terça-feira, 28 de maio de 2019

GP de Mônaco 2019 - Resultados


Resultados – Grande Prêmio de Mônaco – Circuito de Monte Carlo – Dias 23, 25 e 26 de Junho – 6ª Etapa – Treinos Livres/ Classificação/ Resultado Final


1º Treino Livre

Clima: 18 ° C Nublado e Seco
Asfalto: 25 ° C Seco 
Umidade seca :60.5% 
Vento: 1.0 m // s 
Pressão: 1005 bar

Pos
Não
Motorista
Equipe
Tempo da volta
1º intervalo
Voltas
Pneus
1
44
Lewis hamilton
Mercedes
1: 12,106

47
Suave
2
33
Max Verstappen
Red Bull
1: 12.165
+ 0,059s
35
Suave
3
77
Valtteri Bottas
Mercedes
1: 12.178
+ 0,072 s
43
Suave
4
16
Charles Leclerc
Ferrari
1: 12,467
+ 0,361s
25
Suave
5
5
Sebastian Vettel
Ferrari
1: 12.823
+ 0,717s
36
Suave
6
10
Pierre Gasly
Red Bull
1: 13.170
+ 1,064s
41
Suave
7
27
Nico Hülkenberg
Renault
1: 13,227
+ 1,121
45
Suave
8
20
Kevin Magnussen
Haas
1: 13.232
+ 1,126s
24
Suave
9
7
Kimi Räikkönen
Alfa Romeo
1: 13.363
+ 1,257s
39
Suave
10
8
Romain Grosjean
Haas
1: 13,379
+ 1,273s
23
Suave
11
3
Daniel Ricciardo
Renault
1: 13.413
+ 1,307s
41
Suave
12
99
Antonio Giovinazzi
Alfa Romeo
1: 13,437
+ 1,331
39
Suave
13
26
Daniil Kvyat
Toro Rosso
1: 13.731
+ 1,625s
40
Suave
14
23
Alexander Albon
Toro Rosso
1: 13.827
+ 1,721s
45
Suave
15
4
Lando Norris
McLaren
1: 14.278
+ 2.172s
39
Suave
16
11
Sergio Pérez
Racing Point
1: 14,566
+ 2.460s
40
Suave
17
63
George Russell
Williams
1: 15,115
+ 3,009s
40
Suave
18
88
Robert Kubica
Williams
1: 15,514
+ 3,408s
24
Suave
19
18
Lance Stroll
Racing Point
1: 16.135
+ 4.029s
37
Suave
20
55
Carlos Sainz Jr.
McLaren
2: 00,670
+ 48,564s
4
Suave


2º Treino Livre
Clima: 19.9 ° C nublado e seco 
Asfalto:31.1 ° C 
Umidade seca :70.6% 
Vento: 0.9 m // s 
Pressão: 1016 bar

Pos
Não
Motorista
Equipe
Tempo da volta
1º intervalo
Voltas
Pneus
1
44
Lewis hamilton
Mercedes
1: 11.118

