Após uma disputa de título que ficou nas mãos de Emerson Fittipaldi e da Lotus em 1972, a Ferrari voltou-se para o ano de 73 disposta a recuperar o trono de campeã do mundo que lhe fugia desde 1964. Para isso encomendou ao seu projetista, Mauro Forghieri a construção do novo bólido para a próxima temporada.
O projetista italiano desenhou um carro bastante diferente das suas últimas criações. Seguindo a tendência dos carros cunha introduzido por Colin Chapman na Lotus 72, Forghieri passou os radiadores para as laterais do carro melhorando assim a distribuição de peso do carro, mas conservou a tomada de ar na dianteira que era larga e com uma leve curvatura para dentro.
Um novo jogo de suspensão com triângulos duplos, molas helicoidais e amortecedores Koni foram montados transversalmente atrás do motor Flat-12, que acabou sendo a única coisa remanescente do bom Ferrari 312B2, vice-campeão do mundo com Ickx em 72.
Jack Ickx em um dos vários testes da Spazzeneve em 1972/73: fracasso e piadinhas
O carro foi apresentado ao final daquela temporada. Mesmo com seu design um tanto quadradão, o carro não chamou tanta atenção. E as coisas pioraram quando seus pilotos, Jack Ickx e Arturo Merzario, testaram a nova 312B3 exaustivamente nos circuitos de Monza, Paul Ricard e Fiorano e os resultados ali alcançados foram desastrosos, levando Ickx a soltar uma piada sobre a nova criação: "É ótima para tosar os cabelos!" se referindo a dianteira do carro. Por causa desta frente envolvente, a imprensa italiana apelidou o carro de "Spazzaneve", o que em italiano significa Limpa neve.
Seguindo este fracasso, Forghieri saiu do comando técnico da Ferrari e sua criação foi tirada de cena, sem nunca ter corrido um só GP. Coincidiu também com a famosa crise técnica que assolou a Ferrari naquele ano de 73, fazendo com que a equipe ficasse de fora de alguns GPs para melhorar seu carro. Sandro Colombo e John Thompson assumiram o projeto da nova B3, mas que também acabou agravando ainda mais as coisas na Ferrari durante a temporada. Com isso, Forghieri foi trazido do seu exilio e modificou muito a B3 que voltou às corridas no GP da Áustria de 1973 conseguindo bons resultados.
O conceito da Spazzaneve foi usado por Forghieri, ironicamente, nas Ferraris seguintes: Ferrari B3 de 1974, e as Ferraris 312 T campeãs do mundo em 75 e 77 com Lauda.
A original foi vendida e passou por dois donos até ir parar na casa de leilões Bonham's, em Gstaad, Suiça.
O carro reapareceu no Historic Grand Prix Mônaco disputado em 2006. É normal ver este carro nos festivais de Goodwood, na Inglaterra.
O Ferrari Spazzaneve durante o Historic Grand Prix de Mônaco de 2006
Arturo Merzario, piloto da Ferrari em 72/73, matando as "saudades" da Spazzaneve durante o Goodwood Speed Festival de 2008
A segunda semana de testes coletivos da F1 antes do início da temporada começou com chuva no circuito de Jerez De La Frontera. E quem aproveitou e bem o único momento de pista seca foi Rosberg da Mercedes. O jovem alemão cravou o tempo de 1min20s927 na primeira hora de treino, que foi a única com pista seca. Assim ninguém mais pode alcançá-lo. Buemi marcou o segundo tempo, seguido pelo outro alemão o novato Hulkenberg da Williams. Ele foi quem mais deu voltas no dia de hoje: 118 voltas. Alonso ficou em quarto, frustrando um pouco a torcida espanhola que compareceu em peso para ver seu ídolo testar com a Ferrari F-10. Kobayashi colocou a Sauber em quinto na tabela. Jenson Button testou a Mclaren MP4/25 com sensores que mediam a passagem do ar sobre o chassi e também o desgaste dos pneus. Ficou com o sexto tempo. Liuzzi, estreando a Force India VJM03, terminou o dia em sétimo seguido de perto do também estreante Red Bull RB6 pilotado por Webber que ficou com a nona marca, atrás do Renault do já ameaçado Petrov. Outra estréia nos testes foi da Virgin com seu modelo, o VR-01. Timo Glock foi o responsavel pela estréia, mas apenas usou o teste de hoje para um "shakedown" e ficou com décimo e último tempo, 17.807 mais lento que Rosberg. Os treinos continuam amanhã.
