quarta-feira, 28 de maio de 2014

Vídeo: Emerson Fittipaldi, 25 anos atrás

Foi a primeira vez que vi a Indy 500. Não em sua totalidade, pois nem sabia que existia a mítica corrida naquela época (tinha apenas seis anos!) e que os carros também corriam em círculos, e lembro de ter visto as últimas voltas e toda aquela tensão com o duelo entre Emerson Fittipaldi e Al Unser Jr. Foi uma bela descoberta para aquele garotinho que ainda estava na pré-escola. O problema era saber quando teria outra Indy 500, tanto que fui ver outra prova dessa apenas em 1992, aquela da histórica chegada entre o próprio Al Jr e Scott Goodyear - essa sim eu via de cabo a rabo, contando até com a famosa rodada de Roberto Guerrero na volta de aquecimento.
Mas voltando à 1989, foi uma descoberta e tanto. E foi melhor ainda quando lembrei de ter lido o nome de Emerson Fittipaldi numa edição da Quatro Rodas e que agora estava prestes a vencer naquele circuito. Também não tinha a mínima idéia da grandiosidade da Indy 500 que para o cara que a vencesse, equivale a um título mundial. Alguns anos mais tarde, com um pouco mais de raciocínio - exatamente em 1992 -, vi o quanto que era importante a conquista em Indianápolis.
A vitória de Emerson foi uma das tensas, com uma disputa roda a roda com "Little Al" que acabou sobrando para o jovem americano que se atrapalhou com os retardatários que iam à sua frente possibilitando a chegada de Fittipaldi, que não hesitou em colocar o seu Penske #20 do Team Patrick do lado de dentro para dividir a curva três. Um toque na roda traseira direita do Penske, fez com que o Lola fosse para o muro antes da abertura da última volta.
Emerson vencia a Indy 500 e mais uma vez, abria caminho para outros pilotos brasileiros se aventurassem por aquelas bandas. E o reforço viria no final da temporada, ao conquistar o título da CART. Mestre!

terça-feira, 27 de maio de 2014

Foto 348: Chicane

Antes que a FIA entupisse a maioria das pistas por onde a F1 passa - ou já passou - com chicanes, esse tipo de atitude já havia sido feito já há alguns anos, exatamente numa época em que a segurança era a última coisa a ser pensada.
A foto de encabeça este post é do traçado de Monza que foi utilizado para a realização do GP da Itália de 1936. Essas chicanes já haviam sido utilizadas para a edição de dois anos antes, quando eles preferiram reduzir a velocidade do traçado após a tragédia de 1933, quando morreram Giuseppe Campari, Baconin Borzacchini e Stanislav Czaikowiski durante a disputa do GP italiano. Mas agora o intuito era outro: frear a velocidade dos carros alemães que vinham arrasando os carros italianos em qualquer pista que passasse.
A idéia até surtiu algum efeito, tanto que Tazio Nuvolari se posicionou em terceiro ficando no meio de quatro Auto Union: Bernd Rosemeyer ficou com a pole, seguido por Hans Stuck Sr. e a segunda fila formada por Achille Varzi e Ernest Von Delius.
Apesar de Nuvolari ter dado combate à Rosemeyer, liderando as três primeiras voltas, a vitória acabou por ficar para o piloto alemão com o "Mantuano Voador" terminando em segundo e Von Delius fechando o pódio. A prova ficou marcada pelo acidente de Varzi, que falhou uma das chicanes e terminou acertando uma árvore após algumas capotagens. Achille teve apenas uma pequena concussão.
E as chicanes não foram páreo para as Auto Unions...

Vídeo: Jacky Ickx em Mônaco com a Auto Union

O vídeo foi feito durante o fim de semana onde teve o Grand Prix Historic realizado quinze dias antes do GP de Mônaco onde Jacky Ickx, ao volante de uma Auto Union, dá uma volta pelo traçado monegasco.
Muito bom o vídeo!

Foto 347: Especialistas


Ao vencer a prova de Mônaco, Nico igualou a marca de seu pai Keke de cinco vitórias na F1. O mais interessante de tudo é, que além do número alcançado, também tenha uma coincidência no tipos de circuitos onde venceram: o velho Rosberg conquistou vitórias na Suiça 1982; Mônaco 1983; EUA 1984 e 1985 e depois no final da temporada de 1985, na estreante Adelaide que acolheu o GP da Austrália. Ou seja, quatro circuitos citadinos (Monte Carlo, Dallas, Detroit e Adelaide).
Nico Rosberg chegou à sua primeira vitória na China 2012; venceu em Mônaco 2013 e mais tarde na Grã-Bretanha; e ganhou na abertura deste mundial na Austrália e repetiu a dose em Mônaco. Das suas cinco vitórias, três em pistas de rua (Monte Carlo por duas vezes e Albert Park). 
Sete vitórias para a família Rosberg neste tipo de circuito. 

