quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Foto 694: Eau Rouge & Radillion


É sempre bom ver fotos de circuitos clássicos, e Spa-Francorchamps é um desses casos.
A foto em questão mostra a pista ainda na sua juventude - 1939 - quando a parte da Eau Rouge ee Radillion estavam sendo feitas. O traçado original, oriundo de 1921, mostra um hairpin chamado de "Virage de l`Ancienne Douanne", que desembocava na reta Kemmel. Ao final dos anos 30, o hairpin foi aposentado e a Radillion criada para fazer par com a Eau Rouge, como um dos grandes trechos do circuito belga - e hoje principal e desafiador ponto.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Foto 693 - A nova marca de Nurburgring


Quando o recorde de Spa Francorchamps foi quebrado em abril por Neel Jani, as expectativas para uma volta em Nurburgring em nível de recorde já estava em voga. Após os testes que a Porsche realizou com o seu 919 Hybrid EVO em maio no mítico circuito alemão, geraram as mais variadas idéias de quanto seria a marca a ser alcançada: para alguns, o recorde poderia rodar na casa de 5'11, enquanto outros, mais otimistas, pensavam em até 4'50. A verdade é que o fabuloso recorde de Stefan Bellof já estava com os dias contados.
Na manhã de hoje em Nurburgring, madrugada aqui para nós no Brasil, Timo Bernhard subiu no 919 Hybrid EVO e se encaminhou para cravar seu nome na história do velho circuito ao derrubar a marca de seu ídolo em quase 1 minuto: com a fabulosa máquina alemã, uma das grandes jóias da Porsche em toda história, Timo ganhou a marca em 5'19"545. Um tempo magnífico, mesmo que alguns torçam o nariz pelo fato do carro estar fora do regulamento.
A marca alcançada por Bernhard hoje não anula em nada o feito de Bellof, apenas engrandece ainda mais o feito do lendário piloto alemão, numa época em que a eletrônica ainda engatinhava e que valia-se muito do instinto e braço do piloto.
Mas de toda forma, o 919 Hybrid EVO vem escrevendo a sua história.
E isso não tem valor.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

86a 24 Horas de Le Mans - Mudanças na LMP2




Mudanças na classificação da LMP2: por conta da adição de uma peça no restritor de combustível, que não estava no desenho original e foi descoberta durante a inspeção pós corrida, a G-Drive está desclassificada.
Desse modo o Alpine Signatech #36 de Nicolas Lapierre/ André Negrão/ Pierre Thiriet são os vencedores da classe.
A TDS, que ficaria naturalmente com a terceira colocação, também foi desclassificada pelo mesmo motivo, dando lugar ao Ligier da United Autosport a #32 do trio Juan Pablo Montoya, Will Owen e Hugo de Sadeleer.
As equipes desclassificadas ainda podem recorrer.


86ª 24 Horas de Le Mans - Para a Toyota! Para a história!

