segunda-feira, 25 de junho de 2012

GP da Europa: Não era para ser, mas foi

Alonso quebrou a sequência de sete vencedores diferentes e
conquistou sua segunda vitória no ano, numa das belas
provas da sua carreira.
(Foto: Getty Images)
Eu não tive a sorte de ver a corrida deste fim de semana. Estava à trabalho num evento da Mini Cooper e da BMW em uma fazenda do interior de São Paulo, mas estive a par dos acontecimentos em Valência. Sabia que Vettel havia feito uma pole com sobras - algo anormal para esta temporada de resultados apertados - e que ele dividiria a primeira fila com Hamilton. Logo atrás dos dois, uma segunda fila tensa com Maldonado e Grosjean que classifiquei de "bomba relógio" assim que pus vistas na lista de largada. O que me surpreendeu foi Alonso ter ficado fora do Q3, uma vez que a Ferrari tinha conseguido um belo desempenho em Mônaco e ao correr numa pista citadina, onde não há grandes retas, era de se esperar que ele se colocasse entre os seis primeiros. Enfim, Vettel era o grande favorito seguido de perto por Hamilton e Grosjean. Não botava fé em Maldonado dessa vez, mas ele estaria no páreo por um lugar no pódio. Alonso? Este eu acreditava que teria uma tarde que suaria o macacão para conseguir, ao menos, uma boa colocação para não perder Vettel e Hamilton de vista no mundial. 
Para não dizer que não vi nada desta corrida no domingo, tive a sorte de um dos carros de test drive da BMW estar perto e uma alma bondosa ligar a TV do interior luxuoso do carro alemão para ver as voltas finais. Peguei exatamente no momento em que a corrida estava em sua volta final, em bandeira amarela, em consequência do enrosco de Hamilton com Maldonado que lutavam freneticamente pela terceira colocação. Mas antes disso, dando uma olhadelas rápidas no twitter, sabia que Vettel estava abrindo uma diferença descomunal para os restante dos concorrentes que chegava a ser de mais de um segundo por volta. Só lembro de ter fechado o celular e pensado "Já era, essa é do Sebastian e ninguém tasca!". Bom, o automobilismo, em especial esta temporada da F1, anda um tanto surpreendente e de cara quando vi que Fernando era o líder naquela volta final soltei um "Puta que pariu, mas como pode?". Sim, fiquei surpreso, mas fui ler o que aconteceu e hoje cedo tive a chance de ver o compacto da prova. Alonso guiou muito e teve sorte também. Uma bela largada, estratégia bem feita ganhando três colocações no primeiro pit-stop, uma série de ultrapassagens ousadas, Safety Car e uma bela dose de sorte que o ajudou bastante quando Vettel teve uma rara falha hidráulica no motor Renault e isso deixou o espanhol na primeira posição. Mais tarde foi a vez de Grosjean, que vinha em segundo, ter o mesmo problema. Fernando estava tranquilo na primeira posição e caminhou forte para uma vitória inimaginável até então. 
Esta corrida de Valência, para mim, por enquanto, é a corrida chave do mundial. Dependendo de como as coisas chegaram na última etapa, os acontecimentos desta oitava etapa poderá refletir para os contendores que desistiram nesta corrida. Vettel tinha uma vitória no bolso, afinal como ele vinha pilotando era de esperar que abrisse uma bela vantagem sobre Grosjean - e mais tarde Alonso - e sumiria da frente. Ele saiu zerado nesta prova e agora se vê 26 pontos atrás de Alonso. Nada alarmante, afinal uma vitória num má jornada do espanhol a diferença poderá cair para 1 ponto. Hamilton poderia ter ficado na quarta colocação, mas bateu rodas com Maldonado e acabou na barreira de pneus. Jogou 12 pontos fora, que o colocaria com 100, onze a menos que Fernando, mas agora encontra-se com os mesmos 88 de quando chegou em Valência e está 23 pontos atrás. Webber foi outro que saiu lucrando bem nesta prova ao sair de uma 19ª para chegar em 4º. Doze pontos que vieram a calhar e o australiano é o novo vice líder da temporada com 91 pontos. Ou seja, que deveria ter saído bem de Valência acabou por se dar mal. 
Mas o F2012 tem muito o que melhorar. Só o espiríto de luta, e sorte de Alonso, não basta.
A largada em Valência: Vettel já abre vantagem sobre Hamilton
(Foto: EFE)
Grosjean tinha uma boa chance de vitória em Valência, mas o motor Renault
abriu o bico deixando o franco-suiço à pé.
(Foto: Reuters)


Vettel era o grande favorito para esta prova, mas a falha hidráulica o privou de
uma vitória quase certa no GP da Europa.
(Foto: AP)

Massa até que vinha bem, brigando por colocações intermediárias e atacando seus
oponentes, até que um toque com Kobayashi arruinou su prova. Fechou em 16º.
(Foto: AFP)