O novo Red Bull RB6 foi apresentado antes dos testes de hoje em Jerez. No teste ficou em oitavo após o bólido ter apresentado um vazamento de óleo, mas Webber acredita que o carro tem potêncial para levar a equipe a brigar pelos títulos deste ano: "Eu acho que o time pode esperar resultados muito bons nesta temporada. Nós tivemos um ótimo ano em 2009 e não queremos piorar nosso desempenho. Temos alguns objetivos para conseguir, assim como as outras equipes"
A Ferrari foi dominante nos três dias de testes em Valência e hoje foi a vez de Alonso a andar com a F-10 e marcar o melhor tempo do dia e da semana: 1min11s470. Basicamente o posicionamento das equipes continuaram quase que inalteradas com relação aos dois últimos dias. Novamente a Sauber ficou em segundo com De La Rosa, em terceiro Schumi com Mercedes, quarto Alguersuari fazendo o melhor tempo da Toro Rosso na semana, quinto Button correndo com a MP4-25 pela primeira vez. Vitaly Petrov pela Renault e Hulkenberg pela Williams, também estrearam nos testes e ficaram em sexto e sétimo respectivamente. Os testes voltam em 10 de fevereiro, no circuito de Jerez de La Frontera.
Button na Mclaren: Teste bem discreto para o campeão. Apenas o 5º na tabela de tempos.
Enquanto os caras se matavam nos testes em Valência, a Virgin lançava seu carro na Inglaterra com a presença dos pilotos Timo Glock e Lucas Di Grassi. O carro entra na pista de Silverstone amanhã para um shakedown.
Felipe Massa voltou a ser o mais rápido nos testes de Valência. Neste segundo dia ele marcou o tempo de 1m11s722, até agora o mais rápido dos dias dias de testes. Kamui Kobayashi da BMW Sauber-Ferrari (que salada doida!) repetiu o feito de De La Rosa e colocou-se em segundo. Neste treino Lewis Hamilton pilotou o MP4-25 e terminou em terceiro. Robert Kubica teve uma melhora de performance com relação ao treino de ontem e fechou em 4º. Rosberg (Mercedes), Barrichello (Williams) e Buemi (Toro Rosso) completaram a tabela de tempos. Amanhã será a a vez de Alonso (Ferrari), Button (Mclaren), Vitaly Petrov (Renault), Schumi (Mercedes), De La Rosa (Sauber) e Nico Hülkenberg (Williams) testarem seus bólidos.
Hamilton, em seu primeiro confronto com as rivais, ficou animado com a nova Mclaren: "Foi uma grande diferença se compararmos ao primeiro dia de testes do ano passado", disse o piloto, segundo o site Autosport. "Estou com uma boa sensação. Eu vigiei de perto o desenvolvimento do carro no fim de 2009, e fiquei muito animado quando entrei no carro hoje e vi os pontos nos quais melhoramos. Os problemas que eu tinha com o carro antigo eu não tive com este".
Os tão aguardados testes de pré-temporada da F1 começaram. Com apenas 8 equipes treinando, o circuito de Ricardo Tormo recebeu os testes que foram dominados por Felipe Massa com sua Ferrari, que dominou as duas sessões de treinos. Ele foi o único a andar com Ferrari neste primeiro dia e marcou o tempo de 1m12s564, 0''220 mais veloz que Pedro De La Rosa que volta a pilotar oficialmente na F1 pela Sauber. Os testes também foram palco para apresentação de novos carros. A Mercedes apresentou seu W01 e marcou o terceiro e quarto tempos com Schumi e Rosberg. Nico treinou na parte da manhã e entregou o carro para Michael na parte da tarde. O heptacampeão terminou 0''383 mais lento que o tempo de Massa. O novo Mercedes foi elogiado pelos dois pilotos. Gary Paffety, piloto de testes da Mclaren, foi o único a treinar e treinar com o MP4-25 e fechou o dia em quinto. A Williams, Toro Rosso e Renault apresentaram seus carros durante os testes. A equipe inglesa treinou apenas com Barrichello que terminou em sexto. Mas o novo carro, o FW32, apresentou problemas na parte eletrônica do acelerador e provocou a parada de Rubens na pista, forçando a bandeira vermelha. Buemi pela Toro Rosso e Kubica pela Renault, ficaram em sétimo e oitavo respectivamente. Os treinos continuarão amanhã na pista espanhola.
