porsche 917K #3 de Vic Elford/ Gerard Larousse (Martini International Racing Team) e ao seu lado o Alfa Romeo T33/3 #19 de Rolf Stommelen/ Toine Hezemans. Atrás do Alfa Romeo, os dois Porsches 917K da John Wyer Automotive.
Ickx/ Regazzoni abandonaram na volta 11 após um acidente, enquanto que Parkes/ Bonnier encerrariam a sua participação na 30ª passagem por problemas de motor. Elford/ Larousse não tiveram grande sorte e abandonaram na volta 44.
Stommelen/ Hezemans levaram a Alfa ao quarto posto, logo atrás da outra Alfa Romeo #18 de Andrea De Adamich/ Henri Pescarolo que fez companhia as duplas da J.W. Automotive no pódio que teve como vencedores Pedro Rodriguez/ Jackie Oliver com o Porsche #2 e Jo Siffert/ Derek Bell em segundo, com o Porsche #1.  

sábado, 17 de janeiro de 2015

Foto 471: Andrettinho

A bela foto de Michael Andretti - com o maravilhoso Lola da Newman-Haas - em uma das várias pistas de rua que compunham o calendário da CART em 1991. Aliás, este foi o ano que o filho de Mario conquistou o seu único título na categoria ao marcar 234 pontos contra 200 de Bobby Rahal, o vice.
Michael conquistou 8 vitórias, 7 poles e por 10 vezes foi o piloto que mais liderou voltas nas corridas. 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Foto 470: Dakar

Apesar de não ser um grande fã da competição, confesso que as imagens do Rally Dakar - desde a época em que era realizada entre Paris e Dakar - são as mais fantásticas do motorsport. E aqui ficam algumas da edição deste ano.

Dean Mouhtaropoulos/Getty Images

Jean-Paul Pelissier / Reuters

Reuters/Jean-Paul Pelissier

Franck Fife/AFP/Getty Images

Franck Fife/AFP/Getty Images

FRANCK FIFE/AFP/Getty Images

Franck Fife/AFP/Getty Images

Franck Fife/AFP/Getty Images

AP Photo/Felipe Dana

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Foto 469: 24 Horas de Le Mans, 1968

Os Ford GT40 da J.W. Automotive Engineering batalhando contra o Porsche 908 da Porsche System Enginnering, na edição da 24 Horas de Le Mans de 1968. Pela ordem, puxando o pequeno pelotão, o Ford #9 de Pedro Rodriguez/ Lucien Bianchi; o Porsche #34 de Joe Buzzeta/ Scooter Patrick; e os Ford #10 e #11 de Paul Hawkins/ David Hobbs e Brian Muir/ Jackie Oliver, respectivamente.
Apesar do domínio da Porsche nos treinos, posicionando os carros #31. #33 e #32 nas três primeiras colocações, a vitória ficou para o Ford GT40 #9 de Pedro Rodriguez/ Lucien Bianchi, seguido pelo Porsche 907LH #66 de Rico Steinemann/ Dieter Spoerry (Squadra Tartaruga) e do Porsche 908 #33 de Rolf Stommelen/ Jochen Neerpasch (J.W. Automotive Engineering).

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Foto 468: Tour de France, 1958

E quando você encontra fotos coloridas da "época do preto e branco" tem que louvar, pois são raras à beça... Nesta, o belga Olivier Gendebien (de preto) conversando com o brasileiro Hernano Da Silva Ramos (vermelho) e o americano Harry Schell por sobre a capota do Ferrari 250 GT da equipe belga Ecurie Francorchamps, que Gendebien, em parceria com Lucien Bianchi, pilotou durante o Tour de France de 1958.
A dupla belga acabaria por vencer a prova (que foi dominada amplamente pelos Ferrari 250 GT, que ocuparam as cinco primeiras colocações), seguido pelos franceses Maurice Trintignant/ François Picard que pilotavam para a Scuderia Los Amigos. A terceira colocação foi de Jacques Péron/ Harry Schell, da equipe de Jacques Péron . Hernano Da Silva Ramos fechou em quarto, quando dividiu o Ferrari da sua equipe com Jean Estager. 

