quinta-feira, 10 de junho de 2021

Foto 963: Dave Walker, GP da Holanda 1971

 


O australiano Dave Walker marcando a sua estréia na Fórmula-1 ao volante do Lotus 56B Turbina durante o GP da Holanda de 1971. Ele acabou abandonando na quinta volta. 

Este GP holandês foi um dos mais complicados para a Lotus naquela temporada a partir do momento que seu primeiro piloto, Emerson Fittipaldi, sofreu um acidente rodoviário junto de sua esposa Maria Helena e acabou faltando a este GP - Fittipaldi sofreu fraturas e precisou de enxertos de pele e ossos. Com o brasileiro fora de combate, restou a equipe chamar Dave Charlton para substituir o piloto brasileiro e formar trio com Reine Wisell - então companheiro de Emerson na temporada regular - e com o novato Dave Walker, que ficaria com a missão de pilotar o Lotus Turbina. 

Assim como Walker, o Lotus 56B Turbina também marcava a sua estréia em provas oficiais, já que fizera aparições na Race Of Champions e International Trophy com Emerson ao volante, mas sem ter nenhum grande sucesso. Um carro inspirado no Lotus 56 que Chapman desenhou para tentar a vitória na Indy 500 de 1968 - e sem sucesso - , este precisava de uma pilotagem precisa para se manter acima dos 90% de rotação para poder usar todo o potencial da turbina. Em caso de alguma falha neste sentido, a recuperação de potência seria catastrófico. Para um piloto novato, que havia acabado de vencer o GP de Mônaco de Fórmula-3 e já estreando na F1 pegando um carro complicado como este, seria um desafio dos grandes. 

A qualificação viu Jacky Ickx levar a Ferrari a pole, enquanto que o horizonte da Lotus parecia ter alguma esperança com a sexta posição de Reine Wisell, já que nos treinos de sexta Dave Charlton acabou destruindo o Lotus num acidente e o carro não foi arrumado a tempo. Walker marcou o 22º tempo sendo quatro segundos mais lento que o tempo de Ickx. 

Enquanto que a qualificação foi feita em pista seca, a prova foi com pista molhada e isso ajudou o Lotus Turbina de Dave Walker: aproveitando-se da tração nas quatro rodas e do bom funcionamento da turbina Pratt & Whitney, Dave teve um inicio de prova espetacular ao subir rapidamente da 22ª posição para a 10ª posição em cinco voltas e isso já deixava Colin Chapman de certa forma impressionado. Mas a esperança foi para o ralo quando Dave Walker errou na Tarzan e foi para fora da pista, encerrando a sua participação na prova. Mais tarde foi a vez de Wisell sair da corrida após ser desqualificado por ter dado marcha ré nos boxes. 

Após esta estréia, Dave Walker voltou suas atenções para a Fórmula-3 inglesa onde ele ampliou seu domínio ao vencer 25 provas das 32 programadas para aquele ano de 1971 e, claramente, sagrando-se campeão.  Isso lhe rendeu um lugar na Lotus para a temporada de 1972 na Fórmula-1, mas o que deveria ser uma grande oportunidade, acabou sendo uma enorme desilusão ao passar a temporada inteira sem conquistar um mísero ponto enquanto que seu companheiro Emerson Fittipaldi emergia para o primeiro título mundial. Para Dave Walker ele reclamava que a Lotus não lhe dava a devida atenção, além do equipamento ser pior que o de Emerson - em contraponto, o pessoal da Lotus reclamava da sua falta de preparação física, pilotagem não tão apurada e falta de conhecimento mecânico. Apesar de algumas provas onde ele poderia ter pontuado e problemas o deixaram pelo caminho - como na Espanha, Inglaterra e Áustria - Dave acabou deixando a Lotus ao final da temporada. Sua melhor posição no campeonato foi um nono lugar na Espanha, enquanto que em provas extra-campeonato ele foi quinto na prova do Brasil. 

Hoje Dave Walker completa 80 anos. 

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Foto 962: David Hobbs, F5000 1971

 

(Foto: Jim Culp/ Flickr)

David Hobbs com o Mclaren M10B da Hogan Racing no Grande Prêmio de Seatle, então terceira etapa do SCCA L&M Formula 5000 de 1971, realizada em 23 de maio.

Nesta prova, Hobbs dominou amplamente ao marcar a pole e vencer as duas baterias de 40 voltas cada, repetindo o que fizera no início de maio (2) quando venceu a etapa de Laguna Seca (Grande Prêmio de Monterey) dominando todas as ações. 