41
Suave
2
77
Valtteri Bottas
Mercedes
1: 11.199
+ 0,081s
48
Suave
3
5
Sebastian Vettel
Ferrari
1: 11.881
+ 0,763s
42
Suave
4
10
Pierre Gasly
Red Bull
1: 11.938
+ 0,820s
39
Suave
5
23
Alexander Albon
Toro Rosso
1: 12.031
+ 0,913s
51
Suave
6
33
Max Verstappen
Red Bull
1: 12.052
+ 0,934s
17
Suave
7
20
Kevin Magnussen
Haas
1: 12.174
+ 1,056s
54
Suave
8
99
Antonio Giovinazzi
Alfa Romeo
1: 12.239
+ 1,121
51
Suave
9
7
Kimi Räikkönen
Alfa Romeo
1: 12.342
+ 1,224 s
51
Suave
10
16
Charles Leclerc
Ferrari
1: 12.350
+ 1,232s
42
Suave
11
8
Romain Grosjean
Haas
1: 12.392
+ 1,274s
51
Suave
12
4
Lando Norris
McLaren
1: 12.393
+ 1,275 s
27
Suave
13
55
Carlos Sainz Jr.
McLaren
1: 12.419
+ 1,301s
47
Suave
14
26
Daniil Kvyat
Toro Rosso
1: 12.577
+ 1,459s
39
Suave
15
11
Sergio Pérez
Racing Point
1: 12.752
+ 1,634s
44
Suave
16
27
Nico Hülkenberg
Renault
1: 12.872
+ 1,754s
49
Suave
17
3
Daniel Ricciardo
Renault
1: 12.888
+ 1.770s
53
Suave
18
18
Lance Stroll
Racing Point
1: 14,558
+ 3,440s
40
Suave
19
63
George Russell
Williams
1: 15.052
+ 3,934s
37
Suave
20
88
Robert Kubica
Williams
1: 15,146
+ 4,028s
45
Suave


3º Treino Livre

Clima: 20,2-21,3 ° C nublado e seco 
Asfalto:33,0-36,1 ° C seco
Umidade seca :69.3% 
Vento: 1.0 m // s 
Pressão: 1014.8 bar

Pos
Não
Motorista
Equipe
Tempo da volta
1º intervalo
Voltas
Pneus
1
16
Charles Leclerc
Ferrari
1: 11,265

25
Suave
2
77
Valtteri Bottas
Mercedes
1: 11.318
+ 0,053s
26
Suave
3
44
Lewis hamilton
Mercedes
1: 11.478
+ 0,213s
26
Suave
4
33
Max Verstappen
Red Bull
1: 11,539
+ 0,274s
23
Suave
5
10
Pierre Gasly
Red Bull
1: 11.738
+ 0,473s
26
Suave
6
99
Antonio Giovinazzi
Alfa Romeo
1: 12.170
+ 0,905s
22
Suave
7
26
Daniil Kvyat
Toro Rosso
1: 12.194
+ 0,929s
27
Suave
8
20
Kevin Magnussen
Haas
1: 12.270
+ 1,005s
24
Suave
9
7
Kimi Räikkönen
Alfa Romeo
1: 12.308
+ 1,043s
26
Suave
10
23
Alexander Albon
Toro Rosso
1: 12.338
+ 1,073s
31
Suave
11
27
Nico Hülkenberg
Renault
1: 12.489
+ 1,224 s
25
Suave
12
3
Daniel Ricciardo
Renault
1: 12.519
+ 1,254s
25
Suave
13
8
Romain Grosjean
Haas
1: 12.566
+ 1,301s
26
Suave
14
5
Sebastian Vettel
Ferrari
1: 12.583
+ 1,318s
7
Suave
15
55
Carlos Sainz Jr.
McLaren
1: 12.862
+ 1,597s
28
Suave
16
4
Lando Norris
McLaren
1: 12,914
+ 1,649 s
25
Suave
17
11
Sergio Pérez
Racing Point
1: 13.232
+ 1,967s
22
Suave
18
18
Lance Stroll
Racing Point
1: 13.622
+ 2,357s
20
Suave
19
88
Robert Kubica
Williams
1: 14.086
+ 2,821s
26
Suave
20
63
George Russell
Williams
1: 14.305
+ 3,040s
26
Suave


Classificação

Tempo: 21.4 ° C nublado e seco 
Asfalto:45,0-40,5 ° C seco
Umidade seca :62,9% 
Vento: 1,0 m // s 
Pressão: 1014,6 bar

