sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Vídeo - Review do Mundial de Marcas de 1970

Não importa se tenha sido com o Porsche 908, 917K, de fábrica ou não, mas foi o ano da Porsche no Mundial de Marcas de 1970.

Gordon Johncock vs Rick Mears - Indy 500, 1982

As voltas finais das 500 Milhas de Indianápolis de 1982, onde Gordon Johncock (WildCat 8B - Cosworth) da Patrick Racing e Rick Mears (Penske PC10/82 - Cosworth) do Team Penske, foram, até então, as mais emocionantes da história daquela prova com os dois chegando separados por apenas 160 décimos.
Foi a segunda, e última, vitória de Johncock nas Indy 500. Ele venceu a edição de 73 (também pela Patrick Racing) pilotando um Eagle - Offenhauser TC.

Fotos 50: Aniversariantes

Grandes pessoas estas que fazem aniversário neste dia 23 de dezembro. Bird Clemente, um dos grandes pilotos da história do Brasil, completa hoje 74 anos de vida e sabedoria. O outro é Michele Alboreto, que se estivesse vivo, faria 55 anos.

OBS: E eu me incluo nesta lista, ora pois! Faço 29 anos e fico feliz para caramba em saber que dois grandes pilotos também completam anos neste 23 de dezembro.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Uma multa para Fangio

Os dias da primeira corrida na Venezuela, em 1955, não foram só de glória para Juan Manuel Fangio. Apesar de ter ganho a primeira corrida a nível internacional naquele país, o piloto argentino teve um fato curioso.
Após infringir um código de trânsito em Caracas, onde a luz amarela indicava virar à esquerda e/ou seguir em frente (!) e que buzinar indevidamente custava uns cem dólares ao bolso do motorista, Fangio acabou por ignorar o sinal amarelo e recebeu uma multa.
O piloto argentino, ao ser abordado pelo guarda, foi muito educado e se desculpou, afinal era um estrangeiro e não sabia como funcionava o trânsito venezuelano. Com uma multa de dez bolívares aplicada pelo guarda, Fangio não relutou a pagar e quando lhe foi perguntado o nome, ele respondeu: "- Juan Manuel Fangio". Talvez achando que fosse mais daquelas infames piadinhas, o guarda se debruçou na porta do carro do piloto argentino e soltou a clássica resposta: "- Se você é Fangio, eu sou Stirling Moss!".

OBS: A foto que abre o post não é da multa, claro. É da festa de gala que aconteceu na noite do GP da Venezuela de 55.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Os Grandes Prêmios da Venezuela

O sucesso alcançado por pilotos sul-americanos nos anos 50 ajudou e muito a difundir a modalidade. A Argentina, por ter os melhores pilotos correndo na F1 e no Mundial de Marcas, foi por toda aquela década o país que mais recebeu provas: com a fama alcançada por Fangio e Froilan Gonzalez permitiu que a terra do tango recebesse a F1 pela primeira vez por aqui e ainda tinha a sua prova anual, denominada “Copa Perón” sempre realizada no início de cada ano reunindo grandes ases da Europa para enfrentar os pilotos locais. Por sua vez, o Brasil também teve a sua grande corrida: disputada nas ruas do Rio de Janeiro, onde está encravada a favela da Rocinha, o circuito da Gávea, ou o “Trampolim do Diabo”, também recebeu os grandes mestres das pistas européias nos 40 enquanto a guerra arrasava todo aquele território. Foi uma boa época, pois provas realizadas por aqui forçavam naturalmente que os pilotos locais se aplicassem mais e ficassem um tanto mais profissionais. Isso também servia para os organizadores para que fizessem eventos cada vez melhores. Para as fábricas estrangeiras também era um bom negócio: além de mostrar os seus bólidos para o público, ainda faziam um bom dinheiro com a venda dos carros de competição. Para um país sem qualquer tradição automobilística, mas que tinha algum interesse pelo esporte, uma prova desse naipe poderia ajudar a alavancar a paixão do público. Pensando nesta forma, a Venezuela realizou quatro edições do seu GP na década de 50. O TACV (Turismo e Automóvel Clube da Venezuela) ficou responsável pela organização destas corridas, que foram realizadas entre 55 e 59.

