sábado, 6 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
Foto 558: Back to Black
E hoje a Renault apresentou o seu RS16, carro com qual a fábrica marca o seu retorno à F1 como equipe e que terá a seus serviços a dupla Jolyon Palmer e Kevin Magnussen.
Mas o que chamou mesmo a atenção foi a coloração do carro: preto com pequenos detalhes em amarelo, que inicialmente será usado apenas nos testes da pré-temporada.
E foi na hora que lembrei de outro carro negro da fábrica gaulesa: durante os testes para a sua primeira aparição na F1, eles usaram um Alpine A5000 com o motor Turbo que eles usariam em 1977. Jean Pierre-Jabouille foi o responsável pelo desenvolvimento do motor naquela ocasião, ao testar incansavelmente em Paul Ricard, Dijon e Jarama. Mas em 1977, quando estrearam na categoria, eles passaram a usar o amarelo com faixas na altura do cockpit em preto. Quem sabe eles não façam o mesmo agora, quase quarenta anos depois...
Sobre a Renault, fico com a impressão que usaram estes dois últimos anos a Red Bull como uma espécie de laboratório, exatamente para tentar solucionar os problemas que o novo motor turbo híbrido viesse apresentar. Mas isso é apenas uma opinião deste que vos escreve...
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
Foto 557: Semente
Acho que para alavancar algo em certos lugares – leia-se
países – é preciso ter uma referência, só deste modo é que as coisas podem
fluir normalmente e virar uma febre.
Foi assim com a Fórmula-1 por aqui quando
Emerson Fittipaldi apareceu repentinamente na categoria e passou a vencer com
freqüência, até que chegasse aos seus títulos mundiais. Por mais que a
experiência com o Fittipaldi Copersucar não tenha alcançado os sonhos que eles
(irmão Fittipaldi) alçaram, a semente já havia sido semeada e germinaria
rapidamente com a aparição de inúmeros pilotos brasileiros na categoria até que
culminasse nas conquistas de Nelson Piquet e Ayrton Senna. E isso teve certa
prorrogação com Rubens Barrichello e Felipe Massa. Emerson também contribuiu
muito para a popularização do automobilismo norte americano com a sua ida para
a Indycar nos anos 80, causando o mesmo efeito e abrindo o caminho para outras
gerações que viram suas vitórias e título na categoria, isso sem contar suas
duas conquistas na mágica 500 Milhas de Indianápolis. André Ribeiro, Christian
Fittipaldi, Gil De Ferran, Helio Castroneves, Tony Kanaan e tantos outros que
passaram e venceram – e continuam vencendo – por lá, tem muito que agradecer
por esta “descoberta” de Emerson.
As provas de endurance por aqui ainda engatinham: as pessoas
vêem as corridas com certa curiosidade, mas ainda não as encaram como provas da
nata automobilística. Ainda tem em suas mentes que a Fórmula-1 ainda é o grande
reduto do esporte a motor, onde que, para alcançar o olimpo dessa modalidade,
você precisa vencer lá para mostrar que é o melhor do resto. A categoria ainda
tem essa áurea, isso não podemos discutir, mas faz um par de anos que a
Fórmula-1 tem perdido seu espaço no coração dos espectadores e também na
preferência do pilotos. Para os fãs, o domínio único de uma equipe, os
regulamentos cada vez mais confusos e a falta de competitividade têm os
deixando mais insatisfeitos e por isso migraram suas atenções para outras
categorias como a NASCAR, WEC e provas de turismo. Para os pilotos que
almejavam chegar na categoria máxima, seus sonhos foram ficando pelo caminho a
partir do momento que as vagas na equipe passaram a ser leiloadas ao invés de
investirem pesado no talento natural, que muitos certamente tinham. Por isso que
hoje, ao invés de tentarem chegar na F1 com caminhões de dinheiro, eles se
viram para outras praças onde os lugares podem até ser comprados, mas por
quantias bem mais modestas do que na F1. Ou acabam tendo seu talento
reconhecido e ingressam em equipes onde possam ter reais chances de conquistar
vitórias e até títulos, coisa que na F1 só conseguiriam se tivessem um bom
dinheiro, ou numa equipe de ponta – que contasse com suas escolinhas – ou até
mesmo um padrinho muito influente na categoria.
