domingo, 1 de novembro de 2009

No amistoso de Abu-Dhabi dobradinha para Red Bull e vice-campeonato para Vettel


Vettel venceu o último GP da temporada e garantiu o vice-campeonato com 84 pontos, 7 pontos a mais que Barrichello que terminou em quarto na corrida e em terciro no mundial.
A corrida, como se previa, foi bem ruinzinha. Dai você irá dizer "mas o campeonato já estava decidido", mas lembre-se que a temporada de 1995 também estava decidida e a última prova daquele ano, disputado no belo circuito citadino de Adelaide (Austrália), foi uma das melhores do ano com a vitória de Damon Hill, a segunda colocação de Olivier Panis se arrastando com sua Ligier que tinha perdido 1 cilindro do motor Mugen-Honda nas últimas voltas e terceira posição de Gianni Morbidelli com Arrows. Este foi um exemplo de corrida de fechamento de campeonato com bastante emoção.
Mas deixando uma pouco de história para outro dia, os únicos lances bons mesmo foi a curta disputa entre Kobayashi e Button quando o inglês havia feito sua primeira parada nos boxes e voltara na frente do bom  piloto japonês que atacou-o sem dó até que Jenson errou numa das curvas e cedeu o lugar à Kamui. O japonês garantiu 3 pontos na sua segunda prova na categoria.
A outra disputa, mais uma vez envolvendo Button, foi nas duas últimas voltas quando disputou roda à roda com Webber a segunda posição. O australiano segurou bem a pressão e venceu o duelo.

A última largada de 2009. Hamilton mantem a liderança, mas durante a prova abandona com problemas nos freios traseiros e deixa caminho aberto para Vettel vencer e garantir o vice no Mundial


Essa foi a real emoção de um GP insosso disputado num circuito de avaliação idêntica. As construções num lugar totalmente desabitado é de se destacar como uma das grandes maravilhas arquitetonicas da atualidade, mas a pista é sem graça. Um baita retão de 1Km e pouco que é o maior da categoria e o resto totalmente travado onde que os pontos de ultrapassagem eram quase inesistentes, apesar de alguns mostrarem que dá para fazer essas manobras como mostrou Kobayashi ao passar por Button. 
Hermann Tilke, o engenheiro deste circuito e de tantos outros que estrearam nos últimos 10 na categoria, talvez tenha errado a mão desta vez. As outras pistas como a da Malásia e da Turquia são interessantes, mas esta parece ter sido um furo na água. 
Depois de ter assistido à este GP agora aprendi a gostar de Hungaroring que também criticava à muito tempo por ser de natureza bem pobre, sem ter aquela emoção dos grandes autódromos e que já faz parte da F1 desde 1986 e se tornou uma pista tradicional no calendário. Yas Marina vai pelo mesmo caminho e concerteza vai demorar e muito para sair do calendário, afinal os petrodólares estão ali. Fazer o quê!

O pódio em Abu-Dhabi: Festa para a Red Bull

RESULTADO FINAL DO GRANDE PRÊMIO DE ABU-DHABI 17ª ETAPA

1. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) - 55 voltas

2. Mark Webber (AUS/Red Bull) - a 17s8
3. Jenson Button (ING/Brawn) - a 18s4
4. Rubens Barrichello (BRA/Brawn) - a 22s7
5. Nick Heidfeld (ALE/BMW) - a 26s2
6. Kamui Kobayashi (JAP/Toyota) - a 28s3
7. Jarno Trulli (ITA/Toyota) - a 34s3
8. Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso) - a 41s2
9. Nico Rosberg (ALE/Williams) - a 45s9
10. Robert Kubica (POL/BMW) - a 48s1
11. Heikki Kovalainen (FIN/McLaren) - a 52s7
12. Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari) - a 54s3
13. Kazuki Nakajima (JAP/Williams) - a 59s8
14. Fernando Alonso (ESP/Renault) - a 1min09s6
15. Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India) - a 1min34s4
16. Romain Grosjean (FRA/Renault) - a uma volta
17. Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari) - a uma volta
18. Adrian Sutil (ALE/Force India) - a uma volta
Abandonaram:
Lewis Hamilton (ING/McLaren)
Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso)

sábado, 31 de outubro de 2009

Hamilton confirma o bom desempenho e sai na pole em Yas Marinas

Foi um treino bem fraquinho. Não assisti ao treino e pelo que li, não perdi nada de interessante. Hamilton cravou uma pole que já era esperada ficando à frente de um surpreendente Vettel e Webber que não tinham ficado com bons tempos nos treinos de sexta.
Barrichello, que luta com Vettel pela segunda posição no campeonato, ficou com a quarta posição.
Na lista dos pesos Hamilton sai 1,5Kg mais leve que Webber e 4,5Kg que Vettel. Barrichello é o segundo mais leve do grid com 655Kg.
Sem mais milongas, vamos aos tempos e a tabela de pesos:


GRID DE LARGADA PARA O GRANDE PRÊMIO DE ABU-DHABI - 17ª ETAPA

1. Lewis Hamilton (ING/McLaren) - 1min40s948
2. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) - 1min41s615
3. Mark Webber (AUS/Red Bull) - 1min41s726
4. Rubens Barrichello (BRA/Brawn) - 1min41s786
5. Jenson Button (ING/Brawn) - 1min41892
6. Jarno Trulli (ITA/Toyota) - 1min41s897
7. Robert Kubica (POL/BMW) - 1min41s992
8. Nick Heidfeld (ALE/BMW) - 1min42s343
9. Nico Rosberg (ALE/Williams) - 1min42s583
10. Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso) - 1min42s713
11. Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari) - 1min40s726
12. Kamui Kobayashi (JAP/Toyota) - 1min40s777
13. Kazuki Nakajima (JAP/Williams) - 1min41s148
14. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso) - 1min41s689
15. Fernando Alonso (ESP/Renault) - 1min41s667
16. Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India) - 1min41s701
17. Adrian Sutil (ALE/Force India) - 1min41s863
18. Heikki Kovalainen (FIN/McLaren) - 1min40s983 *
19. Romain Grosjean (FRA/Renault) - 1min41s950
20. Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari) - 1min42s184
* Kovalainen perdeu cinco posições no grid por precisar trocar a caixa de câmbio

PESOS:

1 - Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes) - 658,5 kg

2 - Sebastian Vettel (ALE/RBR-Renault) - 663 kg
3 - Mark Webber (AUS/RBR-Renault) - 660 kg
4 - Rubens Barrichello (BRA/Brawn-Mercedes) - 655 kg
5 - Jenson Button (ING/Brawn-Mercedes) - 657 kg
6 - Jarno Trulli (ITA/Toyota) - 661 kg
7 - Robert Kubica (POL/BMW Sauber) - 654,5 kg
8 - Nick Heidfeld (ALE/BMW Sauber) - 664 kg
9 - Nico Rosberg (ALE/Williams-Toyota) - 665 kg
10 - Sebastien Buemi (SUI/STR-Ferrari) - 661,5 kg
11 - Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari) - 692 kg*
12 - Kamui Kobayashi (JAP/Toyota) - 694,3 kg*
13 -Kazuki Nakajima (JAP/Williams-Toyota) - 704 kg*
14 - Jaime Alguersuari (ESP/STR-Ferrari) - 696,5 kg*
15 - Fernando Alonso (ESP/Renault) - 708,3 kg*
16 - Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India-Mercedes) - 695 kg*
17 - Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes) - 696 kg*
18- Heikki Kovalainen (FIN/McLaren-Mercedes) - 697 kg*
19 - Romain Grosjean (FRA/Renault) - 710,8 kg*
20 - Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari) - 692,5 kg*

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mclarens dominam os treinos no meio do oasis

As Mclarens deram as cartas na mais nova pista da F1 neste primeiro dia de treinos. Hamilton foi o mais rápido no primeiro treino ao marcar 1'43''939. Na parte da tarde para o anoitecer Kovalainen roubou a primeira posição de seu companheiro no final do treino marcando 1'41''307, quase dois décimos mais rápido que seu companheiro. A surpresa ficou por conta de Kamui Kobayashi que ficou em 5°.
O circuito parece ser extremamente travado, o que pode deixar a corrida chata. Mas, como é um circuito novo e ninguém sabe muito do seu traçado, talvez a prova seja bastante movimentada com várias escapadas e até acidentes, já que as áreas de escapes deste circuito é muito pequena ou nem existe em certos locais.
O resultado do segundo treino livre:

1 - Heikki Kovalainen (FIN/McLaren) - 1min41s307

2 - Lewis Hamilton (ING/McLaren) - 1min41s504
3 - Jenson Button (ING/Brawn GP) - 1min41s541
4 - Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) - 1min41s591
5 - Kamui Kobayashi (JAP/Toyota) - 1min41s636
6 - Sebastien Buemi (Toro Rosso/Ferrari) - 1min41s683
7 - Mark Webber (Red Bull/Renault) - 1min41s684
8 - Rubens Barrichello (BRA/Brawn GP) - 1min41s831
9 - Nico Rosberg (ALE/Williams) - 1min41s931
10 - Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari) - 1min41s987
11 - Adrian Sutil (ALE/Force India) - 1min42s180
12 - Kazuki Nakajima (JAP/Williams) - 1min42s245
13 - Nick Heidfeld (ALE/BMW) - 1min42s278
14 - Jarno Trulli (ITA/Toyota) - 1min42s409
15 - Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India) - 1min42s530
16 - Fernando Alonso (ESP/Renault) - 1min42s782
17 - Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari) - 1min42s932
18 - Romain Grosjean (FRA/Renault) - 1min43s021
19 - Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso) - 1min43s022
20 - Robert Kubica (POL/BMW) - 1min43s708











terça-feira, 27 de outubro de 2009

Mclaren procura

A lista que a Mclaren tem para provável segundo piloto para o ano que vem é das grandes: Kovalainen, Sutil, Heidfeld, de La Rosa, Rosberg, Raikkonen e por ai vai.
O perfil que eles mais procuram é de um piloto experiente, que seja tranquilo, que evite confrontos com sua estrela. Na verdade querem um capacho e mais nada.
Alguns nomes foram vetados pelo pai de Hamilton, alegando que poderia trazer algum tipo de problemas para seu filho dentro da equipe- as rusgas com Alonso assustaram o menino. De cara Rosberg foi preterido e olha que o alemão estava disposto a formar a dupla com o inglês no ano que vem, mas este desconversou numa entrevista antes do GP de Cingapura quando foi indagado sobre esta possibilidade. Saiu pela tangente elogiando o trabalho de Kovalainen.
Sobre o Kova, não é de hoje que eles trabalham nos bastidores para que ele fique. Caiu como uma luva para ser o companheiro de Hamilton, principalmente este ano em que se atrapalhou em algumas corridas e em momento algum ofereceu resistência à Hamilton. Ano passado, quando estreou na equipe, Heikki até que estava em boa posição no campeonato quando chegou à Espanha pra disputar o GP, quarta etapa do mundial. Antes da prova ele estava empatado com Hamilton em 14 pontos o que era de louvar, afinal naquela altura, Hamilton já havia vencido uma prova e Kova marcado pontos em todas provando que de início era um piloto regular. Dai veio o acidente, que assustou todos na Espanha, e ele desandou. Neste ano foi péssimo e por isso a Mclaren, pressionada pela Mercedes, quer substituí-lo.
Sutil também foi sondado. Ele é amigo de Lewis desde os tempos da F3 e isso ajudaria muito na hora de combinar as coisas. Raikkonen é uma ameaça ao reinado do garoto, mas ele pediu muita grana e assustou a Mclaren. Até Barrichello foi procurado durante o GP do Brasil, mas ele recusou pois já está de malas prontas para a Williams em 2010.
De La Rosa até que cairia bem na equipe, mas eles nem deram bola para isso. Outro piloto que tenta uma vaguinha por lá desde os tempos da dupla Raikkonen/Montoya é Gary Paffet, que corre de Mercedes no DTM. Ele ficou na expectativa em 2007 para ser o companheiro de Alonso, mas acabou ficando na saudade quando eles optaram por Hamilton.
Agora o nome que surgiu, até com certa força, foi o de Heidfeld. Ele foi piloto de testes da Mclaren em 98 e 99 e era certa sua presença na equipe inglesa para 2000, mas acabou desembarcando na Prost Grand Prix e por lá ficou. Quando estava na Sauber, bateu fácil um certo novato de nome Kimi Raikkonen que estreava na F1. Ao final do quem foi para a McLaren? Kimi Raikkonen.
Agora, quase 10 anos depois, meio que no desespero, a Mclaren cheia de elogios para o bom trabalho que Heidfeld tem feito desde os tempos da Sauber tenta agora trazê-lo para formar a dupla com Hamilton. Até que pode acontecer isso, afinal para o próximo ano, até onde sei, ele está à pé. Mas se fosse outro, no estilo Montoya ou Jacques Villeneuve, eles iam levar uma banana, isso pra ser o "mais educado possível".

