segunda-feira, 25 de julho de 2016

WEC: Vitória para a Porsche em Nurburgring, mas com a Audi na cola

Era de se esperar um retorno em grande estilo do WEC após um mês daquele desfecho cinematográfico em Sarthe. A Porsche teve mais uma vitória para a sua sensacional coleção desde que retornou a classe principal, mas temos que dizer, também, que esta não foi das mais fáceis: a Audi conseguiu se redimir do desastroso final de semana em Le Mans para brindar o público em Nurburgring ao desafiar a sua co-irmã Porsche durante as seis horas de prova.
Se os dois Audis conseguiram dominar as ações no início da corrida, a Porsche conseguiu virar o jogo logo após a intervenção do FCY (Full Corse Yellow) e entregar ao seus dois carros a possibilidade de vencer e até mesmo formar uma dobradinha. Mas um jogo de equipe da fábrica de Weissach, para tentar proteger o 919 Hybrid #2 (Romain Dumas/Marc Lieb/ Neel Jani) - que lidera o campeonato de pilotos - acabou servindo como um castigo para eles, uma vez que os comissários usaram o toque traseiro que o carro #2 acabou dando no Porsche #88 da GTE-AM para punir o trio porschiano. Ao menos ainda conseguiram ficar em quarto.
Já a Audi conseguiu um desempenho sensacional nesta etapa, e era algo preciso para eles depois do que aconteceu em Le Mans. Uma boa velocidade que ficou evidente na classificação e que foi confirmada durante a prova a ponto de atacar as Porsches por um bom tempo. Isso dá a eles uma boa oportunidade de se confirmarem como a segunda grande força, uma vez que Toyota, de quem esperávamos muito para esta etapa, depois de sua apresentação em Sarthe, foi bem abaixo da média. Mas talvez o fato de usarem uma configuração de ultra downforce para esta etapa, explique o porque de terem ido tão mal frente as suas rivais mais diretas.
Entre os LMP1 privados, nenhuma surpresa: os dois Rebellions continuam a sua luta solitária nesta classe, uma vez que a By Kolles teve mais uma vez incêndio em seu CLM P1/01 #4, assim como acontecera em Le Mans - aconselharia a equipe a andar com um caminhão de bombeiros logo atrás...
Na LMP2 a vitória ficou para o #36 da Signatech Alpine, mas não foi tão fácil: teoricamente o #26 da G-Drive poderia ser o carro a ter terminado no lugar mais alto do pódio, caso um problema na embreagem não tirasse o trio Roman Rusinov/ René Rast/ Alex Brundle da prova na quarta hora. Na segunda e terceira posições aparecem dois Ligier JSP2: o #43 da RGR Sport by Morand e o #31da ESM.
Na LMGTE-PRO a maioria apostava numa conquista da Ford com seus GTs, uma vez que o grande domínio do carro americano em Le Mans foi grande. Mas os problemas mecânicos acabaram alijando-os da briga pela vitória no decorrer das horas. Melhor para as Ferraris da AF Corse que fizeram a dobradinha, com o #51 vencendo a classe, seguido pelo gêmeo #71 e pelo #95 da Aston Martin, que fechou em terceiro após uma boa prova da fábrica que usufruiu bem da mudanças realizadas antes dessa etapa.
Na LMGTE-A, vitória para o #98 da Aston Martin que foi seguido pela Ferrari #83 da AF Corse e em a terceira colocação ficando para o Corvette #50 da Larbre Competition.O Porsche #78 da KCMG terminou em segundo, mas foi desclassificado por conta da altura do carro que era irregular.
Abaixo fica os melhores momentos da prova.