O novo Sauber C29. Foi muito bem no primeiro dia de testes, mas o carro ta lisinho sem nenhum patrocínio. Carro leve pra chamar grana???
Rosberg aprovou o novo Mercedes W01: “Foram boas. Foi bom ter guiado pela primeira vez depois de três meses. E a primeira impressão foi muito positiva, sem nenhum problema” , mas foi Schumacher quem fez o melhor tempo a tarde.
A Renault tentou resgatar o seu passado com as novas cores em preto e amarelo, originais dos primeiros Renaults-Turbo das décadas de 70/80. O vermelho vem da petrolifera Total. Kubica foi o único a andar e fechar em oitavo.
O primeiro carro construido por pela Toro Rosso. Mas basicamente é o mesmo carro do ano passado, claro, com algumas evoluções.
O FW-32 da Williams estreou pelas mãos de Barrichello e acabou em sexto no geral após um problema no acelerador.
Resultado do teste
Circuito Ricardo Tormo, Valência, 1/02/2010
1. Felipe Massa (Ferrari) - 1min12s574
2. Pedro de la Rosa (BMW Sauber-Ferrari)- 1min12s784
3. Michael Schumacher (Mercedes) - 1min12s947
4. Nico Rosberg (Mercedes)- 1min13s543
5. Gary Paffett (McLaren-Mercedes)- 1min13s846s
6. Rubens Barrichello (Williams-Cosworth) - 1min14s449
7. Sébastien Buemi (Toro Roso-Ferrari) - 1min14s762
8. Robert Kubica (Renault)- 1min15s
Vídeos onboard destes mestres são raros de encontrar. Este aqui de cima é de Ronnie Peterson num March 721 no circuito de Anderstorp 1972. Tinha visto apenas um pedaço deste, com cerca de 30 segundos de duração, alguns anos atrás. Desta vez postaram ele inteiro e podemos ver o quanto que o gênio tinha intimidade com a máquina. É um dádiva para os olhos.
Bom estive fora de combate por algum tempo por problemas de saúde, mas estou de volta firme e forte. Semana de apresentações dos novos carros para esta temporada que começou com a Mercedes no dia 25, seguida pela Ferrari dia 28 e McLaren hoje. No time alemão, o carro não é o desta temporada ainda. Na verdade é o Brawn campeão do Mundo com Button ano passado pintado de prata, preto e com linhas verdes da Petronas, patrocinadora da equipe. O novo carro será apresentado em Valência, dia 1º de fevereiro quando vai começar os testes. A Ferrari sim mostrou seu novo carro o F-10. Com as asas dianteira e traseira pintadas em branco destacando o patrocínio do banco Santander e um bico alto, foram as novidades do novo bólido. Hoje, em Woking, a McLaren também apresentou seu MP4-25. Destaques no novo carro é a asa traseira que junto da barbatana da carenagem do motor, formaram que uma peça só e já foi apelidada de asa bigorna. O carro entra na pista na segunda-feira. Foram apresentações bem discretas e diretas ao ponto que era a apresentação dos carros e pilotos. Esperar agora pelo início dos testes para começar as avaliações.