Heidfeld testando a Mclaren em 1999 no festival de Goodwood

domingo, 25 de outubro de 2009

Os fabulosos carros-asa da Lotus

Na metade dos anos 70 a Lotus se encontrava numa crise técnica. As inovações que Chapman colocara nos seus carros em 1974, não surtiram efeito algum. O Lotus 76, que chegou a ser usado em algumas etapas da temporada de 74, tinha uma embreagem acionada por um botão colocado na parte superior da alavanca de marchas com a intenção de deixar o pé do piloto livre para somente frear e acelerar, mais ou menos parecido com o que temos hoje nos F1 atuais. A idéia era boa, mas não foi muito longe. O carro tinha um comportamento instável e a embreagem apresentou vários problemas, sendo usada em poucos GPs. Com o fracasso do Lotus 76, Colin "ressuscitou" a velha Lotus 72 e entregou à Peterson e Ickx.
Para a temporada de 75 a Lotus continuou, por todo ano, a usar o mesmo modelo. Mas este já estava no fim da sua vida útil, sendo superado por modelos mais atuais e muito mais refinados (por exemplo, a Ferrari 312T e Mclaren M23). Chapman, vendo que as coisas iam de mal à pior e que sua equipe estava ficando para trás, começou e escrever em sua casa de campo em Ibiza, Espanha, algo que mudaria os rumos da sua equipe e do esporte.

Peterson e a Lotus 76 em Silverstone 74: carro sem sucesso de Chapman
Ao final ele tinha criado um documento de 27 páginas que foi entregue a Tony Rudd (ex-projetista da BRM), diretor de pesquisas da Lotus e Peter Wright que era aerodinamicista da equipe. Junto deles um grupo de projetistas dos bons, formado por Ralph Bellamy (que mais tarde trabalharia na Copersucar) Tony Southgate (ex-projetista da Shadow) Martin Olgivie, Charlie Prior e entre outros.

Andretti e o Lotus 77 em 1976
O projeto foi trabalhado durante o ano de 76 inteiro, enquanto que Gunnar Nilsson, substituto de Peterson que tinha deixado a equipe para juntar-se à March no início da temporada, e Mario Andretti pilotavam os Lotus77. O bólido construído pelos projetistas da Lotus tinha as tomadas de ar laterais bem mais longas que o normal , com o fundo deles em forma de asa invertida. Os estudos em túnel de vento mostraram que o ar passava rápido por dentro das tomadas de ar fazendo com que o carro grudasse no chão, mas também, ao final do testes, o carro-molde envergava. A solução que Wrigth e sua equipe encontrou foi de fechar o espaço entre o carro e o asfalto para que a sucção melhorasse ainda mais e eliminasse o problema de envergamento. Com essa melhoria,o ar passava ainda mais rápido por debaixo do carro e saia or aberturas na parte superior das tomadas de ar. Isso empurrava o carro contra o solo melhorando sua estabilidade, principalmente em curvas. Estes testes continuaram durante o ano e ao final, o carro ganhava por volta cerca de 1,5 segundos.

O Lotus 78 e seus detalhes
Gunnar Nilsson no GP do Japão de 77 com o Lotus 78
O "carro-asa", como ficou conhecido, estava pronto para a temporada de 77. O Lotus 78 (este era o nome do carro) causou frisson no seu ano de estréia e não ganhou o campeonato porque a durabilidade do câmbio (feito pela própria Lotus) e evoluções do motor Cosworth, tiraram a chance de Mario Andretti de conquistar aquele mundial. O itálo-americano venceu 4 Gps (EUA/Long Beach, Espanha, França e Itália) sendo o piloto que mais venceu na temporada e seu companheiro, Gunnar Nilsson, ganhou a prova da Bélgica somando assim 5 conquistas para o Team Lotus. Colin Chapman e seu time tinham voltado à linha de frente, mas faltava algo maior: os títulos de pilotos e construtores.

