segunda-feira, 25 de maio de 2015

Foto 518: Genial, Montoya!


Fotos de um momento espetacular na carreira de um cara que largou a F1 para seguir o seu próprio instinto, sabendo o que seria melhor para ele e família. Ainda tenho uma opinião de que ele deveria ter ido direto para a Indycar do que a NASCAR, mas como piloto de carro vive uma vida de desafios, lá se foi Montoya tentar a sorte num território tão bruto e cruel quanto a categoria que ele havia passado.
A sua volta ano passado para os monopostos tinha sido festejada, assim como a vitória em Pocono. Momento especial, mas este 2015 lhe reservava algo melhor: não bastasse a liderança isolada no campeonato, ainda teve essa coroação em Indianápolis após contratempos que o relegaram para o fundo do pelotão - como o toque com Simona de Silvestro, que danificou a parte traseira do seu carro, e uma passagem nos boxes no momento que este estava fechado para o trabalho de pit-stops, fazendo com que tivesse de dar outra volta e vir para os reparos. E o mais importante: não tomar nenhuma volta, o que arruinaria o seu trabalho todo.
A paciência em escalar o pelotão e se recolocar na briga a partir da segunda metade da prova, foi crucial. Travou duelos importantes com os Ganassi e também com seus parceiros de Penske - Will Power e Simon Pagenaud - e foi agressivo, ao passar com uma das rodas na grama para retomar a posição de Scott Dixon que até então era o favorito quase que disparado para vencer em Indianápolis, devido a sua performance quase que irretocável. As últimas voltas foram viscerais: enquanto que Dixon caía fora da disputa após descer para quarto, logo atrás de um impressionante Charlie Kimball, Power e Montoya se entregavam a duelo espetacular que se decidiu após Juan Pablo conseguir se adiantar a um retardatário que saía dos boxes naquelas derradeiras voltas, conseguindo atrasar um pouco o avanço de Will. Montoya conseguia vencer a Indy 500 pela segunda vez, quinze anos depois da sua primeira conquista pela Ganassi em 2000, quebrando um recorde que era de A.J.Foyt do maior período entre um vitória e outra no Brickyard (1967-1977).
Para Juan Pablo Montoya foi um dia especial, do mesmo modo que para a sua família. E todo esse esforço que foi feito pelo próprio Juan Pablo em deixar a Europa e voltar aos Estados Unidos e dar sequência à sua carreira num lugar mais tranquilo, pode ser coroado ao final da temporada da Indycar.
E estaremos torcendo, claro!

Foto 517: Um erro, mil julgamentos

Max ainda vai levar muita paulada nesta sua estadia na F1, principalmente por causa da sua idade e qualquer coisa que faça, será motivo de julgamentos intermináveis.
O acidente de ontem, para mim, foi mais um caso de acontecimento de corrida do que imprudência. Se você é um piloto arrojado, certamente tentará passar por aquela brecha que se abrira. Verstappen talvez tenha sido pego de surpresa com a freada de Grosjean para a Saint Devote e por isso acabou acertando a traseira do Lotus que continuou no GP.
Mas acho que apoiar apenas na idade do garoto, acaba sendo apenas um pretexto para colocar a indignação por este ter chegado tão jovem à Fórmula-1. E mesmo que tivesse chegado com vinte, vinte cinco anos, teria que aprender da maneira mais dura que é errando.
Como já dizia Juan Manuel Fangio, "Ninguém nasce sabendo. Todos nós aprendemos com o tempo".