Webber fez uma bela prova de recuperação e saiu de décimo nono para uma
quarta colocação neste GP. É o novo vice-líder do mundial.
(Foto: AFP)

Pódio de respeito: Dez títulos mundiais
(Foto: AP)

Resultado Final
 Grande Prêmio da Europa
 Circuito de rua de Valência
 57 voltas 8º Etapa
 24/06/2012

1 - Fernando Alonso (ESP/Ferrari)
2 - Kimi Raikkonen (FIN/Lotus)
3 - Michael Schumacher (ALE/Mercedes)
4 - Mark Webber (AUS/Red Bull)
5 - Nico Hulkenberg (ALE/Force India)
6- Nico Rosberg (ALE/Mercedes)
7 - Paul Di Resta (ESC/Force India)
8 - Jenson Button (ING/McLaren)
9 - Sergio Pérez (MEX/Sauber)
10 - Bruno Senna (BRA/Williams)
11 - Daniel Ricciardo (AUS/Toro Rosso)
*12 - Pastor Maldonado (VEN/Williams)
13 - Vitaly Petrov (RUS/Caterham)
14 - Heikki Kovalainen (FIN/Caterham)
15 - Charles Pic (FRA/Marussia)
16 - Felipe Massa (BRA/Ferrari)
17 - Pedro de la Rosa (ESP/Hispania)
18 - Narain Karthikeyan (IND/Hispania)
 
Não completaram
Lewis Hamilton (ING/McLaren)
Romain Grosjean (FRA/Lotus)
Sebastian Vettel (ALE/Red Bull)
Kamui Kobayashi (JAP/Sauber)
Jean-Éric Vergne (FRA/Toro Rosso)
* Punido com a perda de duas posições por causa do acidente com Hamilton.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

F1 Battles: Jarier vs Depailler vs Andretti vs Jones – GP de Long Beach 1979

Enquanto que Gilles Villeneuve e Jody Scheckter caminhavam rumo a uma dobradinha para a Ferrari em Long Beach, quarta etapa do Mundial daquele ano, Jean Pierre Jarier se defendia como podia dos ataques de Patrick Depailler e Mario Andretti na briga pelo terceiro lugar. Alan Jones juntou-se a eles voltas depois, e que acabaria por passar todos e ficar em terceiro. Mario ficou em quarto, Depailler em quinto. Jarier despencou para sexto, ficando com uma volta de atraso para Gilles que venceu a prova.

Foto 93: Vitória e Sangue

Final de semana de sentimentos distintos para Jochen Rindt em Zandvoort, no GP da Holanda de 1970: enquanto ele abria caminho para uma vitória sólida e até então sem problemas no Lotus 72, seu amigo Piers Courage perdia a vida no pavoroso acidente que se deu na 22ª volta daquele GP.
Foi a segunda vitória de Rindt naquela temporada. Outras três viriam em seguida - França, Grã-Bretanha e Alemanha. Jochen morreu em Monza, quando já havia decidido aposentar-se ao final daquele ano. 
Ganhou o título Post-Mortem.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Foto 92: O foguete da Opel

Fritz von Opel e seu foguete, em AVUS 1928: Fritz foi o vencedor da prova
inaugural daquele circuito, em 1921.

Fritz von Opel e sua cria, o Opel Rak-2 impulsionado por um foguete em AVUS no ano de 1928. Naquela ocasião Fritz alcançou 196,4 Km/h, com o carro saíndo de 0 à 100 Km/h em oito segundos.
O recorde de velocidade terrestre, na época, era de Ray Keech que fez a marca em abril daquele ano ao alcançar 336 Km/h com o White Triplex que usava dois motores de avião Liberty de 13,4 litros.
O Rak-2 foi um dos primeiros carros a utilizar asas.  

terça-feira, 19 de junho de 2012

Vídeo: A Fórmula 1 pelas lentes espanholas em 1972

Foi produzida pela TV espanhola em 1972, ano do primeiro título de Emerson Fittipaldi na F1. O vídeo, dividido em oito partes, mostra a parte técnica, humana e competitiva da categoria com ótimas imagens daquela temporada em circuitos como Nurburgring, Brands Hatch e Jarama.