Hobbs acabou chegando à equipe de Carl Hogan por intermédio de Roger Penske, que havia contratado o inglês para pilotar seus carros na Indycar e em provas de carros esporte e quando Carl ficou sem o seu campeão vigente na categoria, o anglo-canadense John Cannon, Penske recomendou a Hogan a contratação de David que já possuía boa experiência com passagens na categoria em 1969 e 1970 pela equipe de John Surtees, conquistando o vice-campeonato em 1969 com quatro vitórias (o campeão foi Tony Adamowicz por 1 ponto [47 x 46] ) e ficando em terceiro na temporada de 1970, conseguindo 86 pontos e duas vitórias (o título ficou para Cannon que marcou 129 pontos). 

A bordo do mesmo Mclaren M10B que John Cannon venceu o campeonato de 1970, David Hobbs venceu cinco provas das oito do campeonato e fez 115 pontos, 45 pontos a mais que Sam Posey que ficou em segundo com o Surtees TS8 Chevrolet. Brett Lunger ficou com a terceira posição pilotando o Lola T192, ao marcar 64 pontos e vencendo uma corrida.

David Hobbs foi um dos tantos pilotos versáteis de sua geração, competindo desde os fórmulas, passando pelos protótipos, carros de turismo e GTs. Em 1983 David Hobbs voltou a ganhar um campeonato nos EUA, desta vez pela Trans-Am Series pilotando um Chevrolet Camaro da DeAtley Motorsports.

Na Fórmula-1 ele teve sete participações e o melhor resultado foi um sétimo lugar na prova da Áustria de 1974; disputou quatro edições das 500 Milhas de Indianápolis, obtendo um quinto lugar na edição de 1974; e nas 24 Horas de Le Mans foram 20 participações tendo como melhores resultados dois terceiros lugares conquistados em 1969 e em 1984. 

David Hobbs completa 82 anos hoje.

terça-feira, 8 de junho de 2021

Foto 961: Ludovico Scarfiotti, GP da Itália 1966

 

Ludovico Scarfiotti no grid da prova que o consagraria

O piloto italiano era um dos melhores de sua geração naquela década de 60, tendo vencido provas no Mundial de Marcas – incluindo a conquista nas 24 Horas de Le Mans de 1963 com Lorenzo Bandini pilotando pela Ferrari – e também com dois títulos no Campeonato Europeu de Subida de Montanha em 1962 e 1965.

Scarfiotti tinha feito já algumas provas na Fórmula-1, tendo estreado no GP da Holanda de -1963 onde terminou em sexto e participou, também, de algumas provas extra-campeonato incluindo a famosa corrida em Syracuse no ano de 1967 onde ele dividiu a conquista com seu companheiro de Ferrari Mike Parkes após terem cruzado a linha de chegada juntos, computando a mesma velocidade (182,90 KM/H) e cravando um incomum empate.

No GP da Itália de 1966 Scarfiotti largou da segunda posição, com a pole ficando para seu companheiro de Ferrari Mike Parkes – que marcava a sua primeira pole na categoria. Após uma má largada que o jogou para sétimo, Ludovico escalou o pelotão aos poucos para assumir a liderança na 13ª volta e perde-la momentaneamente na 27ª passagem para Mike Parkes e recuperá-la em seguida, para se tornar o primeiro italiano a vencer o GP da Itália desde Alberto Ascari, que havia vencido em 1952 também pela Ferrari. E agora era vez de Ludovico herdar essa marca, ao ser o último italiano a vencer o GP italiano e com Ferrari.

Scarfiotti morreria dois anos depois numa prova de Subida de Montanha em Berchtesgaden (ALE) ao volante de um Porsche 910 durante os treinos.


*Texto extraído do especial "A primeira em Monza"  feito em setembro de 2020

segunda-feira, 7 de junho de 2021

Foto 960: Chico Landi, GP da Itália 1952

 


Chico Landi com o Maserati A6GCM da Escuderia Bandeirante durante o GP da Itália de 1952, realizado em Monza. Foi a oitava e derradeira do Mundial de Fórmual-1 de 1952. 