Pipo Derani mostrou neste fim de semana em Daytona que a as escolha em se aventurar no mundo dos protótipos tem sido a melhor: não podemos negar o talento deste piloto brasileiro ao volante destes carros da LMP2, que já fora visto anos atrás nas 4 Horas de Estoril, válido pela ELMS, e depois nos seus serviços prestados na LMP2 do WEC em 2015. Fazendo parte da equipe Tequila Patrón ESM, ele assumiu o Ligier JS P2 em seus turnos e deu todo seu potencial para abrir caminho a uma vitória inédita da equipe nas 24 Horas de Daytona, assim como de um modelo LMP2 e também da Honda em solo americano. E claro, para ele também, do alto de seus 22 anos, já carrega uma vitória numa das mais clássicas provas de endurance no mundo. E certamente, nesta crescente dele, outras oportunidades aparecerão e ele poderá aumentar este cartel.
Para o automobilismo brasileiro os demais representantes
também contribuíram para esta que foi a melhor edição para o pilotos daqui:
Rubens Barrichello, que ingressou na equipe da Wayne Taylor na semana da prova,
fechou na segunda posição junto de seus companheiros. E a equipe teve boas
hipóteses de vitória, mas não contavam com um passo espetacular de Pipo Derani
com o Ligier da ESM. Igualmente a Action Express também estava com chances de
dar a Christian Fittipaldi a oportunidade de chegar a sua terceira conquista em
Daytona, mas problemas mecânicos acabaram deixando-os de fora do pódio ao
terminar em quarto. Tony Kanaan, pela Chip Ganassi, era outro com boas chances,
mas o Riley DP também teve seus contratempos por causa de problemas nos freios
e mais tarde por conta de um acidente quando Kyle Larson estava ao volante,
fazendo com que eles terminassem em sétimo na classe dos Protótipos e em 13º no
geral. E ainda tivemos representantes na competitiva GTLM: Daniel Serra, a
serviço da Scuderia Corsa, que estreava a Ferrari 488 GTE, fechou em quarto na
classe e Augusto Farfus, sempre com a BMW, foi o quinto com a M6.
Enquanto que esta edição entra para a história do
automobilismo nacional com mais este triunfo brasileiro em Daytona, acredito
que mais uma vez a semente foi semeada. A escolha mais do que certa de Pipo
Derani em seguir uma carreira num mundo desconhecido para a maioria do público brasileiro, dá uma chance para que novas gerações também olhem para as provas
de endurance com mais atenção. Os esforços de pilotos como Oswaldo Negri Jr. e
Christian Fittipaldi, os melhores pilotos brasileiros no mundo das provas de
resistência, ganhou um reforço e tanto com esta vitória de Derani e se as
coisas começarem a engrenar, podemos formar uma nova legião de pilotos
nacionais invadindo estas corridas, assim como foi nos tempos de Emerson na F1
e Indycar.
E pra você que ainda resiste em assistir as provas de
endurance, reveja seus conceitos: veja alguns vídeos desta edição, de edições
passadas desta prova e de outras corridas. Isso certamente abrirá seu “apetite”
por estas corridas sensacionais, com carros da mais alta tecnologia desde os
protótipos até os GTs.
E para você que não gosta de endurance, meus pêsames! Não
sabe o que está perdendo.
Mas ainda é tempo de reverter. Afinal, as sementes já foram plantadas.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Foto 556: Gelando
E pelo jeito não foi apenas Keke Rosberg quem teve a idéiade usar gelo para aliviar o inferno que foi o GP de Dallas, 1984: vendo que a
alta potência dos F1 e das categorias de suporte combinando com o forte calor
que fez naquele final de semana, os organizadores tiveram a idéia de espalhar
gelo em alguns pontos do traçado para gelar os trechos mais críticos e conter a
alta deterioração daquelas partes.
Sem dúvida o GP de Dallas é um dos mais interessantes
daquela década de oitenta, exatamente por conta da situação caótica que foi
aquela edição.