Foto 467: Os pontos para a Super Licença da FIA em 2015

A confirmação de Max Verstappen ano passado pela Toro Rosso para a temporada de 2015 da F1, desencadeou uma correria desenfreada da FIA em tentar barrar futuramente a entrada de pilotos com menos de 18 na categoria. Ok, acho válido o esforço da entidade e creio que isso deveria ter sido feito há um bom tempo já, principalmente após a entrada controversa de Jenson Button em 2000 e Kimi Raikkonen em 2001 quando as capacidades destes, que viriam a se tornar campeões mundiais, foram colocadas em dúvida por causa da pouca idade e tempo em monopostos. Mas o tempo encarregou-se de mostrar que nem sempre idade é empecilho para que construam uma carreira vitoriosa.
Nessa toada pós Verstappen, a FIA divulgou o seu critério de pontuação para obtenção da Super Licença. Primeiramente, pilotos com menos de 18 não podem pilotar na F1 e terão que concluir ao menos dois anos em categorias júnior para  conseguir a tal licença e marcar, no mínimo, 40 pontos para conquistar a carteira. Ou seja, apenas a Indycar, WEC (LMP1), Europeu de F3, GP2 e a F2, que ainda nem saiu do papel, dará essa oportunidade.
Exatamente essas divisões de categorias para a obtenção da Super Licença é que está gerando uma certa polêmica: como categorias do naipe do WEC - um mundial - pode estar abaixo de outras que são mais "regionalizadas" como a GP2, Europeu de F3 e a enigmática F2? Teoricamente deveria ser uma categoria no mesmo patamar da F1 ou ligeiramente abaixo - isso seria uma questão para aqueles que idealizaram essa distribuição de pontos. Ou fato, também, é a Super Fórmula Japonesa ter ficado abaixo e outras, como a Fórmula Renault 3.5 e GP3. Acredito que uma boa distribuição para isso, deveria ser o WEC e Indycar no topo, seguido por Fórmula Renault 3.5, GP2 e a Super Fórmula  - se vingar, entraria a F2; depois seguiriam a F3 européia, GP3, os Nacionais de F3 e F4 e por último a F-Renault com  as suas subclasses.
Interassante é ver que o própio Verstappen, que fechou em terceiro no Europeu de F3 de 2014, não conseguiria a Super Licença para  F1 neste novo molde da FIA.

A distribuição de pontos para a Super Licença:

Championship position                       1st 2nd 3rd 4th 5th 6th 7th 8th 9th 10th

Future FIA F2 Championship                  60  50  40  30  20  10   8   6   4   3

GP2 Series                                  50  40  30  20  10   8   6   4   3   2

FIA F3 European Championship                40  30  20  10   8   6   4   3   2   1

FIA WEC (LMP1 only)                         40  30  20  10   8   6   4   3   2   1

IndyCar                                     40  30  20  10   8   6   4   3   2   1

GP3 Series                                  30  20  15  10   7   5   3   2   1   0

Formula Renault 3.5                         30  20  15  10   7   5   3   2   1   0

Japanese Super Formula                      20  7   10  7    5   3   2   1   0   0

National F4 championships certified by FIA  10  7   5   2    1   0   0   0   0   0  

National F3 championships                   10  7   5   2    1   0   0   0   0   0

Formula Renault (EuroCup, ALPS or NEC)      5   3   1   0    0   0   0   0   0   0

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Jean Pierre Beltoise (1937-2015)

Apesar de não ter sido um dos mais brilhantes pilotos de sua época, Jean Pierre Beltoise, se é que podemos dizer assim, foi um dos pilares da renovação do automobilismo francês nos anos 60 após a morte de Jean Behra em 1959, em Avus.
Infelizmente a marca que teve de levar por anos, devido a morte de Ignazio Giunti, acabou por ser a parte negativa em sua carreira, mas podemos destacar os seus serviços prestados à BRM de 1972 até 1974 onde conseguiu manter vivo o espírito da equipe após as mortes de Pedro Rodriguez e Jo Siffert. Foi nesse período que conseguiu a sua única vitória - e última da BRM - em Mônaco, 1972.
Foi um dos "Matra Boys" competindo pela equipe francesa desde 1967 até 1971, entre Fórmula 2, F1 e Mundial de Marcas.
Após sua retirada da F1, em 1974, continuou a competir na França em categorias de turismo - onde foi campeão nacional por duas vezes -  e depois em rallies - onde também venceu um campeonato.
Beltoise faleceu nesta segunda, aos 77 anos em Dakar, quando passava férias junto de sua esposa Jacqueline.
Abaixo o link de um vídeo feito pela INA (Institut National de l'Audiovisuel) na altura em que competia na F2.
https://www.youtube.com/watch?v=uUFLZcN1Nzw