Na ocasião a Escuderia Bandeirante levou três Maserati A6GCM para Landi, o brasileiro Gino Bianco e o uruguaio Eitel Cantoni. Landi conseguiu qualificar-se em 18º, Cantoni ficou em 23º e Bianco em 24º. A corrida foi um duelo a parte entre Alberto Ascari e Jose Froilan Gonzalez, até que o piloto argentino teve problemas em seu pit-stop e deixasse Ascari livre para vencer a prova. Com os problemas aparecendo para os demais, Chico Landi foi escalando o pelotão aos poucos até ocupar a sétima posição - sem contar que ele ainda fizera uma bela largada aparecendo em 11º no final da primeira volta. Na 63ª volta ele foi superado pela Ferrari de Piero Taruffi e acabou fechando em oitavo, até então a melhor posição de chegada de um piloto brasileiro na Fórmula-1. Cantoni ficou em 11º e Bianco abandonou com problemas de motor. 

Chico Landi viria a conquistar os primeiros pontos no GP da Argentina de 1956 ao terminar em quarto com carro compartilhado com Gerino Gerini. 

Hoje completa 32 anos da morte de Chico Landi. 

domingo, 6 de junho de 2021

GP do Azerbaijão - À moda de Baku

(Foto: F1/ Twitter)

Chega ser impressionante como este traçado de Baku consegue reunir todos os ingredientes para transformar uma corrida até de certa controlada, em caos independentemente qual seja o estágio que a corrida se encontra. Outro ponto importante é que a vitória nem sempre vai para as mãos daquele que dominou as ações, assim como acontecera em 2017 e 2018. 

Com o retorno do circuito ao calendário, após um ano de ausência, devido o cancelamento pela pandemia, uma das pistas mais populares da Fórmula-1 voltou da melhor forma possível.


Estrela Mexicana

(Foto: Red Bull Racing/ Twitter)

Sergio Pérez tem um feeling bastante aguçado para aquele traçado de Baku: foi terceiro em duas oportunidades (2016 e 2018); parecia ter um ritmo bem interessante para pegar outro pódio em 2017, não fosse o enrosco com Esteban Ocon e ainda salvou pontos em 2019 ao ficar em sexto. Desta vez, com um carro mais competitivo, era de esperar que o mexicano tivesse uma chance de vencer na pista onde ele teve suas melhores apresentações, mas furar a bolha onde Max Verstappen e Lewis Hamilton tem disputado palmo a palmo a liderança do campeonato e das corridas, ele teria que contar com alguns azares para que isso fosse concretizado. 

Um ponto interessante para que Pérez diminuísse o prejuízo da sua posição de grid, era efetuar uma bela largada. E isso aconteceu: não só conquistou conquistou o sexto lugar - ele sairia de sétimo, mas a punição de Lando Norris em não respeitar a bandeira vermelha durante a qualificação fez com que o piloto da Mclaren perdesse três posições no grid, caindo de sexto para nono - como também fez uma bela largada e já estava em quarto na primeira volta para, algumas voltas depois, assumir o terceiro posto após ultrapassar Charles Leclerc. 

O melhor ritmo dos Red Bull permitiram que os dois carros voltassem à frente de Lewis, que liderou as primeiras voltas do GP, assim que as paradas de box foram efetuadas. A partir daí o jogo da Red Bull entrou em ação, com Max apenas administrando a liderança enquanto que Sergio segurava Lewis até com certa tranquilidade, uma vez que o Red Bull era mais veloz na parte sinuosa e o Mercedes, apesar de ter velocidade de reta, não conseguia ficar perto o suficiente para tentar a ultrapassagem. 

O acidente de Lance Stroll após seu pneu estourar em plena reta, poderia ter mudado o panorama da prova, mas foi o de Max Verstappen, faltando três voltas para o fim, que deu um tom diferente para uma corrida que parecia ter dono. A bandeira vermelha foi mostrada e prova teve a sua relargada e este foi o momento em que Lewis Hamilton cometeu um de seus raros erros ao passar direto na área de escape da primeira curva e deixar o caminho aberto para que Sergio Perez chegasse a sua segunda vitória, com Sebastian Vettel em segundo e Pierre Gasly em terceiro. 

Um resultado importante para o piloto mexicano que vinha deixando a desejar em algumas etapas.


A farra dos coadjuvantes

(Foto: F1/ Twitter)

Apesar de boa parte dos sentimentos alimentarem a possibilidade de haver uma zebra neste GP, era de esperar que Max e um revitalizado Lewis pudessem vencer, mas o imponderável jogou à favor dos demais para que nenhum dos dois rivais pela luta do mundial pudessem marcar pontos. Foi a deixa perfeita para que Perez chegasse a sua segunda vitória e mais atrás outros dois pilotos conquistassem seus melhores resultados até aqui neste campeonato.