Foto 346: Interlagos, 1973

Um pouco do velho Interlagos, durante o final de semana do GP do Brasil de 1973. Ronnie Peterson e sua Lotus 72D na "Subida do Lago" (atual descida do Lago), prova que ele viria marcar a pole com o tempo de 2'30'500 - dois décimos mais rápido que Emerson, que saiu ao seu lado no grid.
Ronnie abandonou a prova na quinta volta por problemas na suspensão. Emerson venceu, seguido por Stewart e Hulme. 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

GP de Mônaco – Na Mosca

(Foto: Reuters)
Para os que acompanham a F1, a vitória de Hamilton em Barcelona significava praticamente um check-mate nas pretensões de Rosberg para o título. Um pouco cedo para essa colocação, mas havia quem indicasse isso principalmente por Nico ter tentado de todas as formas superar Lewis nas corridas, especialmente no Bahrein e Espanha. Mas o GP de Mônaco teve uma reviravolta, onde as coisas voltaram a se equilibrar e que daqui em diante tende a ficar mais tensa.
O erro de Rosberg na classificação deflagrou um mal estar na equipe. Não por culpa do alemão, mas sim por causa da personalidade de Hamilton que encarou aquele lance de seu companheiro como proposital. Como escrevi no texto do último sábado, a manobra de Nico foi normal: ou ele passava reto, ou se estatelava na barreira de pneus. Sem contar que ele não teve nenhum acontecimento no passado que pudesse levantar suspeitas.
Isso levou Hamilton a cometer um erro em encarar essa situação como a que acontecera com Prost/Senna há mais de 25 anos. Vale lembrar que aquela era uma condição que ia muito além da equipe e pista. Havia o fator extra-pista que contribuiu muito para endossar aquela batalha que culminou nos dois acidentes de Suzuka. O momento atual é totalmente diferente. Sim, existe uma rivalidade por estarem com o melhor carro e não ter ninguém nessa disputa, mas querer resolver as coisas "A lá Senna" é um exagero total. Lewis devia ter guardado isso como uma motivação a mais para tentar superar Nico na pista com o seu inegável talento. Reclamou tanto que a até mesmo o possível cisco em um dos olhos, que tirou dele uma parte do rendimento dele, serviu de chacota.
Para Nico Rosberg a sua falha na volta veloz do sábado acabou sendo benéfica, uma vez que, mesmo sem querer, tirou o foco de Lewis deixando-o fora de seu controle normal. E como todos sabem, Hamilton costuma errar nestas condições.
O desenrolar dessa crise na Mercedes ainda vai render até a corrida do Canadá, mas Rosberg já colocou uma certa pressão no então reino feliz de Hamilton.

A corrida
(Foto: AFP)
Como em todo santo ano, há aqueles que sempre xingam a pista cravada em Cote D'Azur por não oferecer um lugar decente para ultrapassagens. O que mais me deixa satisfeito, como um fã daquela pista, é que alguns caras arrumam espaço para tal manobra: Sutil conseguiu uma par de ultrapassagens, não na mesma quantidade que conseguira em 2013, mas fez a sua parte. Mostrou que, tendo coragem e confiando amplamente no cara que vai a frente, dá para ultrapassar em Mônaco. Precisam apenas de coragem e boa vontade.
Ricciardo voltou a ser o melhor do resto e conseguiu andar no mesmo ritmo da Mercedes, ao menos na parte final. Mas o seu desempenho e de Vettel foi importante para mostrar uma certa proximidade da Red Bull para com os Mercedes, ao menos neste tipo de circuito.
Para a Ferrari restou contentar-se com a quarta colocação de Alonso, que teve problemas elétricos no início da prova. Raikkonen foi formidável na largada ao sair de sexto para quarto e depois subir para terceiro após a saída do SC. Quando parecia que Kimi lutaria pelo terceiro lugar com Ricciardo, um toque com uma das Marussias furou um dos pneus de seu Ferrari o jogando para o pelotão intermediário. Ao menos ele está bem próximo de Alonso neste momento.
De se destacar o sétimo lugar de Massa que fez uma prova de estratégia arriscada ao usar os pneus macio por um longo tempo, e só substituí-los após a saída do segundo SC. Alguns abandonos a sua frente o ajudaram a ganhar posições - inclusive o abandono de Bottas - e colocar um ponto final em uma sequência de azares. E claro que o resultado mais festejado foi o de Bianchi que levou a Marussia aos primeiros pontos na F1 e dele também. Fato que ficou ameaçado após um segundo Drive Through que levara por ter cumprido um outro DT durante o SC. Um oitavo lugar que também salva, e muito, o orçamento da Marussia.
Montreal verá, além desse duelo intenso entre Hamilton e Rosberg, uma possível aproximação de Red Bull e Ferrari que levarão para lá atualizações.