domingo, 4 de janeiro de 2015

Grandes Atuações: Michael Schumacher, Spa 1995

A coisa que mais prezo em uma pilotagem é a coragem e virtuosismo do piloto em mudar as condições de condução conforme o momento que a corrida exige. São nessas situações que você se depara com atuações dignas de Oscar, daquelas que ficam gravadas na retina por anos e anos e que frequentemente são relembradas em rodas de conversas e em textos e vídeos espalhados pela internet. Vitórias conquistadas à luz da estratégia são inteligentes, bonitas até, mas não se compara a conquistas tiradas a fórceps. O caso do GP da Bélgica de 1995 é um desses, onde Michael Schumacher, até então campeão reinante da Fórmula-1, mostrou ao mundo como lidar com uma série de variáveis sem pestanejar e conquistar uma vitória épica em seu território favorito que é Spa-Francorchamps.
O magnífico circuito das Ardenas recebeu a 11ª etapa de 1995 com o tempo totalmente instável para aquele último fim de semana de agosto, e como era de se esperar, devido esta situação, a classificação marcou uma boa surpresa: as Ferraris marcaram a primeira fila com Berger em primeiro e Alesi em segundo, aproveitando-se bem da rápida manobra de Jean Todt em mandá-los para a pista assim que esta secou após a chuva que caíra no início da classificação. A esperteza do pequenino francês foi vital, pois a chuva voltou logo depois e mais ninguém pôde ameaçar o duo vermelho. Logo atrás apareceram Mika Hakkinen e Johnny Herbert, seguidos por David Coulthard, Mark Blundell, Eddie Irvine e Damon Hill, que marcara apenas o oitavo tempo. Sua volta tinha sido arruinada por Andrea Montermini (Pacific) quando tinha hipóteses de ir mais à frente na classificação e logo depois apareceu a chuva e nada mais pôde fazer. Michael Schumacher tinha sofrido um forte acidente na Malmedy durante o terceiro treino livre, o que deixou seu Benetton destruído e irrecuperável para a classificação. Teve que esperar o término dos trabalhos de Herbert para que pudesse tomar posse do carro do inglês. Com isso, ele teve tempo de fazer a volta que lhe deu a 16ª colocação no grid.
Sem os dois principais pilotos na dianteira da corrida, esta se viu numa disputa aberta entre os coadjuvantes naquelas primeiras voltas: se os Ferraris foram perfeitos na classificação, a largada foi péssima, principalmente por conta de Berger que perdera as duas primeiras posições para Herbert e Alesi, com o francês recuperando em seguida. O brilharete da Ferrari foi até a terceira volta, quando Jean teve uma quebra de suspensão e ficou de fora. Herbert era o novo líder, mas com Berger em seu encalço que era seguido de perto pelas Williams de Coulthard e Hill. Schumacher continuava a sua escalada e já estava em nono na quarta volta. Mas não demorou muito para os carros de Frank Williams superassem a Ferrari de Gerhard.
David Coulthard partiu para o ataque contra Herbert, que suportou a pressão até que o inglês errou e entregou de bandeja a liderança para o jovem escocês. Coulthard parecia decidido que conseguiria a sua primeira vitória em Spa, tanto que abria boa vantagem para Damon até que o câmbio do carro de David apresentou problemas na 13ª volta e o tirou de combate. Hill subiu para a liderança, mas a sombra de Michael Schumacher já estava próxima de certa forma: com uma pilotagem agressiva e aproveitando-se bem das oportunidades, o alemão já estava em terceiro naquele momento e apenas o Ferrari de Berger é que o separava de Damon.
Os dois contendores pelo título mundial pararam juntos para o primeiro reabastecimento e troca de pneus de ambos, com o inglês mantendo a ponta da corrida por um curto espaço de tempo, afinal a chuva começara a cair. Damon e a Williams não demoraram muito a optar pela troca de pneus de chuva e enquanto o trabalho era feito, Schumacher tratou de se manter na pista, equilibrando-se como podia com pneus slick em trechos totalmente encharcados. Correndo nessa condição a chegada de Hill foi rápida, mas não foi fácil dobrar o piloto alemão que se defendia de todos os modos – alguns deles de modo controversos, que depois geraria uma série de reclamações de Damon – e que só “entregou” a posição quando errou na Le Combes. No entanto, com chuva dando uma parada e a pista começando a secar, Hill não conseguiu uma distância confortável o suficiente para tentar outra parada e voltar à frente de Schumacher.
Com a pista já bem mais seca, Hill teve que ir aos boxes trocar pelos slicks, mas na pressa de voltar à pista acabou excedendo a velocidade no pit-lane e teve que pagar um “Stop & Go”, exatamente no momento que o Safety Car foi acionado devido a chuva que voltara a cair. Este ficou por três voltas e em seguida Hill teve ir aos boxes pagar a sua penalização, que o relegou para terceiro e que mais tarde, precisamente na última volta, conseguiu superar Martin Brundle na luta pela segunda posição.
Para Michael Schumacher, que havia largado em 16º e escalado o pelotão com uma pilotagem, foi a décima sexta vitória de uma carreira que se encaminhava a passos para o bi-campeonato. E sem dúvida, naquela altura de sua vida, tinha sido a melhor atuação na F1. Apesar de toda controvérsia.


quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Foto 466: Jacky & Hans


Dois exímios pilotos em pista molhada e verdadeiros mestres quando se tratava de pistas míticas. E também dois conhecedores de provas de longa duração. Jacky Ickx e Joachim Hans Stcuk, por uma certa coincidência, completam mais um ano de vida exatamente neste primeiro de Janeiro.
Jacky chegou aos 70 anos, enquanto que Hans aos 64.