Pos
Não
Motorista
Equipe
Q1
Q2
Q3
Voltas
1
44
Lewis hamilton
Mercedes
1: 11.542
1: 10.835
1: 10.166
28
2
77
Valtteri Bottas
Mercedes
1: 11.562
1: 10.701
1: 10.252
27
3
33
Max Verstappen
Red Bull
1: 11.597
1: 10.618
1: 10.641
19
4
5
Sebastian Vettel
Ferrari
1: 11.434
1: 11.227
1: 10.947
27
5
10
Pierre Gasly
Red Bull
1: 11,740
1: 11.457
1: 11.041
24
6
20
Kevin Magnussen
Haas
1: 11.865
1: 11.363
1: 11.109
24
7
3
Daniel Ricciardo
Renault
1: 11.767
1: 11,543
1: 11.218
25
8
26
Daniil Kvyat
Toro Rosso
1: 11.602
1: 11.412
1: 11.271
30
9
55
Carlos Sainz Jr.
McLaren
1: 11.872
1: 11.608
1: 11.417
30
10
23
Alexander Albon
Toro Rosso
1: 12.007
1: 11.429

31
11
27
Nico Hülkenberg
Renault
1: 12.097
1: 11.670

20
12
4
Lando Norris
McLaren
1: 11.845
1: 11.724

22
13
8
Romain Grosjean
Haas
1: 11.837
1: 12.027

21
14
7
Kimi Räikkönen
Alfa Romeo
1: 11.993
1: 12,115

21
15
99
Antonio Giovinazzi
Williams
1: 11.976


22
16
16
Charles Leclerc
Ferrari
1: 12.149


8
17
11
Sergio Pérez
Racing Point
1: 12.233


11
18
18
Lance Stroll
Racing Point
1: 12.846


11
19
63
George Russell
Williams
1: 13.477


13
20
88
Robert Kubica
Williams
1: 13.751


13


Resultado Final

Clima:  22,3-24 ° C ensolarado e seco 
Asfalto:34,5-31,2 ° C 
Umidade seca :53,1% de 
vento:1,2 m / s 
Pressão: 1011,0 bar

POS
Ó
MOTORISTA
EQUIPE
TEMPO
VOLTAS
GRADE
PTS
1
44
 Lewis hamilton
 Mercedes
01: 43: 28.437
78
1
25
2
5
 Sebastian Vettel
 Ferrari
01: 43: 31.039
78
3
18
3
77
 Valtteri Bottas
 Mercedes
01: 43: 31.599
78
2
15
4
33
 Max Verstappen
 Red Bull
01: 43: 33.974
78
3
12
5
10
 Pierre Gasly
 Red Bull
01: 43: 38.383
78
5
11
6
55
 Carlos Sainz Jr.
 McLaren
01: 44: 21.891
78
9
8
7
26
 Daniil Kvyat
 Toro Rosso
01: 44: 23.011
78
8
6
8
23
 Alexander Albon
 Toro Rosso
01: 44: 23.637
78
9
4
9
3
 Daniel Ricciardo
 Renault
01: 44: 29.331
78
7
2
10
8
 Romain Grosjean
 Haas
01: 44: 29,471
78
13
1
11
4
 Lando Norris
 McLaren
01: 44: 35.238
78
12
0
12
20
 Kevin Magnussen
 Haas
01: 43: 35.954
77
6
0
13
11
 Sergio Pérez
 Racing Point
01: 43: 36,895
77
16
0
14
27
 Nico Hülkenberg
 Renault
01: 43: 39.847
77
11
0
15
63
 George Russell
 Williams
01: 43: 54.771
77
18
0
16
18
 Lance Stroll
 Racing Point
01: 44: 06.696
77
17
0
17
7
 Kimi Räikkönen
 Alfa Romeo
01: 44: 17.079
77
14
0
18
88
 Robert Kubica
 Williams
01: 44: 47.505
77
19
0
19
99
 Antonio Giovinazzi
 Alfa Romeo
01: 43: 34.397
76
18
0
RET
16
 Charles Leclerc
 Ferrari
Dano de punção
76
15
0
Volta mais rápida: 1: 14.279 por Pierre Gasly (Red Bull Racing) na volta 72 a 161.730 km / h
Velocidade máxima: 291.9 km / h por Sergio Perez (Racing Point)
Notas:
·         Pierre Gasly marcou mais um ponto para estabelecer a volta mais rápida durante a corrida.
·         Max Verstappen (Red Bull Racing) não. 33 recebeu uma penalidade de 5 segundos por uma liberação insegura após seu pitstop.
·         Romain Grosjean (Haas) recebeu uma penalidade de 5 segundos por cruzar a linha de saída do pit.
·         Lance Stroll (Racing Point) recebeu penalidades de 5 segundos por deixar a pista e ganhar uma vantagem.
·         Kevin Magnussen (Haas) recebeu penas de 5 segundos por deixar a pista e ganhar uma vantagem.