Andretti e Lotus 79 à caminho da vitória na Alemanha em 1978
O conceito do Lotus 78 foi totalmente refinado para a temporada de 78, onde nasceu o Lotus 79 que era inteiramente escupido em túnel de vento se aproveitando de modo eficaz do efeito-solo. O carro não estava pronto, então Andretti e Peterson, retornando à Lotus, usaram nas cinco primeiras etapas daquele ano um Lotus 78 reformulado. Os dois ganharam uma prova cada para a Lotus, com Andretti a vencer na abertura do mundial (GP da Argentina) e Peterson ganhando a terceira etapa (GP da África do Sul). Em 21 de maio, no GP da Bélgica, sexta etapa, Lotus 79 estreou pelas mãos de Andretti que aniquilou a concorrência ao vencer a prova. Peterson chegou em segundo com a outra Lotus 78. Na prova seguinte, o GP da Espanha, Peterson já estava à pilotar a nova Lotus, mas ficara em segundo novamente com outra vitória para Andretti. Mario venceria ainda na França, Alemanha e Holanda contabilizando 6 vitórias e Peterson, que venceu na Áustria, era o único piloto que poderia tirar o título de Andretti, mas a tragédia no GP da Itália descidiu o mundial à favor do italo-americano. Num múltiplo acidente após a largada e antes da primeira chicane causada por Patrese e Hunt, pôs fim a vida de Peterson. Patrese fechou para cima de Hunt, que na tentativa de evitar um acidente, acabou acertando o carro de Peterson que vinha em seguida jogando o Lotus do sueco contra o guard-rail que explodiu. O piloto foi retirado do carro com as pernas esmagadas e levado para o hospital, onde foi operado na mesma noite. Na manhã de segunda-feira, Peterson teve uma embolia generalizada que o matou. Jean Pierre Jarrier o substituiu nas duas últimas etapas (EUA e Canadá).
Numa mistura de glória e tristeza, este foi o último título da Lotus na F1. Patrick Head (projetista da Williams), Gordon Murray (projetista da Brabham) e Gerard Ducarouge (projetista da Ligier) aperfeiçoaram o conceito do efeito-solo e passaram à frente do velho Chapman que não mais conseguiu sentir o gosto de uma vitória e nem de um título mundial. Mas antes de tudo, ele havia mostrado o caminho das pedras para os futuros projetistas. A corrida da aerodinâmica tinha se iniciado.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Análise dos oito primeiros- GP do Brasil 2009



MARK WEBBER- Perdeu a pole para Barrichello mas na prova não deixou o brasileiro escapar na frente, o que lhe deu uma grande vantagem para fazer sua parada nos boxes e voltar na liderança. Dai em diante só administrou a vantagem que tinha sobre Kubica e sem mais nenhum incomodo, venceu sua segunda prova na temporada e na carreira.






ROBERT KUBICA- Reviveu seus bons momentos ao andar entre os ponteiros. O carro estava muito bom e rápido, mas não o bastante para ameaçar Webber. Conquistou a segunda posição de Barrichello após sua primeira parada e não teve trabalho algum na corrida.





LEWIS HAMILTON- Laragando da 17ª posição não era para ter nenhuma esperança, mas a confusão no inicio da prova o ajudou. Entupiu o tanque de gasolina, ficou na pista até a 41ª volta, pressionando Rubens, fez sua segunda parada e na volta 61 assumiu a terceira posição ao ultrapassar Barrichello. Acabou sendo um prêmio o pódio ao final de uma corrida que ele não esperava grande coisa.





SEBASTIAN VETTEL- Depois da classificação de sábado, ao marcar o 16º tempo, ele precisaria de um milgre que não veio. Mas também não abaixou a guarda em momento algum, indo buscar a 4 ª posição no braço apesar de que tinha um bom carro em Interlagos. Na parte final, se tivesse mais três voltas, teríamos uma boa disputa entre ele e Hamilton pela 3ª posição.





JENSON BUTTON- O dono da festa marcara o 14º tempo e tinha em mente que não sairia de Interlagos com o título. Os acidentes ajudaram, mas ele foi perfeito ultrapassando um a um. Teve um bom duelo com novato Kobayashi que não deu refresco para ele. Foi uma conquista sem erros e com muita garra.





KIMI RAIKKONEN- Poderia ter concluído a prova mais a frente, mas o incidente com Webber na primeira volta atrapalhou tudo. Tomou um susto com o fogo que chamuscou seu carro no pit e teve, mais uma vez, uma boa apresentação. Mas tinha chances de conseguir algo melhor.







SEBASTIAN BUEMI- O carro foi bem em todos os treinos e na prova acabou sendo superado por carros mais velozes. O mais importante é que o carro resistiu até o final, ele não fez nenhuma burrada e saiu de Interlagos com mais 2 pontos. Parece ser um bom piloto, mas de vez em quando apronta das suas.