O velho Nurburgring era imponente. Cada quilômetro dos 22,5 que compunham o magistral circuito era ladeado de árvores troncudas que constituía um perigo eminente aos competidores, aumentando ainda mais o desafio. Mas havia aqueles que tinham dominado o "inferno verde" algumas vezes. Caracciola, Rosemeyer, Stuck Sênior, Lang eram os grandes mestres do "Ring" e tinham conquistado vitórias imponentes. Mas fora Nuvolari, pilotando um Alfa-Romeo P3 obsoleta frente aos modernos Mercedes e Auto-Unions, que conquistou a mais genial das suas vitórias em Nurburgring 1935 calando uma multidão que acreditava piamente no domínio amplo dos carros e pilotos alemães naquele GP. Passados 22 anos a história se repetiu, mas desta vez as "Silver Arrows" não estavam presentes e a briga ficou reservada aos carros italianos da Ferrari e Maserati. O piloto a conseguir domar o Nordshleife era o mestre Fangio.
O ano de 1957 foi o início das transformações que modificariam a F1 radicalmente pelas próximas temporadas. A Vanwall abriria de vez as portas para os pequenos construtores britânicos ao vencer o GP da Grã-Bretanha em Aintree, no que se tornou a primeira vitória de um carro britânico no mundo dos Grandes Prêmios desde 1923 quando a Sunbeam, pelas mãos do americano Henry Segrave, venceu o GP do ACF (Automóvel Clube da França) disputado em Tours. Outro que estreou e mudaria o layout dos F1 era a Cooper. O pequenino carro com motor central Coventry Climax de 2 litros, tinha sido financiado pelo lendário Rob Walker (um dos mais famosos proprietários particulares que já passaram pela categoria e também herdeiro do império dos whiskys Johnnie Walker), era derivado dos mesmos monopostos que arrasavam nas provas de F2. Os carros foram entregues, inicialmente, para Jack Brabham - que estreou no GP de Mônaco - e mais tarde a Roy Salvadori. Mas os Ferrari e Maserati, com seus potentes motores dianteiros, ainda davam as cartas.
Fangio, pilotando seu carro favorito, o Maserati 250F, ainda era o piloto a ser batido. Vindo de um tetra- campeonato em 1956 quando estava pela Ferrari, agora estava próximo de conquistar o penta. Ele tinha vencido as três provas iniciais daquele mundial (Argentina, Mônaco e França) e necessitava apenas de mais uma vitória para conquistar o quinto título.
Após a grande conquista no GP da Grã- Bretanha, a Vanwall não tinha esperanças de repetir o feito em Nurburgring por achar que seus carros não teriam um rendimento aceitável para aquele circuito. Isso, teoricamente, deixava as coisas mais fáceis para Fangio, mas os Ferraris de Hawthorn, Collins e Musso eram uma ameaça a considerar.
Nos treinos Fangio marcou a pole, seguido por Hawthorn e Collins. A estratégia da Ferrari para a corrida era de não parar e sairiam com 810 litros para completar toda a prova e pneus Englebert mais duros para aguentar todo o ritmo. No caso de Fangio ele não teria opção alguma se não parar, pois o tanque de sua Maserati era muito menor. Ele optou por largar com combustível para 12 voltas e pneus Continental mais macios.
Após a largada, Fangio foi ultrapassado por Hawthorn e Collins, caindo para terceiro. Na terceira volta já estava no comando e aproveitando-se do seu Maserati mais leve, sumiu na frente abrindo 28 segundos. Com esse tempo ele podia entrar nos boxes e fazer seu reabastecimento e trocar de pneus e voltar, no mínimo, próximo aos Ferraris.
Perseguição de cortar o fôlego: aqui já a frente de Collins e partindo pra cima de Hawthorn
Ele entrou nos boxes no final da volta 12 como previsto, mas tudo deu errado quando tiveram que apertar o assento do carro e, para piorar, uma porca tinha se perdido no momento da troca. Isso custou uma eternidade e o argentino voltou 51 segundos atrás das Ferraris de Hawthorn e Collins.
Faltando oito voltas para o fim (de um total de 22), tudo parecia perdido principalmente quando, nas voltas seguintes à sua parada, os seus tempos eram bem ruins. Na volta 15 as coisas mudaram de figura. Os cronometristas começaram a registrar voltas cada vez mais rápidas de Fangio. O argentino estava a rodar, por volta, cerca de 10 segundo mais veloz que o duo da Ferrari. Fangio explicou mais tarde como conseguiu extrair o máximo de sua Maserati:“Se você deixa o carro com uma marcha mais alta em algumas curvas rápidas, desde que entre com o angulo correto, sairá mais rápido. Então comecei a fazer quase todas as curvas assim".