GP de Mônaco - No limite dos pneus e mais uma pra conta


Gosto do GP em Monte Carlo! Claro que as lembranças da infância ajudam a gostar desta corrida – que todos sabem bem do que estou falando – mas também existe o teor histórico que permeia este circuito e junto de outros decanos do automobilismo europeu como Spa, Monza e Silverstone, formam um quarteto que poderia muito bem ser tratados como um Grand Slam da categoria, algo que chegou ser cogitado um tempo atrás e que não foi levado pra frente. Uma pena.
O que deixa a maior parte das pessoas com birra é exatamente o fato de praticamente  não existir pontos de ultrapassagem. Isso foi importante para a conquista de Lewis Hamilton no domingo, já que aguentar mais de 60 voltas com um jogo de pneus médios que ao chegar na casa das trintas voltas já estavam desgastados acabou por ser uma grande dose de destreza. Isso sem contar com um assédio de Max Verstappen que, por mais que tenha ficado todo esse tempo atrás sem esboçar um ataque efetivo (excetuando a tentativa na penúltima volta na freada para a chicane do porto), o risco de ter o piloto holandês nos retrovisores é algo a se considerar. O ataque final de Max quase pôs tudo a perder, mas Lewis foi esperto ao deixar o carro “vazar” a chicane e evitar uma possível rodada pois já estava esterçando para ingressar na chicane quando recebeu o toque de Verstappen. Por outro lado, a atuação de Max mostrou que o piloto holandês está numa crescente: a sua situação na corrida o deixava entre a espada e a cruz, uma vez que a punição de cinco segundos que levara por conta do toque no pitlane com Bottas o forçava a tentar de tudo para buscar a liderança. Se passasse por Lewis, existia a chance de abrir bem mais que os cinco segundos de punição e vencer e caso continuasse atrás do inglês, a probabilidade de terminar atrás de Bottas – então quarto na posição física da prova – era bem grande. Acabou prevalecendo a ultima situação, mesmo que ainda arriscasse de forma quase que suicida na penúltima volta e acabou terminando em quarto após o acréscimo dos cinco segundos de punição e acabou tomando, mais tarde, dois pontos na carteira por causa do ocorrido nos boxes. Mas a evolução técnica de Max tem sido muito bem vista e talvez a sua agressividade seja usada para determinadas situações de corrida, já que ele tem demonstrado entender bem que terminar e coletar bons pontos também faz parte do show que ele tão bem sabe fazer.
Vettel reconheceu que o entrevero entre Max e Bottas foi importante para que ele chegasse na segunda posição, sabendo que isso seria impossível e a quarta posição era o máximo a ser conseguido. Enquanto isso, Charles Leclerc continuava com o seu inferno astral no seu GP caseiro que começou no sábado na frustrada qualificação que estendeu para o domingo, ao  tentar abrir caminho e acabar se  tocando com Nico Hulkenberg na Rascasse – local onde ele  conseguira passar por Grosjean algumas voltas antes – e furando o pneu. Mesmo trocando e pouco tempo depois voltando para colocar, acabou desistindo na volta 16. Para Valtteri Bottas, a oportunidade foi perdida na qualificação e piorou com o toque entre ele e Max, que o jogou para terceiro e depois para quarto já que teve de parar outra vez para colocar os pneus duros. E por lá ficou – mesmo que virtualmente era terceiro – sem mesmo ameaçar Sebastian.
O GP monegasco continuou a sua sina de determinar o vencedor já qualificação, uma vez que a pole adianta pelo menos 60% do trabalho para o domingo e daí é o piloto quem precisa ter toda paciência e sorte para chegar ao olimpo no principado. Independente que esteja com o melhor carro da categoria, a atuação de Hamilton em se virar como podia com pneus que se degradavam a cada volta é louvável. Uma vitória que ele guardará com carinho para o resto de sua vida e até mesmo a bronca e o banho de champanhe no seu estrategista e engenheiro após o GP.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