*E aproveito para agradecer a todos os leitores do blog a atenção e prestígio que deram para este espaço em 2014. E foi um bom ano, sem dúvida e espero que este 2015 seja ainda melhor.
Desejo de coração que este ano seja de grande saúde e paz a todos.
Obrigado!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Vídeo: O teste de Michael Schumacher em Paul Ricard, 1996

Interessante este vídeo onde Michael Schumacher testa duas versões da Ferrari no início de 1996 (ou final de 1995?) uma com motor V12 (412T1B de 1994) e outra com V10 (412T2 de 1995) em Paul Ricard. A ocasião serviu para a Ferrari apresentá-lo como piloto oficial do team para 1996.
Detalhe para o final do vídeo, onde Michael testa até o anoitecer.
Outros tempos, em que os testes eram liberados totalmente.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Foto 465: Laranja

Eu sei que vocês estão olhando outra coisa... O belo Mclaren MF8 Chevrolet de Peter Revson sendo preparado para a prova de Road Atlanta, terceira etapa da Can-Am de 1971. Revson saiu na segunda posição, dividindo a primeira fila com seu companheiro de equipe Denny Hulme.
No final, a vitória acabou com o americano que foi seguido por Hulme e Lothar Motschenbacher, que também pilotava um Mclaren M8D de sua equipe, a Motschenbacher Racing.
Dos dez primeiros, sete usavam Mclarens em diversas versões que iam do B ao F.  

Foto 464: Gulf

Se ontem a foto foi do Porsche 917K da Martini & Rossi Racing Team, hoje a imagem é dos vencedores das 24 Horas de Daytona de 1971 com o Porsche 917K #2 da J.W. Automotive Engineering conduzido por Pedro Rodriguez e Jackie Oliver.
A dupla fez as 24 horas em 688 voltas, uma a mais que Ronnie Bucknum e Tony Adamowicz que pilotaram a Ferrari 512 S Spyder #23 da NART (North American Racing Team).

sábado, 27 de dezembro de 2014

Foto 463: Martini

"E aí, gostaram do meu carro?"
O Porsche 917K #4 da Martini & Rossi Racing Team para as 24 Horas de Daytona de 1971, com Helmut Marko (de macacão azul) apoiado nele. Junto do austríaco, Rudi Lins (atrás) - que dividiu o comando do #3 com ele -, Gijs Van Lennep, Vic Elford - que comandaram este carro - e Derek Bell, sentado na beira do cockpit. Bell pilotou o Porsche 917K #1 da J.W. Automotive Engineering ao lado de Jo Siffert.
No entanto, o destino dos dois carros da Martini foram os mesmos: o #4 abandonou acidentado na volta 274 e o #3 acidentou-se da volta 470.
A vitória ficou para Pedro Rodriguez/ Jackie Oliver, com o Porsche 917K #2 da J.W. Automotive Engineering. 

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Foto 462: Arnage

Acho que um quebra-sol nestas situações, cairia bem... O belo Lancia LC2-84 #5 de Paolo Barilla/ Hans Heyer/ Mauro Baldi enfrentando alguns problemas com o sol na saída da Arnage, durante as 24 Horas de Le Mans de 1984 (pelo capacete, deve ser o Baldi que está a guiar com apenas uma mão enquanto que a outra o protege da claridade). Atrás, aparentemente um Alba AR2 Giannini, com o piloto a fazer o mesmo que Baldi no Lancia... E contornando a curva, o Porsche 956 #20 de Oscar Larrauri/ Massino Sigala/ Joël Gouhier.
A prova foi vencida pelo Porsche 956B #7 de Henri Pescarolo/ Klaus Ludwig. Aliás, esta foi dominada amplamente pela Porsche (como a maioria da edições das 24 Horas de Le Mans dos anos 80), com os carros da marca completando as sete primeiras posições.    

Foto 461: Aniversariantes

(Foto: Abril/ Quatro Rodas) 
E como costumo dizer nesta data, estou muito bem acompanhado nesse 23 de dezembro: Bird Clemente, um dos grandes do nosso automobilismo nacional, chega aos 77 anos e Michele Alboreto estaria completando 58 anos.
E o comandante do Volta Rápida, chegou aos 32!
Parabéns a nós!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

WEC: Os possíveis nomes para a Nissan em 2015

Um dos carros conceitos feito por fãs e que foi postado no site Deviantart.com http://karayaone.deviantart.com/art/Nissan-lmp1-prorotype-321076818
Interessante o artigo de John Dagys para o Sportscar 365 sobre a Silly Season de 2015 e na parte sobre a Nissan, os nomes para integrar o projeto da fábrica no próximo ano é dos mais variados: Olivier Pla e Jan Mardenborough eram nomes cogitados para um dos carros e já teriam assinado. O que me surpreende é o terceiro nome que teria assinado também, que é o de Bruno Senna. Sinceramente, caso confirme-se, será um azarão e tanto nessa corrida por um dos lugares nos Nissan GT-R NISMO LM.
Os outros nomes são de Marc Gené - que apareceu nas últimas semanas como possível ida para lá -, o de Nicolas Lapierre - que estava correndo pela Toyota e não apareceu mais nas listas da equipe desde Le Mans - de Nick Heidfeld - atual piloto da Rebellion - e de Lucas Ordonez, que corre pela marca no GT japonês. Outros pilotos do programa da Nissan podem também entrar no páreo por estas vagas.