Fangio alcançou as Ferraris na penúltima volta. Ultrapassou Collins numa curva, mas abriu demais e o inglês retomou a segunda posição. Juan voltou a pressioná-lo e dai sim, sem problemas, garantiu a segunda colocação. Agora era a vez de Hawthorn ser atacado, mas ele não resistiu muito e Fangio passou-o para vencer a corrida por uma diferença de 3,6 segundos. O título estava garantido com uma vitória magistral e inacreditável assim como Nuvolari em 1935. Num gesto de admiração e respeito, os dois jovens ingleses derrotados naquela tarde, levaram Fangio nos ombros até o pódio.
Foi a última conquista de Fangio na F1. Ele encerrou a carreira no início de 1958 após o GP da França, em Reims.
A sua grande vitória: assim como Nuvolari ele tinha domado o Nurburgring. Duas aulas dos dois grandes mestres na arte de pilotar
Foram ótimas corridas que tivemos na última década, com atuações brilhantes também de alguns pilotos nestas que serão relembradas agora
Em 2000 foi a estréia de Barrichello pela Ferrari e lá, até a etapa da Alemanha, não tinha conquistado a sua tão sonhada vitória. Mas num final de semana complicado, largando da 18ª posição, suas chances eram quase zero. Na corrida Schumi foi eliminado na largada e Rubens foi subindo de posição até chegar ao topo perto do fim da prova. Suas últimas voltas com pneu slick na parte molhada do Stadium virando até dois segundos mais rápido que as Mclarens de Hakkinen e Coulthard foram memoráveis.
No GP da Inglaterra de 2003, novamente, Barrichello estava em situação embaraçosa por ter batido o carro no treino de sábado sendo criticado pela imprensa especializada. No sábado marcou a pole, venceu de modo indiscutível a prova no domingo de modo espetacular com grande velocidade e audácia. Destaque nesta prova também para Cristiano Da Matta que corria com Toyota e liderou 23 voltas daquela prova duelando com Raikkonen.
Michael Schumacher parecia acabado na prova dos EUA de 2003 quando marcou apenas o 7º tempo no grid, mas a leve chuva que caiu no autódromo de Indianápolis o ajudou a conquistar uma importante vitória frente seus adversários Raikkonen e Montoya que disputavam o título contra o alemão
Como sempre Spa-Francorchamps nos dá o grande prazer de ver espetáculos de pura velocidade e atuações maravilhosas. Nesta edição de 2004 foram várias, com ultrapassagens aos montes e belos duelos e alguns acidentes. A vitória foi de Raikkonen e Schumacher conquistou lá seu sétimo título.
No GP do Japão de 2005 a chuva que caiu no final do treino jogou Alonso, Schumi, Raikkonen e Montoya para as últimas posições no grid. Destes quatro somente Juan Pablo não completou a prova, mas os outros deram o show na prova ao protagonizar grandes ultrapassagens e ótimos duelos. Raikkonen venceu a corrida ao ultrapassar Fisichella na última volta numa bela manobra.
Nunca tinha chovido no GP da Hungria desde sua entrada no calendário da F1 em 1986, mas naquele fim da temporada de 2006 o aguaceiro caiu no circuito tornando as coisas mais complicadas para os pilotos. Alonso fez uma corrida maravilhosa depois de uma largada magistral, mas não completou a prova e Schumi deu show ao segurar uma turma depois que seus pneus slick estavam de deteriorados. Jenson Button venceu sua primeira prova neste dia.
O GP do Brasil de 2008 foi uma tensão só. Com Massa precisando de sete pontos a mais que Hamilton ele tratou de sumir na frente após mais um bela pole. Hamilton sofreu pacas com o rendimento do seu carro e por pouco não perdeu o campeonato, que chegou a ficar com Massa por míseros segundos, mas que foi recuperado pelo inglês que ultrapassou Glock na curva da Junção e passou em quinto para vencer seu campeonato mundial pela primeira vez.