Sebastian Vettel foi um dos grandes da tarde ao mostrar a sua habitual finesse e dava para perceber que poderia ganhar algo a mais nesta corrida, quando alongou sua parada de box e diminuiu bastante o prejuízo de uma qualificação que poderia ter sido bem melhor, mas com o acidente de Daniel Ricciardo no Q2 deixou o tetra-campeão na mão. Ele chegou liderar a prova com bom ritmo e assim que voltou de sua parada de box, estava em sétimo e recuperou-se bem após a primeira relargada para subir ao quarto lugar e depois pegar o terceiro com o abandono de Verstappen. A segunda posição foi um presente após o erro de Hamilton e o piloto alemão pode voltar ao pódio, algo que não acontecia desde o GP da Turquia de 2020 quando terminou em terceiro. Para a Aston Martin foi o primeiro pódio da história da fabricante inglesa na F1.

Pierre Gasly foi outro que beneficiou-se de todos os infortúnios daqueles que iam a sua frente, mas o francês fez por onde para garantir esse lugar no pódio, começando pela sua ótima qualificação que lhe rendeu o quarto lugar. E ficou bom tempo em quinto até descer para sétimo, logo atrás das duas Aston Martin - tomando uma bela ultrapassagem de Vettel num certo momento. O seu duelo com Leclerc nas voltas finais, com ele sendo ultrapassado, devolvendo a ultrapassagem e ainda se defendendo bem, mostrou o quanto que este piloto tem evoluído desde o ano passado. 

Para o restante dos dez primeiros, foram boas provas particulares: Leclerc sabia que batalhar contra Mercedes e Red Bull seria dificil e nem se opôs nas disputas, mas a sua pole foi brilhante - por mais que a bandeira vermelha tenha atrapalhado os demais; Lando Norris podia ter se beneficiado bastante deste caos entre os ponteiros para pegar outro pódio não fosse a punição que o jogou para nono, mas voltou a ser o melhor dos dois Mclaren; Fernando Alonso salvou bons pontos após um boa qualificação, mas o ritmo do espanhol não parecia lhe dar oportunidade de chegar aos pontos após chegar ocupar a 13ª posição, mas as intervenções do Safety Car e bandeira vermelha, ajudarm o veterano a voltar para o jogo e fazer ultrapassagens que lhe garantiram uma boa sexta posição. Yuki Tsunoda ficou em sétimo e andando sempre entre os dez primeiros; Carlos Sainz cometeu um erro e caiu na classificação, mas teve tempo para conseguir salvar alguns pontos; Daniel Ricciardo foi outro que conseguiu chegar a casa dos pontos em mais um final de semana dificil para o autraliano da Mclaren; Kimi Raikkonen pegou a décima posição após ultrapassar seu companheiro de Alfa Romeo, Antonio Giovinazzi, na última volta. 

Prejuízo e Lucro

(Foto: F1/ Twitter)

Tanto Max, quanto Hamilton, deveriam sair de Baku com a liderança ampliada, mas o azares para estes dois contribuiu para que ambos continuassem como estavam antes dessa etapa. O estouro do pneu do Red Bull de Max Verstappen tirou uma vitória certeira do holandês, que faria ele elevar a diferença no campeonato para vinte ou vinte um pontos, caso ele confirmasse a sua melhor volta, e teria uma vantagem mais confortável para a etapa da França. O que acabou sendo um desfecho frustrante para um piloto que estava num ritmo espetacular, apenas administrando a vantagem para o segundo colocado e aumentando quando quisesse. Foi uma chance de ouro para coletar o maior número de pontos em duas provas onde a Mercedes não estava em seus melhores dias.

Assim como Max, Hamilton teve a chance e desperdiçou com um erro raro ao apertar um botão de balanceamento dos freios na relargada parada, quando ele estava com quase o carro inteiro a frente de Pérez. Custou caríssimo algo que poderia ter sido um alivio após um final de semana complicado para a Mercedes, que viveu um inferno nestas duas provas de rua. O acerto usado por Hamilton, privilegiando a longa reta, amenizou o desastre - no entanto, Bottas foi muito abaixo da média, entregando uma de suas piores apresentações ao volnate da Mercedes - que poderia ter sido coroado com uma vitória impressionante que lhe daria a liderança isolada do mundial. Foi a primeira vez que ele não pontua, a última sendo na Áustria 2018, e também da Mercedes que no mesmo GP da Áustria ficou sem pontuar após a quebra dos dois carros. 

