sábado, 1 de setembro de 2012

Foto 113: Bellof, 27 anos atrás

A largada dos 1000 Km de Spa-Francorchamps de 1985. Bellof é o terceiro colocado,
logo atrás da Lancia LC1.
(Foto: Sutton Images)
E o homem que todos acreditavam que levaria um dia a Alemanha ao primeiro título mundial na Fórmula-1, completa hoje 27 anos que morreu nos 1000 Km de Spa-Francorchamps quando desafiava Jacky Ickx na entrada da Eau Rouge. Stefan Bellof tinha 27 anos de idade.

Crash: GP2, Spa-Francorchamps

Os garotos da GP2, quando se trata de acidentes, não cortumam aliviar. E o holandês Nigel Melker seguiu essa linha ao destruir seu carro após uma escapa no topo da Eau Rouge, após a abertura da terceira volta. Com isso a prova ficou interrompida por bandeira vermelha, após a intervenção do Safety-Car. Após um longo período de espera, já que o helicóptero que levou Melker demorou à voltar para o autódromo, a prova foi reiniciada com nova largada e após 1h55min - na mais longa corrida da história da categoria - a vitória foi do sueco Marcus Ericsson, seguido por James Calado e Davide Valsechi. Luiz Razia e Felipe Nasr fecharam em sexto e oitavo respectivamente. Sendo assim, com o grid invertido, Nasr sairá na pole amanhã e Razia em terceiro na prova dois da GP2.

GP da Bélgica - Classificação - 12ª Etapa

O problema de você escrever um texto antes é o fato da FIA mudar uma parte do grid por conta de punições (em muitas delas, discutíveis), e desta vez quase que a linha de largada dos dez primeiros mudou pra valer. Kimi, Maldonado e Vettel estavam sob investigação após o treino, mas apenas o venezuelano pagou o pato por ter bloqueado Hulkenberg dentro dos boxes e assim ele perdeu a sua terceira posição ao despencar três colocações e sairá em sexto. Raikkonen se salvou da punição por causa do “corte” que deu no topo da Eau Rouge e ainda ganhou a posição do Pastor, e assim largará da terceira posição. Perez e Alonso subiram para quarto e quinto se beneficiando da punição do piloto da Williams. Vettel tomou uma multa de 10.000 Euros por praticar largada nos pits.
Sobre o treino, nada de especial já que Button dominou como quis ao imprimir um tempo muito bom na sua primeira saída no Q3, ao fazer uma volta com mais de meio segundo de vantagem sobre Raikkonen. O finlandês seria superado mais tarde por Kobayashi e Maldonado que foram as surpresas do treino. Apesar de os treinos de sexta terem sido inúteis por conta da forte chuva que caiu em Spa, Kobayashi já havia feito o melhor tempo ontem e nas duas primeiras partes do treino tinha conseguido boas marcas e apesar de ter ficado surpreso com a segunda posição, ele destacou que o ritmo de corrida do carro é muito bom. É algo animador, uma vez que Perez sairá em quarto e isso pode render um belo domingo para o time suíço.
O grid de largada também foi abençoado para Alonso, que largará na frente de seus concorrentes mais próximos na busca pelo título. Webber, que foi punido com a perda de cinco posições por trocar o câmbio, sairá em 11º; Vettel em décimo e Hamilton em sétimo. E se nada de anormal acontecer durante as 44 voltas da prova, Fernando poderá ter a sua vantagem ampliada quando sair da Bélgica. E é possível, ainda, que conquiste um pódio.
Com relação à corrida Button e Raikkonen são os favoritos, mas o finlandês terá um trabalho extra para livrar-se de Kobayashi e segurar Perez nas primeiras curvas. Jenson também tem que se preocupar com o ataque que o japonês pode fazer logo na primeira curva, mas acredito que os pilotos de Peter Sauber tenham sido instruídos a segurarem o ímpeto no início. Ficar de olho no meio dos dez primeiros onde Maldonado, Hamilton e Grosjean sairão próximos. Pode sobrar carros na virada da La Source.
Mesmo sem a previsão de chuva, a prova de Spa aparenta ser uma das melhores do ano. É o que esperamos.
Button não marcava uma pole desde o GP de Mônaco de 2009, quando corria
na BrawnGP.
(Foto: AFP)