Foto 516: Cavando a própria crise

As lições do ano anterior não parecem ter sortido efeito na Mercedes. Para quem tem uma memória muito boa, lembra-se perfeitamente das rusgas entre Hamilton e Rosberg que foram cessadas com longas reuniões de onde sempre se ouvia que "aquilo não voltaria acontecer". A famosa manobra de Nico na Mirabeau, um erro que até hoje gera opiniões distintas - e que vai atravessar os anos, afinal de contas ninguém sabe se foi erro ou de propósito - e o entrevero dos dois no final da Kemmel, que forçou a saída de Hamilton e onde o relacionamento de dois caras que se conheciam desde a infância, naufragou inteiramente. Naquela ocasião, Lewis saiu fortalecido de toda aquela encrenca e isso foi fundamental para que ele chegasse ao seu segundo título mundial, dominando amplamente Rosberg que parecia perdido naquela fase final do mundial.
O acontecimento de ontem em Monte Carlo poderiam muito bem ter sido contornado com um não de Hamilton para o chamado que recebeu para a troca de pneus no fim da corrida. Lewis tinha em torno de onze segundos quando o Safety Car foi acionado após o acidente de Verstappen e Grosjean, e até então não havia nada à respeito aos seus pneus se estavam desgastados. Fiquei surpreso quando vi o piloto inglês trocando os pneus e pelos cálculos seria impossível ele voltar à frente de Nico e Sebastian, principalmente porque o tempo total na parada de box em Mônaco era de 25 segundos em média. Ou seja, não precisaria ser um matemático de primeira linha em saber que não daria tempo de voltar na primeira colocação. E depois, num duplo desespero por conta do próprio piloto e Mercedes, ficou a dúvida se ele teria voltado na frente de Vettel e que foi logo rechaçada com repetições da FOM na hora em que saíra dos boxes com Sebastian seguindo logo à frente. E como todos sabem, passar em Monte Carlo não é fácil e mesmo com pneus novinhos ele ficou encaixotado atrás da Ferrari e ainda tinha de se cuidar para não perder a terceira colacação para Ricciardo que estava em grande forma.
Os erros em Monte Carlo foram de ambas as partes. Não dá para salvar a pele dos caras da Mercedes, assim como a de Hamilton e ele, com uma experiência de quase dez temporadas e dois mundiais na conta, deveria ter ignorado a ordem e ter aguentado o tranco naquelas últimas voltas. Se brincar, conseguiria até mesmo abrir uma vantagem que o deixaria em paz com relação à Rosberg. Este último, aliás, venceu pela terceira vez no Principado e de forma consecutiva, igualando à Graham Hill, Alain Prost e Ayrton Senna. Para quem estava praticamente dominado pelo companheiro no mundial, estas duas últimas provas foram revitalizantes para ele.
A Mercedes precisa corrigir estes pequenos erros. Foi assim que perdeu em Sepang para Vettel e Ferrari e numa dessas, se Rosberg quebra ou bate, poderia ter jogado o trabalho de um fim de semana todo pelo ralo. Apesar de ainda terem o melhor carro, a Ferrari não está tão longe e se os dois pilotos se deflagrarem numa batalha sem fim, Sebastian e Ferrari estarão à espreita para pegar a taça no fim do ano.  

sábado, 23 de maio de 2015

GP de Mônaco - Classificação - 6ª Etapa

(Foto: autosport.com)
Assim como tem sido nos treinos classificatórios desde o ano passado, a única dúvida é saber qual dos dois pilotos da Mercedes é que sairá na pole. Tanto Hamilton, quanto Rosberg, apresentaram ritmos bem fortes desde os treinos livres e nem mesmo a ótima volta de Vettel, que lhe garantiu a primeira colocação na terceira prática, assombrou os prateados. A verdade é que Rosberg é quem apareceu com um bom passo nas duas primeiras partes do classificatório, dando a entender que poderia engrossar a batalha contra Lewis.  Por outro lado, Nico acabou errando no fina da Q2 ao passar reto na Saint Devote e talvez isso tenha minado suas chances, pois quando estava na luta pela primeira colocação no Q3, cometeu o mesmo erro e ficou distante de uma possível disputa. Isso facilitou bastante a vida de Hamilton, que já havia feito uma volta    excepcional e apenas administrara na sua última passagem ao melhorar mais dois décimos.
Sebastian Vettel fez o que pôde e colocou a Ferrari na terceira colocação, mas a sua corrida terá que ser de bastante atenção: a presença da Red Bull com Ricciardo e Kvyat logo em seguida, pode ser um indício de trabalho pesado para o alemão. Os carros rubro-taurinos tem feito um bom trabalho até aqui e a marca alcançada por eles é menor que quatro décimos do tempo feito por Sebastian (Daniel ficou à quase dois décimos e Kvyat à três). O duelo pelo pódio será muito interessante amanhã.
Os dois pilotos da Toro Rosso também foram bem e pelo que fizeram nos treinos desde a quinta, são desempenhos que merecem bastante atenção. Assim como Perez, que sai em sétimo, que fizera um bom trabalho até aqui levando a Force India ao Top-10. Os Mclaren esperavam uma jornada melhor, mas Button ficou em 11º - posição herdada com a punição dada a Grosjean, que perdeu 5 posições - e Alonso, que deixou o treino ainda no inicio do Q2 com problemas, ficou em 16º, mas sairá em 15 - também beneficiado com a punição de Roman.
Para os "Felipes", o treino não foi dos melhores: Massa sairá em 13º - neste que foi o pior treino da Williams no ano, já que Bottas foi limado logo na primeira parte - e Nasr em 15º, fazendo o que pode com um carro sem atualização.