O primeiro GP, 1955

O TACV tratou de convidar os melhores teams do Mundial de Marcas e entre eles, a Mercedes, que estava para se despedir das competições. Mas de última hora a fábrica alemã refugou da sua participação após a vitória no Tourist Trophy, onde fizeram 1-2-3 no resultado final. A corrida da Venezuela seria a da sua despedida e com essa vitória no Tourist Trophy e mais a conquista da Targa Florio que a coroou com o título no Mundial de Marcas, a equipe repensou a sua participação visto que poderiam se despedir com uma derrota. Com essa desistência, Fangio, que correria pela Mercedes, ficou a pé, mas não por muito tempo: a Maserati, equipe que defendeu em 54 e que defenderia em 57, convidou-o para correr e assim o grande campeão estava garantido para o I Gran Premio de Venezuela.
A lista de inscritos chegou a 25 participantes, divididos em duas turmas: Categoria A para carros entre 2000cc e 4400cc e Categoria B para carros entre 1500cc e 2000cc. Chico Landi e Nano da Silva Ramos eram os dois únicos brasileiros nesta prova inaugural:


A pista a ser usada nesta corrida foi montada nas ruas de Caracas, numa praça de desfiles militares denominada “Los Próceres”. Com duas longas retas interligadas por curvas de 90° graus, chicanes e um curvão na parte sul, a pista tinha um perímetro de 4.040 metros de alta velocidade. Isso significava que as frenagens seriam brutais e, contando com um calor excessivo que fazia na época da prova, os freios, embreagens e câmbio sofreriam muito.
Durante as classificações, Eugenio Castellotti foi o que mais sofreu com problemas, talvez decorrente ao forte calor: primeiramente o motor de sua Ferrari teve um principio de incêndio, que foi logo sanado pela equipe. Quando conseguiu ir à pista, teve os freios travados quando estava a contornar uma curva indo batê-la, mas sem conseqüências. Sem carro para treinar, o Team John Von Neumann, onde correu Phil Hill, lhe emprestou um Ferrari. Com este carro, Castellotti chegou a melhor marca (1’50’’1) que o colocaria na pole-position. Mas como havia feito o tempo com um carro de outra equipe, acabou tendo o seu tempo cancelado jogando-o para a segunda fila, onde largou em quinto (as filas eram de três em três). A pole ficou para o outro piloto italiano, Luiggi Musso, que marcara 1’51’’4. Fangio ficou em segundo e De Portago, com uma Ferrari particular, fechou em terceiro.

O dia da largada, assim como os dias anteriores, era de muito sol e largada foi dada às 11 horas da manhã. Castellotti, que fizera uma ótima largada, parecia ter dado um fim no seu azar, mas o seu Ferrari não agüentou e quebrou a embreagem antes de completar a primeira volta. Ele ainda voltou para prova, agora dividindo o Ferrari #8 do Grupo B com Harry Schell, que acabou por vencer naquela categoria. Umberto Maglioli, que havia feito uma largada magistral ao sair de sétimo para segundo, era o novo líder. Mas isso não durou por muito, já que Umberto errou marcha e permitiu a passagem de Fangio, seguido por Musso. Maglioli ficou na corrida até a volta 26, quando abandonou com problemas de motor.
Enquanto Fangio e Musso duelavam pela primeira posição, o calor vitimava mais pilotos que abandonavam, em sua maioria, com problemas de embreagem e superaquecimento. As três primeiras posições ainda estavam inalteradas quando Fangio abriu a volta 76, seguido de muito perto pelo seu companheiro de Maserati, Luiggi Musso. Faltando nove voltas para o fim, a dobradinha já era quase garantida naquela altura, mas a caixa de câmbio do carro de Musso quebrou forçando o piloto italiano abandonar a corrida. De Portago com a sua Ferrari particular assumiu o segundo posto, mas com 30 segundos de desvantagem para Fangio, pouco podia fazer e assim o piloto argentino venceu a prova. O melhor piloto venezuelano foi Ramon López, que levou a Ferrari da equipe Madunina à 10ª colocação na geral e quinto no Grupo B.
 A primeira fila: De Portago, Fangio e Musso prontos para duelarem
 Musso perseguiu Fangio por toda a corrida, mas um problema no câmbio tirou o piloto italiano da parada
 A pista de Los Próceres era bastante rápida, mas igualmente cruel com freios e transmissão
Castelloti ainda regressou para a corrida e venceu na classe B, dividindo a Ferrari 500 Mundial com Harry Schell