103a Indy 500 - O dono do IMS

Não deve ser nada agradável pilotar na melhor equipe da categoria e assistir seus companheiros de equipe brilharem, enquanto que você vai ficando para trás com atuações bem apagadas e pior: com muito disse que me disse sobre seu futuro. Em 2017 Simon Pagenaud esteve na luta pelo título contra o seu companheiro de Penske Josef Newgarden, onde o estadunidense acabou por conquistar seu primeiro campeonato e Simon fechando em segundo. Para o francês, campeão de 2016, aquele vice campeonato foi um breve suspiro perto do que seria a sua temporada de 2018 onde suas atuações não foram das melhores e acabou tendo que ver Will Power e Newgarden continuarem brilhando na categoria. E para piorar, uma temporada sem vitórias que só ajudou alimentar ainda mais os rumores de uma possível saída da Penske.
Apesar de não ter iniciado este campeonato tão bem - conseguindo o sexto lugar como melhor posição em Long Beach, 4a etapa -, o mês de maio acabou por lhe reservar o - talvez - seu melhor momento na carreira. No GP de Indianápolis, Simon já havia brilhado de forma consistente principalmente nas suas últimas voltas onde arrancou para uma vitória sensacional no traçado misto ao escalar posições numa pista molhada,  para conquistar a corrida nas últimas voltas após superar Scott Dixon. Sem dúvida o francês estava de volta ao jogo após mais de um ano sem vencer na categoria. Foi o tirar de um peso, assim como um artilheiro que volta a fazer seus gols após um período de seca. Mas Simon queria mais...
Seus treinos para a Indy 500 tinham sido bons, sempre com boa velocidade e a sua pole só mostrou o quanto que estava numa espiral positiva.
A corrida de Simon Pagenaud nas 500 Milhas foi consistente: as raras vezes que saiu da linha de frente foi exatamente quando ia aos boxes para as suas paradas, mas sempre bem colocado variando entre a quinta e sétima colocação quando voltava de seu Pit Stop. O bom carro com pista limpa e também no tráfego, mostrava que as chances de levar esta edição era uma questão de tempo e sorte. Mas como bem sabemos, as últimas voltas é que passam contar a história de todo um período de preparação para esta clássica prova.
O acidente entre Graham Rahal e Sébastien Bourdais, que acabou desenrolando o caos com mais outros pilotos que se assustaram com o que viram a frente e também bateram, deu uma faceta ainda mais dramática quando a bandeira vermelha foi agitada para que a pista fosse limpa de forma tranquila sem que forçassem um término em bandeira amarela. Isso quando faltavam vinte voltas para o fim...
Com a prova retomada sob a vigência do Pace Car, era só tentar acalmar os nervos e partir para uma corrida de sprint alucinante. A relargada acabou senda dada quando a prova faltava em torno de 13 para o final. Foi neste momento que Alexander Rossi passou a pressionar Simon pela liderança e o francês tratou de mudar a trajetória para tirar qualquer chance de Rossi. Mesmo assim, o piloto estadunidense conseguiu liderança quando a corrida encaminhava-se para as três voltas finais. Pagenaud não baixou os braços e reconquistou antes que fosse mostrada a bandeira branca. A sua volta final, tentando tirar o benefício do vácuo, que daria a Alexander Rossi a possibilidade de tentar o último bote, foi espetacular e isso acabou por garantir a sua vitória nas 500 Milhas tornando-se o quarto francês a vencer a prova e o primeiro desde Gastón Chevrolet que vencera em 1920.
Não dá para saber como Pagenaud terminará o campeonato deste ano, mas este maio fabuloso que teve certamente ajudará bastante como um novo impulso para um dos melhores pilotos da categoria e podendo tirar uma onda por ter vencido na mão e contramão do complexo IMS.
Simon Pagenaud pode pedir as chaves do Indianápolis Motor Speedway, afinal de contas é "dono" do circuito até a Edição 104 da grande prova. E com total merecimento!