WEC: Oliver Jarvis, o escolhido

(Foto: Audi)
Após o anúncio da aposentadoria de Tom Kristensen, pouco se falou de quem poderia substituí-lo no comando do segundo carro da Audi ao lado de Lucas Di Grassi e Löic Duval. Eu tinha em mente que ele poderia ser substituído por um dos três pilotos que correram este ano com o terceiro carro da marca em Le Mans (Marco Bonanomi/ Filipe Albuquerque/ Oliver Jarvis) ou até mesmo vir um figurão para integrar o time, mas coube ao piloto britânico Oliver Jarvis a honra de tomar posse do segundo carro da Audi para a temporada de 2015.
Outro que estará no comando do terceiro carro da Audi, provavelmente ao lado de Albuquerque e Bonanomi, é o alemão René Rast Jarvis que foi o vencedor das 24 Horas de Daytona de 2012 pela Porsche nos GTs e neste ano venceu as 24 Horas de Spa pela Audi.
Oliver Jarvis é piloto da Audi no DTM e tem 30 anos e completará 31 em janeiro. Podemos dizer que foi um bom presente de Natal e aniversário.

Fonte: Sportscar365.com

Vídeo: O ano da Porsche

Apesar da sua ininterrupta participação nas classes dos GTs nos últimos anos, é claro que todos os olhos ficaram voltados para o retorno da Porsche para o Mundial de Endurance pela classe dos LMP1. E foi um bom ano, apesar dos contratempos que a fábrica enfrentou - o que é totalmente normal, sendo que o projeto é novo - e que foram resolvidos durante a temporada.
Mas não podemos negar que foi o único a dar algum trabalho para a Toyota em termos de velocidade pura e a marca de quatro poles alcançadas neste seu ano de retorno - a primeira foi logo na segunda prova, as 6 Horas de Spa - só confirma o quanto que o 919 Hybrid é bom em voltas lançadas. A coroação veio na última corrida, com a vitória nas 6 Horas de São Paulo.
É de se esperar uma temporada ainda mais frutífera para a grande marca alemã em 2015.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Foto 460: A última benção

(Foto: Luc Ghys)
O último momento de Ricardo Rodriguez e seu pai, Dom Pedro Natalio Rodriguez Quijada, antes que o jovem mexicano partisse para a pista de Magdalena Mixhuca onde foi realizado o primeiro Grande Prêmio do México, em 1962 e que não contou pontos para o mundial daquele ano.
O Lotus 24 Climax, da equipe de Rob Walker, teve a suspensão traseira direita quebrada exatamente no momento que Ricardo contornava a Peraltada. Com a quebra, o Lotus foi projetado contra o guard-rail e ele teve morte imediata.
O garoto que está na foto é Alejandro Rodriguez, o caçula dos quatro filhos. Ele morreu em 2009, aos 55 anos por problemas renais.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Foto 459: Esfarelando

René Arnoux e sua Ferrari 126C4 em uma das curvas do circuito citadino de Dallas, em 1984. E estava esfarelando "pouco" o asfalto naquele ponto...
A vitória ficou com Keke Rosberg.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Vídeo: Road to Le Mans 2014

A epopeia da Jota Sport desde a abertura do Europeu da Le Mans Series, até a sua sensacional vitória nas 24 Horas de Le Mans deste ano na LMP2.
Divirtam-se!

Foto 458: O acidente de Löic Duval em Le Mans



E aí estão as raríssimas fotos numa rápida sequência de como foi o acidente de Löic Duval durante os treinos para s 24 Horas de Le Mans deste ano. 
A única coisa que podemos dizer é a sorte que teve de nada mais grave ter acontecido, pois a imagem - seguida do acidente - foi impressionante.
As fotos foram retiradas do perfil de João Carlos Costa, no Facebook. 