LMP1

LMP2

LMGTE-PRO

LMGTE-AM

domingo, 24 de julho de 2016

GP da Hungria: World Championship of Punishments

Sabemos bem que a pista húngara não é das melhores para exaltar as qualidades dos pilotos, que podem, através disso, proporcionar um melhor espetáculo para aqueles que assistem. Foram poucas as provas que marcaram época, ou até mesmo lances: a famosa ultrapassagem de Piquet sobre Senna na primeira edição, em 1986; a recuperação, acompanhada de grande ultrapassagem sobre Senna, de Mansell em 1989; as voltas hipnóticas de Michael Schumacher para superar e vencer as Mclarens em 1998; a caótica e marcante edição de 2006, numa das raras vezes em que a chuva deu as caras e nos brindou com pilotagens de mestre de Alonso e Michael Schumacher e ainda contando com a primeira vitória de Button; o entrevero de Alonso e Hamilton em 2007 e a genial vitória de Ricciardo em 2014, é alguns dos momentos que ainda salvam estes trinta anos de existência de Hungaroring. Mas, infelizmente, a natureza de um circuito que era pra ser um dos mais modernos da F1 na época de sua entrada do calendário, acabou sendo um kartódromo em tamanho família que precisa de condições climáticas variáveis para que proporcione momentos de maior emoção. Fora isso, é uma pista interessante apenas no videogame.
A questão deste fim de semana na Hungria repousa exclusivamente na atuação dos comissários desportivos que não tiveram uma jornada das melhores. Pegando do sábado, quando Rosberg ignorou as bandeiras amarelas no finalzinho do Q3 - devido uma rodada de Alonso - e passou para conquistar uma polêmica pole. Teoricamente, deveria perder a pole, mas sabe lá qual foi o argumento que ele e a Mercedes usaram para conseguir convencer os comissários - quando vi o vídeo, Rosberg tirou o pé assim que viu a sinalização, logo após a chicane, e quando virou para a esquerda, a sinalização não estava mais lá, o que fez o alemão ter pouco tempo de desaceleração. É algo bem discutível.
Não bastasse isso, ainda tivemos uma caça para com aqueles que passassem na faixa branca da área de escape. Isso fez com que Daniil Kvyat soltasse o verbo contra essa regra, ao afirmar - e com razão - que era melhor arrancar o asfalto e voltar com a grama e brita. Durante a corrida foi normal vermos que Verstappen, Vettel e Alonso, recebessem chamadas por conta de ultrapassarem os limites da pista. Outro fato que acabou acontecendo foi a punição dada a Jenson Button, quando este recebeu algumas informações via rádio fazendo com que a FIA entendesse que aquilo fosse orientações da Mclaren para com seu piloto. O pobre Button já estava se arrastando com vários problemas em seu carro, e o Drive Through não alterou em nada sua corrida que já estava prejudicada. O lance onde a Mercedes pareceu orientar Hamilton no momento que este perdia terreno para Rosberg e Ricciardo, não teve nenhum tipo de ação por conta dos comissários o que mostra o quanto que estão confusos.
A verdade é que este fim de semana apenas deixou mais latente toda uma situação que acompanhamos já a algum tempo, que é o excesso de punições - em condições até mesmo descabíveis - e a falta de uso delas em algumas condições.
Portanto, o fato de ter uma equipe dominante, que ganha quase todas as provas do ano ou corridas sem nenhum tipo de emoção, são apenas detalhes que acontecem na F1 a tempos. Mas as confusões causadas pelos comissários da categoria, acabam sendo o grande câncer da categoria no momento.

sábado, 23 de julho de 2016

WEC: Resumo da classificação para as 6 Horas de Nurburgring

E aí fica um breve resumo do que aconteceu de melhor na classificação que definiu o grid de largada para as 6 Horas de Nurburgring.
De se destacar a grande performance da Audi, que cravou a primeira fila com seus gêmeos R18 tendo o #7 a ficar com a pole.
Na LMGTE-PRO, depois do massacre apresentado pela Ford e Ferrari para com os demais em Sarthe, foi apresentado durante a semana o BOP para tentar nivelar as coisas naquela categoria. A aparente vantagem conquistada pela Aston Martin - que ficou bem longe da disputa pela vitória em Le Mans - nessa equalização, parece ter surtido efeito: o carro #95 da Aston Martin conseguiu a primeira pole do ano, fazendo bom uso da estratégia - uma vez que a pista estava entre molhada e úmida, e que depois secaria - para superar os Ford GT.
A prova terá início às 8:00 da manhã, horário de Brasília.