RUBENS BARRICHELLO- Uma pole fantástica no sábado inflou a torcida, e ele também, para uma conquista maior no domingo. Até que largou bem, mas sua estratégia foi prejudicada por causa da entrada do Safety e assim não conseguiu abrir uma grande vantagem para Webber. Teve problemas com o jogo de pneus da sua primeira parada e o ritmo foi ruim. No final, após a segunda parada, o carro teve vibrações no pneu dianteiro e um furo no traseiro, todos do lado direito, que obrigou ele a fazer outra parada e cair de 4º para oitavo. Foi um fim de festa melancólico.











Análise das equipes- GP do Brasil 2009

MCLAREN- Os treinos não revelavam grandes aspirações a prova, principalmente após o classificatório quando Kovalainen marcou o 17º tempo e Hamilton o 18º. Mas os acidentes no ínicio da prova acabaram ajudando-os, em especial Hamilton que lotou o tanque de gasolina e ficou uma boa parte da prova na pista parando apenas na volta 42 e mais tarde ultrapassou Barrichello para subir ao pódio. Kova fez mais das suas ao rodar na curva do “Sol” e arrancar a mangueira do reabastecimento quando fez sua parada. O carro esteve bom no domingo e isso ajudou muito. A FIA multou a equipe pelo acontecido nos boxes.

FERRARI- Poderia chegar mais à frente na classificação se não fosse os problemas que Raikkonen teve na primeira volta. Tomaram um grande susto quando o carro do “Iceman” levou uma chamuscada no meio dos boxes ao ser acertado pela gasolina que se soltava da mangueira presa no carro de Kova. O carro, mesmo tendo melhorado nesta segunda parte da temporada, ainda oscila um pouco. Pelo menos salvaram dois pontos nesta prova com Kimi.
BMW SAUBER- O carro melhorou e muito nesta últimas provas e isso foi comprovado com o belo desempenho de Kubica, que teve chances de ficar com a pole no sábado. Na prova Heidefed abandonou e Robert andou entre os três primeiros a prova toda e conseguiu levar o BMW ao primeiro pódio dele e da equipe no ano. É uma pena essa melhora só ter acontecido nesta parte final do mundial.
RENAULT- Com Alonso eliminado logo na confusão pós-largada, a equipe não teve mais nehuma chance de conquistar algo de mais ambicioso na prova. Com Grosjean nem dava para contar, foi facilmente ultrapassado pela maioria quando ocupava a sétima posição após a saída do safety. O carro parece que tinha conseguido se adaptar ao circuito tanto que Alonso estava animado, mas nem deu tempo para se divertir.
TOYOTA- Foi logo aleijada quando Trulli, que estava em 4º, saiu da prova no enrosco da volta inicial. Mas Kobayashi, estreando no lugar de Glock, teve um bom ritmo num carro que mal conhecia e num circuito que nem conhecia. Mostrou que o carro era bom o suficiente para chegar aos pontos, mas que infelizmente não concretizou.
TORO ROSSO- Mais outra boa apresentação dos carros italianos, mas precisavam terminar a prova e foi o que aconteceu. Buemi largou em sétimo e terminou na mesma posição e Alguersuari fechou em 14º. Se não tivessem tantas quebras poderiam ter marcado mais pontos.
RED BULL- Era de se esperar uma boa apresentação dos Touros Vermelhos e eles confirmaram isso com a vitória tranqüila de Webber e a ótima recuperação de Vettel vindo da 15ª posição e chegando em 4º. A exemplo da sua irmã italiana, as quebras os atrapalharam demais se não a história do campeonato seria outra.
WILLIAMS- Tinham chances de marcar pontos com os dois carros, mas problemas com Rosberg e o acidente de Nakajima tiraram deles esta oportunidade. E talvez, se tivesse chovido, poderiam ter sonhado com a vitória.
FORCE INDIA- A esperança deles era Sutil que largava em 3º, mas o alemão ficou de fora no enrosco com Trulli e Alonso. Liuzzi não poderia fazer nada andando lá no fundão.
BRAWN GP- Apesar do dia histórico que eles tiveram ao ganhar os dois mundiais, a corrida foi bem fraca salvando apenas a atuação de Button, que fez várias ultrapassagens. Barrichello teve problemas nos pneus que o jogaram de terceiro para oitavo na prova. Mas isso não abalaria ninguém que simplesmente escreveu seu nome na história do mundial ao vencer o campeonato de construtores no seu ano de estréia.







As marcas de Ímola

A foto é do genial Rainer Schlegelmich (extraído do livro "Driving to Perfection") tirada da reta de Ímola após uma das largadas. ...