sábado, 24 de maio de 2014

GP de Mônaco - Classificação - 6a Etapa

Ultimamente não tem sido difícil adivinhar como será o grid de largada frente ao domínio solitário da Mercedes com seus dois pilotos. Assim como nas outras provas, Rosberg e Hamilton se degladiaram pela busca da pole que terminou à favor do piloto alemão numa manobra que está gerando uma série de discussões.
Por outro lado, apesar deste domínio prateado, foi possível ver uma aproximação da Red Bull com relação aos carros da Mercedes tendo em Ricciardo o seu melhor piloto a cerca de três décimos pior que a marca de Rosberg. Um avanço considerável para uma equipe que tem tomado cerca de 1 segundo nas classificações e tendo como posto de segunda melhor equipe do campeonato. Mas vale lembrar que o RB10 é mais aerodinâmico e isso facilita um pouco numa pista que exige muita carga aerodinâmica. E novamente Daniel a colocar tempo em Vettel. E aí fica a curiosidade de quando eles acertarem, se a ordem continuará a mesma.
A Ferrari também mostrou uma proximidade, mas da Red Bull. Alonso e Raikkonen até que mostraram uma certa força, mas o melhor balanceamento dos Red Bulls ficou evidente e jogou o duo ferrarista para a terceira fila. Em certo momento foi possível ver Fernando e Kimi lutarem na mesma casa decimal pela melhor posição. Será interessante essa batalha caseira.
Destacar o bom trabalho dos pilotos da Toro Rosso, com Vergne saindo em sétimo e Kvyat, que nunca tinha corrido numa pista de rua, chegar ao Q3 e largar em nono. Magnussen colocou tempo em Button mais uma vez, e sairá em oitavo enquanto que o inglês ficou em 12o.
Massa teve sua dose de azar ao ser acertado por Ericsson na entrada da "Mirabeau" no final da Q1, no momento em que ele havia dado espaço para o piloto sueco e este, muito mais rápido, errou e bateu no Williams. Felipe sairá em 16o e Bottas em 13o. Um dia não muito produtivo para o Tio Frank.

Sobre o incidente de Rosberg
Olhando as imagens, fica claro que Rosberg cometeu um erro na descida para a "Mirabeau" e, para não bater, preferiu escapar para área livre que existe naquele ponto. Com as bandeiras amarelas acionadas naquele lugar, Hamilton teve que tirar o pé em seguida abortaria a volta que podia lhe dar a pole.
Fica difícil julgar algo, mas a primeira vista ele veio muito rápido e assim que apontou naquela reta totalmente irregular, ele começou a "brigar" com o volante. Certamente bateria de frente e por isso preferiu jogar para a esquerda.
Li algumas opiniões onde alguns condenavam e outros defendiam Rosberg. Se a manobra tivesse sido feita por Alonso ou Vettel, teria uma unanimidade a favor de uma pilantragem. Mas vindo de Rosberg, a dúvida ficou instalada. Se Nico optou por dar uma sacaneada, ele foi muito mais esperto que Schumacher que atravessou a Ferrari na Rascasse em 2006 para que Alonso não tomasse a sua pole. Mas acredito que Nico não tenha feito isso. O erro vem desde o início do trajeto, após a saída do cassino.

O que esperar da prova?
Creio que será uma batalha tensa entre os dois Mercedes após estes acontecimentos e isso dará aos que vem atrás, uma chance de aproveitar um possivel entrevero dos dois prateados. Em condições normais, creio numa vitória de Rosberg, acompanhado por Hamilton e Vettel.

Resultado 
Grid de largada para o Grande Prêmio de Mônaco 
6ª Etapa

Pos Piloto                Equipe                  Tempo       Dif    
 1. Nico Rosberg          Mercedes              1m15.989s         
 2. Lewis Hamilton        Mercedes              1m16.048s  +0.059s
 3. Daniel Ricciardo      Red Bull-Renault      1m16.384s  +0.395s
 4. Sebastian Vettel      Red Bull-Renault      1m16.547s  +0.558s
 5. Fernando Alonso       Ferrari               1m16.686s  +0.697s
 6. Kimi Raikkonen        Ferrari               1m17.389s  +1.400s
 7. Jean-Eric Vergne      Toro Rosso-Renault    1m17.540s  +1.551s
 8. Kevin Magnussen       McLaren-Mercedes      1m17.555s  +1.566s
 9. Daniil Kvyat          Toro Rosso-Renault    1m18.090s  +2.101s
10. Sergio Perez          Force India-Mercedes  1m18.327s  +2.338s
11. Nico Hulkenberg       Force India-Mercedes  1m17.846s  +1.492s
12. Jenson Button         McLaren-Mercedes      1m17.988s  +1.634s
13. Valtteri Bottas       Williams-Mercedes     1m18.082s  +1.728s
14. Romain Grosjean       Lotus-Renault         1m18.196s  +1.842s
15. Pastor Maldonado      Lotus-Renault         1m18.356s  +2.002s
16. Felipe Massa          Williams-Mercedes                        
17. Esteban Gutierrez     Sauber-Ferrari        1m18.741s  +1.184s
18. Adrian Sutil          Sauber-Ferrari        1m18.745s  +1.188s
19. Jules Bianchi         Marussia-Cosworth     1m19.332s  +1.775s
20. Max Chilton           Marussia-Cosworth     1m19.928s  +2.371s
21. Kamui Kobayashi       Caterham-Renault      1m20.133s  +2.576s
22. Marcus Ericsson       Caterham-Renault      1m21.732s  +4.175s*

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...