A segurança dos carros de F1 na última década foram postos à prova com acidentes pavorosos que mostraram o quanto estão resistentes, mas nem por isso deixaram de impressionar e assustar causando um certo temor. Infelizmente duas vidas foram perdidas no ínicio da década e ambas sendo de voluntários. Paolo Gislimberti, bombeiro, morreu após o múltiplo acidente que envolveu Frentzen, Barrichello, Coulthard, Trulli e De La Rosa na primeira volta da prova da Itália quando eles se aproximavam da curva Roggia e um dos pneus acertou Gislimberti.
O outro voluntário, um comissario de pista, Graham Beveridge, também foi acertado por uma roda do carro de Jacques Villeneuve quando este tocou a traseira do carro de Ralf Schumacher quando disputavam uma posição no GP da Austrália de 2001.
Luciano Burti também escapou ileso de dois acidentes espetaculares em 2001. Um na largada do GP da Alemanha e outro, que chegou a assustar, em Spa.
Outro que sofreu alguns acidentes, e com certa gravidade, foi Ralf Schumacher. Em 2002, na largada do GP da Autrália, voou por cima do Ferrari do pole Barrichello e no GP dos EUA de 2004 bateu forte de traseira na veloz curva 1 de Indianápolis, que na F1 é a última curva.
Michael Schumacher também represetou a família e capotou com gosto nos treinos livres para o GP da Austrália de 2001.
O GP do Brasil de 2003 teve acidentes por demais. Enquanto que na curva do Sol o estacionamento aumentava, na reta dos boxes Mark Webber e Fernando Alonso protagonizaram as melhores pancas, que por um momento gelou a espinha de quem assistia a prova.
Jarno Trulli escapou de um violento acidente durante o GP da Inglaterra de 2003 após sua Renault ter escapado, batido e capotado na caixa de britas, sem causar danos físicos ao piloto italiano.
Allan Mcnish tentou fazer um "teste" nos guard-rails de Suzuka e simplesmente atravessou este nos treinos de sábado. Nem largou na sua última prova na F1.
O pior deles e o mais assustador foi de Robert Kubica no Canadá 2007 quando escapou e bateu forte seu BMW no muro da curva Cassino em Montreal. As imagens são fortes, mas Kubica escapou com apenas uma luxação no tornozelo direito que o tirou da prova dos EUA da semana seguinte.
Descidi dividir as disputas das ultrapassagens porque achei que estas tiveram lances únicos que merecem ser destacadas. Raikkonen sempre mostrou coragem e velocidade acima da média e em seus tempos de Mclaren. Ele sobressaia com grandes ultrapassagens, como a que fez sobre Montoya na Hungria 2002 e sobre a duas Renaults no GP da Turquia de 2005, quando passou no meio de ambas:
Schumacher, na sua última prova em Interlagos 2006, passou na marra Raikkonen no final da reta dos boxes quase que raspando o carro no muro numa das mais belas ultrapassagens daquele ano.
Na grande corrida de Barrichello em Silverstone 2003, ele travou um bom duelo com Raikkonen que culminou numa bela ultrapassagem. Ele também sabia ser agressivo e fantástico, como na mágica ultrapassagem que fez sobre Trulli na última volta do GP da França de 2004.
Hamilton se tornou o mestre das ultrapassagens nestes ultimos dois anos na F1, e quem não se lembra da sua ousada ultrapassagem sobre Raikkonen em Monza 2007?
Montoya deixou Schumacher na contramão durante o GP da Europa de 2003 quando disputavam a segunda posição.
Alonso sempre mostrou uma dose de arrojo e coragem que ficou marcada nesta ultrapassagem sobre Schumacher na veloz e espetacular curva 130R de Suzuka em 2005.
Sato também sempre foi um dos bons na arte de ultrapassar. Que diga Alonso que provou da audácia do japonês no Canadá 2007.
Massa também conseguiu ótimas ultrapassagens. Como não esquecer da sua dupla ulrapassagem sobre Barrichello e Kovalainen no Canadá 2008
E pra fechar, uma das mais belas da década passada. Acho que nem preciso dizer qual foi.