A edição de 2018 das 24 Horas de Le Mans, a 86a da história, talvez não tenha sido a mais emocionante como em outros anos, mas serviu para que a Toyota dissipasse um de seus grandes tabus e temores. Vencer em Sarthe é algo sublime, que faz o nome do construtor ficar encravado para eternidade por ter vencido a batalha física contra os demais competidores e também batalha mecânica. Um mísero problema, até mesmo em peças que custam um café na esquina, podem jogar um desenvolvimento de bilhões de dólares no lixo. A Toyota conhece bem essa segunda parte...
A construtora japonesa está envolvida com Le Mans desde a segunda metade dos anos 80 e desde 1994, quando teve a primeira real chance de vencer, é que coleciona dissabores: em 94 a vitória parecia estar bem encaminhada, quando o falecido Jeff Krosnoff parou o Toyota 94C-V #1 na reta dos boxes com problemas, possibilitando a chegada e ultrapassagem do Porsche 962 DAUER #36 pilotado por Yannick Dalmas/ Hurley Haywood/ Mauro Baldi. Apesar de perderem algumas voltas para o Porsche recuperaram algumas, mas não o suficiente para alcançá-los - ficando uma volta atrás. Em 1999 o pneu estourado de Ukyo Katayama em plena reta também doeu para os japoneses, quando a conquista parecia certa. Na atual era do WEC, foram outros três desaires: 2014, 16 e 17, sendo o de 2016 o mais dramático de todos, com a cena de Kazuki Nakajima informando a perda de potência do motor híbrido do TS050 ficando para a história do esporte. Mas, passado todas essas decepções, o que esperar de uma absoluta Toyota neste 2018, sendo que não teria uma concorrência tão grande?
Primeiramente houve - e terá - um desmerecimento por uma boa parte das pessoas. Para elas o triunfo da Toyota acabou ficando sem o brilho por conta da falta de uma equipe a altura, que pudesse confrontá-la de igual para igual em Sarthe. As regras da ACO para que as equipes particulares, que não tem o sistema híbrido, não fossem mais velozes que a Toyota, ficando a margem de serem punidas caso acontecesse isso, gerou uma forte onda de indignação para com a fábrica japonesa. A raiva era tamanha, que os desejos para que os dois carros quebrassem era comentado aos quatro cantos. Ora, pois... Talvez a grande culpada disso tudo tenha sido a própria ACO/ FIA que não deram toda atenção para as equipes particulares quando ainda estava com elas reduzidas aos dois carros da Rebellion e o solitário carro da By Kolles em 2016. Posteriormente, sem ter nenhum sentido em ficar andando sozinha numa classe que "adorno", a Rebellion rumou para a LMP2 em 2017. Faltou bom senso para que as entidades olhassem um pouco para os particulares, as deixando com condições de competir com as demais equipes oficiais. Mas apostaram tudo no sistema híbrido, e receberam uma bela rasteira da Audi e Porsche para depois tentarem, as pressas, salvar a LMP1 com aqueles que eles haviam desprezado desde a retomada do Mundial, em 2012. Se a Toyota moveu seus pauzinhos nos bastidores, é uma outra história... Ficará, também, a velha discussão se a Toyota "armou" para uma conquista de Fernando Alonso. A verdade mesmo é que chega ser uma falta de respeito até mesmo para com os outros dois companheiros do espanhol no carro #8, Kazuki Nakajima e Sebastien Buemi, que estão envolvidos no projeto desde o início e que tiveram suas chances no passado ceifadas por problemas, e que tiveram um trabalho tão bom quanto de Alonso na condução deste carro. E sinceramente: para quem acompanha o WEC desde a retoma em 2012, sabe bem os valores de Nakajima e Buemi e a ida de Alonso para completar o trio, só valorizou ainda mais. Mas a conquista nipônica neste dia 17 é algo marcante. Fizeram uma prova extremamente tranquila com seus dois carros, que se revezaram na liderança por quase toda as 24 horas. O mais importante nisso tudo é que deve ser bem observado é que, sem ninguém para forçá-los, os carros não apresentaram problemas. Apenas o #7 é que deu um susto já na parte final, quando Kamui Kobayashi apareceu lento na Mulsanne. Apesar dos fantasmas de edições terem reaparecido, o TS050 #7 retomou a velocidade e prosseguiu para comboiar o gêmeo #8 a vitória.
Pegando um gancho nesse curto problema do carro #7, é que os  dois não tiveram problemas crônicos que normalmente acontece nestas provas de 24 Horas. Em nenhum momento foram recolhidos aos boxes para um reparo mais intenso - o #8 teve duas trocas na seção traseira e uma na dianteira, enquanto o #7 teve o susto já mencionado. Foi algo interessante, pois as quebras no passado levantaram suspeitas de que talvez tenham sido ocasionadas pela condução bruta de seus pilotos. Em 2017, por exemplo, num certo momento, um dos Toyotas chegou levantar a dianteira quando ultrapassava um dos GTs na aérea no acostamento. Desta vez, sem pressa alguma, a pilotagem foi mais limpa e segura e desta forma os problemas crônicos nem apareceram.
Ficará para a história a quebra de um tabu que parecia não ter fim. A pole position de Kazuki Nakajima foi sensacional, a pilotagem segura e sempre veloz de Sebastien Buemi esteve presente e a fabulosa condução de Fernando Alonso, que mostrou destreza no meio do tráfego pesado e uma pilotagem animal no meio da madrugada, garantiram ao carro #8 o lugar no Olimpo dos campeões em Sarthe e honrou o DNA dos outros Toyotas que tentaram e falharam na grande prova francesa.
Pode não ter sido a melhor edição dos últimos anos, mas a história está feita e vai ecoar pela eternidade.