Baku não apenas voltou ao calendário, como mais uma vez embaralhou o jogo. O próximo GP será na defenestrada pista de Paul Ricard, que tanto entregou provas modorrentas nos últimos anos. Mas com a atual situação da Fórmula-1, as coisas podem ser bem diferentes desta vez.

Foto 959: Ivor Bueb, Le Mans 1957

 



A comemoração de Ron Flockhart (capacete branco) e Ivor Bueb (capacete marron) após a conquista da dupla nas 24 Horas de Le Mans de 1957, que marcou a última conquista da Jaguar em Sarthe - que retomaria o caminho das vitórias no traçado francês 31 anos depois. 

Foi a segunda vitória de Ivor Bueb que conquistara a primeira na trágica edição de 1955, quando dividiu o Jaguar D-Type oficial com Mike Hawthorn. Dessa o Jaguar D-Type foi inscrito de forma particular pela Ecurie Ecosse que levou dois Jaguares e entregou para Ron Flockhart/ Ivor Bueb (#3) e para Ninian Sanderson/ John Lawrence (#15), que enfrentaram o desafio vindo da Ferrari, Maserati, Aston Martin e Porsche. Mas a confiabilidade dos carros fizeram suas vitimas e ao final das 24 horas, era a Jaguar quem sorria ao colocar cinco D-Type nas seis primeiras posições e todos por equipes privadas. A Ecurie Ecosse fez a dobradinha com o #3 em primeiro e o #15 em segundo, sendo que o Jaguar de Flockhart/ Bueb assumiu a liderança na terceira hora e não perdeu mais. 

Ivor Bueb fez seis aparições na Fórmula-1, mas participando de cinco e sem marcar pontos. As participações foram entre 1957 e 1959 pilotando sempre por Connaught, Maserati, Lotus e Cooper. Sua melhor posição foi um 11º lugar no GP da Alemanha de 1958 com o Lotus 12 da Ecurie Demi Liter. 

Mas seus melhores resultados remontam as provas de endurance, como as já mencionadas vitórias nas 24 Horas de Le Mans de 1955 e 57, e outras vitórias conquistadas em carros da Lister no campeonato britânico de carros esporte. 

Ele veio morrer seis dias depois de acidentar-se numa prova de Fórmula-2 em Clermont-Ferrand no ano de 1959, quando seu Cooper escapou do traçado e ele sendo arremessado para longe. 

Ivor Bueb completaria 98 anos hoje.

Foto 958: Noritake Takahara, International Trophy 1974

 


O primeiro japonês... Noritake Takahara com o March 741 da equipe de fábrica, durante o International Trophy de 1974 realizado em Silverstone. Ele largou em 14º num grid de 32 carros e terminou em 11º, com uma volta de atraso para o vencedor James Hunt. 

Takahara já era um dos melhores pilotos japoneses, tendo estreado em 1969 no automobilismo local e conquistando títulos na Fórmula 2000 - antiga Fórmula Nippon e atual Super Fórmula - onde foi bi-campeão (1974 e 1976 - ele ainda ficaria em terceiro em 1973, no ano de estréia da categoria, e em segundo no ano de 1975). 

Em 1976, ao lado de seus compatriotas Masahiro Hasemi e Kazuyoshi Hoshino, foram os primeiros japoneses a participar de uma prova oficial do Mundial de Fórmula-1 e foi exatamente quando a categoria foi para o Japão onde o GP foi realizado pela primeira vez na história, no circuito de Fuji - e que ficaria marcado para sempre por ser o palco da decisão do mundial daquele ano entre Niki Lauda e James Hunt. A prova ainda teria a participação de Masami Kwashima pela Wolf Williams, mas seu dinheiro não foi suficiente para pagar o assento e este acabou sendo ocupado por Hans Binder. 

Naquele GP, Takahara, que competiu com um Surtees TS19 da equipe de John Surtees, terminou em nono com três voltas de atraso para o vencedor Mario Andretti. Takahara voltou a participar do GP do Japão de 1977 pilotando um Kojima Ford, mas a sua prova não passou da primeira volta após um acidente. Foi a sua última aparição na Fórmula-1.

Noritake teve uma forte carreira nas provas de Endurance do Japão ao vencer por três vezes (1973, 1975 e 1976; vice em 1974) o Fuji Grand Champion Series, com as provas sendo realizadas exclusivamente no circuito de Fuji. 

Noritake Takahara completa 70 anos hoje. 

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...