segunda-feira, 29 de abril de 2019

GP do Azerbaijão: Mercedes 4 x 0 Resto

Hamilton e Bottas lado a lado em Baku: foi o melhor momento da corrida, ainda na largada.



É interessante chegar nessa fase do campeonato e observar, com a ótica que maior parte observava após os testes de Barcelona, o quanto que o panorama mudou de forma drástica. Enquanto que havia uma esperança de que a Ferrari pudesse igualar e até mesmo passar a Mercedes, a equipe alemã trabalhou quieta nos testes e quando chegou em Melbourne a lavada foi enorme sobre uma Ferrari que não se encontrou ritmo em momento algum. Apesar de um breve lampejo por parte de Charles Leclerc em Sakhir, onde quase venceu, a Ferrari voltou a patinar na China e ontem em Baku, na realização da quarta etapa do mundial. Enquanto que a Ferrari continua sem achar aquele ritmo avassalador de Barcelona, a Mercedes vai reescrevendo os recordes: se na China eles chegaram a terceira dobradinha consecutiva – igualando a marca da Williams de 1992 – ontem acabaram por estabelecer o novo recorde ao chegarem a quatro dobradinhas, divididas em duas vitorias para Lewis e Bottas.
O piloto finlandês esteve em grande forma mais uma vez, repetindo a performance de Melbourne e agora com a vantagem de ter largado da pole - uma vez que nenhum piloto até agora tinha conseguido tal feito. A sua largada defensiva, não dando chances a Lewis Hamilton, que andou lado a lado pelas primeiras curvas do traçado azeri, foi o ponto alto de uma corrida que foi marcada pela cautela dos pilotos em tentar sobreviver as armadilhas já conhecidas daquela pista. A prova de ontem só não foi pior que a de 2016, quando esta foi realizada sob o nome de GP da Europa. Valtteri soube controlar as últimas voltas com bastante tranquilidade e contando, também, com dois pequenos erros de Hamilton que custou uma melhor aproximação para tentar a ultrapassagem em uma das grandes retas. Com um gerenciamento bem melhor dos pneus, tanto na questão da temperatura, quanto no desgaste, a Mercedes tem conseguido sanar um dos seus grandes problemas que tanto incomodou a equipe desde antes do inicio da “Era dos V6 Turbo Hibridos” e isso tem feito uma enorme diferença no ritmo de prova de seus dois pilotos.
Do lado oposto, a Ferrari tem sofrido bastante em conseguir achar a temperatura correta da borracha – curiosamente foi um dos trunfos da equipe italiana nesta batalha contra a Mercedes, que se estende desde o ano de 2017. Charles Leclerc podia ser o cara a bater de frente com as Mercedes na classificação, mas acabou achando a barreira de pneus na temida subida do castelo no Q2 num momento que vinha bem na classificação que apenas confirmava a sua grande performance após três treinos livres com ritmo forte e liderança convincente. A oitava colocação no grid privou ele de conseguir algo melhor na prova, apesar de ter conseguido um bom ritmo e até mesmo liderado parte da corrida. Mas a troca obrigatória para os macios o relegou para a quinta posição, onde ficou até o fim – fazendo até uma segunda troca por outro jogo de pneus macios já no final da prova, para tentar a melhor volta que acabou por conseguir na passagem 50. Já Sebastian Vettel não foi a ameaça que se esperava para as Mercedes, ao não conseguir ameaçar o duo prateado em momento algum – mesmo que tenha chegado próximo em algumas situações, mas que logo foi respondido com eficácia por Hamilton. Assim como Charles, Vettel também não conseguiu gerar a temperatura correta para os seus pneus e ainda teve que lidar com a perigosa aproximação de Max Verstappen que foi logo desfeita assim que o Virtual Safety Car saiu da pista – após o incidente bizarro entre Ricciardo e Kvyat – onde Max também não conseguiu aquecer os pneus de forma adequada e acabou não ameaçando mais Sebastian. A verdade é que o acidente de Leclerc e a ineficiência dos estrategistas da equipe acabaram prejudicando bastante uma oportunidade de tentar, ao menos, quebrar a sequencia fabulosa da Mercedes.
Sergio Perez mostrou que sabe bem os caminhos daquele circuito ao largar na quinta posição e fechar a corrida em sexto numa corrida tranquila e seu companheiro de Racing Point, Lance Stroll, colocou o segundo carro na nona posição. A Mclaren também esteve num final de semana bem positivo ao pontuar com os dois carros, com Sainz em sétimo e Norris em oitavo.  Kimi Raikkonen fez ótima recuperação e terminou em décimo.
A próxima etapa sendo em Barcelona a expectativa é como será o desempenho especialmente da Ferrari. Mas temos que levar em conta que as equipes levarão para a pista catalã melhorias – inclusive a Mercedes, que nos últimos anos tem guardado o que há de melhor para esta corrida.
Será que Ferrari destravará, enfim, o poder de fogo do seu carro e iniciará uma virada ou a Mercedes continuará a sua assombrosa performance?
Veremos...

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