Entre os não híbridos, onde as chances eram praticamente zero de conquistar a vitória na geral, a disputa até que foi interessante entre os dois carros da Rebellion e o SMP #17. Uma pena que o Rebellion #1, pilotado por Andre Lotterer na ocasião, tenha se envolvido num acidente com o #10 da Dragonspeed logo na largada quando foram contornar a primeira perna da chicane Dunlop. Faltou paciência para o piloto alemão e a sua enorme experiência, do alto de suas  três conquistas em Sarthe, não serviu para nada naquele momento. Sem a dianteira, foi aos boxes e perdeu um bom número de voltas, que prejudicou muito o trio. O duelo pelo terceiro lugar no pódio ficou restrito o #17 da SMP e outro carro da Rebellion, que se revezaram no terceiro lugar por um bom tempo. Infelizmente a
(Foto: Autosport)
disputa entre os dois terminou quando o #17 escapou na Porsche Curve e bateu. Apesar da tentativa de voltar, com a traseira bem danificada, não deu certo e abandonaram antes que a prova chegasse a metade. De louvar o esforço da equipe em tentar arrumar o outro carro #11, onde estava Jenson Button, e dar a ele a chance de ao menos tomar a bandeira quadriculada. Porém o motor pifou na hora final. A Rebellion enfrentou problemas com seus dois carros, que chegaram a ficar nos boxes por um período, mas sem ter grandes ameaças, terminaram em terceiro e quarto (#3 e #1 respectivamente). A Ginetta teve lá seus problemas, mas lutou bravamente e levou o #5 até o final enquanto que o outro carro #6 apresentou falhas logo no inicio e não teve vida longa. By Kolles e o Dragonspeed acabaram se acidentando e não completaram a prova.

LMP2

A G-Drive, com o #26 conduzido por Roman Rusinov/ Andrea Pizzitola/ Jean-Eric Vergne, praticamente não teve adversários ao liderar todas as horas da prova, perdendo a liderança apenas quando estava em trabalho de box. A Signatech Alpine com o #36 (Nicolas Lapierre/ André Negrão/ Pierre Thiriet) mostrou bom ritmo, mas não o suficiente para ameaçar a G-Drive. Talvez tenham trabalhado contra o carro da Panis-Barthez, que esteve bem por quase toda a prova, mas problemas já apresentados nas horas finais da corrida, os tiraram a chance de tentar o pódio. Essa primazia ficou para a Graff SO24 que fechou em terceiro com o Oreca #39, pilotado por Vicent Capillaire/ Jonathan Hirschi/ Tristan Gomedy. A Jackie Chan Racing, que por muito pouco não venceu a edição do ano passado, teve uma atuação pra lá de discreta ao enfrentar problemas com seus carros. O melhor classificado foi com o #37, que fechou em 10º na geral (6º na classe). No geral, foi uma categoria onde as emoções foram bem reduzidas.

LMGTE-PRO
(Foto: Porsche)

A grande categoria dos GTs foi muito boa,apesar do dominio quase que absoluto da Porsche com seus 911 RSR retrô. O Pink Pig #92, que fez um sucesso tremendo na internet, ao render inúmeros memes, levou a taça para a casa de Weissach sempre com um ritmo sensacional e sabendo suportar em algumas situações o assédio dos Ford GT. As chances para os quatro carros americanos pareciam reduzidas frente ao poderio dos Porsche, mas estavam lá sempre, ora com o #68 - que passou quase que toda a prova duelando contra os dois Porsche #92 e #91 - e o #66, que apareceu rapidamente entre os primeiros em alguns estágios. Coube o #68 a travar o melhor duelo da prova contra o Porsche #91 quando restava três horas e meia para o fim, mas o Porsche nas cores da Rothmans levou a melhor e ficou com a segunda posição na classe. A BMW foi valente e até desafiou a Ford em alguns momentos da prova, mostrando que o "panzer" M8 GTE é um carro para ser muito bem observado nesta super temporada. Corvette e, principalmente, Aston Martin,não estiveram nos seus grandes dias em Sarthe, justamente as duas que protagonizaram os melhores duelos na edição de 2017 que durou até a volta final.
Para a Porsche foi mais um presente para este ano de aniversário da marca, que completa 70 anos: além da conquista em Sarthe, a fábrica já havia vencido as 12 Horas de Sebring e Nurburgring. Agora faltará as 24 Horas de Spa e a Petit Le Mans para fechar o quadro de comemorações - se bem que ainda terá as 24 Horas de Daytona de 2019, uma vez que as comemorações dos 70 anos ainda estará em voga.