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Foto 427: Síndrome do brinquedo novo

Quando Sebastian Vettel foi recrutado pela Red Bull para ingressar na sua equipe principal para a temporada de 2009, ele se deparou com a presença de Mark Webber naquele team que já durava desde o ano de 2007. Mesmo com a sua impressionante temporada a bordo de um Toro Rosso, carro qual ele conseguiu levar a uma vitória inesperada no GP da Itália e conduzir a equipe a terminar à frente da filial, a suas credenciais podiam ser postas em cheque naquele futuro confronto contra o já veterano Webber. Se ele contava com o seu talento natural para conduzir brilhantemente os carros de corrida, ele teria que confrontar-se com a velocidade e bravura do piloto australiano.
Como costumo dizer, Vettel foi a peça que faltava na engrenagem para fazer a máquina de conquistas da Red Bull girar vertiginosamente, mas para isso, além dele aparar as arestas em relação aos seus erros que viriam (e vieram com o tempo), ele também teve que lidar com os inúmeros problemas que o privaram de conquistar o título em 2009 e também com a pressão exercida por Webber. E as coisas se repetiriam de forma mais intensa em 2010, quando Sebastian teve inúmeros erros e contratempos e somados com uma boa forma de Mark, quase colocaram o jovem alemão em parafuso. Mas nada como uma atuação inteligente na corrida da Itália e uma arrancada fenomenal na parte final do campeonato que lhe garantiu o primeiro título, para que a Red Bull se encantasse por ele. Não que a equipe não acreditasse em Sebastian, muito pelo contrário, tinham muita confiança de que uma hora ele acertaria o passo e seria o piloto que eles esperavam. De imediato ele passou a ser o piloto por excelência da equipe rubro taurina. O molde de como teria de ser os novos garotos que quisessem ingressar em uma de sua equipes: sorridente, gente boa, alegre, rápido, inteligente, fora de série... e por aí vai. Nessa toada ficou fácil para perceber que Mark Webber, queira ou não ajudou a equipe na época em que era apenas um time médio, tinha perdido totalmente o espaço – ou o resto que ainda tinha – para Sebastian. E o que vimos a partir de 2011 foi uma lavada histórica de Vettel sobre Webber, com mais três títulos embolsados pelo alemão e Mark penando para tentar alcançar no mínimo um pódio nas corridas que Sebastian arrasava a concorrência sem piedade. Pobre Mark... tanto que ele se encheu dessa vida e foi para o Mundial de Endurance onde é muito mais feliz.
A chegada de Daniel Ricciardo, oriundo da Toro Rosso assim como Sebastian, levou a maioria acreditar que este seria uma versão mais jovial de Mark, sendo uma presa fácil. A verdade é que quando você é alçado para um lugar de destaque como ele foi, ainda mais ao lado de um cara que ganhou “apenas” os últimos quatro mundiais, você acaba criando um ânimo absurdo em querer igualá-lo ou até mesmo derrotá-lo – confesso que esperava muito mais da primeira opção –, mas o que se viu foi totalmente o contrário de quase de 100% dos prognósticos: Ricciardo não apenas igualou Vettel logo de cara, como dominou o tetra-campeão de um modo impressionante ao ponto de fazer Sebastian ouvir em duas ocasiões a já difamada frase “Is Faster Than You”. O RB10 não foi o grande primor das últimas temporadas, principalmente pela fraqueza do motor Renault e também pelas novas configurações aerodinâmicas, que deixaram os carros com menos downforce. E isso para Sebastian, que nitidamente se divertia com as suas “garotas” antecedentes, colocando-as onde queria por causa da enorme carga aerodinâmica que elas geravam, foi um duro golpe e enquanto ele procurava achar o ponto de equilíbrio que o levasse de volta a sua velha forma – tanto que ele trocou de chassis duas vezes na temporada – Ricciardo ia brilhando cada vez mais a ponto de vencer três corridas e protagonizar uma série de ultrapassagens que arrancavam aplausos. Do mesmo modo que Vettel contra Webber, agora era a vez de Ricciardo fazer o mesmo com Sebastian: aniquilando-o e conquistando a equipe de forma arrebatadora, a ponto de ouvir de Vettel em algumas ocasiões de que “a equipe o havia abandonado”.
Comparo estas situações na Red Bull como a de uma criança que, ao ganhar um brinquedo novo, mais moderno e interessante, abandona de cara aquele que ela já estava enjoada de brincar. Sebastian foi esperto o bastante para ver que era hora de partir de lá e talvez, para não criar uma animosidade num local onde ele conseguiu construir uma história tão fantástica, foi o mais correto mudar de ares e encarar um novo desafio.

A verdade é que enquanto a Red Bull estiver na F1, a tendência é que isso aconteça com certa freqüência. Não estranhem se caso Daniil Kvyat conseguir suplantar Ricciardo já em 2015 e for alçado como novo superstar da casa. Será apenas o curso natural de como as coisas acontecem por ali.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Vídeo: ITC, Interlagos 1996

E que belo achado este: as duas provas que o ITC (International Touring Championship) realizou aqui em Interlagos no ano de 1996, na única visita que a categoria realizou aqui na América do Sul.
As provas foram dominadas amplamente pela Alfa Romeo, sendo que a pole foi de Christian Danner as vitórias ficaram para Alessandro Nannini (corrida 1) e Nicola Larini (prova 2).
Destaque para a exibição magistral de Max Wilson (que pilotou um dos Alfas) na segunda prova.