Por mais que a década passada tenha sido lotada de reclamações de fãs e do pessoal especializado, a F1 nos proprcionou alguns momentos de automobilismo de primeira, não importando que tenha sido ou não de longa duração ou apenas de alguns minutos, mas foram registradas pelas cameras e irmotalizadas como as jóias F1 moderna. Uma das boas é de Montoya vs Raikkonen em Hockenheim 2002, quando o circuito já apareceu reformulado. Ambos lutavam pela quarta posição e durou meia volta, mas com direito de usarem a pista toda. Raikkonen se defendeu como pode, mas o colombiano não aliviou o pé e tomou sua posição na segunda curva do Stadium.
Montoya também atazanou e muito Michael Schumacher, e um dos melhores entre muitos (Interlagos 2001, EUA 2001,Nurburgring 2004 e por ai vai) foi a da Bélgica 2004, quando disputavam a quinta colocação e JP perseguiu Schumi por quase uma volta até efetuar uma belissima ultrapassagem na Bus Stop colocando por fora na entrada da chicane e efetuando a passagem na segunda perna, já por dentro.
Outra boa de Montoya foi numa disputa após uma saida do safety car durante a prova do Canadá de 2001, quando numa manobra só, passou por Raikkonen e Ralf Schumacher para assumir a terceira posição.
Michael Schumacher também não aliviava o pé contra Montoya, como ficou registrado na largada do GP do Brasil de 2002. O colombiano, desta vez, tinha se dado mal.
Massa e Kubica também protagonizaram um duelo que fez a turma lembrar da briga Villeneuve/Arnoux em Gijon 1979. A disputa aconteceu no diluvio que abateu sobre a corrida do Japão de 2007.
Spa é um circuio que nos dá a chance de ver o quanto o piloto é bom. Em 2008 vimos a fantástica disputa entre Hamilton e Raikkonen, onde ouve a famosa cortada na chicane por parte do inglês. A chuva apareceu nas últimas 3 voltas e foi o suficiente para abrilhantar ainda mais a grande disputa deles.
Mas o melhor pega, ou os melhores, foi de Alonso vs Schumacher em Imola 2005 e depois, em 2006, uma reedição no mesmo circuito mas agora com Schumacher na dianteira e Alonso a persegui-lo. A melhor batalha da década.
Tivemos algumas atuações em treinos que foram memoráveis. Michael Schumacher teve um punhado que nem dá para destacar qual foi a melhor delas. Já Barrichello teve duas que foram marcantes, Inglaterra 2003 quando tinha ficado por último no treino de sexta por um erro e foi motivo, mais uma vez, de chacotas. Entrou primeiro na pista no sábado e cravou o melhor tempo que não foi batido por ninguém, nem mesmo por Schumi e a outra foi a de Interlagos 2009, no interminável treino de sábado, debaixo de um aguaceiro de fazer inveja ao dilúvio universal foi lá a marcou um tempo sensacional. Montoya foi outro que teve outro tanto, mas a sua melhor, concerteza, foi a de Silverstone 2002 quando tirou a primeira fila garantida da Ferrari quando todos já comemoravam, ele foi lá e marcou a pole. Alonso marcou uma fantástica volta, que ninguém esperava, na Hungria em 2009 deixando Mclaren, Brawn e Red Bull no chinelo. Hamilton também brilhou com a pole em frente da sua torcida em Silverstone 2007 quando todos já pensavam que tinha ido para o espaço a sua chance. Button em Mônaco 2009, como ele descreveria mais tarde "quase que fui parar no mar". Vettel em Monza 2008 com a Toro Rosso, debaixo de chuva domando o carro e seus concorrentes. Bom, são inúmeras poles que infelizmente não lembrarei, mas uma sim foi fantástica, a de Mika Hakkinen em Ímola 2000 quando tudo parecia caminhar pra uma pole de Schumi com total folga, o finlandês só conseguiu tomar a posição no último setor, sendo que nos dois ultimos ele ficara cerca de 85 milésimos atrás de Michael. O autódromo calou-se por inteiro.