terça-feira, 21 de maio de 2019

Foto 800: Lauda

Costumo de dizer que sempre que uma pessoa conhecida mundialmente -  que faz parte de um núcleo que você goste e acompanhe - morre, uma parte da gente também se vai. Não precisa ser ligado diretamente a pessoa em questão, mas só o fato de ter acompanhado os passos desta já nos dá a impressão de fazermos parte da "família".
O desaparecimento de Niki Lauda nesta noite do dia 20 de maio é um desses casos. Por mais que uma parte das pessoas que tenham seus trinta e poucos anos - o que é o meu caso - não tenham visto ele pilotar, acabaram criando um vínculo com o piloto austríaco por toda a trajetória que teve na vida. Ler e assistir o drama que passou em Nurburgring e mais os dias seguintes ao terrível acidente para depois voltar ainda com ataduras para conseguir um heróico quarto lugar em Monza, certamente criou uma imagem de força e coragem sobre aquele piloto austríaco que ainda guardou mais um pouco dessa coragem para mandar as favas a possibilidade de vencer o mundial daquele ano de 1976, quando entrou naquele aguaceiro que foi o GP do Japão em Fuji para dar algumas voltas e encostar o Ferrari nos boxes e deixar a chance para James Hunt arrebatar o título a seu favor. Niki Lauda conquistava ainda mais o respeito dos demais a sua volta e também de uma torcida que havia acompanhado todo aquele drama que passara desde o pavoroso acidente.
A cada pessoa que via Niki Lauda e reparava em suas cicatrizes e procurava saber o porquê daquilo, sempre fazia a pergunta: "Como ele conseguiu?". Para os mais religiosos, não era o momento dele. Para os poéticos, ele enganara a morte. Para aqueles que tem os pés no chão, foi a sua força de vontade que o fez resistir ao acidente e aos procedimentos cirúrgicos que viriam em seguida.
A verdade é que Lauda ganhou uma segunda chance para poder viver a sua vida com total plenitude. Largou a Ferrari após seu terceiro mundial; saiu da Brabham para abrir a sua empresa de aviação; voltar a Fórmula-1 em 1982 em grande forma, ao vencer em Long Beach e Brands Hatch para em 1984 vencer o seu terceiro mundial na categoria, travando um grande duelo contra Alain Prost. Veio encerrar sua grande história como piloto em 1985.
Mas a figura de Lauda ainda ficou na categoria, sendo consultor da Ferrari por vários anos; chefe de equipe da Jaguar e desde o início desta década como um dos principais nomes da Mercedes que ajudou a montar essa esquadra poderosa que temos visto de 2014 até os dias atuais. E certamente, também, foi importante para a revitalização de Lewis Hamilton na categoria.
A passagem de Niki Lauda por este plano terrestre é das mais ricas e válidas. Para aqueles que viram Niki pilotar, foi uma dádiva ter acompanhado por inteiro ou parte da carreira de um dos melhores do esporte. Para os demais que não tiveram essa oportunidade, a imagem daquele senhor sempre com boné vermelho virou sinônimo de respeito e reverência a cada momento que descobriam a sua história de vida. Hoje ele se foi após viver a sua vida plenamente.
E como o velho Niki Lauda falou certa vez, "a maior homenagem que você pode fazer a um ser humano, mesmo quando ele já morreu, é continuar lembrando dele!".
E estaremos aqui para isso, Niki.

#DankeNiki

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...