domingo, 5 de fevereiro de 2012

Comentando a Foto: Ingo Hoffmann - F5000, 1975

Ingo Hoffmann, 12 vezes campeão da Stock Car, é o segundo piloto a participar do “Comentando a Foto” e a imagem em questão é sobre a sua passagem pela F5000, categoria popular de monopostos dos anos 60, 70 e 80. Perguntei-lhe se foi feito algum convite para pilotar na categoria, como foi o seu desempenho e qual a diferença entre os F5000 e F1. Com a palavra, Ingo: “Na realidade não surgiu nenhum convite! Como eu ia testar o F1 no segundo semestre daquele ano, o Wilsinho me aconselhou a treinar com algum carro mais potente que o F3, que eu estava acostumado. Ai aluguei o F5000, justamente para treinar com um carro mais potente, visando o treino da F1. Acabei fazendo 2 corridas com o F5000, e fui super bem nas provas. A potência do F5000, naquela época, era maior que o F1, mas o chassis era inferior.” As duas provas em que Hoffmann foi bem aconteceram em Silverstone (28 de setembro) e Brands Hatch (19 de outubro). Na primeira prova ele terminou em sétimo após ter largado em quinto, enquanto foi quarto em Brands Hatch depois de ter largado em último. Ele deveria ter disputado uma terceira prova, em Mallory Park (12 de outubro), mas uma quebra de motor impediu que ele largasse. 
Nestas corridas, Ingo pilotou um Chevron B28 – Chevrolet V8 da equipe de T. Dean. 

Quero agradecer ao Ingo Hoffman pela atenção e recomendar uma entrevista que ele concedeu recentemente ao Marcos Antonio, do Blog GP Series. Leiam!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Feios

Quando vi o carro que a Ferrari usará nesta temporada de 2012, logo citei no Twitter que este era o carro mais feio que a equipe fez desde o F310 de 1996, projetado por John Barnard. 
Aquele carro, ao contrário deste, era bonito: bico baixo e linhas agressivas, algo que os F1 naquela ocasião já estavam abandonando e adotando, em sua maioria, os bicos altos chamados de "Tubarão". 
Mas aquele carro, que chegou a ganhar uma corrida pelas mãos de Michael Schumacher na sua magistral atuação em Barcelona, mudou o bico no GP do Canadá: o elegante bico baixo, deu lugar à bico alto e feio pra danar que logo foi apelidado de "Pelicano". 
O carro teve até uma melhora de performance e Schumi venceu mais outros dois GPs (Bélgica e Itália) e subiu ao pódio em Portugal e Japão. Este carro ainda serviu de base para o seu irmão F310B, que quase venceu o mundial de 1997.
A princípio, com as declarações otimistas de Alonso, Massa e Montezemolo que acreditam que este carro seja vencedor, a única coisa certa é a sua feiura. 
Mas que seja bom mesmo, pois se for feio e perdedor, será grande a chacota do ano.

Em primeiro plano, o belo F310 com o bico baixo e depois o mesmo, mas pavoroso, em ação durante o GP da Alemanha de 1996: venceu três GPs.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Vídeo: O acidente de Jean Behra, 1959

Não tinha visto nem fotos, e muito menos vídeo(s) da morte de Behra, até que hoje achasse esta raridade.
Jean morreu durante o warm-up de uma prova de Turismo, que era prova suporte do GP da Alemanha de1959, que foi disputado na pista de Avus. O seu Porsche escapou na curva Sul indo se chocar de lado em um mastro.
A morte foi instântanea:

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A rápida e intensa carreira de Guy Moll

