segunda-feira, 1 de julho de 2013

GP da Grã-Bretanha - Corrida - 8ª Etapa



Uma dose de sorte para Nico: os problemas com Hamilton e Vettel deram ao piloto alemão a chance de vencer pela
segunda vez neste ano e mostrar que o carro da Mercedes, aparentemente, está com desgaste de pneus bem menor
do que em outras etapas.
(Foto: Divulgação)

Que últimas sete voltas mágicas que vimos em Silverstone. Um Mark Webber pilotando feito um alucinado, na sua última corrida naquele circuito com um carro de F1, após uma péssima largada que o jogou de quarto de 13º e que depois o jogaria para as últimas posições para trocar o bico avariado por causa de um toque com Grosjean. Terminou em segundo e com mais duas voltas poderia tentar uma ultrapassagem sobre Nico Rosberg, na disputa pela vitória. Fernando Alonso foi outro mestre ao se aproveitar bem dos pneus novos que trocara naquelas voltas com Safety Car e confesso que achei que aquele pit-stop tinha sido um tiro no pé. Mas o piloto espanhol arrancou para assegurar uma importante terceira colocação, mesmo após ter sofrido um baita susto com o estouro do pneu traseiro esquerdo do McLaren de Perez que ia à sua frente na “Hangar Straigth”. Lewis Hamilton, pela sua velocidade e circunstâncias que viriam mais tarde dar a conquista à Rosberg, poderia ter saído de Silverstone com uma bela vitória diante de seu público, mas o estouro do pneu esquerdo traseiro na oitava volta arruinou sua corrida obrigando-o a fazer uma prova de recuperação a exemplo do que fizera Webber e Felipe Massa. Este último tinha feito uma largada soberba ao sair de 11º para quinto na largada e estar forte atrás de Sutil quando o Ferrari rodou em uma das curvas após um estouro do pneu traseiro... esquerdo que também o jogara para fim do pelotão. Mesmo que todas essas recuperações tenham tido a ajuda do Safety – que reagrupou o pelotão nas suas duas entradas – e também pelo uso do DRS, não podemos negar que foram sete voltas de automobilismo em estado puro, com os pilotos a correrem sem ter a preocupação – que tem sido habitual – de economizar pneus.
Com relação aos pneus suicidas, ou pneus bomba, estes chegaram a um ponto crítico que, particularmente, imaginava que teriam um desgaste altíssimo em alguma etapa, até mesmo maior do que foi apresentado na corrida da Espanha. Mas as explosões dos pneus, todos os traseiros esquerdos, dos carros de Hamilton, Massa, Vergne – estes três com intervalos de duas ou três voltas de um para o outro – e de Perez, causou certa preocupação com o estágio que esta atingindo a Pirelli com a construção destes. Diga-se um estagio negativo, uma vez que, por muita sorte, estes pneus não terem estourado em curvas de alta. Imagino o estrago que teria sido se um deles tivesse explodido durante o contorno de uma “Copse” ou na seqüência rápida que é a “Maggots”, “Chapel” e “Club”. A não utilização do Kevlar na construção destes pneus foi um erro grave por parte da Pirelli, que já está investigando as causas destes estouros. A FIA, enfim, não esperou para que acontecesse algo de mais grave – lembre-se que a bruxa está à solta no mundo dos motorsports – e resolveu fazer uma reunião extraordinária para saber o que de fato aconteceu em Silverstone e as medidas que devem ser tomadas para as próximas etapas. E lembrar que a o GP da Alemanha, em Nurburgring, será no próximo domingo deixa um ar de suspense o que poderá acontecer com a Pirelli.
Voltando a corrida, esta parecia já ter dono quando Hamilton teve o seu problema de pneu: Vettel estava muito bem na dianteira da corrida e conseguira manter uma diferença confortável sobre Nico Rosberg, mas o câmbio quebrado faltando dez voltas para o fim tirou dele uma boa oportunidade de ampliar ainda mais a sua diferença para Fernando Alonso, que agora é de 21 pontos. Mas foi importante esta corrida para verificarmos que a Red Bull, aparentemente, resolveu os problemas de desgaste de pneus o que possibilitará Sebastian a impor seu ritmo nas corridas seguintes. A Mercedes também teve um final de semana muito bom: a pole de Hamilton e constância de Nico atrás de Vettel, não deixando seu conterrâneo desaparecer na frente, mostra o quanto que o teste secreto pode ter ajudado para resolver o crônico problema de desgastes de pneus, que tanto castigava os carros prateados. A Lotus, que parecia ter a chance de ver Raikkonen no pódio, viu o seu ótimo piloto cair posições após a saída do Safety Car numa aposta de não trocar pneus e tentar se equilibrar no baixo consumo que tem este carro com a borracha italiana, mas eles não contavam com os foguetes que foram Webber, Alonso e Hamilton naquela parte final com os pneus novinhos. A quinta posição foi amarga para eles. Já a Ferrari levou para Silverstone mais um daqueles famosos pacotes de novidades que se saíram um verdadeiro fracasso na classificação, mas que na corrida parece ter surtido algum efeito com o bom andamento que teve Alonso e Massa – não digo apenas na parte final da corrida, mas antes da segunda entrada do SC – com Massa tendo um ótimo início de prova e Alonso conseguindo discutir as posições intermediárias com chances de arrebatar um pódio mesmo que não houvesse essas intervenções. Mas o carro apresentou um grave problema de saída de frente na entrada das curvas e de saída de traseira após o contorno das curvas. De se destacar amplamente o bom trabalho de Sutil e Ricciardo nessa corrida, o que mostra que os carros de Force India e Toro Rosso podem dar um trabalho extra para os times de ponta em algum circuito nessa segunda parte do mundial, em especial pistas rápidas como Spa, Monza e Suzuka.
Os sustos que os pneus da Pirelli proporcionaram em Silverstone me fez retroceder oito anos, quando a Michelin retirou do grid do GP dos EUA todos os carros calçados com a sua borracha devido à deformação que estes sofriam na veloz curva 13 (curva 1 do oval), que resultou num forte acidente de Ralf Schumacher naquela ocasião durante os treinos. Apesar de na época ter achado ridículo, vejo que hoje os franceses tinham razão naquela atitude. Talvez isso não passasse pela cabeça dos homens da Pirelli se ali estivessem e mandariam os carros para a pista. E o resultado seria catastrófico.