Foto 426: Licenza

A licença de piloto de Alberto Ascari, de 1949. 

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Vídeo: 6 Horas de São Paulo (Classificação e Corrida)

Para quem não viu, aqui fica a classificação e a corrida que está divida em três partes.
Destaque no início da transmissão da classificação para a menção de Roberto Gómez Bolaños, falecido na sexta-feira, pelos narradores do Mundial de Endurance. O que mostra o quanto que grande ator mexicano era conhecido, e querido, nos quatro cantos do mundo pelos seus papéis em Chaves e Chapolin.

WEC: Susto e vitória para a Porsche em Interlagos

(Foto: Fernando Lima)
Para quem acompanhou a temporada de 2014 a “full time”, deve ter percebido a velocidade a qual a Porsche imprimiu nos treinos livres e classificatórios das oitos corridas disputadas. Em Interlagos, sem nenhuma contestação, os dois 919 Hybrid estavam com um passo muito à frente de suas rivais Audi e Toyota, e a pole era uma questão apenas em saber qual dos dois carros que iriam celebrar a tal marca. Coube ao #20 de Mark Webber/ Brendon Hartley/ Timo Benhard a honra de largar na pole, a primeira do trio neste ano e ao seu lado aparecia o #14 que já havia marcado três poles neste ano, mostrando bem o poderio da marca alemã. Na terceira posição, com uma boa dose de surpresa, o Toyota #8 da dupla campeã mundial Sebastien Buemi/ Anthony Davidson. Pode ser um pouco de desdém dizer que foi uma “surpresa” essa terceira colocação no grid, mas a verdade é que os dois TS040 Hybrid sofreram um bocado por não terem turbo e na altitude do circuito paulistano, o déficit de potência foi de consideráveis 50cv. Pode não ser nada, mas para uma pista como a de Interlagos que necessita de boa retomada de velocidade devido os aclives isso fazia uma boa diferença. Porém os Audis, que haviam feito bons treinos, principalmente na sexta-feira, não passaram de uma quarta e sexta colocações sem ser uma grande ameaça aos tempos das Porsches e do Toyota.
A corrida acabou por ser um caso normal no endurance: enquanto que o #20 disparava na frente, abrindo caminho como podia em meios aos carros das classes PRO e AM – fazendo o trabalho de “coelho” –, o #8 da Toyota travava um duelo espetacular contra o #14 da Porsche. Por várias vezes, principalmente no final da reta dos boxes e descida do S do Senna, o Porsche chegou a emparelhar, mas as suas chances eram rechaçadas de imediato pela pilotagem agressiva e brilhante de Sebastien Buemi – o que mostra o quanto que este TS040 Hybrid foi bem construído e desenvolvido, pois mesmo com uma desvantagem de potência devido à altitude, o carros #8 foi competitivo o bastante para dar combate aos dois Porsches e a condução de Buemi e Davidson ontem, valoriza ainda mais a qualidade destes dois pilotos. E é bem provável que, caso não houvesse o acidente no final da corrida, teríamos tido uma disputa memorável naqueles vinte e cinco minutos restantes contra o Porsche #14 . Apesar do #20 ter perdido rendimento durante o certame, a briga continuou polarizada entre o #14 e o #8 que revezavam no comando da corrida conforme iam acontecendo as paradas de box e nestes pits é que a Audi conseguia alguns brilharetes durante uma tarde pouco frutífera para a equipe das quatro argolas. Apesar das chances remotas de conquistar o campeonato de marcas – que acabou ficando naturalmente para a Toyota por causa da enorme vantagem – o carro #2 apresentou algum problema logo depois da largada, parando e voltando na entrada da reta oposta o que acabou atrapalhando todo o andamento para eles. Para o carro #1, que foi tripulado pelo trio Loic Duval/ Lucas Di Grassi/ Tom Kristensen, o ritmo foi até satisfatório o que contribuiu para que eles chegassem ao fim da corrida na terceira colocação. Infelizmente a última volta de Tom Kristensen nas provas de Endurance foi ofuscada pelo tremendo acidente entre o Porsche #20 de Mark Webber e o Ferrari 456 #90 da LMGTE-AM de Mateo Cressoni. Apesar da grande pancada dos dois na curva do café, ambos foram levados ao hospital por precaução e liberados nesta segunda.

