sexta-feira, 25 de março de 2011

GP da Austrália- Treinos livres- 1ª Etapa

Quando fui dormir por volta da uma da madrugada, o cenário mais provável era que a as Red Bulls iriam estraçalhar a concorrência. Webber e Vettel brincaram na liderança até o australiano resolver o assunto no final do treino marcando o melhor tempo do dia. Ao acordar pude ver que a equipe que mais levantou desconfiança na pré temporada, foi a que desbancou o favoritismo dos rubro taurinos: a Mclaren teve um desempenho até soberbo no segundo treino livre com seus dois pilotos duelando pela primeira posição, à exemplo do que ocorrera pela manhã com as Red Bulls. Button ganhou a disputa contra Hamilton e isso pode sugerir que a equipe de Woking esteja blefando a vista do seu desempenho pífio nos testes.
Até que essa melhora momentânea da Mclaren pode animar um pouco este início de trabalhos da F1. Pelo que se viu nos testes da manhã, a Red Bull está sobrando e se nem Mclaren ou Ferrari colocar um de seus carros na primeira fila teremos a chance de ver uma corrida chata e sonolenta. Mas também há a chance da chuva, que esteve presente, se bem que fraca, durante as práticas. Os pneus Pirelli, que se desgastaram de tal forma a chegar fazer buracos em alguns compostos usados (e os usados nesta sexta foram o duros!!!), também são fatores a serem levados em diante para que tenhamos uma corrida interessante.
Fernando Alonso foi o lutador de sempre, ficando em terceiro nas duas sessões, enquanto que Massa teve um 11ª lugar na sessão 1 e  foi sétimo na parte da tarde. Bom trabalho foi de Rubens Barrichello, que posicionou a Williams entre os dez no dois treinos o que já um presságio para o classificatório.
Decepção foi a Lotus Renault que ficou abaixo do esperado. A melhor posição conquistada foi de Petrov que marcou o décimo tempo na treino 1. Heidfeld tomou tempo do russo nas duas sessões. Trabalho duro para eles.
Dos estreantes, Sérgio Pérez foi o melhor do dia com um ótimo oitavo lugar colocando tempo em Kobayashi. Di Resta ficou em 16º, logo à frente de Sutil; Maldonado foi 18º e D''Ambrosio foi 22º.
A regra dos 107% está em vigor este ano e provavelmente terá apenas 20 carros largando em Melbourne, ou até menos que isso. Abaixo fica o vídeo da panca que Chandhok, piloto de testes do Team Lotus Renault, protagonizou no primeiro treino livre:


RESULTADOS- TREINOS LIVRES- GP DA AUSTRÁLIA- 1ª ETAPA



1
Jenson BUTTON
McLaren Mercedes
ING

1:25.854

31


2
Lewis HAMILTON
McLaren Mercedes
ING

1:25.986
+0.132
30


3
Fernando ALONSO
Ferrari
ESP

1:26.001
+0.147
28


4
Sebastian VETTEL
Red Bull Renault
ALE

1:26.014
+0.160
35


5
Mark WEBBER
Red Bull Renault
AUS

1:26.283
+0.429
33


6
Michael SCHUMACHER
Mercedes
ALE

1:26.590
+0.736
31


7
Felipe MASSA
Ferrari
BRA

1:26.789
+0.935
34


8
Sérgio PÉREZ
Sauber Ferrari
MEX

1:27.101
+1.247
39


9
Rubens BARRICHELLO
Williams Cosworth
BRA

1:27.280
+1.426
34


10
Nico ROSBERG
Mercedes
ALE

1:27.448
+1.594
23


11
Jaime ALGUERSUARI
Toro Rosso Ferrari
ESP

1:27.525
+1.671
31


12
Vitaly PETROV
Renault
RUS

1:27.528
+1.674
29


13
Nick HEIDFELD
Renault
ALE

1:27.536
+1.682
22


14
Sébastian BUEMI
Toro Rosso Ferrari
SUI

1:27.697
+1.843
30


15
Kamui KOBAYASHI
Sauber Ferrari
JAP

1:28.095
+2.241
35


16
Paul DI RESTA
Force India Mercedes
ESC

1:28.376
+2.522
33


17
Adrian SUTIL
Force India Mercedes
ALE

1:28.583
+2.729
31


18
Pastor MALDONADO
Williams Cosworth
VEN

1:29.366
+3.512
29


19
Heikki KOVALAINEN
Lotus Renault
FIN

1:30.829
+4.975
22


20
Jarno TRULLI
Lotus Renault 
ITA

1:31.763
+5.909
23



TEMPO 107%
TL2

1:31.864
+6.010




21
Timo GLOCK
Marussia Virgin Cosworth
ALE

1:33.345
+7.491
36


22
Jérôme D'AMBROSIO
Marussia Virgin Cosworth
BEL

1:33.359
+7.505
30


23
Vitantonio LIUZZI
Hispania Cosworth
ITA


1



Narain KARTHIKEYAN
Hispania Cosworth
IND





quinta-feira, 24 de março de 2011

Grandes Atuações: Ayrton Senna, Interlagos, 1991

“Achei que não ia ganhar. A partir da 20ª volta fiquei sem a 4ª marcha, depois sem 4ª e 5ª, e nas últimas sete voltas só tinha a 6ª. Foi um martírio. Só pensava que tinha de dar. Foi ai que Ele me deu forças para conseguir aquele esforço físico. À chegada tive um espasmo muscular devido às câimbras. Esta foi a vitória mais apetecida de todas, só comparável à primeira, o Estoril, e à do Japão em 1988 Agora o meu objetivo é o tri.”
Estas foram as falas de Senna logo após a mais sofrível e magistral vitória de sua carreira até então. O corpo encolhido devido ao esforço quase sobre humano ao segurar uma máquina com mais de 700cv por sete voltas com apenas uma marcha funcionando, transformou aquele ato de vontade e coragem em uma lenda, da qual até hoje é alvo de dúvidas. Como que um piloto, com apenas a sexta marcha, pode se sustentar por tanto tempo na pista? Para Nelson Piquet aquilo foi uma “cascata”, principalmente quando lhe falaram que Ayrton havia feito uma volta com o tempo de 1’24 rodando apenas com sexta velocidade. Por essa ótica, realmente era impossível um piloto fazer um tempo desses travado naquela marcha. Mas Akimasa Yasuoka, um dos responsáveis da Honda, tratou de dizer que quando foi desmontada a caixa de câmbio esta se encontrava travada na sexta marcha e o mesmo já apontavam os computadores de bordo da Honda. Isso é ainda mais reforçado quando até hoje, nos inúmeros vídeos que existem dessa vitória no Youtube, é possível ver que Ayrton não tira a mão do volante em momento algum para trocar as marchas nas voltas finais.
Ayrton procurava redimir-se do erro que tirou sua vitória certa em 90, quando enroscou rodas ao tentar dobrar Nakajima no Bico de Pato. Mas junto disso tinha também o sonho de vencer em casa, em Interlagos, pista da qual ele participou diretamente nas reformas que levaram a F1 de volta à São Paulo. A pole de sábado veio com sua volta canhão, como era sua marca registrada, bem no final do treino. Na corrida a concorrência forte das Williams começava a preocupar o piloto brasileiro, mas o Mclaren Honda ainda era um carro a ser batido naquele momento. Senna teve a companhia de Mansell até a volta 59 quando o leão abandonou a prova com problemas de câmbio ao rodar no “S”. Mas o que parecia ter sido um alívio com a desistência de Mansell, virou tensão: Senna também já sofria com câmbio ao perder a terceira e mais tarde a quarta e quinta e com aproximação perigosa de Patrese, tudo parecia estar perto de se perder. A leve chuva que caiu nas últimas duas voltas deu mais dramaticidade, mas para a sorte de Senna, Patrese também sofria com o câmbio de sua Williams. E isso foi o suficiente para que o italiano não pudesse se aproximar tão rapidamente do brasileiro. Senna cruzou a linha de chegada e foi retirado de seu Mclaren logo em seguida, com o corpo quase todo paralisado pelas câimbras.
Foi uma vitória épica e seu esforço ao levar um carro com apenas uma marcha virou lenda. Isso serviu para mistificar o piloto brasileiro. Não apenas aqui no Brasil, mas também fora dele de tal forma que até hoje os fãs mais ardorosos do tri-campeão citem esse desempenho em qualquer roda de discussão para dizer quem foi o melhor. 
Só para registrar, foi uma tarde mágica em Interlagos e mesmo para quem estava lá ou de casa sabe que foi um momento especial, tanto para o nosso automobilismo quanto para a história da F1. Como o próprio Senna disse, numa das suas máximas de efeito, “Foi Ele que me deu forças para vencer”. Realmente para quem viu todo seu esforço, Deus estava presente naquele dia.


Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...