Resultado Final 
Grande Prêmio da Grã-Bretanha 
Circuito de Silverstone - 52 Voltas 
8ª Etapa - 30/06/2013


1 - Nico Rosberg(ALE/Mercedes) - 1h32m59s456
2 - Mark Webber(AUS/RBR) - a 0s765
3 - Fernando Alonso(ESP/Ferrari) - a 7s124
4 - Kimi Raikkonen(FIn/Lotus) - a 7s756
5 - Lewis Hamilton(ING/Mercedes) - a 11s257
6 - Felipe Massa(BRA/Ferrari) - a 14s573
7 - Adrian Sutil(ALE/Force India) - a 16s335
8 - Daniel Ricciardo(AUS/STR) - a 16s500
9 - Paul Di Resta(ESC/Force India) - a 17s993
10 - Nico Hulkenberg(ALE/Sauber) - a 19s700
11 - Pastor Maldonado(VEN/Williams) - a 21s100
12 - Valtteri Bottas(FIN/Williams) - a 25s000
13 - Jenson Button(ING/McLaren) - a  25s900
14 - Esteban Gutiérrez(MEX/Sauber) - a 26s200
15 - Charles Pic(FRA/Caterham) - a  31s600
16 - Jules Bianchi(FRA/Marussia) - a 36s000
17 - Max Chilton(ING/Marussia) - a 1m07s600
18 - Guiedo van der Garde(HOL/Caterham) - a 1m07s700
19 - Romain Grosjean(FRA/Lotus) - a 1 volta

Não completaram:
Sergio Pérez (MEX/McLaren) - 47 voltas
Sebastian Vettel (ALE/RBR) - 42 voltas
Jean-Eric Vergne (FRA/STR) - 36 voltas

Volta mais rápida: Mark Webber(AUS/RBR): 1m33s401, na volta 52


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