O evento
(Foto: © John Rourke - AdrenalMedia.com/WEC)
A prova deste ano foi a melhor da três edições realizadas até aqui. Também temos que dizer que o público desta corrida foi a melhor – pelo menos foi a minha impressão, devido o tanto de pessoas na visitação. Lembro que ano passado você tinha até mais liberdade para andar no pit lane, mas neste era quase impossível se deslocar para conseguir ir de um box ao outro. O pouco que pude ver as atrações para o público foram bem menores que a do ano passado, voltando a um estágio parecido com o de 2012, ano da primeira prova. Mas esse bom público foi positivo e mostra que as pessoas estão começando a entender e pegar gosto pelas provas de endurance.
Infelizmente, ano que vem, não teremos a corrida devido as mudanças na pista de Interlagos justamente neste momento que o público parece ter se interessado pela categoria. Apesar da garantia de Emerson Fittipaldi de que a prova abrirá a temporada de 2016, Gerard Neveau, CEO do FIA WEC, mostrou certa preocupação com alguns aspectos em torno dos problemas extra pista, como a conexão de internet, a falta de cabeamento das câmeras, o alagamento do centro de mídia no início da semana e outros contratempos com relação a fornecedores que deixaram de prestar serviços este ano por questões relacionadas a vencimentos ainda de 2013. Com as novas instalações que deverão estar concluídas até o segundo semestre de 2015, espera-se que as coisas possam melhorar e uma reunião já está agendada para o primeiro semestre do ano que vem para discutir o futuro da corrida por aqui.
Para nós que tanto amamos esta categoria e que também tem atraído a atenção de fãs de outras categorias, seria uma pena que perdêssemos essa prova por aqui. Tivemos boas corridas até aqui e a deste ano foi de longe a melhor. A nossa torcida é que tudo se resolva e que o Mundial de Endurance volte em 2016 para cá ainda melhor do que está.  

(Foto: © John Rourke - AdrenalMedia.com)

O belo Ligier JS P2 da G-Drive que acabou de fora da corrida após uma batida no final da reta dos boxes, quando Olivier Pla estava no volante

(Foto: DailySportscar)

Aliás, a classe LMP2 foi uma das mais problemáticas desta edição com apenas um dos quatro carros da categoria a completar a prova. Desse modo, a vitória ficou com o trio Richard Bradley/ Mathew Howson/ Alex Imperatori com o Oreca 03 Nissan #47 da KCMG. O título da classe, que estava em jogo entre os trios dos carros #26 e #27, acabou para estes últimos (Sergey Zlobin/ Nicolas Minassian/ Maurizio Mediani) que também sofreram com problemas no seu Oreca 03 Nissan da SMP.

(Foto: © John Rourke - AdrenalMedia.com)

A Aston Martin dominou as ações nas duas classe dos GTs: enquanto que Stefan Mücke/ Darren Turner garantiram a vitória na classe LMGTE-PRO...

(Foto: DailySportscar)

... Paul Dala Lana/ Pedro Lamy/ Chris Nygaard venceram na LMGTE-AM e ainda tiveram a companhia do outro trio da Aston Martin no pódio, com Kristian Poulsen/ David Heinemeier Hansson/ Nicki Thiim terminando em segundo.

(Foto: John Dagys/ Sportscar365)

O Ferrari #61 que foi conduzido por Emerson Fittipaldi/ Alessandro Pier Guidi/ Jeff Segal, teve problemas no câmbio. O trio fechou na penúltima posição da classe LMGTE-AM.



sábado, 29 de novembro de 2014

WEC: E mais uma pole para a conta da Porsche

E como era de se esperar, a pole ficou com a Porsche. Não apenas a pole como a primeira fila, onde os dois carros fizeram na casa de 1'17. Mark Webber, no comando do #20, fez a pole na marca de 1'17"676 sendo um décimo mais rápido que Marc Lieb no #14.
A Toyota, por conta do #8 de Buemi, ainda teve um brilharete quando ocupou a primeira posição, mas acabou fechando numa boa terceira colocação.
Os dois Audis não apresentaram a mesma performance dos dois treinos livres e cravaram a quarta e sexta colocações.
Para a corrida de amanhã espera-se uma batalha interessante entre as duas Porsches pela vitória. É uma boa oportunidade para que a montadora alemã vença em seu ano de retorno à classe principal. E seria, também, uma bela festa em Interlagos.

WEC: Outro domínio da Porsche

Terminou agora pouco o terceiro treino livre aqui em Interlagos e mais uma vez, por conta da Porsche, o recorde da pista caiu mais uma vez e o #14 foi quem teve a honra de estabelecer o rocorde na marca de 1'17"572, sendo quatro décimos melhor que o Porsche #20 que fechou em segundo.
Os Toyotas tiveram uma reação com o #8 e #7 ficando em terceiro e quarto, respectivamente e virando na casa de 1'18.
As posições seguintes foram ocupadas pelos dois Audis #2 e #1.

92ª 24 Horas de Le Mans - Uma Epopéia em La Sarthe

A segunda da Ferrari após o seu retorno à La Sarthe (Foto: Ferrari Hypercar/ X) Começar um texto sobre algo tão fantástico não é das melhore...