No meio de tantos mestres que o mundo dos Grand Prix apresentou na década de 30, como Nuvolari, Varzi, Caracciola, Hans Stuck e tantos outros, Guy Moll se inseriu nesta turma de modo avassalador no início daqueles anos. Mas como a maioria dos pilotos que tem a coragem elevada ao extremo, durou pouco. Nascido em 28 de maio de 1910, Guilaum e Laurent Moll começou a sua carreira automobilística logo após terminar os estudos no seu país natal, a Argélia, em 1932 disputando algumas corridas a bordo de um Lorraine Dietrich. Marcel Lehoux, um dos melhores pilotos franceses daquele tempo, teve a oportunidade de ver uma das atuações de Moll ao volante deste Lorraine e lhe emprestou um Bugatti para que pudesse correr os GPs de Oran e Casablanca. Moll liderou ambas as provas, mas por problemas, teve que abandoná-las. Para Lehoux o desempenho do jovem argelino já havia sido suficiente, e decidira levá-lo para Europa ainda naquele ano para disputar o GP de Marselha. Moll, correndo ainda com o Bugatti, conseguiu a terceira posição perdendo apenas para Raymond Sommer e Nuvolari que terminaram em primeiro e segundo com suas Alfa-Romeo. 
O ano de 1933 começou bem para Moll que terminou em segundo no GP de Pau, ainda pilotando um Bugatti - já que o Alfa Romeo 8C2300 que encomendara não estava pronto -, logo atrás de seu mentor Marcel Lehoux num desempenho sensacional, já que as condições de pista estavam as piores possíveis por causa da neve que caía constantemente. E ele jamais havia pilotado em condições assim. Já com  o seu Alfa 8C2300 que foi adquirido com recursos próprios, substituindo o seu velho Bugatti, ele viria a conquistar outros quatro pódios: chegou em segundo no GP de Monza - novamente atrás de Lehoux - e foi terceiro nos GPs de Nice, Comminges e Marselha. Por muito pouco não venceu o GP de Marne realizado em Reims, mas teve que fazer uma rápida parada de box na volta 48 das 50 programadas caindo de primeiro para terceiro. Porém, problemas o fizeram estacionar o Alfa Romeo e que logo foi auxiliado com a chegada de um mecânico, mas isso lhe custaria a terceira posição com a desqualificação por ter recebido ajuda externa em seu retorno.  
 Moll com sua Alfa P3 modificada, especialmente para a corrida em Avus, 1934.
O duelo entre Varzi e Moll em Trípoli, 1934: o ponto alto daquela temporada.

O nível de desempenho apresentado no último ano por Guy Moll com uma obsoleta Alfa Monza, aguçou os sentidos de Enzo Ferrari que de imediato lhe ofereceu um contrato para correr com as Alfas de fábrica em 1934. A estréia de Moll deu-se em Mônaco, a 2 de abril, onde venceu após herdar uma vitória quase certa do seu companheiro de Alfa Louis Chiron, que acabara rodando na curva Lowes quando faltavam duas voltas para o fim. Passado um mês, Moll teve o seu primeiro confronto com Varzi na disputa do GP de Trípoli. Guy duelou por toda corrida com Achille que acabou por vencer, mas o piloto argelino viria a declarar que Varzi havia tentado tirá-lo para fora da pista em várias ocasiões. Este foi o início de uma rivalidade intensa com o famoso piloto italiano. Os dois voltaram a se confrontar na corrida de Avus. Neste evento, realizado em 27 de maio, marcou as estréias das novas Mercedes e Auto Unions. Apesar de terem tido um bom desempenho nos treinos, Alfred Neubauer preferiu não arriscar e retirou toda a equipe da Mercedes de cena temendo uma derrota. Assim, a Auto Union ficou sozinha para correr contra as Alfas. Enquanto que Varzi e Moll, mais uma vez, duelavam fortemente pela segunda posição, Hans Stuck estava absoluto na liderança até que a embreagem apresentou problemas e ele teve que abandonar. Caminho aberto para que Moll, após ter superado Achille, vencesse a sua segunda corrida naquele ano. Os dois viriam a travar novo duelo na disputa da Copa Cianno, disputada em Livorno. Guy Moll marcou a melhor volta e ficou em segundo, com vitória ficando para Varzi. Em parceria com Conde Felice Trossi, Moll terminou em terceiro no GP do ACF disputado em Montlhéry em 1º de julho. 
Na Copa Acerbo disputada em 15 de agosto, Moll estava num desempenho brilhante: já havia feito a melhor volta da corrida e agora estava na perseguição a Luigi Fagioli que liderava com uma Mercedes. Na 17ª volta, quando estava para dobrar a outra Mercedes pilotada por Ernst Henne, Moll perdeu o controle de sua Alfa P3 que caiu em uma vala indo bater em uma ponte. Ele ainda foi retirado com vida, mas veio a falecer horas depois. 
Apesar de ter tido uma carreira curta, os feitos de Moll, que falecera com apenas 24 anos, tinham sido notáveis e para Enzo Ferrari o piloto argelino viria a se tornar uma dos melhores em breve. Aqui um trecho do livro de Enzo Ferrari "Le Mie Gioie Terribili!" onde ele fala sobre o argelino: "Só para dizer quem ele era, quero dar conta desse fato que entre os tantos que vivi me impressionou fortemente. Na corrida de Montenero, Moll ultrapassou Varzi, mas estourou um pneu nas proximidades dos boxes. Varzi o ultrapassou, mas, após uma rápida troca de pneu, Moll estava na cola de Varzi em apenas uma volta e o pressionava ferozmente. Resolvi dar sinal para ele diminuir a velocidade (...) Então preparei o sinal, mas justamente no momento em que estava mostrando para ele, o carro dele começou a girar assustadoramente na última curva antes dos boxes. Moll mudou de marcha e chegou ao ponto de dirigir sinalizando para mim que havia entendido enquanto fazia piruetas desesperadas; finalmente ele colocou o carro de volta na posição certa e começou novamente a repetir com a mão que iria obedecer às ordens. Fiquei surpreso. Eu nunca tinha visto tal frieza, tal autodomínio, a ponto de dividir o raciocínio em dois, mesmo sob a pressão sobre-humana do perigo. Compreendi que, desde aquele momento, o perigo para ele teria consistido principalmente em classe inferior dos outros (...) E provavelmente foi assim. ". 
Fato interessante que acontecera muito tempo depois, já nos anos 70/80, é que o mesmo Enzo sempre dizia que Gilles Villeneuve era uma reencarnação do piloto argelino. Sendo assim, dá para ter uma idéia de como era o estilo de pilotagem de Guy Moll. 
 Os restos da Alfa P3 que Guy Moll utilizou na Copa Acerbo, onde veio a falecer