Grid de largada para o Grande Prêmio da Bélgica - 12ª Etapa



1. Jenson Button (GBR/McLaren) - 1min47s573
2. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber) - 1min47s871
3.
Kimi Raikkonen (FIN/Lotus) - 1min48s205
4. Sergio Pérez (MEX/Sauber) - 1min48s219
5. Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - 1min48s313
6.
Pastor Maldonado (VEN/Williams) - 1min47s893** 
7. Lewis Hamilton (GBR/McLaren) - 1min48s394 
8. Romain Grosjean (FRA/Lotus) - 1min48s538 
9. Paul di Resta (GBR/Force India) - 1min48s890 
10. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) - 1min48s792 
11. Nico Hülkenberg (ALE/Force India) - 1min48s855 
12. Mark Webber (AUS/Red Bull) - 1min48s392* 
13. Michael Schumacher (ALE/Mercedes) - 1min49s081 
14. Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 1min49s147 
15. Jean-Eric Vergne (FRA/Toro Rosso) - 1min49s354 
16. Daniel Ricciardo (AUS/Toro Rosso) - 1min49s543 
17. Bruno Senna (BRA/Williams) - 1min50s088 
18. Heikki Kovalainen (FIN/Caterham) - 1min51s739 
19. Vitaly Petrov (RUS/Caterham) - 1min51s967 
20. Timo Glock (ALE/Marussia) - 1min52s336 
21. Pedro de la Rosa (ESP/HRT) - 1min53s030 
22. Charles Pic (FRA/Marussia) - 1min53s493 
23. Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - 1min50s181* 
24. Narain Karthikeyan (IND/HRT) - 1min54s989
*Punidos com cinco posições no grid de largada por trocarem a caixa de câmbio
**Punido por bloquear  Hulkenberg durante o treino

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Documentário: A história da Audi

Apesar de ter sido construída com dinheiro e apoio nazista, não pode-se negar que as "Silver Arrows" escreveram uma parte importante na história do automobilismo de competição na segunda metade do anos 30, suplantando a até então imbatível irmandade italiana comandada por Enzo Ferrari, Tazio Nuvolari, Achille Varzi e Alfa-Romeo.
Neste documentário, de quase 55 minutos, a história da Audi é contada desde a sua formação no início dos anos 30; a sua participação vitoriosa e dominante a ao lado da Mercedes; o desaparecimento durante a Segunda Guerra Mundial até os eu reaparecimento nas competições pelo Rally, com seu mítico Audi Quattro Turbo no insano Grupo B dos anos 80. O vídeo é de 1992.

Crash: Mini Cooper Cup e Fórmula Ford

Provas bem agitadas na Grã-Bretanha neste fim de semana passado. Começando pela largada caótica no campeonato Celta da Mini Cooper Cup, na pista de Knockhill, com o capotamento de um dos concorrentes após o contorno da primeira curva:



E na Fórmula Ford, disputado sob chuva no veloz circuito de Snetterton,  um triplo acidente após a saída do Safety Car. Nos dois acidentes, do Cooper e dos F-Ford, todos os pilotos saíram sem ferimentos.



Os 20 anos da primeira vitória de Schumacher na F1


Schumacher comemorando a primeira das suas 91 vitórias, em Spa 1992
(Foto: Getty Images)

Aquele alemão queixudo, de cabelo com corte típico dos anos oitenta que pouca gente conhecia, a não ser alguns que acompanhavam o Mundial de Sport Protótipos, estreou e fez algum barulho na F1 quando levou o Jordan ao sétimo lugar do grid do GP da Bélgica de 1991. Um feito notável, uma vez que ele nunca tinha corrido por lá e Willy Webber, seu empresário, jurou de pé junto que o seu garoto conhecia a pista belga muito bem. Enganou direitinho e caso o câmbio não quebrasse após virar a La Source depois da largada, Michael poderia muito bem ter se dado ao luxo de tentar algo muito melhor naquela prova, pois o desempenho do Jordan naquela pista foi tão bom que Andrea De Cesaris chegou a discutir a vitória com Ayrton Senna. Passado um ano, ele voltou e venceu em Spa como se tivesse marcado hora e lugar para que a sua primeira vitória acontecesse lá. Foi astuto ao trocar os pneus na hora certa em que a pista secava e teve a sorte de as Williams sofrerem problemas mecânicos. Venceu bem e convenceu toda a crítica que já via nele um futuro vencedor de Grandes Prêmios. Para Flavio Briatore, que tinha desalojado Pupo Moreno um ano antes para dar lugar a Michael, o investimento estava dando resultado e para Schumacher a caminhada para algo maior estava apenas começando.

Aquela vitória na tarde molhada de 30 de agosto parece agora, vinte anos mais tarde, o início de algo grandioso que na época era difícil de perceber: o domínio de um cara só. Apesar de que Ayrton ainda estivesse por lá, outros ases tinham, ou estavam deixando a categoria: Piquet pendurou o capacete em 1991 e foi respirar outros ares; Prost estava num ano sabático após ter sido escorraçado pela Ferrari ao final de 91, mas já arquitetava por debaixo dos panos a sua volta à F1 pela Williams que Mansell acabara de levar aos títulos de Pilotos e Construtores. Este último também caiu fora para 93, indo se divertir na IndyCar. Senna também estivera envolvido num vai ou racha quanto à sua permanência na categoria e na McLaren, que foi resolvido apenas na temporada de 93. Ou seja, a velha guarda, mesmo tendo Senna e Prost no comando ainda em 1993, começava a pensar na aposentadoria. Os novatos não eram tão promissores e também não estavam em grandes equipes: salvo Alesi que ainda era uma esperança do automobilismo francês, onde depositavam as fichas apostando que seria o substituto de Prost. Schumacher era o único que estava numa equipe, que de fato, tinha condições de vencer corridas. Jean estava na Ferrari, era jovem, rápido, brigador, mas a equipe italiana passava por uma crise técnica e administrativa pavorosa. Michael também era veloz e ousado, mas estava numa equipe muito mais bem organizada e era o Team oficial – se é que podemos dizer assim – da Ford na F1 sendo que todas as especificações dos HB e novidades passavam pela equipe ítalo-inglesa. O corpo técnico também era dos bons: Rory Byrne e Ross Brawn acharam em Schumacher o cara perfeito, o piloto por excelência, para desenvolver os bem sucedidos Benettons que saiam de suas mesas de projeto. E apesar da aparição de Barrichello, Christian Fittipaldi, Damon Hill e a volta de Mika Hakkinen, se alguém ainda quisesse apostar algo, Alesi e Schumacher encabeçariam a lista.