Foto 91: Pinheiros

Independentemente onde foi tirada essa foto, no velho Osterreichring ou em Nurburgring, o que pode-se dizer é que ela é de uma beleza infindável. E para completar, Ronnie Peterson com a sua Lotus 72 em 1973

domingo, 17 de junho de 2012

24 Horas de Le Mans: Um passeio da Audi e mais uma vitória no bolso



O esquadrão da Audi: 11ª vitória em Sarthe
(Foto: Divulgação)
Para quem acompanha automobilismo com certa regularidade, não era muito difícil prever uma vitória da Audi em Sarthe. Não era necessário ser uma mãe Dinah da vida ou algum Robério de Ogum para sacar que a fábrica de Ingolstadt levaria a sua 11ª vitória nas 24 Horas de Le Mans. Sem a Peugeot, que se retirou das competições no início do ano por questões financeiras, a conquista da Audi nessa prova e no Mundial de Endurance já é cantada há tempos, mas vale lembrar que mesmo correndo “sozinha” a Toyota esteve surpreendentemente próxima dos carros alemães desde os treinos. Ou seja: qualquer descuido poderia ser traduzido numa derrota vergonhosa para dois carros zero quilômetro que estavam estreando na temporada. E Audi teve duas aulas de como não menosprezar o adversário em 2010 e 2011.
Mas isso não aconteceu claro. Dr. Wolfgang Ulrich comandou mais uma conquista da Audi com mãos de ferro, mantendo seus pilotos atentos sempre. As cinco primeiras horas de prova é que foram, na verdade, as mais intensas tendo a Audi a compania da Toyota, que esteve no encalço dos quatro carros alemães por todo esse tempo. Porém os acidentes, com curto espaço de tempo, limaram os japoneses da corrida: primeiro foi Anthony Davidson que acabou sendo abalroado por uma Ferrari na freada do fim da Mulsanne, e acabou decolando seu Toyota #8 e chocando-se, com violência, contra a barreira de pneus. Apesar de ter saído relativamente bem do acidente, foi constatado, mais tarde, que ele quebrara duas vértebras. Meia hora depois, exatamente após a saída do safety car, Kazuki Nakajima resolveu jogar para fora da pista o Delta Wing, Isso lhe custou avarias no Toyota #7 que, apesar de terem sido brevemente reparadas, forçou o abandono horas mais tarde. Para o Delta Wing-Nissan, a prova terminou exatamente após este acidente causado por Kazuki e a cena de esforço de Satoshi Motoyama para recolocar o carro de volta à corrida, já virou um dos marcos dessa 80ª Edição das 24 Horas de Le Mans, mostrando bem como é o espírito dessa corrida. Mais tarde a Toyota mandou que Nakajima fosse pedir desculpas à Nissan pelo acidente.
Apesar de a corrida ter se decidido nestes dois lances infelizes para a Toyota, a Audi enfrentou alguns contratempos: antes que Davidson voasse com seu carro, o Audi #3 bateu de frente na curva Posche e Romain Dumas, que estava ao volante, desceu do carro e arrancou todos os pedaços soltos e voltou para a corrida com um dos pneus tortos. Recolheu para os boxes, arrumou as avarias e voltou para a corrida com um bom número de voltas de atraso para os dois Lolas da Rebellion. Apesar do esforço do trio formado por Dumas/ Duval/ Gené, que descontaram voltas e mais voltas entre a noite e o dia, o erro de Marc Gené quando estavam já na quarta posição, o relegaram para o quinto posto. Desse modo uma possível quadra da Audi foi desfeita.
Outros dois Audis também sofreram algum tipo de incidente: Fässler rodou com o #1 no meio da madrugada, entregando a liderança de bandeja para o trio formado pelos senhores Mcnish/ Capello/ Kristensen. Este último, por exemplo, vem seguindo a sua nona vitória desde o ano passado quando Mcnish a desperdiçou muito cedo naquele pavoroso acidente na primeira hora de corrida. Dessa vez o escocês botou tudo a perder ao bater, sem grandes danos, na curva Indianápolis. Alan é um baita piloto de endurance, veloz, mas tem nele uma impaciência que, quando vem, coloca todo um trabalho no lixo. Fora todos estes contratempos, a Audi esteve absoluta em Sarthe e o trio formado por Lotterer/ Fässler/ Tréluyer levou o bi-campeonato da prova.
Para se destacar nessa corrida previsível, o desempenho sólido da Rebellion Racing que teve um dos seus carros na quarta posição com o trio Heidfeld/ Prost/ Jani e o experiente Pedro Lamy que conduziu o Corvete, versão 2011, da Larbre Competition a uma vitória espetacular na classe LMGTE-AM, mostrando que ainda é uma dos bons pilotos de Endurance do mundo.
Essa vitória da Audi é histórica, por sinal: é a primeira de um carro híbrido, tecnologia que já está sendo preparada por outras grandes fábricas como Mazda, Lotus, Porsche para o ano de 2014. Talvez, quem sabe, mais outras montadoras não resolvam investir no Endurance e desafiar o poderio da Audi, que conquistou a sua 11ª vitória em 13 participações. Uma aula de competência e tecnologia.
A edição de número 80 das 24 Horas de Le Mans se foi. Não pude acompanhá-la como fiz ano passado, mas tive a oportunidade de ler os pedaços dela via twitter e de ótimos blogs como do Rodrigo Mattar e do Paulo Alexandre Teixeira.
E como disse no twitter, quando a prova estava a poucos minutos do fim, a saudade começava a bater. E que venha logo 2013!

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...