Na segunda prova, realizada em 4 de novembro de 1956, o duelo entre Fangio (Ferrari) e Stirling Moss (Maserati) foi o ponto alto da corrida. A batalha entre eles começou nos treinos, após o argentino ter superado Moss na briga pela pole por dois décimos marcando 1’46’’8. Na corrida, De Portago, que largou em terceiro, ainda acompanhou-os até a sétima volta quando assumiu momentaneamente a liderança de Stirling. Os dois rivais, Moss e Fangio, superaram o espanhol e desapareceram na frente. Stirling liderou por toda a prova, mas sempre com Fangio em seu encalço. Na volta 65 começou a chover e o argentino passou a ter problemas de instabilidade em sua Ferrari, o que permitiu Moss abrir mais de um minuto de vantagem. Ao cessar da chuva na volta 80, a pista começou a secar e Fangio passou a andar rápido e cravar melhores voltas. Mas foi insuficiente para alcançar Moss que venceu o segundo GP da Venezuela. Foi a última prova de Juan Manuel Fangio à serviço da Ferrari. Em 57 ele pilotaria pela Maserati, onde acabou por conquistar o seu quinto título.
Ainda teve outros dois GPs venezuelanos: em 57, contando pontos para o Mundial de Marcas, a vitória foi de Phil Hill/ Peter Collins correndo pela Ferrari. A breve história desta corrida foi contada aqui no blog em novembro passado. E o outro GP, o de 1958, foi vencido por Jean Behra com uma Ferrari. Ou seja, o domínio nestes quatro GPs foi totalmente de carros italianos.
 As estrelas da segunda edição do GP venezuelano: Fangio, De Portago, Harry Schell, Nano Da Silva Ramos, Portirio Rubirosa, Jo Bonnier e o futuro vencedor Stirling Moss
 O intenso duelo: Moss, De Portago e Fangio brigando pela primeira posição nas primeiras voltas
Moss venceu com uma diferença de 20 segundos para Fangio, que descontara uma desvantagem monstruosa de 1 minuto que crescera na metade da corrida por causa da chuva.


Fonte:
http://www.jmfangio.org/gp1956venezuela.htm




quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Comentando a Foto: Enrique Mansilla

Neste primeiro post deste novo espaço no blog, onde pilotos comentam uma foto em que estiveram em evidência, conto com o comentário do ex-piloto argentino, contemporâneo de Ayrton Senna na F-Ford em 1981, Enrique Mansilla. 
Perguntei à ele o se não teve alguma sondagem de alguma equipe de F1, após o teste que fez com a Mclaren ao final de 1982 em Silverstone: “Em relação a sua primeira pergunta, não, nunca quis tentar correr na F1 em 83, porque acredito que não estava pronto para isso. Era repetir a F3 ou correr no europeu de F2 com a equipe júnior da March, o que finalmente fiz com pouco orçamento. O principal problema foi o orçamento, devido o conflito das Malvinas. Em definitivo, isso acabou com a minha carreira esportiva."
Neste teste com a Mclaren, Enrique foi 3,1s mais lento que Tommy Byrne, o melhor dos cinco pilotos que testaram naquele dia. Thierry Boutsen, Dave Scott e Stefan Johansson foram os outros três. 
Após uma temporada fraca na F2 em 83 e um acidente que quase lhe custou um dos olhos, Mansilla rumou para os EUA, indo correr na CART em 85. Mas ao final daquele ano encerrou sua carreira em definitivo. 

*Gostaria de agradecer a atenção do Enrique Mansilla, que foi muito simpático ao responder o meu email. E também agradeço a Serena, do Café com Serena, pela ajuda em avaliar a minha tradução do espanhol para o português. Muito Grato!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Foto 49: Gethin

Um olhar distante e pensativo. Este era Peter Gethin nos boxes de Edmonton antes da sua estréia pela Mclaren na Can-Am, em substituição à Bruce Mclaren que havia falecido em junho de 1970. Gethin estreou bem naquela prova ao chegar em segundo fazendo a dobradinha com o vencedor, e parceiro de equipe, Denny Hulme.
Peter venceu naquele ano em Elkhart Lake e ficou em terceiro no campeonato, vencido com folga por Hulme.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...