LMP
(Clique para ampliar)


LMGTE
(Clique para ampliar)

Volta Rápida, 7 anos

E hoje o blog chega ao seu sétimo ano de existência, e sempre nesta data comemorativa sempre penso que o blog foi além do que eu imaginava.
Claro que teve épocas bem melhores por estas bandas, mas de um ano para cá dei uma boa diminuída nas postagens. Por outro lado, sempre tenho o que me orgulhar pelo trabalho feito nestas temporadas de F1 e do WEC, especialmente na época das 24 Horas de Le Mans, que são escritas com certo esmero. Em contrapartida, preciso retomar as sequências de postagens aqui para dar ao blog uma melhor visibilidade.
Este ano também é importante: em março completou 20 anos que comecei a anotar tudo que podia sobre as corridas em cadernos, tal exercício que foi até 2009 no exato momento em que este blog foi criado.
No geral, o que resta mesmo é agradecer a presença de vocês por aqui mesmo que seja de forma rápida.
Para este que vos escreve, resta apenas a missão de recolocar este espaço novamente nos trilhos.
Sobre a foto, Carlos Reutemann em Mônaco 1976 com a sua Brabham.

domingo, 17 de julho de 2016

Foto 585: Reims, 1938

Manfred von Brauchitsch e sua Mercedes W154 durante o GP da França, disputado em Reims, prova que acabou vencendo.
Foi a corrida que a Mercedes conseguiu aproveitar-se integralmente da sua superioridade mecânica e técnica, uma vez que a Auto Union, que estreava seu Type D, não estava em melhor forma e sem um piloto de grande classe naquela ocasião - além de perder Bernd Rosemeyer num acidente fatal em janeiro daquele ano, Hans Stuck tinha saído da equipe -, entregou três carros para Rudolf Hasse, Hans Miller e Christian Kautz, que não foram páreo para o poderoso trio da Mercedes.
Completaram o pódio, Rudolf Caracciola e Hermann Lang, formando, assim, a trinca da Mercedes na prova.
Para a Auto Union, restou recontratar Stuck e trazer para a sua fileira Tazio Nuvolari, que sofria há tempos na Alfa Romeo.

Foto 584: Bianchi

O grande dia de Jules Bianchi e da Marussia na Fórmula-1, quando conseguiram a nona posição no GP de Mônaco de 2014 marcando, assim, os primeiros pontos dele e da equipe na categoria.
Hoje completa um ano da morte do jovem francês, após uma luta de nove meses em coma profundo devido as lesões cerebrais do acidente em Suzuka, no GP do Japão de 2014.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Foto 583: O grande duelo até aqui



