Não vou empunhar a bandeira dos que gritaram "eu já sabia" sobre o veredito da FIA com relação ao caso Ferrari-GP da Alemanha 2010. Até porque, não sei o que vai acontecer amanhã então poderia muito bem a entidade máxima ter punido os vermelhos, mais isso não aconteceu.
O mais doido de tudo é e FIA tentar rever uma coisa, que há oito anos, ela mesmo criou sob polegares invertidos e do clamor dos amantes automobilísticos sobre o acontecido no GP da Áustria de 2002. Agora ela vem, absolve a Ferrari de um ato explícito e resolve, para ano que vem deixar as ordens de equipes comerem á solta durante as provas.
A Ferrari há tempos é uma protegida da FIA. Ela era, que ao lado da extinta CSI (Comissão Esportiva Internacional), precursora da também extinta FISA, participava diretamente dos contratos com os organizadores de GPs desde a década de 50. Com o ganho dos lucros, boa parte ia para ela e CSI e as migalhas eram jogadas para as pequenas e já ameaçadoras equipes inglesas. Até o aparecimento de um certo Ecclestone para tomar conta disto e também dos interesses das equipes, as coisas funcionavam desse modo.Na metade da década de oitenta, quando a Ferrari bateu o pé sobre o uso dos motores turbo e ganhou a batalha contra o ranzinza Balestre, que queria colocar motores V8 de 3,5 para todas as equipes a fim de igualar a categoria. A Ferrari decidiu sair em direção à Indy. Tudo estava pronto, até o carro e o piloto seria Bobby Rahal. Vendo que não teria chance, a FIA voltou atrás e decidiu continuar com os turbo. Essa decisão deixava, também, a Ferrari livre para usar seus tradicionais V12 quando os turbos um dia fossem banidos.
Então não estranhei quanto ao veredito da FIA, mas acho que por uma questão de respeito, deveria tê-los punido com mais severidade. Ok, mas em outras vezes já houve jogo de equipe e se punissem a Ferrari teria que desenterrar outros casos. Mas é bom lembrar que nas outras ocasiões, o campeonato já estava afunilado a disputa de dois pilotos.
Mas essas mudanças constantes de regras sempre que houver um caso polêmico, deixa o público confuso e mesmo para quem acompanha sempre também não é fácil. Espero que mudem e deixem as coisas mais claras agora e não voltem mais atrás na sua palavra.
A FIA sempre vai abaixar a cabeça quando for a Ferrari o centro de alguma polêmica, principalmente agora que o presidente é nada mais que o cabeça das artimanhas da era Schumacher na equipe encarnada, Jean Todt. Assim foi em 2002 e agora em 2010. E não estranhem, mais uma vez, caso aconteça algo novamente a Ferrari sair incólume.