O que esperar da corrida

Como sempre, dependerá muito da largada. Mas acredito que Lewis sairá vencedor amanhã e com Vettel logo em seguida. Os dois erros de Rosberg podem comprometer a sua pilotagem - entendendo que talvez esteja ansioso por tentar superar seu companheiro -, mas não podemos descartar de modo algum um cara que pilotou impecavelmente e venceu em Monte Carlo nos últimos dois anos.    

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Vídeo: Indy 500 1993

A edição 77ª das 500 Milhas de Indianápolis, realizada em 30 de maio de 1993 e que marcou a segunda vitória de Emerson Fittipaldi no Brickyard e que pode ser lida aqui.

GP de Mônaco - Treinos Livres - 6ª Etapa



Lewis Hamilton: “Ótimo. Foi um bom dia até agora. Aqui é questão de entrar no ritmo o mais tempo possível e tem que ser bem específico com as mudanças de acerto que faz. Não são muitas. Hoje o equilíbrio não estava longe do ideal, então estávamos só mudando pequenas coisas para ganhar performance. Ainda tem o que melhorar, mas estou feliz.
A primeira sessão foi realmente positiva, muito boa mesmo. E essa última também.
Eu dei uma volta na chuva. As linhas brancas, que foram pintadas de preto, estão mais escorregadias do que nunca. A tinta preta que colocaram ficou mais lisa que a branca. Ainda é a pista mais difícil de andar no molhado.
De qualquer forma, estou feliz com o acerto, mas há coisa que posso melhorar em cima disso e também na pista”.


Nico Rosberg: “Não foi o dia perfeito hoje, especialmente com esse tempo. Ninguém viu a chuva chegando, senão teriam colocado supermacios logo, então fomos pegos de surpresa. Mas deu para ver que o carro é rápido.
Tenho de ir melhorando na quinta, no sábado e então arrebentar na classificação.
Estamos confiantes de que vai, porque fizemos no ano passado e nada é diferente. É mais uma questão de acertar o carro e fazer uma boa classificação”.


Sebastian Vettel: “Nós esperamos descobrir no domingo. Até lá, obviamente, é difícil prever. No entanto, acho que devemos estar próximos aqui outra vez, embora, obviamente, é a natureza da pista e todos estão um pouco mais próximos. Não acho que possamos pegar Mônaco como referência, mas, claro, acho que estamos mais próximos.
É o que é e é o mesmo para todos. Obviamente, quando chove e nós sabemos que a previsão é melhor para os próximos dias, nós não tendemos a rodar, mas acho que o carro parecia ok. Nós não rodamos muito nessa manhã — e fizemos uma saída de tarde —, mas parece estar ok. Obviamente, teremos de esperar para ver no sábado.
Claro que estava bem escorregadio — escorregadio demais para realmente aproveitar bastante, mas acho que foi útil completar algumas voltas no início. Não tem muito sentido em fazer mais já que, obviamente, nós não temos pneus ilimitados então, se chover outra vez, podemos precisar deles.
Para ser honesto, não perdemos muita coisa. Nós queríamos testar algumas coisas na segunda saída e aí fazer um long-run, mas ninguém conseguiu fazer isso. É uma pena não ter ideia do pneu supermacio, mas acho que vamos ver no sábado”.