Para quem acompanha o mundial desde a pré-temporada, sabe que a esperança maior para mudar um pouco as ações durante as provas era depositada especialmente sobre a Ferrari, devido ao grande desempenho oferecido nos testes. Mas como bem sabemos, os testes tendem a ser mentirosos, mas até a prova da China a Ferrari parecia muito forte e próxima da Mercedes o que nos levava a crer que as evoluções que cada time levasse para as provas seguintes, seriam como movimentos de peças num jogo de xadrez. Mas para a maior surpresa, ou nem tanto assim, o fator Red Bull, que andou apagado em 2015, ressurgiu bem já na prova da China. E de lá para cá, tem sido uma pedra enorme no sapato da Ferrari e também um pedrisco que vira e mexe incomoda a Mercedes. Como bem falou Luca Di Montezemolo ano passado, a boa fase que a Ferrari passava naquele momento era mais fruto da queda de rendimento da Red Bull e Williams, do que de um salto enorme de qualidade. De certa forma eles melhoraram, mas talvez não tanto assim como imaginassem.    
Foram os mais variados problemas do time até aqui e claro que os mais graves repousam estritamente as falhas no câmbio e também nas estratégias, que tiraram especialmente de Sebastian Vettel, a possibilidade de vencer algumas etapas que poderiam deixá-lo em melhores condições de tentar se aproveitar da fase complicada que Mercedes tem enfrentado com a guerra entre seus dois pilotos. Mas outro ponto importante é que o SF16-H tem perdido terreno para o RB12 da Red Bull de forma progressiva. Porém, assim como o carro italiano, os austríacos também tem tido os seus altos e baixos nessa ascensão como vimos bem em Baku e Montreal, o que ajudou bastante a manter a Ferrari em segundo no Mundial de Construtores até aqui. Desde a prova da China é que temos observado bem este duelo pelo segundo escalão: a segunda posição de Ricciardo no grid, mais a sua inicial apresentação, andando no mesmo ritmo das Mercedes (até o furo no pneu que o jogou para o fundo do pelotão) e a terceira posição de Kvyat, mostrou a real evolução de um carro que parecia não estar tão próximo assim da Mercedes e Ferrari nas etapas iniciais. Para a Ferrari, o real confronto com a Red Bull se deu em Barcelona quando o duo da Mercedes resolveu resolverem as diferenças ainda nos primeiros quilômetros de prova e se auto eliminando, deixando caminho aberto para uma luta de gigantes entre ferraristas e rubro taurinos. Apesar das estratégias de box terem jogado os reais pretendentes a vitória – Vettel e Ricciardo – para terceiro e quarto, respectivamente, Verstappen e Raikkonen se encontraram com reais chances de conquistar aquela prova. E foi um momento propício para que observássemos como as coisas poderiam acontecer dali em diante: com um carro com muito mais carga aerodinâmica, dava a Max a vantagem de se defender dos ataques de Raikkonen quando ambos chagassem a grande reta aproveitando integralmente da melhor eficiência do RB12 nos dois últimos trechos mais sinuosos da pista espanhola. Não era muito difícil ver que o jovem holandês conseguia estilingar bem da saída da chicane para ingressar na reta feito um raio e quando Raikkonen conseguia alcança-lo, já estava em cima da zona de frenagem. Nem mesmo o uso da asa móvel ajudava. Para Ricciardo era o inverso: se ele conseguia aproximar-se de Vettel nos trechos já citados, no decorrer da grande reta Sebastian conseguia abrir bem a diferença. Mesmo assim, Daniel ainda conseguiu arriscar-se no seu melhor que é “mergulhar por dentro e seja o que Deus quiser”. A prova espanhola é um bom resumo para se ver em que pé estão as duas equipes.
Mônaco foi outra demonstração clara de como a Red Bull está bem: Ricciardo não apenas conquistou uma pole sensacional, como também esteve em grande forma naquele dia no Principado ao desafiar de forma imponente a Mercedes de Lewis Hamilton. Não fosse o erro grotesco da equipe na sua última parada de box, certamente teria vencido, e até com certa folga. Para mostrar o quanto que este carro rubro taurino é bom em condições que precisam de altas cargas aerodinâmicas, Max Verstappen estava se redimindo do seu erro na classificação ao fazer uma exibição de gala e abrir caminho na estreita pista com ousadas ultrapassagens, até achar o guard-rail no Cassino. Para a Ferrari, sobrou a quarta posição de Vettel numa prova bem apagada do time que ainda seria eclipsada pela Force India de Sergio Perez, que terminou logo a sua frente.
Arrivabene jogou na mesa que veríamos uma outra Ferrari à partir de Montreal, e ele não mentiu: uma corrida tão fantástica de Vettel que merecia de fato a vitória, mas a estratégia mal feita pelos italianos acabou deixando o alemão na segunda posição num momento que ele tinha um carro superior a Hamilton. Para Red Bull, que já esperava algumas dificuldades por conta da natureza da pista da Ilha de Notre Dame, o que restou a comemorar foi a ótima performance de Max Verstappen frente ao assédio nas voltas finais de Nico Rosberg. Em Baku, as coisas pareciam pender para a Red Bull, principalmente após a ótima segunda colocação de Ricciardo no grid, mas na corrida foi a Ferrari, com Vettel, que deu as cartas e terminou em segundo.
A prova austríaca foi um pouco mais equilibrada, mas com ligeira vantagem para a Ferrari. O problema no pneu de Vettel, num momento que ele se preparava para tentar uma estratégia diferente e surpreender a Mercedes, deu à Red Bull a chance de chegar ao pódio e que foi agraciado após o entrevero dos dois Mercedes na volta final, dando à Max a chance de chegar em segundo, logo a frente de Raikkonen que o pressionava fortemente.
Neste duelo particular entre os dois times, talvez a maior lavada tenha sido vista exatamente nesta prova de Silverstone, quando a Ferrari não se encontrou bem desde os treinos e a Red Bull, representada pela figura de seu “golden boy” Max Verstappen, conseguiu desafiar a Mercedes de Rosberg de forma forte e viril com direito a uma ultrapassagem de mestre do jovem holandês sobre Nico na saída do complexo das rápidas Maggots, Becketts e Chapel. E este desempenho apagado da Ferrari, traduzido num até muito bom quarto lugar de Raikkonen e num péssimo nono lugar de Vettel, está gerando um desconforto na Rossa que forçou até Sergio Marchionne a realizar uma reunião de urgência com equipes técnicas da equipe. E as coisas precisam ser fortes e incisivas, uma vez que Hungria e Hockenheim, a primeira vista, favorecem os carros da Red Bull.
Não tivesse a presença da Mercedes na disputa, a batalha pelo título mundial seria extremamente apertada entre estes dois times.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...