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Os duelos na 50ª 24 Horas de Daytona

O tri-campeonato do Brasil nas 24 Horas de Daytona, que teve a sua edição de número 50 realizada neste final de semana, contou com dois duelos pela liderança da corrida nas últimas 5 horas: em primeiro plano, Oswaldo Negri Jr (#60) teve uma batalha interessantíssima com Allan Mcnish (#08) que durou quase uma hora, onde o piloto escocês pressionou-o de forma impiedosa em alguns momentos. O ponto alto dessa disputa foi quando ambos dobraram dois retardatários na parte oval: A outra batalha teve como protagonista, mais uma vez, Mcnish que agora estava na liderança. O Ford Riley de #60 estava na briga, mas desta vez era o americano AJ Allmendinger. Com uma postura mais agressiva, o piloto americano tentou de todas as formas a ultrapassagem, tanto que chegaram a se tocar duas vezes quando estavam contornando a parte oval lado a lado. Allmendinger levou a melhor na disputa, ultrapassando Allan na entrada da "Bus Stop": Negri, que diviu o volante do Ford Riley #60 do team Michael Shank Racing com AJ Allmendinger, Justin Wilson e John Pew, juntou-se à outros dois brasileiros que venceram esssa prova: Raul Boesel, que venceu em 1988 com um Jaguar XJR-9 e Christian Fittipaldi, que levou a melhor em 2004 com um Doran JE4-Pontiac.

sábado, 28 de janeiro de 2012

A evolução dos pneus na F1, segundo a Pirelli

Um ótimo vídeo onde a Pirelli mostra toda a evolução dos seus pneus na F1 desde a sua criação em 1950. A animação mostra os vários tipos que a categoria usou neste período, assim como o trabalho das suspensões.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Foto 58: As três grandes de São Paulo

 Largada do GP Cidade de São Paulo de 1940
 Os 500 Km de Interlagos, 1971
 Mil Milhas de 1970

Apesar de estarem engavetadas, mofando em algum cérebro do nosso automobilismo paulista, essas são as três grandes corridas que agitavam a cidade de São Paulo todos os anos.
Essa é a minha homengem a esta megalópole, que apesar de todos os problemas, ainda é uma lugar muito bom de se morar e que devia ser cuidada com louvor e paixão. 
Parabéns pelos seus 458 anos de existência, São Paulo!

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...