LMGTE-AM

Talvez uma festa tão legal quanto a da Toyota, tenha sido a da Dempsey-Proton Racing com a conquista do seu Porsche #77 na categoria. Infelizmente a festa poderia ter sido ainda maior, caso o #88 não tivesse se acidentado nas horas finais. O #77 teve uma disputa contra a Ferrari da JMW #84 e com o Ferrari #54 da Spirit Of Race, mas soube controlar bem a disputas para abrir boa vantagem para conquistar a primeira da equipe Dempsey em Sarthe. Com opositores tão fortes e com carros já numa linha decrescente, os dois Aston Martin não foram páreo e só apareceram nesta classe quando escapavam ou batiam, como foi o caso do #98 que bateu quando Paul Dalla Lana estava no comando.
É uma edição para esquecer por parte da Aston Martin.
 

domingo, 17 de junho de 2018

86a 24 Horas de Le Mans - Caminhando para a Vitória


As últimas horas tiveram lá suas movimentações. A Toyota continua com o #8 na dianteira, ainda com mais folga. José Maria Lopez não teve o melhor dos stints ao rodar na Dunlop e quase escapar na Tetre Rouge. E ainda teria o susto que foi ver o #7 lento na Hunnaudières. Kobayashi rodou por um período bem lento para depois retomar a velocidade, ir aos boxes e retornar a pista com total tranquilidade já que a diferença para o Rebellion #3 é de 11 voltas.
Na LMP2 a liderança é inabalável para ao #26 da G-Drive a um bom par de horas, ainda quando era a tarde. A Panis-Barthez estava muito bem entre os três primeiros, quando apresentou problemas e foi para os boxes e não voltou. O #22 da United Sports, pilotado Paul Di Resta acabou batendo na Porsche Curve, mas sem danos para o piloto. A segunda colocação vai para o Alpine #36 da Signatech e a terceira colocação para o #39 da Graff.
Na LMGTE-PRO a liderança continua para o Porsche "Pink Pig" #92, mas o #91 teve um trabalho sobre humano para resistir o assédio do Ford #68, tanto que Fred Mackowieck (Porsche) e Sebastien Bourdais (Ford) travaram a melhor batalha até aqui dessa edição por um bom tempo. Neste momento o #91 leva a segunda colocação, com o #68 em terceiro.
Assim como na PRO, na GTE-AM a Porsche #77 da Dempsey continua imbatível na dianteira, com o Ferrari #54 da Spirit of Race em segundo e o Porsche #85 da Keating em terceiro.
A prova se aproxima da sua hora final.

86a 24 Horas de Le Mans - Problemas ao amanhecer



É nessa hora que os problemas aparecem, no despertar do amanhecer.
O #88 da Dempsey acabou batendo na chicane Ford quando ocupava a quinta colocação na GTE-AM. Não demorou muito para que o #10 da DragonSpeed, que se envolvera no acidente da primeira volta com o Rebellion #1, acabou escapando na Porsche Curve e batendo forte, mas sem danos para o piloto.
O local ficou sob bandeira amarela, no os dois Toyotas acabaram excedendo a velocidade no local e foram punidos em 60 segundos.
Nas demais classes, nenhuma mudança significativa.

86a 24 Horas de Le Mans - Uma nova liderança para a líder... Toyota


O dia já se faz em Sarthe e a liderança tem novo dono: Kazuki Nakajima ultrapassou Kamui Kobayashi e retoma a dianteira da prova para o #8.
A tendência é acabe abrindo uma boa diferença para quando Sebastién Buemi assumir o volante.
A prova se encontra com bandeira amarela na zona de Indianápolis, após o #47 da Cettilar Villorba ter ido para a barreira de pneus.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...