Mas Michael, como disse antes, era o mais bem apanhado tecnicamente. O seu talento floresceu ainda mais em 93, apesar de ter conquistado apenas uma vitória e em 1994, com um carro melhor ou do mesmo nível que a Williams, ele apareceu forte nas primeiras etapas ao derrotar Senna e tomar conta do resto do campeonato quando o brasileiro morreu. Michael, apesar de todas as controvérsias ao redor do desempenho do seu Benetton B194 - e também das suspensões e desqualificações que tivera -, ganhou o mundial daquele ano. O pupilo da Mercedes tinha chegado ao topo em dois anos e meio e daí em diante não pararia mais e a figura de ídolo que ele construiu nos anos 90 motivou os garotos alemães a começarem a competir e isso de ajuda muito o automobilismo em qualquer parte do mundo.

Os alemães tiveram uma época de ouro com os resultados das imbatíveis Mercedes e Auto Union na segunda metade dos anos trinta. Rudolf Caracciola, Bernd Rosemeyer, Hans Stuck, Manfred Von Brauschitsch e Hermann Lang eram os nomes que haviam elevado a Alemanha à potência automobilística de competição que foi quase dizimada após a Segunda Guerra Mundial. Mesmo com a volta da Mercedes em alto estilo ao mundo das corridas, com títulos na F1 e nas principais provas européias, ainda faltava-lhes um grande piloto e até a sua saída em 1955, motivada pela tragédia de Le Mans, este não havia aparecido. Wolfgang Von Trips, que parecia ser o piloto primeiro alemão a ser campeão do mundo, acabou falecendo num acidente em Monza 1961, justamente quando decidia o título contra seu companheiro de Ferrari Phil Hill. Os alemães esperariam por mais 23 anos até que Stefan Bellof, que tinha talento suficiente para tal conquista, aparecesse e desaparecesse feito um raio ao morrer em Spa-Francorchamps num a prova válida pelo Mundial de Sport Prototipos em 1985. Michael apareceria seis anos depois, lá mesmo em Spa, como a mais nova esperança de um piloto alemão de chegar ao olimpo. E este conseguiu.

Michael atingiu números inimagináveis e suas conquistas motivaram os garotos. Da mesma forma que os títulos de Emerson, Nelson e Ayrton influenciaram garotos que decidiram apostar no automobilismo e tentar a sorte de um dia, quem sabe, chegar à F1, a “Schumachermania” também criou uma legião de meninos que ingressaram no kart na segunda metade dos anos 90 e que agora estão na F1: Vettel, Hulkenberg, Rosberg, Glock (que não é tão garoto assim) e todos, ou quase todos, tiveram sucessos nas categorias por onde passaram. A presença constante de Schumacher no topo da F1 foi vital para que o automobilismo alemão voltasse a ser uma das forças do cenário em termos de pilotos, e não apenas entres as fábricas. Aliás, aí está um fator interessante para que o automobilismo de alguns países pegue pra valer: a falta de um piloto vencedor, que motive os jovens também a competirem. Mas para isso as Confederações precisam estar engajadas e aproveitar o momento para incentivar ainda mais a prática do esporte motorizado, com parcerias para criações de novas categorias – monopostos e turismo – com preços acessíveis para os novos participantes e divulgação em massa para que o público possa lotar as pistas para prestigiar e apoiar os novos valores que vão aparecer. O caminho traçado por Michael Schumacher está tendo continuidade com Vettel, que ainda reinará por muito tempo como melhor piloto alemão na categoria e com o passar do tempo, é bem provável que apareçam outros pilotos alemães tão bons quanto o Sebastian e o velho Michael. 

A história de sucesso do automobilismo alemão, que deveria ter tido início pelas mãos de Bellof durante os anos 80, foi abreviada em Spa e reaberta lá mesmo em 91, com a estréia de Michael e confirmada pelo mesmo um ano depois no mesmo local. E de quebra ele completará 300 GPs neste fim de semana em... Spa-Francorchamps.
De fato, um lugar especial para ele.

    

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Gerhard Berger, 53 anos

O fiel escudeiro de Ayrton nos tempos de Mclaren e que anos depois tirou a Ferrari da fila de vitórias que duravam quatro anos (1990-94), completa hoje 53 anos. Ah, ele também foi o responsável pela primeira e a última vitória da Benetton na F1: GP do México de 1986 e GP da Alemanha de 1997.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...