Max Verstappen: “Foi um bom dia. Procurei ir de forma gradual no primeiro treino porque tudo era novo para mim, mas eu me senti muito bem no carro de forma imediata. Isso me deu muita confiança, e terminar o treino da manhã em segundo me fez sentir ótimo.
Na parte da tarde, foi uma pena porque choveu e não pudemos completar tantas voltas como queríamos, mas, ainda assim, terminar em sétimo não é ruim, então estou muito feliz com meu primeiro dia guiando aqui em Mônaco”.


Felipe Massa: “Eu acho que não foi um grande dia. Andamos muito na primeira sessão, mas não muito na segunda por causa da chuva. Não testamos o supermacio, então é uma ‘meia’ compreensão do carro.
Eu acho que o único problema que tivemos hoje foi para aquecer os macios. Não andamos com o supermacio, espero que possa ser melhor para o nosso carro e que esteja mais quente também”.


Felipe Nasr: "Não foi um dia fácil para nós. Pela manhã, foi difícil fazer os pneus dianteiros funcionarem de forma adequada. Isso foi influenciado pelas baixas temperaturas e também pela falta de downforce. No TL2, fizemos algumas voltas antes de a chuva começar.
Nós identificamos que a nossa principal limitação no momento é falta de tração. Precisamos melhorar isso para sábado".

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Vídeo: Indy 500 1987

A 71ª Indy 500, disputada em 24 de maio de 1987, foi uma das mais surpreendentes da década de 80, após ficar claro que a vitória seria de Mario Andretti devido a sua belíssima performance na corrida, mas problemas mecânicos o traíram no final de a vitória foi de presente para outro mestre das 500 Milhas: Al Unser Snr.
A verdade é que Al Unser nem correria esta edição, mas foi chamado pela Penske para substituir Danny Ongais que havia tido uma concussão após um acidente. Sem patrocínio e sem ter testado adequadamente, Unser assumiu o volante de um March Cosworth - com um ano de defasagem para os demais modelos da marca -  e classificou-se na sétima fila, em 20º, ao lado de Derek Daly e Tom Sneva.
Mario Andretti havia dominado amplamente as atividades em Indianápolis - até mesmo a famosa disputa de pit-stops entre equipes ele tinha ganho - e estava confortavelmente na liderança da prova e quando faltavam 25 voltas para o fim, problemas de alimentação do combustível fez com que o ítalo-americano abrandasse o ritmo para depois ir aos boxes, deixando o caminho aberto para que Roberto Guerrero - que fazia uma corrida muito boa, apesar de estar uma volta atrás de Andretti - assumisse a ponta. O colombiano fez bem o seu papel, mas ao parar no boxes para o seu último pit-stop, verificou-se que este tinha problemas na embreagem e câmbio. Isso fez com que Guerrero perdesse quase uma volta para Al Unser - que até seis voltas atrás era carta fora do baralho, pois possuía duas voltas de atraso para Andretti.
Com Roberto recuperando quase uma volta perdida ele passou a caçar Al Unser, mas uma série de bandeiras amarelas acabou ajudando o velho Unser a vencer a Indy 500 pela quarta vez, tornando-se o mais velho a vencer a prova com 47 anos.
O mês de maio contabilizou um total de 25 acidentes nos treinos e dois acidentados com gravidade - Danny Ongais com concussão cerebral e Jim Crawford que teve sérios ferimentos nas pernas, sendo substituído por Gordon Johncock.
Um espectador acabou morrendo após ser acertado por um pneu solto do carro de Gary Bettenhausen, que acidentara na volta 130. O pneu vôou para a arquibancada após o carro de Roberto Guerrero ter colidido nele. O espectador Lyle Kurtenbach sofreu sérios danos na cabeça e foi declarado morto no Hospital Metodista de Indianápolis.
O detalhe mais interessante nesta vitória de Al Unser, é que o March que ele utilizara estava exposto em um hotel na Pensilvânia. De um simples adorno, para uma conquista histórica no Brickyard. 

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...