O click é Dale Kistemaker.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
Vídeo: O teste do Ford Escort RS1800
Björn Waldegard e Hannu Mikkola testando o Escort RS1800 em 1978, na Suécia. Aos três minutos vemos também o Ford Fiesta 1600, que foi utilizado por Ari Vatanen.
A Ford terminou o Mundial de Rally de 1978 na segunda posição com 100 pontos, trinta e quatro a menos que a FIAT que sagrou-se campeã de construtores com o FIAT 131 Abarth.
O campeão entre os pilotos foi Markku Alén (FIAT 131 Abarth) com 52 pontos.
O vídeo foi originalmente postado no blog Zona Rápida.
A Ford terminou o Mundial de Rally de 1978 na segunda posição com 100 pontos, trinta e quatro a menos que a FIAT que sagrou-se campeã de construtores com o FIAT 131 Abarth.
O campeão entre os pilotos foi Markku Alén (FIAT 131 Abarth) com 52 pontos.
O vídeo foi originalmente postado no blog Zona Rápida.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
Foto 555: Mais criatividade, por favor...
O March 751/4 em Silverstone, 1975 |
Apesar de as regras para 2017 mostrarem que os carros da
Fórmula-1 possam voltar a sua forma de 19 anos atrás - com pneus e carros mais
largos - ainda sim temos nossas dúvidas se isso será o suficiente para a
categoria ganhe em competitividade, o que poderia trazer de volta o interesse
do público para a competição.
Ainda vejo que a solução inicial para que as coisas se
restabeleçam – ou que comecem a restabelecer em médio prazo – seria a liberdade
para a criação nos carros. Um regulamento engessado como o da F-1, onde o projetista precisa
seguir a linha estética imposta pela FIA, sem poder criar algo revolucionário, deixa
os carros com ligeiras mudanças que só podem ser percebidas por aquele fanático
torcedor ou até mesmo por um engenheiro. As coisas andam tão iguais, que se
pintassem os carros de branco, certamente teríamos dificuldade em saber de qual
equipe é.
Uma época boa - onde as descobertas eram quase que diárias
na categoria - foi a década de 70: a cada corrida uma novidade era apresentada,
até mesmo por equipes que não lutassem diretamente pela vitória – como o caso
do March 751/4 que encabeça esta postagem, onde Robin Herd, então projetista da
equipe, usou duas “bandejas” na parte de trás do carro para melhor usar o fluxo
de ar que as rodas traseiras expeliam. Podem ter achado uma bizarrice, assim
como também devem ter achado naquela época, mas o fato mesmo é que naqueles
anos isso era altamente comum. Regulamento mais aberto, deixava o espaço para a
criatividade, mesmo que não surtisse efeito algum. No caso deste March, Vitorio
Brambilla utilizou essa novidade em Silverstone – GP da Grã-Bretanha, 1975 – e
o resultado não foi de todo mal: largou em quinto e terminou em sexto. Outro
exemplo claro de inovação - devido a essa liberdade de criação – é a Tyrrell
P34 de seis rodas de Derek Gardner, que foi criada exatamente para diminuir o
arrasto na dianteira do carro com a adoção de quatro rodas de dez polegadas
cada. Apesar de sua vida longa – duas temporadas e apenas uma vitória na
Suécia, 1976 com a direito à dobradinha – o P34 foi deixado de lado, mas sem
dúvida é um dos carros mais comentados da história da categoria exatamente por
conta de seu aspecto único.
Dar aos atuais projetistas da F1 a chance de criar novos conceitos
para os carros atuais seria uma saída e tanto. Não deixá-los apenas com a
chance de hora ou outra encontrar raríssimas brechas no regulamento, onde
conseguem dar uma sobrevida para uma simples construção do carro,
transformando-o num bólido diferente dos demais, trará mais uma vez a
oportunidade para que os fãs vejam carros inteiramente novos e diferentes de seus
irmãos, com conceitos caros ou baratos que possam elevar a competição ao um
nível altíssimo como nos anos 70/80.
É apenas um livre devaneio, apesar de saber bem que a
categoria está longe de seguir tal idéia.
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