quarta-feira, 28 de novembro de 2012

GP do Brasil: Um desfecho e tanto



Um jovem tri-campeão: Vettel comemora com o público o seu terceiro mundial
consecutivo.
(Foto: EFE)
A chegada dos principais astros para aquela tarde decisiva, mostrou perfeitamente a feição de cada um deles: Alonso foi o primeiro dos três e foi praticamente tragado por um mar de repórteres empunhando gravadores e microfones, fazendo várias perguntas. O espanhol saiu pela tangente, em passos firmes sem falar uma sílaba sequer e esboçou um sorriso amarelo, entrou rapidamente nos boxes da Ferrari e desapareceu. Minutos depois foi a vez de Vettel, que ao contrário do seu rival, recebeu todos com um sorriso e respondeu as perguntas enquanto caminhava rumo ao box da Red Bull, controlando os passos para dar atenção aos repórteres. Da mesma forma eles foram recebidos por Lewis que respondeu tranquilamente as questões em passos mais suaves, sem pressa.
Pressão sobre eles? Sim, muita. Lewis era o mais descontraído, afinal não tinha o peso de uma decisão nas costas e única coisa que tinha para se preocupar era de tentar a vitória em sua última corrida pela McLaren. Alonso e Vettel, com o campeonato em jogo, tinham cada um sua responsabilidade: para o espanhol era tentar virar o jogo na largada e acreditar no ritmo de prova de sua Ferrari para tentar, ao menos, ficar entre os três primeiros e contar com a sorte. Para Vettel era se manter entre os oito melhores e ficar a espreita dos movimentos de Alonso, para não deixar escapar o seu tri-campeonato.
A previsão de chuva para a hora da corrida acabou por confirmar-se, mas não foi aquele aguaceiro que todos esperavam. A garoa típica de São Paulo foi quem orquestrou o chove não molha na pista de Interlagos, ora molhando uma parte do circuito e deixando outros pontos totalmente secos e isso foi visto na largada quando os carros chegaram no miolo, enfrentando uma pista úmida o que fez os carros “bailarem”. Seria uma corrida intensa e nervosa.
Antes disso a largada. Tumultuada, diga-se, com Vettel largando mal e vendo as duas Ferraris abrirem caminho, com Massa pulando de quinto para segundo e Alonso de sétimo para quarto. Sebastian ainda teve o grande susto da tarde ao ser batido por Bruno na entrada da curva Chico Landi e ver sua Red Bull ao contrário pro tráfego. O brasileiro abandonou, assim como Pérez que também participou do acidente. Vettel teve a sorte de voltar em último e recuperar-se a tempo, saindo de último para 12º em poucas voltas. Uma recuperação de mestre, num momento que a pista mais parecia um rinque de patinação.
O resto da tarde, com condições climáticas que beiravam a loucura, deixou a corrida imprevisível. Alonso e Vettel despencaram algumas vezes no pelotão devido as trocas de pneus, mas recuperaram-se em seguida, sempre com Fernando em quarto e Vettel próximo, oscilando entre a sétima e quinta colocação. O espanhol não conseguia entrar no grupo dos três primeiros, devido a batalha insana que Hamilton, Button e a surpresa do dia, Hulkenberg, travavam. As coisas só melhoraram para Fernando, quando Hulkenberg e Hamilton se acidentaram no momento em que disputavam a liderança, com o inglês levando a pior no “S” do Senna ao sair com a suspensão dianteira esquerda quebrada.
Mesmo com Alonso ganhando estas duas posições e mais à frente, conquistando a de Massa, subindo assim para segundo, o seu esforço não foi suficiente e Sebastian, que ficou compassivamente esperando o momento certo para ultrapassar Kobayashi e depois Schumacher, que acabou sendo o mais fácil dos dois. Paul Di Resta encerrou a brincadeira mais cedo, quando bateu forte na subida do Café.
Interlagos viu o desfecho de um dos melhores campeonatos de F1 dos últimos anos, onde dois pilotos, de qualidades inquestionáveis atrás do volante, dividiram as atenções. Vettel com a sua simpatia, velocidade pura e determinação, batalhou contra um surpreendente Alonso que estava fadado a ser apenas um mero coadjuvante neste ano e que acabou sendo um dos protagonistas. A categoria viu a última corrida de Schumacher, que encerrou a sua segunda estadia sem o brilho de outrora. Hamilton saiu de cena da Mclaren e infelizmente de um modo que não queria, após acidentar-se com Hulkenberg.
Foi uma temporada dos deuses e que 2013 seja tão bom quanto este. É o que esperamos


Um comentário:

  1. Realmente, uma bela corrida para fechar este ano clássico. Para 2013, a regra muda pouco, e acho que não teremos tanta variedade. Com HAM na Mercedes, estou apostando em outro duelo VET x ALO, já que a Ferrari vai chegar mais forte com a alteração na regra para DRS. Fica o mistério da McLaren, com o vaga-lume Button e a incógnita Perez.

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